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História Anjos Solitários - Wincest - Os amores de Dean


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Olá amigos,

Um zilhão de desculpas,
por não ter postado semana passada.
Mas, infelizmente, meu amigão de patas, meu Junior,
meu velhinho mais amado foi para o céu
dos cachorros. E não conseguia sequer ler nada,
a concentração foi a zero. Fiquei até sem trabalhar.
Assim, me perdoem, por favor.

Bom, segue mais um capítulo.
com muito amor.

Desculpem os erros.

Ótima Leitura !!!

Capítulo 63 - Os amores de Dean


Fanfic / Fanfiction Anjos Solitários - Wincest - Os amores de Dean

 

O amanhecer em Amalfitana estava nebuloso, diante da névoa que cobria todo a encosta rochosa e estacionava sobre o oceano, que se escondia dos olhos dos puros, que acompanhavam o cortejo do enterro da vampira Margareth. O ruído das ondas quebrando nas pedras era quase inaudível pela distância em altura que estavam acima do nível do mar. Noah estava na frente do cortejo abraçado a Sophie, apoiando a esposa, naquela hora mais difícil, ao lado de Ludovico e Dean, abraçados, na segunda fileira vinham Alexander e os filhos de Margareth, bem como Luca. Todos unidos, em meio aos demais puros, que demonstravam  solidariedade, ao sofrimento, essencialmente, de Noah e Sophie.

Como um hábito comum, todos estavam elegantemente vestidos de negro, em respeito ao luto estendido entre eles, assim como todos estavam silenciosos, ouvindo o choro suave de Sophie e Alexander, com quem Margareth tinha passado seus últimos anos de vida, e a quem tinha transformado e tornado seu marido.

O corpo de Margareth jazia em um carro funerário, dentro de um luxuoso caixão revestido de cetim negro, destacando seus longos cabelos loiros e sua maquiagem singela, que encobria os maus-tratos sofridos pelo isolamento na cela dos traidores, era de se observar pelo vidro translúcido do veículo, assim como o pequeno vidro localizado sobre o rosto dela, que ornamentava a tampa do caixão, de madeira negra, em consonância com o tecido que revestia seu interior.

Não houve nenhum momento em velório, apenas o cortejo que aguardou a chegada de todos na porta do cemitério para iniciarem a ida do corpo para o mausoléu de Benedict, e somente após a autorização de Ludovico que se deu início a curta caminhada até a morada final de Margareth, onde se reuniram em volta da urna de mármore negro, e esperaram o caixão ser baixado na mesma, para a tampar, junto com as flores que foram lançadas sobre o caixão. Foram dispensadas as palavras de despedida, diante do passado de traição de Margareth, e somente deixaram as lágrimas silenciosas rolarem enquanto o último adeus era dado por cada um, no momento em que a tampa da urna de mármore se fechou, revelando o nome de Margareth gravado em ferro dourado, como estava exposto na urna ao lado da sua, que constava o nome de Benedict Fatinelli.

A honra estava dada a vampira, mesmo traidora, descansaria ao lado de seu irmão legítimo, o guerreiro de nome glorificado dentre toda a espécie dos vampiros. A escolha não pairou em dúvida na mente de Ludovico, que sabia, a intenção muda de Noah, como pai, unir, seus dois filhos mortos, num mesmo lugar. Ludovico apenas concretizou o desejo de seu amado neto, que mesmo em profundo silêncio, foi compreendido e respeitado pelo gran mestre do clã.

Não houve espaço para grandes comoções ou espetáculos emocionais, que diferenciaria, e muito, aos puros presentes, esmerados na excelente educação fornecida e exigida pelo clã aos seus. Ludovico abraçou Noah por longo período após se despedirem na porta do cemitério no retorno ao castelo, ficando junto de Dean, ambos observando Noah e Sophie conduzirem os puros e se afastarem com eles em conversa em tom extremamente baixo e cortês.

Dean tinha chegado nas primeiras horas da madrugada daquele mesmo dia, sozinho, no único voo que conseguiu, com partida de Connecticult direto para a Itália, ainda percorrendo grande distância no carro do clã, que o tinha buscado no aeroporto. Ludovico o recebeu com grande alívio no coração, tendo sua presença como a chance de recuperar Noah em seu sofrimento e culpa, na qual o pai se afundava, silenciosamente a cada segundo.

Somente de manhã, quando se preparavam para o enterro de Margareth, que Dean conseguiu rever seu pai e sua mãe, não conseguindo, contudo, manter grandes conversas, que não fossem somente as palavras trocadas em alegria do reencontro deles, tão logo, se iniciou os preparativos de cada um, para se apresentarem no enterro, marcado para aquela manhã.

Dean, que também não tinha conseguido conversar com seu avô, apenas o essencial a respeito do estado calamitoso de Noah, antes de irem se recolher no momento de sua chegada no castelo, agora, andava lado a lado com Ludovico, nas extensas pastagens rasteiras que margeavam a frente do castelo. Dean com seus pés calçados de sapatos finos e caros, afundados na grama verde, com pequenas formações rochosas por todos os lados, de terno preto e sobretudo preto, encolhia seu corpo mais e mais, no frio do lugar, e, na falta da presença de Sam ao seu lado, mas se contentando na presença marcante de Ludovico em seu terno escocês de três peças, cinza chumbo, sobretudo preto e cachecol cinza, muito charmoso em seu corpo esguio de postura nobre, e ainda, combinando com os seus olhos mais cinzas naquela manhã.

Ludovico carregava o coração angustiado, pelo momento de tristeza que tinha acabado de viver ao lado de Noah, que nem de longe lembrava todo o sofrimento do enterro de Benedict, mas que havia deixado um mal estar mórbido entre eles, ainda mais com o afastamento conveniente de Noah de si. Ludovico resolveu quebrar o silêncio da pequena jornada, para a qual havia puxado Dean para o acompanhar, querendo, enfim, expor os últimos acontecimentos na convivência com Noah, para que Dean melhor compreendesse seu pai, e assim, melhor pudesse o interpelar e ajudar.

Ludovico: Dean, onde está o Sam?....(Perguntou com curiosidade momentânea).

Dean: Ele ficou nos Estados Unidos, na mansão....(Pigarreou com medo da reação de Ludovico)....ele está cuidando dos preparativos do casamento.

Ludovico o olhou, apreensivo pela informação contraditória, afinal era um momento de grande comoção para Dean, o que deveria ser acompanhado por Sam, com certeza, que sequer teria cabeça de dar continuidade aos preparativos do casamento. Ludovico leu a mente de Dean, sabendo o quanto lhe custava admitir a recusa de Sam.

Ludovico: Ele não quis vir?.....(Falou sério, aborrecido pela mentira passageira do neto em defender Sam).

Dean: É....ele....está confuso ainda, e se sente muito inseguro, vô.....(Ludovico observava a verdade nas palavras dessa vez).....ele pensou que o pai não se sentiria à vontade para conversar comigo com ele aqui, perto de mim....e também porque Margareth era irmã de Benny....e ele acreditou que ficaria deslocado com isso....ficou com medo de que os outros não entenderiam a presença dele aqui....(Abaixou a cabeça, preocupado).

Ludovico: Dean, tem certeza que foi somente por isso? Tem certeza que esse garoto não está mais uma vez, tomando atitudes indevidas na relação de vocês?....Não aceito ver você sofrendo por ele novamente....você sabe disso....(Abraçou Dean com o braço passando ao redor de seus ombros, e continuaram andando juntos).

Dean: Tenho certeza que é somente pelo motivo que lhe falei mesmo, vô.....ele está tentando mudar.....e está bem melhor....está lutando todos os dias para se recuperar e ser melhor para mim....(Pausou)....disso eu tenho certeza, vô...não se preocupe....estamos bem...(Disse um pouco inquieto).

Ludovico: Assim espero, não gostaria de afastar você dele.....mas também não vou tolerar te ver chorar mais uma vez por causa dele....(Disse firmemente).....estou cansado....e acho que você também.....temos que ter paz, agora mais do que nunca....(Olhou Dean de lado, e voltou a admirar o monte verde pelo qual caminhavam).

Dean pensou uns segundos, analisando as palavras de Ludovico, que não tinha se esquecido da própria promessa que tinha feito, ficou com medo momentâneo de que Sam voltasse a ser como antes, mas afastou tal pensamento, tossiu um pouco, engasgado com as palavras que não acompanhariam a velocidade de seu raciocínio focado em Sam, e na preocupação que ele causava em seu coração naquele instante.

Dean: Vô, eu contei para ele sobre nosso parentesco.......(Resolveu argumentar com Ludovico).....e agora ele sabe que eu tenho que ficar com ele.....agora ele entende mais do que nunca...que somos realmente da mesma família, e que não poderíamos nos separar....que eu tenho o dever de o proteger e ele a mim.....ele é a única família de sangue que tenho, assim como eu sou a única dele também....(Sorriu sem humor, ostentando a preocupação no olhar).

Ludovico: (Riu alto).....Você está me dizendo isso para justificar, se Sam fizer alguma coisa errada com você....eu não poderia separar vocês porque tem que cuidar dele.....já que ele é sua família ?......(Repetiu as palavras de Dean, riu e apertou Dean no abraço pelos ombros).....Muito esperto de sua parte.....meu pequeno....(Beijou a cabeça de Dean).....muito esperto.....mas vamos esperar que Sam realmente o mereça....dando tempo ao tempo...(Sorriu terno para Dean)....você é um dos meus maiores tesouros, não posso permitir que ninguém o machuque novamente.

Dean sorriu largo, já que seu avô havia adivinhado seus pensamentos e intenções secretas com aquela conversa, e assim que encontraram uma enorme pedra que serviria de banco, com enorme superfície lisa, ambos se sentaram. Ludovico, então, pôde colocar Dean a par da situação de Noah, enquanto ambos, por motivos diferentes e iguais, estavam com seus pensamentos e corações longes daquele lugar, daquele campo verde que se abria diante dele, com o castelo ao fundo. Dean por causa de Sam, de seu último comportamento indolente e por Noah, que tanto lhe rendia esmorecimento, e, Ludovico, por causa de Castiel, que estava sem dar notícias, e também, por seu neto amado, que por desolação da alma, se recolhia em si mesmo, afastando a todos que lhe amavam.

 

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Sam tinha acordado sozinho na enorme cama de casal do quarto de Dean, agora, o quarto deles dois, e antes mesmo de se situar, apalpou o outro lado da cama, onde seu amado sempre dormia, para procurar o corpo quente, do qual sentiu falta assim que acordou. A realidade lhe abateu, trazendo um suspiro pesado, quando se recordou que nem mesmo haviam se despedido, e Dean havia saído às pressas da mansão, sem ao menos lhe chamar, o deixando ainda sentado no mesmo lugar onde tinham acabado de ter seu último diálogo incômodo.

Sam retraiu seus olhos, segurando o choro preso em sua garganta, com a lembrança, se remexeu sozinho na cama, triste e frustrado. Dean, obviamente, estava magoado com ele, tanto que nem mesmo lhe dirigiu palavra, para se despedir para sua longa viagem. Mais uma vez, Sam via todo seu auto controle se esvair, sabendo o quando tinha culpa naquela nova situação, que ele mesmo criou com Dean. Sentiu como se uma faca atravessasse seu peito, devido a aflição que lhe abateu. Não saberia precisar quanto tempo Dean ficaria afastado de si, na Europa, mas sabia que Dean não era como ele próprio, não era orgulhoso, e por isso o ato de Dean não se despedir, dizia que não tinha sido por orgulho e sim por pura mágoa, o que machucava muito mais a Sam, com a terrível realidade que criara para si mesmo.

Sam se encolheu na cama, abraçando o travesseiro de Dean, alisando o lençol no lado onde o corpo de seu amor deveria estar repousando, naquele momento, queria que sua mão pudesse alcançar a pele macia e quente e que o cheiro dele fosse o verdadeiro, aquele original, que vinha diretamente da presença dele, e não aquela fragrância tênue que estava no travesseiro, abaixo de seu nariz.

Sam tinha medo de reviver o pesadelo do cárcere com Gadreel, quando Dean o tocasse novamente, tentando se libertar daquelas sensações que lhe causavam pavor, subordinação e nojo, acabaria por reviver em sua mente conturbada os momentos de tortura sofridos com o grande amor de sua vida, sem que pudesse controlar suas memórias.

 A maior insegurança de Sam, vinha, justamente, de um possível despertar de suas memórias. Sam sabia que fazer amor com Dean era sublime, puro, necessário e perfeito, além da exaltação do que carregavam na alma, era o momento em que se revelavam, em que o amor deles era mais latente. A intimidade e o conhecimento mútuo que se estabelecia quando faziam amor, traziam respostas para as perguntas simples e as complicadas para as inseguranças de seu coração e de seu corpo. A confiança se renovava cada vez que havia entrega entre ambos, tanto que o prazer quase ficava em segundo plano, quando se pensava no aprimoramento do próprio amor, em cada toque e em cada gesto. Sam sabia disso tudo, que só sentia tudo isso com Dean, e só se permitia sentir com Dean, e não entendia como tinha deixado aquele pesadelo se apossar de sua mente, agigantando seu medo, mesmo quando era Dean a lhe tocar. Quanto mais o tempo passava, após o pesadelo, mais distante esse se fazia de suas memórias, e a presença constante de Dean, o trazia, para o caminho inverso, o aproximava para sua alma, para o seu coração e seu para o seu corpo, mas a incerteza de que a qualquer momento poderia aceder o alarme dentro de si mesmo, estava o dominando, levando seu medo à níveis descomunais.

Sam só tinha uma certeza, que pulsava em seu coração, ainda mais naquele momento de suas vidas, momento de ausência de Dean, onde conseguia enxergar a veracidade de que seu corpo sentia falta dele, sentia a  grande ausência dele ao seu lado, sentia a lacuna deixada em cada pedacinho de pele que não tinha sido tocada por ele, durante a noite, como sempre faziam, nos muitos carinhos antes de dormirem juntos e abraçados. Sam sentia muito a falta de Dean e de seus toques em seu corpo.

Naquela manhã, ali, sozinho, na enorme cama, Sam praticamente sufocava por sentir tamanha falta do corpo de Dean, tanto que, quase podia sentir as mãos dele passearem por seu peito e costas, quase sentia o gosto da boca de Dean na sua, dando a plenitude de que Dean fazia falta, por ser seu amor, e por ser o corpo que tanto amava e desejava para si, para reivindicar como seu, e para se entregar novamente, um dia.

Sam estava com muita saudade, mas se esforçou ao máximo para se levantar, sem coragem alguma de deixar o leito de amor deles. Desceu as escadas, adentrou na cozinha, se alimentou, fazendo tempo suficiente para que conseguisse alcançar seu objetivo no momento, falar urgentemente com Dean, assim que ele voltasse do enterro de Margareth, que sabia que seria naquela manhã. Seu coração gritava de por amor e medo de o perder, depois do clima que ficou entre eles, e o distanciamento de Dean. Sam queria expor melhor seus medos, e dizer a verdade do que estava no seu coração para Dean, mesmo que, distantes, nada pudessem modificar na relação deles, mas pelo menos, teria a certeza de que Dean estaria de volta com o coração batendo por ele ainda, sem rancores, sem mágoas, somente repleto de amor.

Sam ficou horas na sala principal da mansão, tentando se concentrar em suas sessões de terapia, que começariam já numa fase avançada, e com isso ele teria que escrever sobre os seus dias, sempre descrevendo seus sentimentos para cada situação real do seu dia, e depois mostraria, seu pequeno relato diário ao psicólogo. Rabiscou algumas situações que sempre envolviam seu medo de perder Dean e a saudade que estava dele, e como ter sido ignorado pelo mais velho, tinha devastado sua auto confiança. Mas Sam não conseguia escrever nada muito profundo, já que seu pensamento estava focado nas horas, e assim que visualizou o primeiro minuto após o meio dia, Sam segurou seu telefone, com suas mãos tremendo, respirando profundamente, mantendo em suas ideias, o cronograma do que diria a Dean,  repetindo tudo na cabeça, para tentar não desvirtuar do que lhe era mais importante no momento, se desculpar e contar a verdade do que estava sentindo para o seu amor.

Após o terceiro toque, Sam foi atendido por um dos empregados do enorme castelo, que atenciosamente comunicou que a família já estava recolhida em casa, e, prontamente, foi chamar Dean ao telefone.

Dean tinha retornado com Ludovico para o castelo, e estava organizando alguns papéis no escritório, que estavam sobre a mesa de trabalho de seu pai, a quem esperava, ansiosamente, descer do quarto, onde tinha se encerrado com sua mãe, em luto, com alguns calmantes que a fariam relaxar, assim Noah estaria aguardando sua esposa adormecer para voltar à presença de seu amado filho. Dean foi chamado ao telefone, sendo anunciado o nome de Sam, se controlou ao máximo que podia, para poder conversar normalmente com ele, sem expor o quanto estava chateado e decepcionado com a atitude dele, já sabendo da condição de recuperação física e psicológica pela qual ele estava passando, não querendo o ferir e nem causar nenhum dano à mente dele. Aguardou transferirem a ligação para o escritório, onde estava.

Dean: (Segurou firme o telefone, assim que deu sinal e após suspirar pesado).....Olá Sam.

Sam : (Fechou os olhos, ao ouvir seu nome ser pronunciado pela voz amada e rouca de Dean).....Oi amor.....você está bem? E sua família, como estão?...(Perguntou medroso).

Dean: Sim, estou bem.....(Respondeu em tom de indiferença)......e quanto aos meus pais, não posso dizer muito, além de que estão sofrendo....meu avô está preocupado com meu pai, assim como eu.....e....(Pensou um pouco, mas não queria conversar com Sam naquele momento de qualquer maneira, pelo nervoso que crescia em seu peito)......estou esperando meu pai se acalmar para conversar melhor com ele....então.....(Respirou fundo, não concordando com o seu próprio comportamento)....acho melhor você desligar....ok.....(Silenciou se recriminado por maltratar Sam).

Sam: (Sentiu um tom de indiferença na voz de Dean, cortando seu coração)...Dean...não fala assim comigo.....meu amor....por favor....(As lágrimas chegaram fartas em seus olhos).....eu preciso falar com você.....(Fungou alto, em sua voz embragada).

Dean: (Percebeu que Sam estava chorando).....Sam....eu só não posso falar com você agora.....(Pausou e pensou um pouco).....serei sincero....eu não quero conversar com você....eu acho que se você decidiu ficar aí.....é porque não queria estar ao meu lado, então não tem motivos para estar me ligando, já que optou por ficar longe de mim, não foi?.....(Sam chorou mais alto no telefone, fazendo Dean ficar mais nervoso ainda, além de triste).....por favor, Sam.....não chore.....eu só estou sendo sincero com você.....não tome isso como uma punição....é só o que eu sinto....(Falou secamente).

Sam: (Engoliu o gosto salgado de suas lágrimas e ficou em pé, andando em frente a enorme lareira da sala)......Dean, não fale assim.....eu não fui com você por medo.....(Pausou).....só me escuta....só um minuto, eu te peço.....eu preciso falar com você.....(Chorou nervoso)......eu tenho medo de te perder.....eu tenho medo de tudo, amor.....eu estava apavorado com a ideia de estar aí com sua família e você, e todos me pressionarem.....eu me senti sufocado com esse ideia.....como se todos me cobrassem o tempo todo, para que eu não faça mais nenhuma burrada com você....e olha que acabei fazendo essa.....(Falou rápido com medo de Dean desligar e chorou compulsivamente).

Dean: Para com isso.....Sam....(Pediu aflito)....eu sei pelo que você está passando....me desculpe....(Se arrependeu de como falou com Sam).....só me desculpe....eu estou nervoso com tudo isso que está acontecendo, eu sinto sua falta também....e acabei descontando tudo em você....me perdoa, Sam.....(Ouvia Sam chorar sem parar do outro lado da linha).....eu sei o que você está sentindo.....(Abaixou a voz)....por favor, meu amor....me desculpe.

Sam se sentou, derrotado, recostado numa das paredes da sala, num canto qualquer, querendo sumir do mundo naquele momento, muito triste pela rispidez de Dean, quando tinha esperanças de que conseguiria desabafar com ele de modo calmo e controlado, para que ele compreendesse. Todas as palavras que tinha recitado para si mesmo, tinham desaparecido de sua mente, e se sentia perdido e enrolado, tentando a todo custo, se controlar para poder dizer tudo que queria, para poder alcançar seu objetivo de que Dean o perdoasse.

Sam: Eu só queria que soubesse, que eu não fiz nada de propósito....(Respirou profundamente várias vezes).......eu não fui com você porque minha cabeça é essa confusão....está assim....(Gesticulou sozinho)....eu fico desnorteado....eu me sinto sozinho Dean, como se fosse eu contra todo mundo....como se todos estivessem sempre me olhando, me condenando....eu sinto vergonha de mim mesmo....pelo que aquele maldito fez comigo....eu tenho tanta vergonha quando me olham, parece que eu contribui para aquilo acontecer....como se eu quisesse aquilo.....como se todos pudessem me ver no chão sendo torturado e tocado por aquele maldito caído.....(Sam desabafou, chorando alto novamente, dizendo coisas que estavam no seu coração que nunca havia dito com ninguém).....eu não queria, Dean.....me perdoa....eu não queria que ele me tocasse daquele jeito....eu nunca quis....(Sam estava deixando Dean desesperado com suas palavras)....eu tenho vergonha de você.....eu tenha vergonha do que viu....de quando me viu....daquele jeito....e eu estava com medo de viajar com você....e eu não conseguir me entregar a você.....durante essa viagem...caso eu me sentisse pressionado por todos.....por sua família......(Enfim disse o principal medo que guardava em seu esconderijo no coração).

Dean: (Sentiu a revolta arder em seus olhos pelo sofrimento que tinham feito Sam passar, e por ele não está se recuperando ainda)......Sam.....nunca sinta vergonha de mim....eu amo você....eu amo seu corpo, seu cheiro, sua pele, seu rosto....eu amo tudo em você....e nada, nesse mundo, poderia mudar isso....o que aconteceu com você não foi sua culpa....eu sei que nunca quis aquilo....eu sei, meu amor....eu confio em você....eram anjos e demônios....e você somente um humano....que lutou até o fim....e por isso que estava tão ferido quando o encontramos....eu sei que não queria, eu vi o pavor em seus olhos....eu sei, meu amor....eu compreendo tudo.....(Pausou contendo suas próprias lágrimas)......já acabou....já passou....nunca mais ninguém vai te fazer mal.....eu não vou deixar....não pense mais nisso....(Ouvir Sam parando de chorar e se acalmando  lentamente).......eu estou feliz que tenha me contado...que tenha me dito tudo isso....que bom, meu lindo....agora...vamos, mais uma vez, deixar isso para trás....(Falou um pouco mais alto, para Sam se reconfortar com suas palavras).....estamos juntos....nos amando tanto....e iremos nos casar....(Ouvir um som de riso baixo de Sam)....você está sorrindo só de pensar....eu sei que está feliz com nosso casamento....então....não pense mais nessas coisas que te deixam triste...por favor...meu amor.....nós seremos mais felizes ainda....conseguiremos viver em paz e juntos.

Sam: (Sorriu triste, mas cessando as lágrimas, bem mais calmo)....Mas e você, Dean.....você me perdoa....por não ter ido com você?....(Pediu gaguejando um pouco, com medo da resposta)....eu não tive tempo de te dizer tudo isso antes....porque você saiu rápido....e eu acabei dando uma desculpa qualquer....me desculpa por isso também....eu só queria te falar a verdade...(Pausou e Dean o interrompeu, compreensivo).

Dean: Está tudo bem, Sam.....fica calmo...eu estava magoado com sua atitude....mas agora eu compreendo que você estava se sentindo pressionado e com medo....e não conseguiu me dizer...porque eu saí correndo, com pressa para viajar....eu entendi tudo....meu vampiro lindo....estou feliz que tenha me dito a verdade.....(Falou com muita paciência).

Sam: Foi isso mesmo.....me perdoa?...(Perguntou com receio ainda).

Dean: Eu sei que precisa ouvir isso....eu te perdoo Sam.....(Falou sorrindo e com calma)........apesar, que eu não tenho do que perdoar....você que tinha que me perdoar, pela minha falta de paciência em não te entender....em te recriminar, antes de saber o real motivo de sua recusa....(Sorriu e sacudiu a cabeça).....eu estou tão mais aliviado....estou tão mais calmo....obrigado Sam...me perdoa por toda essa confusão....eu amo você....eu sempre vou te ouvir...me desculpe.

Sam: (Sorriu largo)....Eu amo tanto, tanto você....eu não sei viver um dia sem falar com você....por isso que liguei agora....(Riu tímido e pausou um instante)....eu achei que o enterro já tinha acabado....eu estava tão ansioso, que não consegui esperar....desculpe te ligar esse horário...tudo que eu não queria era atrapalhar sua conversa com seu pai....Dean....mas eu precisava falar com você, entende?....(Falou mais centrado).

Dean: Tudo bem.....foi melhor assim....muito melhor para mim.....que posso ter paz no coração com relação a você....eu estava preocupado e me sentindo oprimido pelo jeito como saí de casa.......mas agora estou tranquilo....e só tenho mesmo que te agradecer.....por ligar e ser tão sincero, e um pouco ansioso.....(Riu).....eu amo você....meu noivo.

Sam: (Estremeceu emocionado com o que Dean o tinha chamado).....Hei....diz de novo.

Dean: Eu amo você, meu noivo....(Riu mais alto).

Sam: (Sorriu e fungou, recolhendo sua tristeza no peito)....Também te amo....estou com saudades de você....senti muito a sua falta quando acordei....e você tinha ido embora sem se despedir de mim....eu sinto sua falta agora....(Falou mais triste)....e vou sentir sua falta todos os dias que ficar aí....não me deixe....por favor....(Sorriu, batendo a cabeça de leve na parede, mais contente).

Dean: Eu voltarei mais rápido que imagina....(Riu)....jamais te deixarei....amor.....queria muito estar com você agora, poder te abraçar apertado.....(Suspirou desejoso).......espera por mim.

Sam: Esperaria por toda a eternidade, se fosse preciso....e você ainda quer esperar por mim?....(Perguntou com duplo sentido, logo compreendido por Dean).

Dean: Por toda nossa eternidade, se for preciso....pelo tempo que precisar....meu amor.....(Viu Noah, entrar no escritório, onde estava, e se sentar, calmamente na sua frente, com a cabeça baixa).....fica bem, amor...por favor.

Sam: Estou bem agora....Te amo muito...volta logo tá....(Entendeu que deveria desligar, com a mudança no tom da voz de Dean, reconhecendo que deveria estar diante de alguém).

Dean: Sim, pode deixar....(Dean desligou, sorrindo leve, reparando em Noah com o olhar perdido, fixo no chão).

Sam estava renovado em suas forças, enxugou seu rosto na beirada da camiseta que vestia, apoiou sua cabeça na parede atrás de si, sorriu, pensando no quanto estava apaixonado por Dean, e no quanto ele complicava tudo com seus medos. Sorriu na certeza de que Dean voltaria lhe amando ainda, e ainda pretendendo se casar com ele, e esse último pensamento, arrancou um dos mais lindos sorrisos com covinhas profundamente marcadas no seu rosto.

Sam tinha conseguido dizer o que mais pesava em seu coração, tinha conseguido pronunciar as palavras exatas do que pretendia dizer, o que lhe era raro, pois antes brigava e dizia coisas que se arrependia depois, mas na tentativa inútil de dizer o que realmente estava sentindo, mas dessa vez, tinha conseguido com louvor, apesar de toda a agressividade de Dean no início da ligação, que o tinha abalado, e o deixado confuso e com medo, para no fim, somente trocarem palavras carinhosas e juras de amor.

Dean sabia, que agora, ambos poderiam dar mais passos à frente, sem se prenderem ao passado, ao pior momento que viveram. Sam estava feliz, mas diferente das outras vezes que ele se sentiu assim, dessa vez, ele estava bem mais leve, mais livre de si mesmo, e, Dean sentia, expressivamente, essa liberdade pulsar dentro de Sam, somente naquelas poucas palavras que trocaram naquele início de tarde, quando prevaleceu a verdade dos sentimentos de Sam, quando ele se expôs, para  esvaziar sua alma e seu coração, e no mesmo momento, o preencher somente com o amor que se comprometiam viver por toda as eternidade.

Sam sentia claramente, que enfim, estava livre para amar Dean, e quem sabe, estaria livre para se entregar à Dean, como queria, era questão somente de esperar seu amor voltar para o seu lado, e tentarem mais uma vez. A vida seria diferente para si, seria tudo diferente, mas não teria mais medo de nada, na certeza do amor que sentia por Dean, que o alcançava no seu mais íntimo segredo, para o libertar, e para que pudesse repousar com segurança, seu coração ao encontro do dele.

 

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Dean se precipitou em segurar nas mãos de Noah, as retirando de seu próprio colo, e em seguida, o abraçando com força, ao olhar para o seu rosto pálido e os olhos azuis que tanto amava, e que o faziam se lembrar de Benedict, e mesmo de Castiel.

Dean: Eu sinto muito, pai.....eu sinto muito mesmo....(Disse com a cabeça no ombro do mais velho).

Noah: (Enrolou os braços em volta de Dean que se sentou ao seu lado).....Ela me acusou com razão, filho.....eu sei que seu avô já deve ter te contado tudo....e....ela....Maggie tinha razão.....eu fui culpado por ela ter se tornando esse monstro que ela se tornou.

Dean: (Separou rápido o abraço e fitou sério Noah).....Nunca mais diga isso....ninguém tem culpa de nada.....(Pausou).....porque é tão difícil acreditar nas palavras de meu avô?....Quando ele te disse que ela mesma escolheu o mal....ela já era adulta quando Benedict morreu, ela compreendia perfeitamente a dor que vocês estavam sentindo....que todos vocês sentiam.....só que ela era tão egoísta que mesmo assim, queria atenção somente para ela....já que ele tinha partido....ela foi articulada o tempo todo....ela sequer se compadeceu do sofrimento de vocês.....e só queria que tudo rodasse em torno dela mesma, que todos a aplaudissem o tempo todo....será que não enxerga isso, pai?.....(Disse tudo que pensava de uma única vez, assustando Noah).....Ela foi má o tempo todo.....ela era invejosa....ela não era mais uma menininha doce que não entendia o que estava acontecendo a sua volta, pai.....ela não quis compreender o que sentiram com a morte de Benny, e ainda, vem culpar o senhor e o vô de tudo....(Rangeu os dentes com o ódio crescente que sentia por Margareth).....eu só estou aqui pelo senhor.....e pela mãe....jamais estaria aqui por ela....por seu enterro....sabe disso, não sabe?....(Perguntou se levantando e virando de costas para Noah, controlando sua ira ao máximo, depois que viu a expressão de espanto de seu pai, com suas palavras duras).

Noah: (Respondeu com um fio de voz).....Sim, eu sei.....eu precisava mesmo de você....eu queria muito te ver.....filho....só tenho você agora....você é tudo para mim e para Sophie....é tudo para nós.....(Se levantou e se colocou em frente a Dean, segurando seus braços).....nada do que Margareth disse sobre você é verdade....não quero que pense isso, de forma alguma...(Encarou Dean e acariciou seu rosto).....nunca daria ouvido a nada que lhe desmerecesse.....eu te amo filho, e é isso que importa para mim.

Dean se afastou discretamente do toque de seu pai, e o olhou com certa revolta, como nunca antes, mas pensava, estar agindo conforme suas emoções o comandavam, somente para ajudar Noah, além de expressar a verdade do que sentia.

Dean: (Riu sarcástico).....Não quer que eu pense no que aquela víbora disse sobre mim, ou mesmo sobre Benny?.....Mas mesmo assim, acredita nas palavras dela, quando ela culpou o senhor por ser quem ela era?......(Encarou mais firme seu pai, que fugiu do contato e se afastou de Dean, se sentando atrás da escrivaninha).....eu não estou te entendendo, pai.

Noah: Sim, porque eu sei os fatos como aconteceram....eu me lembro perfeitamente de como eu e Sophie nos fechamos na nossa dor, enquanto ela precisava de nós.....enquanto ela estava sozinha.....(Disse fugindo do olhar cortante de Dean sobre si).

Dean: NÃO!.....(Gritou).....eu não posso acreditar que o senhor realmente confia nas suas próprias palavras.....(Rodou em torno de si mesmo, esfregando o rosto).....eu sei que estou sendo um pouco rude, pai.....(Viu o rosto de Noah assustado novamente).....Mas não tem como ser diferente......por favor.....pare de se culpar.....pare de acreditar que todo o mal que Margareth abraçou foi por sua culpa, por que um dia aquela miserável se sentiu sozinha......(Respirou fundo, e colocou as duas mãos na mesa, enquanto se inclinava de frente para Noah).....sabe quantas vezes eu chorei e me senti sozinho depois que Benny morreu ?.....(Riu e deu um soco de leve na mesa)......Milhões de vezes.....e nem por isso eu reneguei vocês, nem por isso eu me fechei com vocês, que sempre foram minha família......como pode aquela que era realmente da família se sentir no direito de alegar que sofreu mais do que todos nós e que não tinha ninguém?......E que por se sentir sozinha, se entregou ao mal, e traiu todo mundo......me responde, pai?....Isso também não te soa como mentira?...(Perguntando olhando Noah no fundo dos olhos).

Noah: (Fugiu do confronto com Dean mais uma vez, abaixando seu olhar).....Eu não posso te responder isso....como poderia?

Dean: (Ergueu seu corpo novamente, e riu alto)....É claro que não pode.....e sabe porque?......Porque tudo que saiu da boca da desgraçada da Margareth era mentira.....(Gesticulou).....nenhum de nós sofreu mais do que o senhor mesmo....nem eu, nem a mamãe e nem o avô......e dentre nós a que menos sofreu....(Riu)......se é que sofreu com a morte de Benny, foi a Margareth......(Pausou, permanecendo de pé do outro lado da escrivaninha, olhando para Noah).....ela jamais poderia te acusar de qualquer coisa....de abandona-la por causa do tanto que sofriam por Benny.....ela sequer sentiu a morte dele, quanto mais se sentir sozinha....tudo mentira.....não percebe?......Ela não tinha o coração aberto ao ponto de ter sentimentos como esse, como amor de irmão.....e ela nunca foi abandona por ninguém....ela estava no castelo, ela ficou muitos anos no castelo depois que Benny se foi.....e além de vocês, ela estava junto da vovó e da mamãe....ela estava cercada de todos que amavam ela, tinha uma família aqui, tinha união dentre todos.....ela não tinha o direito de alegar abandono.....ela era má muito antes da morte de Benny....ela sempre foi cega de inveja dele....ela sempre nutriu sentimentos ruins dentro dela.....entenda, por favor...não deve acreditar em nada do que ela te disse....(Implorou para o pai).

Noah: (Estava calado, pensativo)...Eu sei o que quer dizer....compreendo seu raciocínio...(Disse amargurado).

Dean: (Ficou em pé de frente para a escrivaninha, encarando Noah sem desviar o olhar)......Eu não terminei, pai......(Pausou e coordenou seus pensamentos).....Eu sou o seu filho, eu sempre fui....acho que mesmo antes de Benny morrer....eu já o tinha como meu pai....e eu nunca deixei de ser atendido, em amor e em palavras de conforto, quando eu procurei seus braços, na minha própria dor.....porque ela não pôde fazer o mesmo?.....Porque ela se recolheu?....(Tocou suavemente na mão de Noah sobre a mesa, que levantou o olhar).....Porque, simplesmente, ela nunca sofreu, nunca sentiu nada.......ela sequer reconhecia o conceito de família, ela era tão vil, que não via em vocês um apoio, um recosto agradável na dor, ela só enxergava a si mesma, mais ninguém.....e esse pensamento dela, a levou a odiar o avô....e no fundo, no fundo, a todos nós......incluindo o senhor......(Abaixou o tom de voz).....não caía nessa última armadilha de Margareth, pai......não deixe que o mal vença.....não se volte contra nós, que te amamos.....não se revolte com nada.....(Pensou na sua experiência com Sam, na conversa de minutos antes, quando presumiu errado a atitude de Sam e se revoltou, sem saber o quanto ele sofria).....ninguém tem culpa por Margareth ter se tornado uma pessoa má.....a não ser ela mesma.....volte para nós.....do jeito que sempre foi.....esse vampiro de fibra, inteligente e centrado em cada ato e em cada palavra.....não sofra por quem não merece.....aproveite que estamos em paz, agora.....e seja feliz com tudo que lhe faz feliz.....eu preciso muito do meu pai de volta......(Sorriu e se esticou para recolher uma lágrima do rosto de Noah)....mas o vovô precisa muito mais ainda....volte por ele.....ninguém merece mais sua presença que ele....ele precisa muito mesmo do senhor....não se feche para ele....(Sorriu).

Noah: (Num ultimo e baixo fio de voz).....Chega Dean, chega filho....por favor.

Noah se levantou rápido e deu a volta na escrivaninha, puxou Dean para um abraço e ambos ficaram muito tempo em pé, os dois chorando juntos, com apenas algumas palavras desconexas ditas por ambos, que declaravam seu amor de filho para pai e de pai para filho.

Ludovico que estava no jardim em frente ao castelo, subitamente, sentiu o chamado de Noah, e sorriu, sabendo que Dean tinha conseguido, enfim, acabar com a barreira da culpa erguida pelas mentiras de Margareth, dentro do coração de Noah.

Noah ficou aturdido com o jeito agressivo de Dean falar com ele, mas por fim, aceitou que precisava mesmo daquele tratamento para acordar de seus pesadelos mais profundos, para não se afogar em toda culpa que nascia em seu coração dia após dia, e que escolheu, naquele momento, em enterrar junto de Margareth, por quem preferiu acolher somente lembranças de sua infância inocente, quando, realmente, ainda era uma garotinha, cuidada com todo carinho e esmero por ele e por Sophie, e dessa garotinha que sentiria falta, somente dessa.

Noah tinha a alma lavada, com todas as fortes emoções e momentos ruins vividos ficando para trás, no passado, se comprometendo consigo mesmo, que voltaria mesmo por Ludovico, principalmente. Noah entendia que Ludovico tinha sido a maior vítima de Margareth, e ele merecia somente bons momentos e boas lembranças a se formarem na união deles, como família. Ludovico tinha sempre sido muito mais do que seu avô amado, era seu verdadeiro pai, e que ainda estava presente, tão próximo de si, e por mais que tivesse passado séculos ao lado dele, não poderia perder mais nem um minuto para dizer que necessitava ficar junto dele por toda a eternidade, queria aproveitar a oportunidade de o abraçar novamente, e assim o chamou, intuindo o seu nome.

Ludovico adentrou rapidamente no escritório, ficando frente a frente com Noah, com o seu sorriso charmoso, meio de lado, como que dizia que estava somente esperando aquele momento, e Noah, devolvendo o sorriso, mas com seu eterno jeito tímido. Se abraçaram como se nunca o fossem fazer, como se não houvesse um amanhã. As lágrimas que correram no abraço com Dean, agora, pertenciam a geração anterior, pertenciam ao avô e ao pai, porém todas tinham sido em forma de reconciliação, de bom retorno da consciência as mentes cansadas e sofridas, que por muito tempo viveriam somente a felicidade de simplesmente estarem juntos, como nunca antes tiverem, ou, melhor, como sempre tiveram, antes da guerra, que causou todo o sofrimento neles.

Dean emocionado diante do reencontro, em pé, junto a parede, aguardando o momento certo, se juntou ao abraço, que se tornou triplo, com os braços de Ludovico e Noah ao seu redor, e as lágrimas em meios aos sorrisos, sem palavras, deram lugar somente ao longo silêncio que os unia cada segundo mais, no amor que sentiam um pelo outro.

 

CONTINUA...


Notas Finais


Pessoal,

Muito obrigada aos comentários....que tanto amo.
Obrigada pelas mensagens de carinho e pela força.

Um milhão de beijossssssssssssssssss!!!!!!!!!!!!!!!!


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