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História Anjos Solitários - Wincest - A sinceridade de Ludovico


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Olá amigos,

Segue mais um capítulo,
com tretas e suspense.

Gente, essa linda que representa a esposa de Ludovico,
Liah, na ilustração do capítulo, é na verdade a atriz, Michelle Monaghan.

Desculpem os erros.

Ótima Leitura !!!

Capítulo 27 - A sinceridade de Ludovico


Fanfic / Fanfiction Anjos Solitários - Wincest - A sinceridade de Ludovico

 

Ludovico chegou na Itália, em sua linda Amalfitana, cercado dos problemas que lhe perseguiam desde quando aqueles conflitos entre as espécies havia começado.

O pior ponto de todos os conflitos, era a guerra mais acirrada entre os demônios e os vampiros, pois os anjos somente defendiam os humanos, nos locais onde estavam acontecendo tais conflitos, mas eles não se intrometiam diretamente neles, e nem mesmo tomavam partido a favor de nenhum dos lados, apesar de sempre parecer que estavam a favor dos vampiros, já que os demônios eram incontroláveis, possuindo os corpos dos humanos, pulando de um para outro, indiscriminadamente, matando muitos humanos com isso, além, é claro das maldades típicas do lado maligno deles, que cometiam crimes contra os humanos, como estupros e homicídios, a quem se colocasse no caminho deles. Diferente dos vampiros, que também matavam muitos humanos, mas somente para se alimentarem, e mesmo assim, era sempre em bem menor quantidade do que os demônios, além de temerem, claramente, ao clã, à Ludovico, que através de suas ordens, os continham em seus ímpetos de violência e agressividade.

Ludovico deixou o aeroporto em seu carro particular com o motorista do castelo, cheio de novidades e preocupações, que lhe eram atualizadas por Noah, mesmo durante o voo. E em meio ao caos, que vivenciava nessas informações, sempre voltava a seu refúgio pessoal e particular, a imagem de Baltazar em sua cabeça.

Ludovico relembrava do sorriso tímido e altruísta que viu Baltazar dar diante de sua turma na sala de aula, e de certo modo, se fortalecia com esse pensamento, mesmo não precisando disso para ser a criatura poderosa que sempre foi, e até nesse sentido, estava mudado, deixando sua força atrelada a um sentimento que crescia dia a dia dentro de seu coração.

Assim que adentrou ao castelo, Ludovico foi recebido por sua pequena família, Noah, Sophie e Liah. Não escondeu a alegria de estar diante dos seus amados netos, e a incerteza no olhar, ao se deparar com sua companheira de imortalidade, criada por si mesmo. Ludovico a amava, como uma amiga, mas agora mais do que nunca, acreditava que ela não era a pessoa que lhe despertaria amor de verdade, como não havia despertado durante séculos de vida conjugal. Se sentia muito mal, por trair a confiança dela sobre si, e por garantir a ela que ficassem juntos por toda a vida, o que certamente não iria cumprir, mas buscaria a melhor forma para não a magoar ou mesmo a abandonar ao mundo, o que não lhe seria nada digno.

Ludovico não podia jamais julgar o humano Sam, quando ele próprio também traiu, traiu com o coração, traiu se entregando a um amor, nunca antes sentido por sua companheira. Pensava Ludovico, ainda parado, em silêncio, fitando os três que lhe abraçavam e festejavam sua chegada, na sala principal do castelo. Quase não conseguia ouvir o que falavam consigo, de tão perdido em seus pensamentos, que sempre, voltavam ao par de olhos azuis, quase cinzas, de Baltazar, olhos que não lhe pertenciam, mas que gostaria que lhe vissem, pelo menos uma única vez naquela imortalidade, que lhe olhassem a sua alma, o seu coração, que notassem quem realmente estava se tornando e descobrisse o tamanho da paixão que nutria indiscriminadamente por ele.

Esses eram os sentimentos recém ganhos dentro de si, sentimentos humanos. Espécie, a qual tanto abominava, e agora, se curvava em aprender com ela, aprender aquilo que nunca foi capaz, mesmo diante de sua grandeza efêmera, nunca sequer percebeu a existência, do que era amar, e de todos os demais sentimentos que vinham com base no amor. Era a sua lição de séculos de vida, amar como os humanos, amar um humano.

De outro modo, em seu Ludovico anterior, simplesmente, comunicaria a Liah suas intenções, sem nenhum problema de consciência, e a tiraria de sua vida com todo apoio financeiro, é claro, mas sem nem mesmo pestanejar ou titubear, talvez nem justificasse nada para ela, já que antes somente a considerava como sua criação, e que foi utilizada, tão somente, para dar início a sua tão sonhada espécie, que tinha lhe dado filhos perfeitos, vampiros puros, e nada mais. Não daria a si próprio, nenhum momento para se auto questionar de toda a lealdade dedicada por Liah para consigo, não consideraria nenhum sentimento de Liah, mesmo à aquela mulher, mãe de seus filhos, e progenitora de toda uma espécie, a quem certamente, devia um mundo de respeito pelos anos de convivência.

Mas tudo era muito diferente agora, e tudo mudara tanto, por causa de um certo anjo caído, um iluminado transformado em humano, e talvez por isso mesmo, por que estava apaixonado por uma criatura divina, que se permitiu mudar, até mesmo em seus sentimentos, que afetariam tudo e a todos ao seu redor, mas não conseguia mais fugir, queria ser sincero consigo mesmo, e não mais sustentar a máscara da indiferença, que antes nem percebia que usava, pois lhe era normal ser indiferente e oco por dentro, sendo, agora, preenchido por tudo que o amor estava lhe ensinando.

Não mais que de repente, os três à volta de Ludovico, lhe olhavam curiosos, percebendo o quão distante ele estava em seus pensamentos, enquanto eles falavam sem parar, e assim, Noah lhe chamou a atenção.

Noah: Vô, está ouvindo? Parece distraído e distante....o que aconteceu? Está se sentindo bem?

Ludovico: Sim...desculpe, eu estou cansado da viagem, só isso. Senão se incomodarem, meus queridos,  eu vou descansar um pouco e depois voltamos a conversar no jantar......(Se levantou do sofá, que estava, sem nem perceber que tinha se sentado, e abraçou e beijou Noah e Sophie, fazendo carinho nos cabelos dos dois)......Liah, você pode me acompanhar, eu preciso conversar algo urgente com você.....(Sorriu para sua esposa, educado e cortês como lhe era usual).

Liah seguiu Ludovico até o quarto deles, em silêncio, acreditando que seu marido estava cansado e talvez quisesse conversar algo particular com ela, talvez, sobre as ordens que vinha cumprindo em sua ausência, que ele lhe repassava por telefone, já que não era dado a grandes demonstrações de paixão. Liah estava longe de acreditar que ele quisesse matar saudade ou qualquer coisa do tipo.

Entraram no imenso cômodo, todo decorado em preto, branco e cinza, com uma cama enorme no meio do quarto, elevada por um degrau acima do nível do chão, acompanhada por dois criados mudos laterais em madeira branca, assim como era a cabeceira acolchoada em cetim branco da cama. Havia ao lado dessa parte central do quarto, uma pequenina sala adjacente, que tinha um sofá em couro branco com duas poltronas iguais dispostas em frente a uma mesa de centro em vidro, e, a uma enorme TV na parede pintada em tom de cinza bem claro. Tendo em sua outra  extremidade uma porta toda de vidro, como outras duas portas iguais, que margeavam todo o quarto, e levavam para uma enorme varanda, com vista para o mar. Na varanda, que tomava toda a grande parede do quarto, haviam conjuntos de mesa e cadeiras em estilo de móveis praianos, e, ainda duas espreguiçadeiras em couro branco, onde sempre desfrutavam de momentos, como café da manhã ou mesmo leituras longas. No outro lado da cama  e do quarto, notava-se a porta para o banheiro do casal, igualmente enorme, decorado em pastilhas dégradé de preto à branco, com uma banheira grande de hidromassagem ao centro do mesmo, cercada por um pequeno deck em mármore branco e cinza, com todas as louças de pias individuais e sanitários em branco, com um box enorme em vidro fumê. E ainda ao lado da porta do banheiro, existia um enorme espelho do tamanho da parede, que se tratava da porta de correr para o closet separado em dois compartimentos, um para Ludovico e outro para Liah.

Ludovico ingressou no quarto, sendo acompanhado por Liah, que tinha deixado sua bagagem na sala para depois ser desfeita por seus empregados, se sentou no sofá dentro do quarto, e fez sinal para que Liah se sentasse em uma das poltronas ao seu lado, bem próxima ao sofá. Agoniado pela difícil conversa que teria com Liah.

Ludovico: Liah, eu sei que temos milhares de assuntos a tratar, por causa desses problemas com os conflitos e da produção de armas para nossos filhos, mas eu tenho um assunto muito urgente para conversar com você, assim pode me dar uns minutos de sua atenção?....(Disse nervoso, esfregando as mãos, de um jeito que Liah nunca o tinha visto).

Liah: Claro, Ludovico, estou à sua disposição, pode falar. (Liah tentou tocar no joelho de Ludovico, em um carinho simples, para o acalmar, mas esse se levantou e se pôs de pé em frente a ela, a encarando, um tanto espantado, assustando mais a Liah com o seu jeito).

Ludovico: Bom.....eu tenho um grande amor e respeito por você, Liah, e você sabe disso....sempre soube....eu nunca escondi de você que nunca me apaixonei por ninguém....minha paixão e minha vida eram a ciência, sempre foi, desde quando eu era um humano. E quando eu propus a você para ser minha cobaia na experiência que me trouxe a fusão dos anjos e demônios, e ser minha companheira para criarmos uma espécie diferente, única e poderosa, eu não menti para você em nada, eu nunca te iludi, eu nunca me disse apaixonado por você, porque eu sempre estive acima desses sentimentos humanos, que sempre julguei como ruins e sem sentido algum. E você sabe o quanto eu me dediquei em criar e o quanto eu amo minha família, e eu te amo como parte de minha família...afinal sem você, nada disso teria sido possível, e eu lhe devo todo o meu respeito, pela grande vampira que se tornou....uma híbrida....única como eu.....(Olhou nos olhos confusos de Liah)....mas depois desse tempo com Dean, algo mudou dentro de mim, Liah....(Pausou, refazendo as palavras em sua mente).....eu preciso que me escute com atenção, e que seja acima de tudo, minha grande amiga, como sempre....entendeu? (Liah concordou com a cabeça, com o coração acelerado sem saber o motivo de Ludovico relembrar o início da vida deles).

Liah estava muito apreensiva de ver Ludovico falar daquele modo, como nunca antes. Até mesmo os olhos azuis de Ludovico estavam diferentes, tudo nele deixava mais intensa, a sensação de estar diante de um humano comum, pensou Liah. Ludovico estava tentando se justificar de algo que sabia que não iria gostar nem um pouco, pois com certeza tinha haver com aquele jeito dele. Mas manteve-se calada, como sua natureza submissa determinava. Como sempre havia sido tratada por Ludovico, sem sentimentos, com respeito e consideração, somente como uma vampira que devia procriar e cuidar de seus filhos. Liah não parava de olhar para Ludovico, sustentando, infindavelmente, seu olhar no rosto fatigado dele.

Ludovico: (Se sentou novamente próximo a Liah)....Eu estou diferente.....muito diferente.....(Leu o pensamento de Liah).....eu sei.....eu....eu...eu estou apaixonado pela primeira vez na minha longa vida...Liah.....(Olhou para o rosto de pânico de Liah).....eu não programei, na verdade, eu nunca pensei que isso fosse acontecer comigo....depois desses longos séculos após nossa transformação.....e, também, porque, nós dois somos diferentes das nossas crianças, nós não temos uma escolha, um amor verdadeiro para ser vivido, nós só nos apaixonamos, como se fossemos um humano comum....e enfim, você sabe disso, né.....(Disse se enrolando um pouco, receoso)....mas mesmo assim, eu me apaixonei de verdade, para minha surpresa, sem planejar nada, sem ser intencional, mas quando percebi, eu já não era mais dono de meus próprios sentimentos e pensamentos....eu acreditava que nunca deixaria que isso acontecesse comigo, mas mesmo me reprimindo, quando eu olhei para dentro de mim, eu já estava dominado por essa paixão....me desculpe...Liah...eu não tive a intenção....(Esticou o corpo um pouco para frente e segurou ambas as mãos de Liah)....quero que saiba, que nem mesmo a pessoa por quem me apaixonei sabe disso....sabe que eu estou lhe dedicando esse sentimento....eu não lhe traí....eu continuo fiel ao nosso laço de união....e eu estou aqui para lhe dizer primeiro, antes de qualquer pessoa, tudo que está acontecendo comigo....o que nem para mim mesmo, eu ainda tinha admitido....assim, em voz alta.....(Abaixou a cabeça, esperando a reação de Liah).

Liah ficou sem palavras por uns instantes, mas não se sentia mal com a situação, diante da honestidade de Ludovico, que mesmo lhe confessando amar uma outra pessoa, não lhe foi infiel, o que era bem o perfil de Ludovico, que conheceu a vida inteira. Ludovico lhe deu dignidade, mesmo terminando a relação com ela, e apesar da tristeza que sentia, em saber que talvez, tivesse que deixar sua família, para dar espaço para uma nova vida de Ludovico, não conseguia sentir raiva dele, tinham sido séculos de convivência pacifica e carinhosa entre os dois, não via motivos para que isso mudasse.

Liah: Nossa....eu nunca pensei....nunca mesmo....(Disse colocando a mão na boca, repassando cada palavra dita em sua cabeça).

Ludovico olhava para sua mulher com ternura, não queria desampará-la, nem que ela optasse por sair do castelo e da vida dele para sempre, o que definitivamente, não desejava, não queria que sua família fosse desfeita, e Liah era sua família também, ela lhe era tão preciosa quanto qualquer membro de sua prole.

Ludovico: Escuta Liah, eu nunca irei te desamparar, não quero que se separe de nós....entendeu?....Nós podemos conviver normalmente.....(Foi interrompido).

Liah: Ludovico, não sei se eu conseguiria, depois de tantos séculos juntos, eu não sei se posso ficar ao seu lado enquanto existe outra pessoa ocupando seu coração, seu pensamento, e quem sabe um dia irá ocupar sua cama e essa casa...(Sorriu sincera sob o olhar observador de Ludovico)....eu não estou com raiva de você, eu agradeço muito pela sua lealdade comigo....você sempre foi assim...e eu não esperava menos de você....mas acho que nem eu e nem essa pessoa a quem você ama, nos sentiríamos confortáveis com todos debaixo do mesmo teto....eu...acho...(Ludovico interrompeu dessa vez).

Ludovico: Liah, a pessoa que eu amo nem sequer sabe o que eu sinto, nós mal nos conhecemos, e ele não sabe nada sobre mim....nós não temos a menor convivência....além do que, ele já tem um outro amor no seu caminho....eu faço questão que fique comigo aqui no castelo, essa é a sua família, e você sempre terá seu lugar preservado, ninguém tomará seu lugar em nossas vidas e em nosso lar....você é do clã, é a matriarca da nossa família...por favor...fique conosco.

Liah: Ele ? (Espantou –se mais ainda)....você disse “ele”?

Ludovico: (Riu com certa aflição)....Sim, quem diria, né mesmo....eu me apaixonei por um homem, melhor por um anjo caído, que se faz de humano na Terra, para viver nos meio deles, mas é uma ex criatura sagrada de Deus.

Liah: (Suspirou pesado).....Nossa, Ludovico....eu estou com medo por você....como você pretende viver essa história....se ele é um anjo caído e ainda está amando uma outra pessoa ?

Ludovico: (Riu com amargura dessa vez)...Por isso que você é minha melhor amiga.....(Riu sem humor nenhum).....Eu sei...eu estou muito confuso e nem sei direito o que estou fazendo, a única coisa que tenho certeza é de que eu estou mesmo apaixonado por ele....e eu demorei muito para ter essa certeza também....eu nem conhecia que sentimento era esse, quando eu comecei a simplesmente sentir.....e apesar de todos os problemas que isso pode me trazer....eu não consigo controlar ou me afastar disso....acho mesmo que nem quero...porque é muito bom poder sentir isso....mesmo que seja dessa forma, meio impossível de se concretizar....mas por agora, temos tantos problemas que eu não posso pensar em nada disso. (Gesticulou polidamente com as mãos para tentar se explicar).

Liah: Eu nem sei se entendi tudo direito...(Riu para si mesma).....eu tenho que digerir tudo isso...eu te peço um tempo para isso.....para podermos voltar a conversar a respeito desse seu amor e se eu irei permanecer no castelo ou não.....(Viu que Ludovico iria lhe retrucar, mas segurou em seu braço para o deter)....mas eu não vou sair do seu lado agora....estamos juntos nessa guerra....é a minha família que está em jogo....eu só vou pedir para separarmos nossos quartos....por enquanto.....já que você me contou tudo isso....acho mesmo que você ficará mais confortável e eu também....se ficarmos com mais privacidade para cada um...para termos tempo de pensar em nós mesmos e em nossos sentimentos agora.

Ludovico: Eu te agradeço muito, essa sua compreensão já era esperada por mim....(Abraçou Liah carinhosamente)....você é uma grande mulher....eu espero que encontre o seu amor também, Liah....você verá a dimensão do que esse sentimento pode fazer com a nossa alma.

Liah: (Sorriu em seu ombro)....E eu espero que sejamos felizes e possamos viver novamente em paz, Ludovico, sem essas ameaças, e sem problemas com os humanos....eu tenho medo por nossa família.

Ludovico: Não tenha medo, Liah, eu estou de volta, e irei proteger nosso clã e nosso lar com todo o meu poder....eu sempre estarei aqui por nós, pode sempre confiar em mim, como sempre fez....(Separou o abraço e deu um beijo no rosto dela).

Liah: Eu espero que esse seu amor, não mude sua alma de guerreiro, ao ponto de não podermos mais contar com você para lutar....(Riu sarcástica, brincando com Ludovico)....esse amor pode ter te amansado....(Riu alto vendo a cara de indignado de Ludovico que balançava a cabeça e o dedo negando o que ela disse, enquanto ela saía do quarto do casal).

Ludovico: Não exagera, eu continuo sendo o mesmo, viu....deixa eu descansar um pouco e reveremos nossos planos, junto com o Noah, mais tarde....estou de volta afrente dos nossos negócios e interesses nessa guerra com demônios malditos. (Sorriu orgulhoso de si mesmo, mas com o coração apertado ao pensar que poderia ter ferido e magoado Liah de alguma forma).

Ludovico a viu sair do quarto, e apesar do momento tão delicado, se sentiu leve, e mais tranquilo, aliviado, mesmo sabendo do que poderia ter causado a Liah, viu  que ela não mentia quando aceitou a separação de forma digna e sem causar nenhum transtorno, diante de toda a verdade que havia lhe contado. Leu perfeitamente na mente de sua, então, ex mulher, que toda a sua preocupação era com a família deles, com as gerações de filhos, netos e os demais subsequentes, com o clã em si, e não consigo mesmo, e com a dor que possivelmente estava sentindo, em ter sua união de longos séculos desfeita. Sabia que estava agindo de forma correta e respeitosa, pois não suportaria enganar Liah, mesmo que fosse somente lhe escondendo suas intenções e esperanças de viver sua paixão com Baltazar, e no fundo, de seu coração, desejava mesmo que Liah, sendo a linda mulher que era, ainda pudesse conhecer daquele sentimento que carregava e que tinha sido despertado em si, considerava, um privilégio conhecer o amor, agora sabia disso, e queria que Liah também fosse privilegiada com esse conhecimento. Desejava que Liah fosse feliz, sinceramente, mesmo que não conseguisse ser.

Liah era sempre assim, a mulher do grande híbrido, a pessoa de segundo plano, que não era em nada egoísta, e essa qualidade lhe era marcante em sua personalidade, que aceitou desde o início a proposta que teve do cientista Ludovico, que tinha sido, justamente, a de procriar, e dar início a uma nova espécie, sem sentimentos envolvidos, sem amor, sem ligações amorosas, e sem ilusões nesse sentido. Ludovico tinha sido sempre verdadeiro com ela, e apesar de seu lugar naquele clã, por si só, subjugada, ele sempre a respeitara, como mãe de todos aqueles vampiros puros, fosse por amor a ciência ou por consideração a pessoa que carregava sua prole. Ludovico sempre a assistia em tudo, e nunca deixou que nada lhe faltasse, e a protegia com unhas e dentes, sem nunca sequer levantar a voz para ela, ou mesmo manter quaisquer atritos com ela. Foram longos anos de respeito mútuo e admiração de um pelo outro. Mas tão somente isso. Uma forma fria e distante, imposta pelo cientista, que se tornou, aos poucos, o ser mais poderoso sobre a Terra, com exceção de Castiel.

Liah não se sentiu enganada ou usada em momento algum, a quantidade de séculos que ganhou ao lado de Ludovico, a fizeram aprender muito sobre tudo, e a principal lição, era justamente que nunca deveria se apegar a sonhos de que um dia ele a amaria, até porque também não o amava, com o fervor comum dos apaixonados de verdade, só o amava como seu próprio criador e pai de seus filhos, programados por métodos pouco ortodoxos, de sexo somente para procriação de uma nova era de vampiros. E nunca houve nenhum momento em que almejasse ter Ludovico para si de forma diferente daquela, tudo estava sempre bom para ela, o ter, como seu protetor e com o passar do tempo, como seu semelhante e seu grande amigo. A convivência com Ludovico foi sempre fácil, sendo ele uma criatura poderosa, que diante da família era apenas um homem comum, extremamente inteligente, organizado e dedicado a seus objetivos e à sua família.

Liah desceu as escadas, e foi direto para o escritório, onde se sentou a enorme escrivaninha, e parou um instante de seus afazeres, naquele lugar escondido dos olhos dos empregados e de seus netos. Liah ficou ponderando um pouco, e sozinha, pensava, acertadamente, que não teria motivos para sofrimento, lágrimas, cenas de ciúmes com a separação, por que Ludovico se apaixonou por alguém. O que lhe era de suma e vital importância era sua família como um todo, e ele tinha o lugar de cuidador deles todos, ao lado dela. Não havia ressentimentos, apenas um pesar, causado por poucas dúvidas de como seria seu futuro, se caso ele assumisse esse amor, e se unisse a ele, qual seria o seu lugar dentro daquele castelo. Dúvidas comuns quando havia um desenlace, e nada além disso lhe deixava desconfortável, de forma alguma.

Na realidade dos fatos, Liah ficou feliz por Ludovico, e com isso pensava, que talvez, quando os tempos melhorassem em todos os aspectos, ela mesma se sentiria mais livre também. O respeito era a mais nobre das dedicações que ofertou a Ludovico, lhe sendo uma acompanhante para tudo e para todos os momentos, e com ele vivendo um amor, sendo acompanhado por outra pessoa, ela poderia ter mais tempo para si mesma, viajar, visitar seus outros filhos, espalhados pelo mundo, ao invés de somente estar ao lado de Ludovico no castelo, o tempo todo.

Acima de tudo, Ludovico tinha sido tão honrado e tão transparente consigo, que em nada lhe diminuiu a admiração por ele, a quem, mentalmente, sempre estaria presente, de certo modo, em seu coração, ainda frio, de uma híbrida, uma mutação que resultou em uma vampira, mas que tinha um coração, assim como o de Ludovico, a quem reservaria um enorme lugar.

Ludovico se deitou na cama enorme e fofa do quarto do casal, que logo deixaria para Liah, pois já ordenava a um empregado que preparasse um outro quarto para si próprio, exigindo somente uma cama confortável e uma poltrona de leitura dentro do quarto. Se espreguiçou na cama, em despedida, mas acabou dormindo ali mesmo, estava cansado e estressado nos últimos dias, e não se segurou em pegar no sono, naquele lugar. Tendo como seu último pensamento, Baltazar, e a dúvida, de que será que ele tinha gostado de seu último presente, que pediu a um assistente de Dean, que postasse para ele diretamente, sem saber seu conteúdo e finalidade.

Ludovico acreditou que desse modo pudesse despistar mais ainda qualquer traço de sua presença no presente ou no embrulho, que pudesse ser seguida e sentida por Castiel, a quem, exclusivamente, temia, desde quando se propôs a iniciar àquele cortejo a Baltazar, no intuito de que ele notasse sua presença, e soubesse um pouco de si mesmo, soubesse que ele era culto, de boa educação, que tinha bom gosto, que era muito rico e que se importava em o agradar ao extremo. Baltazar estava se tornando o seu amor, e agora mais do que nunca estava perto de se revelar, mesmo sem saber como o faria, porque tinha Castiel na frente, e só depois de que os rumores de guerra fossem eliminados definitivamente, teria tempo para planejar e organizar até mesmo seu coração, que pulsava, descontrolado ao ser levado para o plano de seu subconsciente no sono, apenas por gravar no seu último pensamento o nome de Baltazar.

 

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Gadreel chegou cedo no restaurante, em seu extenso horário de trabalho, que abrangia os dois turnos, e ao entrar no local, com suas chaves, se deparou com Crowley sentado a mesa, tomando, calmamente, uma xícara de café fumegante, típica dele. Gadreel estranhou a visita logo tão cedo, mas sabia, exatamente o motivo da mesma, e se sentou na frente de seu chefe.

Crowley: Bom Dia, querido. (Sorriu).

Gadreel: Bom Dia chefe.....(Sorriu de volta, vendo que Crowley já lhe servia uma xícara de café, igual a sua própria, que buscou ele mesmo atrás do balcão).

Crowley: Espero que você goste do meu café...(Riu)....e que eu goste das notícias de ontem....(Riu e empurrou a segunda xícara para Gadreel, que a provou com cuidado).

Gadreel: Está perfeito o café, chefe....e acho que irá gostar de saber que o vampiro veio buscar nosso garoto, na porta do restaurante ontem...(Viu Crowley parar de tomar o café e sorrir largamente).

Crowley:....Uau...que boa notícia...então...os pombinhos voltaram....e logo nosso amigo sanguessuga estará frequentando nosso humilde estabelecimento....(Bateu palmas e riu alto)......que bela notícia.

Gadreel: Acho que você nem irá descontar o dia do rapaz se ele chegar atrasado hoje, né mesmo.....depois da noite de reconciliação que devem ter tido. (Sorriu debochado).

Crowley: Não, claro que não....(Revirou os olhos divertido)....deixa nosso menino fazer o trabalho dele em paz....e daremos todo apoio ao jovem humano para ter tempo de reconquistar seu amor.....ele tem que se sentir acolhido aqui....e você será o seu mais novo melhor amigo....(Deu um tapinha na mão de Gadreel encima da mesa)....abençoo sua amizade com ele.....(Deu uma piscada de olho para Gadreel).

Gadreel: Entendi, Chefe, pode deixar....Sam se sentirá muito bem aqui....(Olhou malicioso para Crowley, deixando claro sua segunda intenção com Sam).

Crowley: Cuidado com o grau de amizade, meu querido....aquele bonito rapaz, tem dono....e nem preciso te contar o que fizeram com o último que se meteu com o dono dele....aquele vampiro tem costas largas demais....e ele não hesitaria em acabar com você, se resolvesse se meter com o humano dele....(Deu outro tapinha na mão de Gadreel e sorriu)....acalme seus ímpetos, que assim que essa guerra explodir você terá todo o tempo do mundo para provar do humano....enquanto isso manteremos nossos planos....sem levantar suspeitas....ok ?

Gadreel: Eu sei sim....mas sei que o poderoso arcanjo não está mais ao lado do vampiro, ele agora está de caso com um igual a mim....um caído de nome Baltazar, um professor.

Crowley: Porque não disse antes....essa informação pode ter seu valor, caso os anjos resolvam se meter na nossa guerra....ah....meu querido...(Olhou para Gadreel, se ergueu um pouco e deu um beijo estalado em seu rosto)....você é um gênio, mesmo sem saber disso....sua beleza não serve somente para agradar a clientela, serve para conquistar os bêbados do bar do Helen e os fazerem falar tudo que quiserem, né.....(Riu muito e terminou de se levantar da mesa).

Gadreel não gostou da observação de Crowley, apesar da mesma ser verdade, sempre colhia informações de suas transas rápidas com os frequentadores do bar da Helen, sempre frequentado por belos e inocentes anjos, anjos caídos e caçadores. Fechou o semblante, chateado com Crowley.

Crowley: Não se ofenda, por favor....não faz essa carinha...(Apertou a bochecha de Gadreel e continuou rindo alto)....eu já disse que assim que eu acabar com o vampiro no meio da guerra....você poderá brincar com o humano dele....agora vou partir, tenho muito o que fazer....cuida bem do lugar, querido, e não deixa o vampiro perceber sua presença sobrenatural de forma alguma.....depois eu volto. (Mandou um beijo no ar para Gadreel e se fez em fumaça negra e sumiu).

Gadreel bufou, mas sorriu. Crowley sempre falava em enigmas e nunca contava todos os seus planos e seus objetivos, e isso o irritava um pouco, mas não se deixaria abater naquele dia, em que pretendia, sentir o cheiro doce de Sam perto de si, e de quebra quem sabe, teria a bela visão do belo vampiro de olhos verdes profundos. Lambeu os lábios, em total lascívia de seus pensamentos luxuriosos, bem típicos de anjos caídos que se deixavam levar pela promiscuidade e vícios mundanos.

 

CONTINUA....


Notas Finais


Não me canso de agradecer pelo enorme carinho
que tenho recebido nos comentários.

MUITO OBRIGADAAAAAAA DE CORAÇÃO !!!!!

Me sinto muito honrada, OBRIGADAAAA !!!!

O mais importante reconhecimento para que escreve a fic
vem dos comentários deixados pelos leitores, e quando esses são
positivos, é a glória.


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