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História Anjos Solitários - Wincest - O choro contido de Ludovico


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Olá amigos,

Desculpem a demora,
mas segue mais um capítulo.

Desculpem os erros,

Ótima Leitura.

Capítulo 44 - O choro contido de Ludovico


Fanfic / Fanfiction Anjos Solitários - Wincest - O choro contido de Ludovico

 

Na madrugada daquela noite, Castiel visitou mais uma vez o quarto onde Sam dormia tranquilamente ao lado de Dean, e os dois permaneciam com as mãos unidas, e com sonhos calmos na mente de ambos, induzidos pelo arcanjo, que queria dar um descanso merecido ao seu amigo, depois daquele sofrimento todo que tinham acabado de viver, além do drama que poderia viver na manhã do dia seguinte, pois ninguém poderia adivinhar as reações de Sam, ainda mais após tantos abusos sofridos por ele e sua transformação repentina para salvar sua vida.

Na verdade, todos estavam bem apreensivos com a reação de Sam, quando acordasse como vampiro, e até Noah, que tinha se mantido nas defesas em frente a mansão durante todo o momento da transformação, estava com receio do que Sam poderia interpretar daquele gesto de Dean, apesar das explicações e da escolha feita pelo próprio Sam, conforme Ludovico havia lhe contado, ao relatar seu próprio medo, em relação a Sam.

Ainda no quarto de Dean, Castiel ficou surpreso quando viu a sombra de Ludovico adentrando mansamente, por trás de si, enquanto ele mesmo estava de pé, observando o casal em repouso.

Ludovico: (Viu o olhar de Castiel sobre os dois)....Você amou demais ao Dean, não foi?...(Perguntou curioso, puxando assunto com Castiel).

Castiel: (Sorriu com a lembrança do romance com o vampiro)....Amei sim....e ainda o amo, mas agora, como meu melhor amigo.

Ludovico: Eu estive errado o tempo todo sobre você, arcanjo...(Deu uma risadinha triste).

Ludovico falou baixo para não acordar Dean e Sam, se aproximou da cama, e depositou, carinhosamente, um beijo no rosto de Dean, que se remexeu um pouco, mas continuou dormindo. Ludovico extraiu sua concepção das emoções de Dean naquele breve contato, sorriu para o neto, como se ele o pudesse ver ali, ajeitou o edredom encima do corpo dele.

Ludovico: Ele está em paz, pude sentir, assim como sinto sua presença nele também.....e obrigado por dar a eles mais esses momentos de descanso e de paz, mesmo em sonhos....(Soube que Castiel tinha induzido um melhor sono aos dois).

Ludovico se afastou lentamente da cama, sendo seguido por Castiel, e assim que ultrapassaram a porta do quarto, que voltou a penumbra da noite.

Castiel: (Segurou com calma no braço de Ludovico).....Do que estava falando lá dentro, porque estava errado sobre mim?

Ludovico: Castiel, eu só......(Pigarreou nervoso).....me arrependo de não ter apoiado seu relacionamento com meu neto, de não o ter aconselhado a ficar com você, a tentar lhe amar como você o amava.....(Disse rápido e tentou se desvencilhar da mão de Castiel em seu braço)....me desculpe, arcanjo, infelizmente, naquela época eu pensava de outro modo....(Baixou os olhos tristes e vazios para fitar o chão).

Castiel: (Soltou Ludovico, surpreso e percebendo um verdadeiro incômodo nele)....O que está acontecendo com você, híbrido?....Você está muito diferente....muito mais emotivo....até mesmo eu estou conseguindo sentir uma tristeza muito grande vinda de você nesse momento.

Ludovico: (Se assustou um pouco com as palavras, mas não quis mentir para o arcanjo)....Eu me apaixonei Castiel.....é isso que está vendo de diferente em mim....e por isso estou triste também.....(Se encaminhou para o seu quarto de hóspedes, sem mais explicações, deixando Castiel sem palavras e sem qualquer reação no corredor do segundo andar da mansão).

Castiel mal sabia o que pensar daquela confissão de Ludovico, não sabia se ficava assustado, triste ou feliz pelo híbrido está se tornando alguém visivelmente melhor. Já a parte de sentir assustado e triste era porque algo dentro de si, dizia claramente que não gostaria de saber por quem Ludovico estava apaixonado, aquela voz interior que tenta ligar os pontos obscuros, que a mente embarreira para não serem conectados, estava gritando para se libertar, mas preferiu mantê-la em silêncio.

Mais uma vez, Castiel se concentrou em suas fontes ao redor do mundo, entrou na mente de seus anjos espalhados, para saber se algum deles tinha alguma informação a respeito de onde estaria escondido Crowley, e por consequência, onde estaria seu amor Baltazar, que só de pensar nele, se sentia sufocar, querendo deixar correr livremente as lágrimas em seu rosto. Instantaneamente pensou em como tão rápido seu pensamento passou de Ludovico apaixonado para Baltazar, e se sentiu um pouco tonto e enjoado, riu de si mesmo, e voltou a pensar em seu amor.

Na calada noite que ainda envolvia a tudo, tornando o mundo mais nostálgico e muito pior, quanto mais se tratando da ausência do seu amado, que o desesperava, já que seu mundo era ele, e agora, seu mundo estava tão vazio. Assim, Castiel sumiu no ar e só se aquietou, sentando nas pedras, um pouco acima da arrebentação do mar, ao lado da mansão de Dean, querendo ficar só, com sua mente confusa e aflita em busca de informações do paradeiro de seu mundo Baltazar.

Ludovico fechou a porta de seu quarto, e se recostou nela, escorregou até o chão da mesma, nervoso, sentindo suas pernas tremerem, sufocou sua boca com uma das mãos, para Castiel, que estava no corredor, não ouvir o nome que tanto queria gritar, mas apenas declamou baixinho para si mesmo, o nome de Baltazar, seguido de algumas lágrimas, que escondidas, no escuro de seu quarto, poderia deixar derramar. A pressão que sentia por não saber onde estava Baltazar esganava sua garganta e apertava suas costelas contra seus pulmões, ambos lhe deixando sem ar, estava também desesperado, como nunca antes em sua vida. As sensações físicas para o sofrimento eram novidade para si, que nem acreditava que eram possíveis, diante de um abalo puramente emocional, mas como estava errado. Enfim, esteve errado em muitas e muitas coisas em sua longa vida, se arrependendo tanto de não ter a compreensão de tudo, puramente por desconhecer o que era o amor. Aquele amor que estava no quarto ao lado ao seu, o amor de Dean por Sam, o amor infinito, sincero, puro e verdadeiro, era esse amor que nunca soube o que era, e nem o motivo das pessoas enlouquecerem porque o sentiam, e era a sua maior devastação, no momento, e o pior, era em saber que um amor igual aquele, que queria para si mesmo.

Ludovico ainda sentado no chão frio, com as costas na porta, se abraçou, enlaçando seus braços em seu próprio corpo, e chorou forte, chorou tudo que em séculos não deixou transparecer. Sacudindo a cabeça de um lado para outro, se contendo, mas ao mesmo tempo, que se entregava pouco a pouco, a tamanha dor, murmurava sem parar o nome de Baltazar, sofrendo por ele, pelo amor dele, pelo amor que não tem para si, sofrendo com medo de Crowley o matar ou o ferir, ao passo, que sofria por ter que entregá-lo a Castiel, sem entender, mais uma vez, porque não podia o ter para si mesmo, se o queria tanto, se o desejava tanto. E quanto mais se perguntava e se flagelava, mais chorava descontroladamente. Não aguento tanta dor dentro de si, pensou no acalento de seu neto amado, seu eterno amigo e confidente naquele amor. Ludovico chamou baixinho por Noah, que tinha certeza que o ouviria, em sua audição especial, ainda mais estando na frente da mansão de prontidão, na noite de raros conflitos, onde, até mesmo, os demônios estavam cansados de tudo, e não queria saber de lutar.

Noah ouvindo o chamado sofrido de seu avô, entrou na mansão apressado e preocupado com ele, encontrando Ludovico largado no chão de seu quarto, ainda com as roupas do dia anterior, agora, encostado na parede ao lado da porta, de onde saiu para dar passagem ao neto, que imediatamente, sem perguntar nada, se sentou de frente a ele, e o abraçou o mais apertado que conseguiu. Ludovico em seu maior momento de fraqueza, se agarrou a Noah, chorando muito ainda.

Noah: (Compreendeu e respeitou o momento de Ludovico).....Shhhh.....calma, vô.....calma....tudo vai ficar bem.....(Ludovico se afastou um pouco, e Noah limpou algumas lágrimas de seu avô, tocando em seu rosto liso e pálido).

Ludovico: Noah.....eu o quero tanto....e nunca vou poder tê-lo para mim...(Disse em desabafo, como uma criança)....me sinto sufocar a cada minuto.

Noah: Eu sei....o senhor ainda vai amar novamente....e ainda será muito amado também....o senhor merece encontrar alguém só para si.....(Noah estava morrendo de medo de Castiel escutar o que se passava, e tentava ser o mais silencioso possível, pois não sabia onde o arcanjo estava, não tendo cruzado com ele na mansão).

Ludovico: Eu estou tão cansado Noah....(Apoiou seu queixo no ombro de Noah, enquanto chorava e soluçava)....eu estou cansado de tantas coisas.....estou cansado de ser quem eu sou....de ser um estúpido por nunca ter amado ninguém....por não saber o que fazer na maior parte do tempo....estou cansado de me sentir tão sozinho....e por me culpar por amar a quem não posso....(Apertou e escondeu o rosto no peito de seu neto).....eu amo o Baltazar.....e queria poder dizer para o mundo todo....mas não posso....eu não posso nada...não posso beijar, não posso tocar, fazer amor....eu nunca vou poder nada com ele.....(Soluçou alto, e se agarrou na camisa de Noah).....isso está me matando, me corroendo por dentro....e eu estou muito cansado....e o arcanjo aqui tão perto de mim....me deixa mais certo de que eu nunca o terei...(Disse com a voz embargada).

Noah notou que depois daquele desabafo todo e o choro compulsivo, Ludovico se acalmou um pouco, e assim, serenamente o conduziu até sua cama, onde se deitou, fragilizado, com Noah se sentando na beirada da cama, lhe acariciando os cabelos finos e curtos sobre a cabeça.

Noah: Em algum lugar, existe uma pessoa para o senhor, vô.....e essa pessoa vai lhe amar muito, tanto que nem mesmo o senhor vai poder mensurar o tamanho desse amor....e assim como aconteceu hoje com Sam e o Dean, o senhor irá se unir a essa pessoa para sempre.....e....(Falava como se tivesse contando uma história para Ludovico dormir)....será muito feliz, poderá viver tudo que o amor tem para oferecer, tudo que até hoje não pode experimentar e sentir....será livre para amar de verdade.....(Sorriu meigo para Ludovico, que se sentiu mais calmo diante daquela inocente promessa de Noah, e se aconchegou nos travesseiros, deixando aquelas doces palavras embalar e enganar a sua alma sempre sombria e estafada).

Noah ainda ficou mais alguns minutos com Ludovico, esperando ele dormir, quando retirou seus sapatos, e desabotoou seu elegante colete e sua camisa social. Deixando um carinho em seu rosto bonito, e saiu do quarto, se certificando que ele dormia pesado, sinceramente descansando para o dia que viria, e engoliria a ambos na batalha novamente, ou mesmo, na luta final contra Lúcifer, tudo dependia de localizarem Baltazar, e por esse motivo estavam esperando para o ataque direto no inferno, o que preocupava muito a Noah, pois não seria justo Ludovico morrer naquele confronto sem conhecer o que era amar e ser amado de verdade, conforme havia prometido a seu avô, tão amado por eles, suas crias.

Noah foi até a sacada que havia no corredor, abriu as imensas portas de vidro, e na beirada da sacada, olhando o mar calmo, sentiu o peito apertar, localizando os diversos vampiros que estavam em volta da casa e da praia, e todos tão solitários, um afastado do outro por pouca distância, porém nunca realmente juntos, nem como amigos. Sacou de seu telefone celular, e somente conseguiu se acalmar verdadeiramente, quando ouviu a voz da sua eterna e linda namorada, Sophie, por quem era perdidamente apaixonado há tantos e tantos séculos.

 

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O ambiente era quase tão escuro quanto o restante do lugar, que se conseguia enxergar pelas frestas da parede mal acabada e praticamente em ruínas, que dividia, o altar da velha igreja, tendo aquele cômodo gelado, de um lado, e de outro a igreja, propriamente dita, de onde se via alguns bancos cumpridos de madeira, divididos em dois blocos, um pouco de cada lado daquele salão de frente, e mais próximo de onde estava, via também o púlpito com uma tribuna para pregação, e os ornamentos típicos de uma igreja católica antiga. Havia de um lado daquele altar, um enorme velário em fileiras que formavam sete linhas de velas derretidas há muito tempo, e do outro lado, havia um imenso orgão, muito antigo e empoeirado, mas que se notava o brilho opaco de seus tubos de metal, maltratados pelo tempo, mas ainda com esplendor do instrumento musical muito utilizado em hinos e cânticos durante as missas, casamentos e batizados. Nas laterais do salão retangular e alongado, se via claramente, imagens de santos e anjos, separados por grandes colunas de sustentação da construção, mas todos cobertos de grossa camada de poeira e sujeira, que mal se podia notar que eram pintados com tintas coloridas, e que possuíam a delicadeza de artesanatos antigos, realizados por Franciscanos. Toda a visão era gentilmente doada pela luz que adentrava no gigantesco buraco no teto daquela igreja, carcomida por cupins e outros insetos oportunistas.

Já no cômodo, onde estava, havia energia elétrica, tendo uma luz acessa na parede a sua frente, e ainda um pequeno abajur acesso ao lado do colchão onde estava. Tudo era diferente daquele lado da parede, o chão estava limpo, mesmo com as visíveis manchas ingratas do tempo, conseguia ver a madeira nobre que o revestia. A cama improvisada por um colchão bem alto possuía lençóis, cobertores e travesseiros limpos, havendo uma pequena geladeira, num canto mais afastado, uma pequena mesa com cadeiras ao lado da mesma, tudo limpo. E do outro lado daquela sala, havia uma estante de madeira escura com alguns livros esquecidos no local, uma escrivaninha com gavetas em madeira pesada e escura, toda trabalhada com detalhes litúrgicos, com uma cadeira que mais parecia uma poltrona em veludo vermelho, além de vários itens amontoados junto aos pés da escrivaninha, tais como tapetes enrolados e objetos típicos da igreja católica, castiçais, candelabros, taças de metal, incensários, tecas, cálices de metal com pedras, ostensórios, turíbulos e grande crucifixos, por fim, havia um cabideiro de madeira no mesmo tom da escrivaninha, com pé alto de madeira, estando penduradas vestes como mitras, casulas e estolas, também esquecidas por padres que deveriam habitar no local. Tudo indicava que, há muito tempo, houve um escritório funcionando como administração daquela igreja, justamente, naquela sala onde estava.

Claramente, comparando o salão da igreja àquela sala, alguém a tinha preparado para receber uma visita, e tinha sido limpo e abastecido para abrigar mais de uma pessoa, afinal esse era o plano de Crowley, já que Gadreel, além de preparar o lugar, agora estaria desfrutando do esconderijo com ele também, muito satisfeito após ter feito tudo que quisesse com o humano, se tudo tivesse dado certo.

Tudo que estava disposto no lugar, não cobria o chão por completo, tendo em vista a amplitude da sala bem grande, e na mesma fazia muito frio, devido aos ventos que adentravam pelo buraco no teto da igreja e se enredavam pelas frestas e rachaduras das paredes da sala. Não havia nenhum sistema de calefação que funcionasse naquele lugar, trazendo, além do frio, um desconforto muito grande no corpo de Baltazar, que acabou acordando, por esse motivo, já que suas roupas não estavam de acordo para quem espera se aventurar no frio, bem como, os cobertores sobre a cama continuavam enrolados.

Desde quando Baltazar foi levado por Crowley e surgiram naquele lugar, ele tinha ficado desacordado por vontade e poder do demônio, que impacientemente não queria responder perguntas de reféns intelectuais. E o demônio simplesmente jogou seu corpo sobre o colchão, onde permaneceu desacordado até a manhã do dia seguinte, sem se preocupar com o estado de Baltazar, se estaria aquecido ou não.

Baltazar, assim que deu sinais de seu terrível incômodo pelo frio o fazendo despertar, ouviu a voz temida no fundo de sua mente, quase como se fosse uma continuação de um sonho, ou melhor, um pesadelo.

Crowley: Bom Dia, Professor Duvalier, ou, prefere que eu te chame de anjo caído, ou só Baltazar.

Baltazar abriu seus olhos pesados, nos últimos resquícios de atuação do poder impuro em seu organismo, levantou seu corpo e se sentou no colchão, olhando em volta, se situando no novo ambiente, que não era nem um pouco assustador ou lhe intimidava, como acreditava que aconteceria, vindo de um demônio. Coçou sua nuca e os olhos para terminar de acordar.

Crowley: E aí, gostou do seu lar temporário ?....(Perguntou acompanhando o olhar de Baltazar pela sala, sentando com postura impecável em uma das cadeiras acostadas à mesa).

Baltazar: O que quer comigo, demônio ? Castiel não pode entrar no inferno.....(Falou obrigado, não queria conversar com o impuro, e se lembrou da chantagem que pairava contra sua vida).

Crowley: Eu suspeitava disso....afinal, Deus não deixaria que a vaidade crescesse no coração do seu arcanjo, já que Lúcifer pode ser varrido do mapa por ele a qualquer momento....o que o tornaria muito mais poderoso aos olhos de todas as criaturas, as quais poderia facilmente dominar com uma fama dessas.....mas isso também seria uma grande afronta a Deus....e poderia causar muitos problemas...(Riu).....como mais uma guerra no céu.....não é mesmo?....(Disse tudo olhando as próprias unhas, em total desdém ao assunto).

Baltazar: Se sabe disso tudo, porque o chantageou, me fazendo de refém?

Crowley: Porque eu acredito que o amor dele por você seja bem forte....e tão grande quanto a sua fé e obediência cega em Deus....bom, assim espero....e acho bom você acreditar nisso também, porque pode selar seu destino, professor....(Apontou para Baltazar em aviso).

Baltazar: (Encarou o demônio).....Eu tenho certeza de que ele não irá desobedecer a Deus, o amor ao nosso Senhor é absoluto e incomparável, e muito mais grandioso do que o salvamento de um anjo caído como eu.....prefiro que ele não me salve, e continue com sua graça junto aos olhos de Deus.

Corwley: Ah, que lindo.....o sacrifício, sempre o maldito sacrifício....(Levantou as mão para o alto debochando)....você se sacrificando para seu queridinho não perder sua graça e ficar tudo bem novamente....né mesmo?.....(Riu).....Vê se acorda, professor....o arcanjo é muito poderoso......e pelo que eu tenho visto, pois já estou acompanhando esse lance de vocês há um bom tempo....(Estalou os dedos para demonstrar muito tempo)....ele ama mesmo você....e como estamos no meio de algo maior do que esse seu rapto isolado, uma guerra na verdade, causada por Lúcifer, é só ele pedir ao Deus para deixar ele acabar com Lúcifer e consequentemente com a guerra, que deve estar desagradando muito a Ele lá no céu também....concorda?......(Levantou e andou até a estante abandonada, retirado um livro dela).....e Deus não é amor, como esse livro aqui sempre diz....(Levantou a capa para Baltazar ler “Holy Bible” em letras douradas gravadas no couro preto, e bateu com a outra mão na capa do mesmo)....se Ele é amor, ele não pode deixar a guerra continuar, Ele não pode deixar o arcanjo Dele ver a quem ama morrer, pode?......(Riu alto e jogou a Bíblia no colchão, caindo ao lado de Baltazar)....e agora, entendeu minha linha de raciocínio.....basta o seu arcanjo pedir a Deus....(Riu)....ou só o desobedecer mesmo....(Riu alto)....simples assim...(Bateu uma palma, satisfeito com sua própria explanação).

Baltazar não quis retrucar mais ao demônio, mesmo conhecendo a verdade sobre o equilíbrio da Terra, e que com certeza, Deus já teria Seus planos formados para cada um deles, inclusive ele próprio, e somente se fosse da vontade Dele, que Castiel desceria ao inferno para acabar com Lúcifer e a sua guerra, para o salvar, ou, do contrário, se fosse de Sua vontade, em prol da humanidade, morreria nas mãos do demônio em nome do amor que viveu com o arcanjo de Deus. Em ambos as hipóteses, Baltazar se sentia em paz, mesmo com medo do demônio à sua frente e com saudade de Castiel, da vida deles juntos, em harmonia cotidiana, vivendo o amor intensamente.

Baltazar se sentia estranhamente confortado, sabia que Castiel faria qualquer coisa para o ter de volta, e confiava plenamente no amor dele a esse ponto, mas tinha certeza, também, que Castiel não iria contra Deus, de modo algum, e por isso, acreditava que Castiel, junto aos vampiros, estariam buscando alternativas para o libertar o quanto antes, e com isso bastava aguardar seu amor chegar e o levar dali de volta ao mundo deles, só deles.

Baltazar repleto de tranquilidade, escorregou sua mão no lençol e puxou a Bíblia para si, a estudando gentilmente, entre suas folhas amareladas, mas muito legíveis na boa e velha língua inglesa, arrancando um sorriso alegre de Baltazar, que intencionava, a partir daquele momento, ler a palavra de Deus, através das palavras escritas por homens que contaram a história desde o início dos tempos, elegendo sua companheira e amiga naquele lugar e na presença do ser imundo. Seria muito mais do que um simples passatempo, seria reviver e reaprender com a leitura, a razão de tudo nas parábolas deixadas naquela escritura, que apesar de maltratada, ainda datada daquele mesmo século.

Crowley vendo a pouca, ou nenhuma, importância que Baltazar lhe dava, em suas piadinhas e deboches, e também percebendo que o professor não almejava iniciar ou estender nenhuma conversa com ele, nem mesmo para trocarem farpas, resolveu sumir dali, para espairecer  e verificar como estava a movimentação de todos na mansão com a ausência do caído. E antes de sair, viu o olhar interessado de Baltazar na bíblia.

Crowley: Pretende ler? Mesmo sabendo que foi escrita por humanos....e não por seres divinos como você já foi um dia....(Quis provocar).

Baltazar: Pretendo sim, senão se for um fardo, assistir um pecador, como eu, a ler palavras intuídas por Deus nos ouvidos de humanos puros, para que escrevessem o testemunho de Seus milagres na Terra, para propagar Vossa devoção.....(Pausou e respirou fundo).....ao invés de ater minha atenção ao sujo, que por se agraciar com seus pecados, suja-se cada vez mais....(Falou corajoso, usando de deboche inteligente para que Crowley o deixasse em paz, com seus sentimentos e pensamentos).

Crowley: Nossa, quanta sabedoria....(Sorriu, mas ficou visivelmente irritado com as palavras Baltazar)....quero ver toda essa empáfia, quando morrer e não puder cruzar os portões do paraíso, porque sua alma pertence ao inferno, assim como a de todos os anjos caídos....(Riu, e estalou os dentes e se foi, pois em momento algum pensou em torturar ou mesmo tocar num fio do cabelo do amante do arcanjo, Castiel, com quem queria negociar e não irritar).

Baltazar bufou baixo, pouco ligando para a revolta de Crowley para consigo mesmo, e sequer prestou atenção nas palavras ofensivas do demônio, pois sua alma estava num grau tão mais levado, que preferia ficar sozinho naquele lugar, para estudar algum meio de fuga, já que via tudo aberto, sem grades, sem correntes e amarras, ou mesmo, somente ser deixado em paz para buscar a presença de Deus como seu refúgio.

Baltazar se levantou e observou as portas que haviam, não parecendo nem mesmo trancadas, sendo que uma que estava aberta e dava para um pequeno e simples banheiro, e mais outras duas, uma que claramente era ligação com o salão principal da igreja e a outra que poderia levar a uma saída. Abriu essa terceira porta, que fornecia acesso a um corredor lateral da igreja, que desembocava justamente nas partes externas. Via-se que a igreja estava cercada de mato não muito alto e sem árvores, parecendo se tratar de uma área um tanto afastada ou rural. No mesmo instante, Baltazar se animou em cruzar os limites dos muros que cercavam a igreja, estando de frente ao da lateral, que delimitava o corredor, e era baixo para que qualquer pessoa o pulasse com facilidade e saísse livre em direção ao mato cerrado.

Baltazar foi jogado para trás com violência, caindo de costas no chão, num barulho estrondoso no piso de madeira antigo, assim que tentou cruzar o segundo passo após a porta, em direção ao muro para o pular. Ficou atordoado alguns minutos, com o corpo dolorido, sem entender o que o havia lhe atingindo, já que estava completamente sozinho ali, não haviam nem mesmo demônios para o vigiarem. Com muita dificuldade se pôs de pé novamente e voltou ao mesmo ponto, olhando em volta, até perceber as marcas gravadas no chão de uma gigantesca armadilha para anjos, incluindo para os caídos, como era seu caso. A marcação se alongava para o salão da igreja, onde pode ver melhor quando atravessou a porta que dava acesso ao mesmo, e se fazia bem definida no chão logo após a o início das fileiras de bancos de madeira, onde os fiéis deviam se sentar para assistir suas missas.

Baltazar percebeu o rastro de óleo sagrado dos anjos por cima da marcação, percebendo enfim que se tratava de uma armadilha para manter quem estava dentro do círculo, preso, e quem estivesse fora, não poderia entrar, especialmente, um arcanjo, já que a armadilha tinha sido montada para um arcanjo de Deus, e estava mais do que explicado porque estava sozinho naquela igreja, totalmente aberta.

Derrotado em sua pequena utopia de fuga fácil, Baltazar voltou a sala de sua reclusão, depois de passar alguns momentos estudando o grande salão da igreja barroca desativada e toda sua simplicidade, que em comunhão ao seu redor, denotava sua localização em uma área mais afastada. Em se tratando de um templo para uma pequena paróquia. Se sentou à mesa com a bíblia sagrada em mãos e se prostrou a orar fervorosamente por Castiel, para que Ele não se culpasse de sua morte, se aquele fosse seu destino.

Seu amor por Castiel era tão grande que nem mesmo em si pensava, apesar do risco que corria, somente a imagem do rosto pacifico e contemplativo de Castiel que vinha em sua mente, e seu coração estava cheio da presença dele.

O arcanjo era seu amor mais profundo, mais emocional, que misturava a ternura do sentimento confortável e acolhedor com a chama acessa da paixão, quando se tocavam. Castiel era sua salvação em todos os sentidos, já que com ele, aprendeu o que era amar e ser amado de verdade, aprendeu o mistérios e o prazer que poderia dar e receber em seu corpo, e mais importante de tudo, aprendeu a não ser mais sozinho. E mesmo, estando distante de seus olhos azuis profundos, sentia nitidamente a sua presença pelo sentimento que carregava dentro de si. Era um fato para todos os tempos vindouros e presente, que Baltazar amava Castiel.

O anjo caído resignado e mortalmente arrependido por pecar contra Deus, amava o único arcanjo e general dos exércitos de Deus. Se esse pensamento era uma paródia ou mesmo mais um dos mistérios do Senhor, Baltazar não se importava, pois era a mais pura verdade, e de verdades que o amor era construído, assim como tinha sido com ele.

 

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Dean despertou com leves toques em seu rosto, como se fosse pequenas penas lhe acariciando a face em alguns pontos, sorriu, ao perceber que pairava sobre seu rosto, os dedos de Sam, que sutilmente perscrutavam os contornos de sua face e de seus lábios, com muita delicadeza.

Sam: (Viu que Dean acordou sorrindo)....Eu acordei você, meu amor?....Desculpe.

Dean: Sim, mas eu amei ser acordado com você ao meu lado....me fazendo carinho e me chamando de amor...(Abriu os olhos para ver o rosto de Sam virado para si, e o seu corpo um pouco tombado para o seu lado também).

Dean voltou o olhar imediatamente aos olhos vermelhos de Sam, típicos de recém transformados, com a íris num tom vermelho escuro, que se olhasse bem, confundia-se com castanho, e sentiu uma imensa felicidade, ao o ver assim, tanta alegria que tomou conta de todo o seu ser. Era real a transformação de Sam, era algo infinitamente maravilhoso, era a certeza que nunca mais o veria morrer de causas naturais ou por acidentes simples, como acontecia com humanos. Sam era eterno agora, eterno para si, eterno para ficar ao seu lado, para ser amado enquanto o ar atravessasse seus pulmões. Dean ergueu seu tronco por cima do corpo de Sam, sem contudo o tocar, somente se manteve suspenso e apoiado no cotovelo, estudando cada detalhe do corpo e rosto de seu maior orgulho e amor.

Sam estava ferido ainda, porém algumas marcas estavam bem mais claras em seu pescoço, seu soro com medicamentos tinha acabado de correr e logo Dean arrancou o acesso de seu braço, lhe libertando, ficando somente a tipoia ortopédica que sustentava e imobilizava o braço de Sam.

Dean percebia todos os músculos do rosto de Sam mais evidentes e definidos, se tornando uma face mais adulta, deixando os traços tão juvenis esquecidos, assim como a cor de sua pele estava mais clara, contrastando com seus cabelos castanhos, agora mais brilhosos e escuros. Seus lábios estavam mais evidentes, bem desenhados no maxilar mais másculo. Suas feições felinas se intensificaram na parte de seus olhos apertados com pequeninas linhas de expressão que os uniam ao nariz fino e pequeno. Estava com o rosto perfeito, muito mais lindo do que já era anteriormente, fazendo o coração de Dean acelerar imediatamente com a visão.

Não poderia mensurar os efeitos da transformação no corpo de Sam, devido seu pijama, mas somente de o olhar, já notava seu peito mais estufado, parecendo mais musculoso do que era antes. Havia uma áurea diferente em Sam, algo atrativo e sensual, algo que intensificava sua beleza, seus traços e até mesmo seu cheiro, que estava mais marcante, mais encorpado e presente, deixando Dean um pouco sem jeito e atordoado com a mistura do seu doce aroma e a visão de seus olhos vermelhos penetrantes, naquele rosto digno de uma escultura Michelangelo.

 

CONTINUA....


Notas Finais


Pessoal querido do meu coração...

MUITOOOO OBRIGADAAAAA POR SEUS COMENTÁRIOSSSS.

AMO TODOSSSSSS SEMPRE.....OBRIGADAAAAA...BJSSSSS!!!!!!


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