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História Anjos Solitários - Wincest - Covardia e coragem


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Olá amigos,

Desculpem a demora novamente,
mas correria de sempre....filhos de 4 patas.

Segue mais um capítulo,
Com uma surpresa, meio que esperada....kkkkk.

Desculpem os erros,

Ótima Leitura !!!

Capítulo 42 - Covardia e coragem


Fanfic / Fanfiction Anjos Solitários - Wincest - Covardia e coragem

 

Momentos anteriores

Crowley estava observando a mansão já impaciente com tanto entra e saí, sem que ninguém lhe desse a visão de nada do que estava acontecendo dentro da residência. A sua presença naquele lugar, um tanto exposto, podendo ser descoberto a qualquer momento por um vampiro, se justificava pelo único milésimo de segundo que viu seu alvo, seu objetivo, para o sucesso de seu plano verdadeiro naquela guerra, através da brecha da porta de entrada, quando da saída do carro que levava Dean Fatinelli a seu destino no restaurante. Crowley viu Baltazar.

Nos dias anteriores ao anúncio da famigerada guerra, os demônios, à mando de Crowley, e até ele mesmo, seguiam de perto todos os passos do professor, e por via de consequência do arcanjo também, pois esse não desgrudava de Baltazar, frustrando a expectativa de raptá-lo, assim que esse estivesse sozinho, o que teria que culminar com o exato momento em que Dean Fatinelli chamasse pelo arcanjo  no restaurante, já que essa seria a única opção de salvação imediata do vampiro, que estaria sozinho, cercado de demônios e do caído Gadreel no restaurante, conforme era o plano inicial, e a negociação para o resgate de Sam, e assim que o arcanjo fosse atender ao chamado desesperado do vampiro, seu antigo amor e amigo, Baltazar ficaria sozinho e desprotegido tempo suficiente para ser levado sem ninguém ver.

Porém, nada do que tinha programado e planejado com tanto esmero, tinha saído corretamente, a começar por aquela visão de Baltazar na mansão, protegido, não só, e certamente pelo arcanjo, mas também, por Ludovico e todos os vampiros que estavam ali, o que rendeu milhões de xingamentos silenciosos na mente de Crowley. Já que no momento de tal visão de Baltazar recolhido na mansão, foi para sua total infelicidade o momento em que viu Dean se encaminhar para o restaurante. E assim, não teria mais tempo hábil para raptar Baltazar, quando Dean chamasse por Castiel.

Depois de saber que Baltazar estava dentro da mansão, soube, também que não seria nada fácil agarrar seu alvo com unhas e dentes, e somente por um milagre, e ele sendo um demônio não acreditava em tal coisa, Baltazar saísse da mansão antes de Dean chegar sozinho no restaurante, e num minúsculo fio de esperança em sua alma negra, entrou em contato com seus comparsas que vinham vigiando o arcanjo e Baltazar, e os mesmos deram novamente a mais absurda explicação para seus questionamentos, a simples declaração de que não conseguiam localizar o arcanjo e o professor, em lugar algum, que ambos simplesmente evaporaram no ar, e como Crowley tinha visto com seus olhos, pelo menos o professor ele sabia onde estava, dentro da mansão ainda, e pelo jeito, o arcanjo devia estar também, já que viviam agarrados o tempo todo.

Crowley até aquele momento da visão de Baltazar, vinha de uma grande preocupação com o desparecimento repentino dele de suas vistas, pois sabia que ele era a chave para todo o seu segundo plano, o seu plano derradeiro, de raptar e manter o professor em cativeiro, que já tinha sido preparado por Gadreel, como vinha ordenando ao caído que organizasse um segundo lugar de esconderijo para ele próprio e para onde pudesse levar Baltazar, e como o lugar mais escondido é sempre aquele que é mais improvável de procurarem, de tão óbvio, Gadreel preparou uma velha igreja abandonada nos arredores daquele mesmo estado de Connecticult, para receber e abrigar por dias, ele próprio, Crowley e Baltazar.

O lugar tinha sido limpo, nas dependências onde antes funcionava um espécie de escritório e dormitório para o padre paroquiano que congregava ali, há remotos tempos, e foi reabastecido de energia elétrica e uma pequena geladeira com comida para mais de uma semana, se precisassem, e o mais importante, o lugar ficava numa sala atrás do altar principal, com o qual fazia parede, e com isso Gadreel cercou toda a igreja de armadilha para anjos, e no cativeiro, propriamente dito, na sala em si, o cerco foi feito com óleo sagrado dos anjos, que após exaustivas pesquisas de Crowley, descobriram ser o único meio de prender o arcanjo poderoso em um só lugar, em um círculo de óleo, que é mantido enquanto a chama está acessa e o óleo queimando. Óleo que por sinal, Crowley havia roubado da casa de Bobby, em sua breve visita ao caçador, já que possuía essa informação de que o mesmo era um dos únicos que detinham tal relíquia, e a sua visita ao mesmo não foi somente para obter informações de Ludovico, Bobby até tinha dado falta do artefato quando da mudança temporária para a mansão, mas não alardeou a ninguém, por acreditar não ter importância essa informação, o que Crowley com certeza se beneficiou com seu silêncio, e a ignorância de Castiel sobre aquilo tudo.

O principal objetivo daquele esconderijo e seus preparativos era manter Baltazar afastado da possível localização do arcanjo, enquanto estivesse dentro do círculo, e depois, caso, o arcanjo descobrisse o esconderijo antes da hora, tal círculo serviria para deter o avanço do arcanjo sobre Crowley, e esse teria tempo de se desfazer em fumaça e descer ao inferno em segurança.

Crowley ficou tão irado com seu maior plano dando errado, ao saber do sumiço do arcanjo e Baltazar, que até começou a considerar a ameaça de Ludovico de matar pessoalmente Lúcifer, e assim pensou em atiçar mais o híbrido contra o caído do inferno, já que não poderia contar com o arcanjo mais, mesmo sabendo que Ludovico poderia não completar a missão almejada, pois seu poder era comparado ao de Lúcifer, bem diferente do arcanjo que tinha poder inigualável, e milhões de vezes maior do que de Lúcifer, ou mesmo do híbrido. Tanto assim, que até autorizou a Gadreel brincar com o humano do vampiro, antes do mesmo ser morto pelos demônios. Estava pouco se importando com que fosse acontecer ao seu pupilo Gadreel, e se o vampiro Dean morresse pelas mãos dos demônios, após ver seu amor ser estuprado por um dos seus, seria mais um motivo, fortíssimo por sinal, para atiçar Ludovico contra Lúcifer. Pensou rápido, mudando todo o rumo de seus planos, já que ninguém sabia onde o arcanjo e o professor estavam, até seus olhos se depararem com ele imensamente protegido dentro da mansão, e com isso, sua ira voltou a níveis descomunais.

Tudo realmente estava dando errado no seu plano, porém, Crowley não poderia jamais perder a esperança de exterminar Lúcifer, e a guerra foi um grande pretexto para colocar tudo em prática, e não teria outra oportunidade como aquela, assim enquanto elaborava modos de se aproximar de Ludovico novamente, ou mesmo, de conseguir o tal milagre e Baltazar sair da mansão, ficou ali, observando tudo que se passava no lugar, atento a cada mínimo movimento que conseguia captar entre as cortinas das janelas e portas de vidros dos dois andares na luxuosa construção.

Nem de longe passou pela mente sombria de Crowley, que Castiel estava com Dean o tempo todo, e pensou ainda, em seu momento melancólico, de que nada estava ocorrendo como esperado, que se Baltazar estava na mansão era porque o arcanjo também estava lá dentro, e mesmo que Dean chamasse ele, ninguém conseguiria raptar Baltazar de dentro daquela fortaleza, com um cão de guarda como o híbrido e os malditos puros de sua linhagem, na frente e nos arredores da casa.

Passaram-se muitas horas naquela vigília, se escondendo na copa da árvore, que ficava de frente para a mansão, ou atrás de seu tronco, e as vezes, sumindo em fumaça a cada cinco minutos, sem receber notícias nem mesmo de Gadreel, que, pensava, estar se divertindo com o humano durante aquele tempo todo, por isso a falta de contato do mesmo. E Crowley já estava bem estafado, quando foi agraciado com a visão de Baltazar através de uma porta de vidro, de um cômodo que parecia se tratar de uma biblioteca ou escritório, em um instante em que o vento esvoaçou suavemente a cortina leve do lugar. E logo em seguida ouviu uma verdadeira melodia para seus ouvidos, uma conversa breve entre o caçador Bobby e um puro, neto de Ludovico, de nome Noah, que estava de guarda na frente da mansão, onde o caçador o chamava para entrar rápido tendo em vista que Castiel tinha chegado com Sam ferido, e todos estavam na sala para prestarem socorro a ele, e precisavam da presença daquele puro e do hibrido urgentemente. De imediato, Crowley não compreendeu como o arcanjo tinha entrado na casa, sem que fosse visto por si mesmo ou por um dos demônios que cercavam a mansão, e todos tinham ordens que se vissem o arcanjo ou Baltazar era para avisa-lo imediatamente.

Crowley sorriu satisfeito com a breve suposição de que talvez Dean estivesse morto e tivessem conseguido resgatar os restos de Sam, destruído pelos abusos, que com certeza Gadreel, e talvez, mais alguns demônios tivessem praticado com o humano. Mas, o mais importante era o momento, assim, se concentrou e aguardou ambos entrarem, Bobby e Noah, e rapidamente se desfez em fumaça e se materializou somente ao lado da porta de vidro, na qual tinha visto Baltazar. Sorrateiramente, abriu a porta com seu poder da mente, rindo internamente da enorme armadilha gravada no chão em frente a mesma, que mal nenhum lhe causava. Pisou com orgulho na armadilha, para se esgueirar através da cortina, e observar tudo em volta, sem encontrar ninguém, a não ser, pelo seu pequeno milagre, que já estava acreditando a essa altura dos acontecimentos, pois estava ali, sentado, seu milagre, com ar de distração completa em seu semblante que carregava um sorriso pequeno e inocente nos lábios finos. Era um ótimo milagre acontecendo para o demônio, era tudo que precisava, um minuto que fosse, sozinho, com Baltazar.

 

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Todos estavam tensos dentro da enorme mansão, cada um a seu modo, carregando a dor e o desespero de ver alguém próximo sofrendo ou morrendo. Mas em meio a todo o temor instaurado, via-se claramente, a coragem brilhar nos olhos daquele que não tinha medo, que nunca teve medo de nada, nem mesmo do pior pesadelo de qualquer um, Lúcifer, o rei do inferno, o anjo caído que se tornou demônio, para originar aos mesmos e reinar absoluto sobre todos. Os olhos de Ludovico brilhavam em um tom banhado de vermelho em meio ao seu habitual azul acinzentado, brilhava de toda coragem do mundo, para abrigar e esconder no recôncavo de sua alma, o seu único medo, naquele momento, perder Baltazar.

Castiel por sua vez, estava destruído por dentro, diferente de Ludovico, estava, e se sentia, alquebrado, totalmente debilitado pela ausência do seu amor ao seu lado, como tinha se acostumado Seus olhos estavam apagados e sem foco, sua alma chorava e exalava o medo, igual ao de Ludovico, de perder Baltazar, seu amor, pelo qual lutou e conquistou dia após dia. Estava frágil, sem a força que vinha de Baltazar, sentindo o elo entre eles enfraquecer com a distância, ainda mais, que bem no fundo de seu coração, se culpava, primeiro por não ter ficado o tempo todo ao lado de Baltazar, como havia prometido, até aquela guerra acabar, e em segundo plano, por estar impedido de o resgatar, diante dos desígnios de Deus para si, e por sua fé. Era exatamente, como Ludovico havia dito, que talvez se revoltasse contra sua fé e contra Deus, o sentimento estava expresso somente no pensamento, e se por qualquer motivo, se afundasse na culpa que sentia, tal sentimento cresceria, ao ponto de o dominar, e com isso deixaria de ser um arcanjo, e muito menos um anjo, assim, afastava a culpa de seu coração, agradecendo mentalmente a Ludovico por tomar partido a seu favor e o ajudar a resgatar Baltazar, e somente por esse motivo, não seria facilmente dobrado pela culpa. Ludovico, mesmo sem saber a dimensão do que havia profetizado, evitaria não só a morte de Baltazar, mas também a morte do único arcanjo do Senhor, e isso Castiel, tinha plena consciência e pretendia agradecer infinitamente ao híbrido.

Apesar dos séculos longínquos de pouca amabilidade entre eles dois, Ludovico e Castiel tinham um grande problema em mãos, e somente as duas mentes e seus poderes poderiam por fim a aquela ameaça, e, com isso, colocariam um ponto final na guerra, assim, apesar de se sentirem de maneiras adversas, a dor era a mesma, e ambos estavam reunidos ali, para planejarem o resgaste de Baltazar e a morte de Lúcifer, com seu extermínio definitivo.

Na mesma sala onde se deu o rapto, na biblioteca, de vastas palavras de amor escondidas na declaração de Ludovico que naquele lugar se confirmou, estavam também todos os vampiros puros, para ajudarem no destino de Ludovico, descer ao inferno atrás de Lúcifer, que não andava sobre a Terra há milênios, sempre escondido nas trevas, no submundo da escuridão eterna, na imundice de sua condição maligna, de onde reinava.

Todos opinavam e se dispunham a seguir o mestre do clã, o chefe da família deles, para onde quer que fosse, e Ludovico precisava mesmo de toda ajuda que pudesse, pois teria que minimizar os demônios no caminho de chegada até Lúcifer, que era tão covarde, que não aceitaria atender a um convite para se confrontarem em nome do fim da guerra, já que se alimentava do horror provocado pela mesma, o que obrigava a Ludovico abrir caminho até os confins do inferno atrás de seu rival, já que esse jamais viria para a superfície, sob qualquer pretexto.

Além de planejarem como seria essa incursão ao inferno, estudavam um meio de resgatar Baltazar, no mesmo momento, já que não poderiam confiar a vida de Baltazar a um demônio, que o mataria, assim que conquistasse seu objetivo, e tivesse a confirmação do extermínio de Lúcifer, e esse lado do plano, para infelicidade de Ludovico, seria executado por Castiel, caso se confirmasse que Baltazar estava sendo mantido em algum lugar na Terra, como vinham pesquisando com as diversas fontes de informações que possuíam, entre vampiros, caídos, anjos e até caçadores espalhados por todo o lado. Assim enquanto Ludovico confrontaria e aniquilaria Lucifer no inferno, Castiel resgataria Baltazar em algum lugar na Terra, por onde tinha permissão de Deus para andar, e nesse caso, ajudar a quem necessitasse.

Alheio aos planos que se formavam, Dean se dividia pela mansão, andava angustiado, indo de Sam à Castiel, cuidado do seu amor e apoiando seu amigo, entrando algumas vezes na biblioteca, sem atrapalhar ninguém, se sentado ao lado  de Castiel, lhe trazendo carinho, em atenção ao seu sofrimento, assim como o arcanjo sempre fazia por ele. Dean se aproximava cuidadoso de seu amigo encolhido e frágil, sempre o abraçando e passando a mão em suas costas e por seu cabelo, o acolhendo com um sorriso terno e compreensivo, somente para o lembrar que ele não estava sozinho, e a cada cinco minutos estava ao seu lado, mostrando sua presença, o que Castiel compreendia perfeitamente, aquele vai e vem de seu amigo, devido ao estado de Sam, e assim, ficava mais abalizado pelo esforço de Dean em estar ao seu lado, mesmo que fosse naqueles poucos instantes. A presença de Ludovico, constantemente, próximo a si, deixava Castiel desconfortável, mas ao mesmo tempo aliviado, por ele ser a rocha de sua salvação e de Baltazar, e a presença de Dean, no meio deles, trazia um acalanto a mais para se manter firme diante do hibrido.

O que Dean não sabia era que seu avô também precisava de uma demonstração de afeto pelo mesmo motivo de Castiel, e Ludovico respeitava o aconchego que Dean dava ao arcanjo, sem requerer nada para si, que ficava sempre admirado com tamanha amizade entre os dois, até porque, de igual forma, a sua necessidade de reconforto era suprida por Noah, que não saía do seu lado, e estava sempre o tocando de forma pura e discreta, como afagos em seu ombro e trocas de olhares repletos de cumplicidade, o que Ludovico agradecia ao neto Noah, por também se sentir tão amado quanto Castiel, naquele momento, em que programava de resgatar quem amava para entregar a quem era amado, para que quem seu único amor amava, o que por si só já lhe doía o peito, além da incerteza do bem estar de Baltazar, nas mãos do impuro Crowley.

Aquela reunião na biblioteca somente foi interrompida por um transformado, para  avisar que os médicos solicitados estavam sendo conduzidos para dentro da mansão naquele momento, já que o helicóptero havia pousado no quintal sob a escolta dos vampiros que o protegiam. Tal notícia tirou Ludovico e Castiel do foco de planejar o resgate a Baltazar, para poderem dar a atenção merecida ao principal motivo que os uniu por todos os séculos passados, e um grande amor na vida de ambos, Dean.

 

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Sam já estava devidamente instalado no quarto de Dean, dormindo sobre uma cama imensa e muito confortável, com seu corpo banhado, da forma devida, pelo próprio Dean, que fez questão de assumir todos os cuidados com o seu amor, e mesmo aos prantos ao rever todas aquelas marcas na pele clara e imaculada, deitou o corpo de Sam na água quente com sais de banho da banheira de sua suíte, e retirou toda a imundice de Gadreel de seu corpo, esfregando delicadamente com um tecido macio de uma pequena toalha molhada e com sabonete cremoso, cada centímetro daquele corpo tão amado, agora, cheio de marcas e ferimentos, que iriam desaparecer com o tempo, mas que extraíam a razão de Dean, perdido em suas lágrimas e soluços, que foram ouvidos, por todo o quarto, e sentidos por Bobby e Jody, que arrumavam tudo ali, enquanto Sam era banhado.

Bobby vigiava os sinais vitais de Sam, aplicando medicamentos em sua veia para que se mantivesse vivo e sem dores, pelo maior tempo possível, ajudando nos cuidados com seu filho, de consideração, o monitorando através de alguns aparelhos médicos instalados de prontidão no quarto de Dean. A praticidade de seus atos de cuidados dava lugar ao desmoronar de todo o seu ser, que temia o pior, que temia ter que realizar o enterro de caçador para seu jovem amigo, que era como filho, uma continuação de sua amizade por John. Disfarçava em sua grosseria humana, a dor expressa, cada vez que engolia o nó em sua garganta, mesmo que Jody e Dean soubessem o quanto cada movimento calculado lhe custava para não desabar, somente olhando suas mãos trêmulas e ouvindo as milhões de vezes que pigarreava e suspirava pesado, enquanto preparava tudo.

Após o rapto de Baltazar, Dean, com muito pesar, deixou Castiel ao lado de seu avô e de seu pai, porque teria que cuidar de seu amor, ainda entre a vida e a morte. Queria poder estar vivendo outro momento, mesmo que fosse com poucas mudanças como aquela, onde Sam estaria bem ao seu lado, e Castiel estaria ao lado de Baltazar, todos protegidos na mansão, como deveria ter sido desde o início. Mas a sua realidade atual, era inverossímil, de tão inacreditável que se fazia, tinha que cuidar e rezar para que Sam sobrevivesse, tinha que apoiar seu melhor amigo, e pedir aos céus que Baltazar retornasse vivo e bem, assim como seu avô, por quem temia, grandiosamente, já que o mesmo estava disposto ao confronto de peito aberto com Lúcifer, o senhor dos demônios, e na casa do mesmo.

Nada do que pesava em seu coração, se comparava a visão de Sam, quase morto, em seus braços, saindo do banho, e sendo depositado sobre sua cama novamente, a mesma que muitas vezes protagonizou as noites em que se amaram tanto, em que ele próprio tinha elevado seu amor para explorar aquele corpo macio e quente de Sam, agora tão frio e apático. A cada pequeno avanço em ajeitar Sam na cama, recolhia uma lágrima por suas lembranças íntimas e de uma vida há muito distante. A palidez em Sam, marmorizava seu belo rosto, deixava as extremidades de suas mãos e pés arroxeados, seu peito musculoso sibilava na respiração sutil e calma, quase imperceptível, num quadro que destruía todo o ser de Dean, que o observava deitado na cama, o vestindo com cuidado, em um pijama de malha, para manter o mínimo de aquecimento junto a sua pele nua, tratada com hidratante e antissépticos para seus ferimentos, que em seguida foi mais protegida ainda por cobertores quentes e edredons macios. Sempre apoiando seu braço deslocado em um travesseiro, para ser tratado tão logo a hemorragia não fosse mais a certeza da morte. Por todo o tempo, que Sam foi cuidado, preparado e aconchegado na cama, em  não se ouviam outros sons que não fossem os soluços fortes de Dean, o choro tímido de Jody, e os sons da agonia de Bobby, naquele quarto.

Dean acariciava os cabelos e o rosto de Sam, vendo Bobby trabalhar no seu corpo, com seus princípios médicos que tinha conhecimento, enquanto ouvia as lamúrias vindas da voz de Ludovico no andar de baixo, que ameaçava aos gritos os médicos que estavam atrasados demais, mas que tinham acabado de chegar. Seu avô, mesmo diante de tudo que vivia, o ajudava a enfrentar a normalidade do curso da vida, fugindo de sua dor pessoal, para poder salvar Sam, e diante da chegada dos médicos, sua pequena esperança reacendia, nas palavras altas ditas por Ludovico nervoso.

Dean se sentou ao lado do corpo de Sam na cama, o encarando em seu sono profundo, revivendo mentalmente cada sorriso que Sam lhe presenteou, cada lágrima que os desencontros o obrigou a derramar, e cada beijo trocado até aquele momento. Deixava se levar pela imensidão do sentimento que aquecia seu peito, embora o vazio o quisesse tragar, haviam tantas lembranças daquele amor que seria um despautério se entregar ao desespero. Tomava o pulso de Sam, segurando em sua mão, depositada sobre a sua, e percebia a fraqueza com que o coração, órgão vital de Sam, batia fraco, num ritmo da solidão que se comprometia a voltar habitar sua vida. Não sabia em que momento viu Benedict morrer em seus braços, deixando a escuridão total no lugar da luz de seus olhos tão azuis, que embalaram sua existência, seu renascimento, mas saberia quando a luz de Sam se apagasse, pois essa vinha de si mesmo, a luz da existência de Sam estava dentro de si, e se ela perecesse para a eternidade, quem morreria seria ele mesmo, e de outra forma, não poderia ser, não resistiria respirar mais um segundo sequer sem que a vida soprasse na matéria de Sam. A vida de Sam era sua promessa de continuar vivo, estava entrelaçado à alma de Sam, e não desejava permanecer num abismo que se desnudava com sua morte.

Dean recolheu uma pequenina lágrima que escorreu no canto do olho de Sam, que parecia ouvir seus devaneios e se apiedar dele, ou mesmo, estivesse revivendo o pesadelo que passou e não conseguisse se mexer devido ao seu caótico estado físico, preso em si mesmo. Olhou triste para a chegada de Castiel na porta do quarto, acompanhado de Ludovico, entendendo o motivo da chegada de ambos, que traziam os dois médicos atrás deles, os mesmos médicos que cuidaram dele, quando do acidente de carro, e aos quais, confiaria sua vida para que salvassem Sam.

Castiel se adiantou, em tocar suavemente no rosto de Sam, se colocando ao seu lado, tocando também o ombro de Dean, lhe chamando de volta à razão.

Castiel: Dean, ele ainda tem uma chance......deixe os médicos trabalharem....(Pediu baixinho e Dean se afastou minimamente de Sam, dando espaço aos exames dos médicos).

Ludovico ficou escorado no batente da porta, com o olhar perdido e vago para todos, e somente quando encontraram o rosto de seu neto querido, que focou suas órbitas, para passar todo o sentimento de compaixão que tinha em seu peito. Internamente, gritando para que a história não se repetisse, para que Dean nunca mais chorasse a morte de um grande amor. Sua ansiedade sempre tão controlada, tilintava em seus dedos esguios que se batiam ritmados contra a madeira debaixo de sua mão, na porta. Sendo observado de perto por ambos os caçadores que choravam em alívio pela chegada do socorro devido ao filho de coração deles.

Ludovico até então distante, apegado ao batente da porta, se aproximou da cabeceira da cama, e mesmo de pé, segurou uma das mãos de Dean, que permaneceu sentado ao lado de Sam olhando atento a cada movimento e exame que os médicos realizavam nele, mexendo em seu corpo, e assim, apertou com veemência a mão que lhe apoiava, como a de um pai, muito incomodado com os toques invasivos na pele ferida de seu amor, como se doesse em si mesmo, cada vez que apertava em algum ponto marcado, por uma pele roxa ou com tons negros de sangue interno coagulado.

Castiel sentia todo o estado de saúde de Sam, mentalizando sua consciência, e não notando reação alguma de seu corpo ferido e cansado para se recuperar sozinho, assim somente as mãos experientes da medicina para o ajudar a se recuperar, naquele momento. Olhava Dean, que em seu rosto sereno de curiosidade para saber o parecer médico, trazia um turbilhão dentro de si, uma verdadeira tempestade em alto mar, tamanho o medo que via em seus olhos, que se misturavam a dezenas de outros sentimentos e emoções guardados dentro dele, por causa do momento, mas que iria explodir a qualquer hora, levando Castiel a orar baixinho por seu amigo, que sentia perdido em meio ao seu interior aflito.

Após alguns minutos de silêncio, um dos médicos anunciou seu diagnóstico de que Sam teria que ser submetido a uma cirurgia emergencial para suturar as veias e os vasos sanguíneos que se estouraram dentro dele, diante dos ferimentos internos que provocavam a hemorragia, e também na mesma cirurgia todo o sangue vazado no interior de Sam seria drenado, para normalização do funcionamento dos seus órgão internos, mas que tal procedimento não seria garantia de salvação, tendo em vista que havia se passado muito tempo, e que o sangue estava por toda a cavidade torácica de Sam, encharcando seu coração e pulmões, assim suas chances de sobreviver eram muito poucas.

O médico ainda informou que os demais eram ferimentos graves, mas que não levavam risco de morte a Sam, além de seu braço que teria que sofrer uma outra intervenção cirúrgica minuciosa para reparo, e que no momento somente poderiam refazer a junção dos ossos em seus lugares, e imobilizar, porém os músculos e tendões rompidos teriam que ser reparados sob a lente de um especialista.

Dean apreensivo somente encarou seu amigo Castiel mais uma vez lhe pedindo socorro, tendo em vista que não haveriam meios de realizar uma cirurgia na mansão, e teriam mesmo que ir para um hospital com centro cirúrgico adequado, onde, também ele próprio não poderia ficar, e mal poderiam o proteger, diante dos demônios espalhados naquele estado caçando qualquer vampiro, e agora, com certeza caçando a Sam também, além do que não haveria mais tempo, e a possibilidade de Sam viver era pequena, conforme o médico havia dito, e mesmo que fizessem tudo, Sam continuaria em risco.

Ludovico sentiu Dean lhe puxar a mão e chorar agarrado a mesma, tamanho seu desespero, e teve que interferir na situação em sua ajuda.

Ludovico: Eu sinto muito, pequeno, ele não tem mais muito tempo....temos que levá-lo de qualquer maneira, e arriscar, senão ele vai morrer aqui, diante de nossos olhos....você entende?....(Ludovico se abaixou, ficando da altura dos olhos de Dean, e o segurou pelas mãos).

Dean engoliu o choro sofrido, pensou um pouco e se soltou das mãos de seu avô, se levantou, e voltou seu olhar para o seu amor ali estendido na cama, não desviando mais de seu rosto, sorriu para Ludovico com carinho, e encarou Castiel.

Dean: Cas, você pode trazê-lo de volta, para que fique acordado e consciente durante algum tempo ?....(Pediu sem tomar nenhuma decisão aparente e sem explicar a ninguém sua intenção).

Bobby e Jody que choravam abraçados num canto do quarto, se manifestaram, e Bobby falou com certa irritação na voz.

Bobby: Dean, não faça isso, ele vai sofrer muito, ao perceber que está morrendo.....por favor....não é justo.....vamos leva-lo para hospital agora ou deixa-lo partir em paz....por favor.

Dean: (Sem explicação alguma, gritou).....Justo?.....Não é justo comigo, ele morrer assim, Bobby.....depois de tudo que eu tenho sofrido por ele.....depois de tudo que ele fez comigo.....não é justo ele morrer e me deixar aqui, sozinho.....(Falou confuso e olhou para Castiel novamente, que assentiu)....eu não vou aceitar isso....nunca....não vou....(Olhou para seu avô e para Castiel, que somente abaixaram suas cabeças sabendo a que se referia).

Castiel tocou na testa de Sam, o fazendo recobrar a consciência de imediato, lhe trazendo de volta de seu sono profundo, atendendo um pedido de Dean, que se ajoelhou ao lado da cama, e se debruçou sobre o colchão, segurando firmemente na mão de Sam, que estava livre, aguardando ele acordar.

Sam demorou uns instantes, e começou a dar sinais de retorno, apertando os olhos, entortando a boca, em sinal de dor física, em seguida deixando escorrer mais lágrimas por seus olhos ainda fechados, e sacudindo levemente a cabeça. Dean não se aguentou em expectativa.

Dean: (Acariciava os fios de seu cabelo enquanto falava).....Sam....Sammy....meu amor....pode abrir os olhos para mim, por favor....sou eu....Dean....e estou aqui com você...está na minha casa, estamos juntos aqui, você está seguro....(Dean via todo o desconforto instalado nas expressões faciais de Sam, entendendo e se apiedando dele)....eu sei que está doendo.....mas você tem que se esforçar um pouquinho para me ouvir....entendeu?

Sam sacudiu a cabeça bem lentamente, e Castiel se afastou para não assustar mais ainda ao humano, sendo acompanhado em sua atitude por Ludovico que voltou para junto da porta. Todos olhavam para os dois tão juntos, e tão afastados pela ameaça que consumia a vida de Sam, que abriu os olhos bem devagar, tentando localizar Dean ao seu lado, acompanhando a direção de onde veio sua voz.

Sam: Dean....meu Dean....(Sua vista embaçada, pouco permitia enxergar com exatidão o rosto amado e mais lágrimas deixaram seus olhos, tamanha a dor física que sentia e também pela vergonha que lhe dominava).....eu...eu estou mesmo na sua casa?

Dean: Está sim.....está na minha cama.....(Dean também deixou mais lágrimas lhe molharem a face pela emoção de ouvir a voz de seu amor).....eu ....eu preciso muito falar com você....Sammy.....(Embargou a voz, não conseguindo continuar, tossiu).

Sam focou nos olhos de Dean, em seu rosto tão lindo, admirado pela melhora na sua visão, e alheio a tudo que se passava consigo mesmo, sentindo somente as dores excruciantes de todo o seu corpo, anestesiadas por remédios, mas ainda muito fortes.

Sam: Pode falar....meu amor....eu estava com tanto medo de nunca mais te ver novamente......(Sorriu muito fraco para Dean).

Dean: Eu sei....eu também estava com medo de te perder....(Despencou sua cabeça para baixo, deixando seu queixo quase encostar em seu pescoço, e soluçou alto em seu choro)....eu te amo muito Sammy.....muito....muito...(Disse descontrolado).

Sam: Hei, porque está chorando assim?....Nós iremos ficar juntos agora....eu vou ficar bem....eu já estou à salvo, aqui com você...meu amor...tão lindo....(tentou levar sua mão ao rosto de Dean, mas a deixou cair sobre a mão de Dean que a segurava anteriormente).

Dean: Escuta.....(Respirou fundo, olhou para o rosto sem cor de Sam).....você precisa ser levado para um hospital....amor.....(Sam sacudiu a cabeça em negação).....Calma....você está com uma grande hemorragia dentro de você....(Respirou fundo novamente, controlando ao máximo seu choro)....e tem que passar por uma cirurgia, mas não temos mais tanto tempo assim...porque demoramos para te encontrar depois que foi ferido e não tivemos como te socorrer antes....e mesmo que faça essa cirurgia não está garantido que sobreviverá.....e teremos que te levar agora para o hospital.....(Sam virou o rosto para o outro lado com medo do que viria daquela conversa, não querendo se separar de Dean)....Sam, me escuta....não faz assim.....(virou o rosto de Sam de volta para si).....não há mais nada que possamos fazer....eu não vou mentir para você.....(Passou a mão no rosto, nervoso).....você tem pouca chance de sobreviver, mesmo que faça essa cirurgia num hospital, onde também terá risco de ser morto por demônios, pois somente eu poderei estar ao seu lado.....(Dean voltou a chorar).....e eu não quero te perder, eu não posso mais viver sem você...a única chance que você tem de sobreviver é se tornando um vampiro, como eu.....e....(Foi interrompido).

Sam: (Apertou a mão de Dean e o encarou).....Me morda !

As palavras saíram com tremenda facilidade e convicção pelo lábios de Sam, que Dean nem conseguiu assimilar e acreditar naquela aceitação tão rápida e desprendida dele. Todos em volta se agitaram, enquanto Dean ficou tão surpreso, que esperou os músculos pararem de tremer para poder formular até mesmo o seu  próximo pensamento.

 

 

CONTINUA....


Notas Finais


Amados,

Muito obrigada por comentários tão lindos que acompanham
tanto cada detalhe da história. Amo cada um deles, me ajudam a
respirar e escrever.

MUITO OBRIGADA SEMPRE.....BJSSSSSSSSSSSSS!!!!!!!!!!!!!!!!!!


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