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História Anjos Solitários - Wincest - O nascimento do amor, silenciar dos medos


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Olá amigos,

Segue mais um capítulo,
quase final.

Desculpem o tamanho dele,
mas não tinha como dividir
para que ficasse menor.

Desculpem os erros.

Ótima Leitura !!!

Capítulo 66 - O nascimento do amor, silenciar dos medos


Fanfic / Fanfiction Anjos Solitários - Wincest - O nascimento do amor, silenciar dos medos

 

Noah e Sophie estavam mais fortalecidos, pelo apoio incondicional de Ludovico, que passava muitas horas conversando e confortando a ambos, que também tiveram a surpresa gratificante de que seus netos, filhos de Margareth, estavam indo morar com eles  no castelo, assim que organizassem suas vidas nos países onde estavam. Os três vampiros puros, se comprometeram com seus avós, a seguirem o clã, incondicionalmente, e a ajudar na manutenção e ampliação dos negócios da família, dentro da própria Itália e da Europa, onde atenderiam e compareceriam pessoalmente aos compromissos de galerias e exposições. Tudo a pedido de Ludovico, que mais uma vez, planejou dar essa enorme alegria a Noah, que veria seus netos construírem suas vidas junto dele, assim como ele próprio tinha visto, a Noah e Sophie.

O marido e viúvo de Margareth se tornou um transformado de grande honra, permanecendo a frente dos negócios da família na Espanha, onde tinha passado seus últimos anos ao lado de Margareth, sendo esse o único país que não ficaria sob a responsabilidade dos filhos de Margareth, dentro da Europa, e onde Alexander trabalharia, segundo os planos de negócios.

Alexander trazia imediatas notícias de cada mínimo detalhe dos assuntos do clã, aos ouvidos atenciosos de Noah, que lhe dava o devido valor, ao esforço do mesmo, em se tornar o oposto de Margareth, como bem o tinha demonstrado,  quando esteve diante de Ludovico, nos dias que seguiram após o enterro da vampira. Alexander se envergonhara da traição de sua esposa, que não lhe cabia culpa, pois nunca tinha sido elucidado das intenções maquiavélicas dela, que mascarou seus sentimentos profundos até o ultimo dia que conviveram. Alexander se viu tão surpreso quanto decepcionado com a traição absurda cometida por Margareth, e na primeira oportunidade que teve, caiu de joelhos diante de Ludovico, que leu a verdade em sua mente, e lhe deu o voto de confiança, não o desamparando, e, lhe concedendo uma posição prestigiada dentro do clã, por inspirar tamanha confiança e transparência nos negócios.

A expansão da família Fatinelli e de seus negócios primava um dos grandes sonhos de Noah, que estava se tornando real, e, com isso, o retorno financeiro seria maior, e cobriria todos os gastos com a guerra, e, manteria a família inteira por muitos séculos ainda, tranquilizando a Ludovico e ao próprio Noah, que estruturou esse planejamento, com esse intuito.

Dean, acompanhado de Sam, estaria à frente de todos os negócios dentro dos Estados Unidos e Canadá, e quanto aos países asiáticos, africanos e sulamericanos ficariam a cargo de Luca para atender aos pedidos que eram bem mais esporádicos.

A ajuda de todos os puros mais próximos estava sendo o diferencial nessa nova etapa dos negócios. Tudo milimetricamente organizado,  para se tornarem mais fortes e unidos, a cada dia, dando a Ludovico e Noah espaço para se posicionarem melhor no comando de todas as operações, além da supervisão, na distribuição dos lucros pela família, garantindo fartura e riqueza a todos. E ambos, enfim, também, teriam tempo para desfrutar de descanso e cuidados, para suas próprias vidas, sempre deixadas em segundo plano.

A mesa estava posta para o jantar no castelo, agora, com a família dos puros, muito reduzida, a somente Luca, Noah, Sophie, e Ludovico, que detinham suas taças de fino cristal em mãos, com o líquido escarlate dentro, enquanto conversavam de forma usual, assuntos diversos, alguns sobre tais mudanças nos negócios e outros sobre o futuro de cada um, o que pretendiam fazer e os planos para os períodos de descanso e férias. Todos distraídos no momento, com seus pequenos sorrisos, quando perceberam a mudança repentina no semblante de Ludovico, que se tornou mais tenso e altivo, e em seguida, relaxado e sorridente, como que pressentindo algo passageiro, fazendo a todos o acompanharem no retorno à sua normalidade, sem preocupações. E assim, que se deu por encerrada a pequena reunião familiar, Ludovico, educadamente, se recolheu ao seu quarto de hóspedes, desde a separação de Liah.

Ludovico quando entrou no quarto, seguiu até a porta da pequena varanda, sem expressar nada além de um pequenino sorriso nos lábios.

Ludovico: Pensei que era minha imaginação, quando senti sua presença no castelo, ainda enquanto jantávamos.....(Falou calmo e conciso, no escuro confortável do quarto, iluminado somente pela luz da lua e do abajur ao lado da cama).

Castiel: (Com o coração acelerado e a voz rouca pela ansiedade).....Estava te esperando, achei melhor não atrapalhar a conversa com sua família, nesse momento de paz.

Ludovico: Compreendo....(Sorriu e se virou, ficando de frente para Castiel que se materializou diante de seus olhos, sentado numa pequena poltrona de leitura dentro do quarto).....senti muito a sua falta....estava preocupado com sua ausência prolongada...(Desabafou).

Castiel estremeceu com aquela frase, tentando inutilmente parecer controlado, passou os dedos trêmulos pelo braço da poltrona, o apertando com mais força do que o normal. Tinha ficado um pouco mais de meia hora esperando por Ludovico, indeciso, depois que já estava em seu quarto, mas muito ansioso em ver a reação de Ludovico em lhe rever, e ainda, esclarecer sua própria reação no reencontro, frente a frente, com o híbrido, depois daquele tempo de silêncio. Seu estômago estava agitado, assim, como seus nervos, que pulsavam dentro de sua pele, e aquela confissão de Ludovico não ajudou, só piorou bastante seu estado, acendendo outra dúvida, se a falta que Ludovico dizia ter sentido era do amigo Castiel, ou, daquele a quem estava destinado.

Castiel se assustou com o andar calmo de Ludovico até ele, e se colocou de pé, um tanto esbaforido, assim que percebeu a pose de Ludovico parado ao seu lado, para, logo em seguida, sentir os braços de Ludovico lhe segurarem firme contra o peito dele, num abraço amoroso, revestido de respeito. Tanto que o contato foi quebrado rapidamente, com Castiel fugindo dos olhos de Ludovico, que o estudaram sem acanhamento, seguindo de seu rosto por todo o seu corpo.

Ludovico: Sente-se, arcanjo.....(Disse após o abraço, num tom risonho).....não imaginei que os anjos....(Pausou)....no seu caso arcanjo, sentissem frio....(Se virou e se sentou na beirada da cama de frente para Castiel, cruzando as pernas elegantemente, sendo seguido pelos olhos curiosos do arcanjo).....seu corpo está tremendo....(Explicou assim que notou a dúvida no rosto do arcanjo que ficou rubro).

Castiel: (Tossiu um pouco, disfarçando o nervosismo)....Pois é......(Preferiu não dar nenhuma resposta, já que não a tinha)....eu pude perceber, pela mente de todos, os últimos acontecimentos.....e....(Mudou de assunto)...sinto muito o destino de sua neta, irmã de Benedict...(Pausou)...infelizmente, ela tinha o mal dentro de si, e se entregou a ele....(Abaixou a cabeça diante do olhar atento de Ludovico).

Ludovico: Você já reparou, por quantas vezes, estivemos nessa mesma posição?.....(Castiel voltou a olhar para ele com dúvida)....sozinhos dentro do meu quarto....(Sorriu, sem sequer fazer comentário sobre o que Castiel tinha dito, mudando de assunto novamente).

Castiel: O que quer dizer com isso?.....(Perguntou incomodado com o jeito pouco convencional de Ludovico).

Ludovico: Não quero dizer nada...somente fiz uma observação....você já esteve várias vezes no meu quarto....quando me levou de volta para casa após as lutas no inferno....quando eu estava dormindo e me carregou.....depois, houve aquela vez que fiquei deprimido, e também esteve comigo no meu quarto, me confortando.....(Sorriu sedutor para Castiel).

Ludovico sentia sua boca seca e as mãos molhadas de suor, mas diferente de Castiel, entendia perfeitamente que a sua inquietude se devia a estar diante dele, sabendo que agora, Castiel estava ciente do destino que Deus reservou a ambos. Depois de dias intermináveis de espera de notícias do arcanjo, que não lhe forneciam nenhuma esperança, em sua ausência prolongada, Ludovico tinha se preparado para um reencontro não tão tardio, mas quando esse não aconteceu, ficou frustrado e temeroso.

A expectativa de amar Castiel tinha dado paz a Ludovico, e um novo ânimo para ele viver um grande amor, afinal, o próprio Baltazar que tinha feito essa revelação. O motivo primordial de sua depressão, Baltazar, tinha transformado morte em vida, a dor da perda, em esperança.

O reencontro com Baltazar foi decisivo para a nova visão de Ludovico, a respeito de sua própria vida. Baltazar vivo e um anjo novamente, o levou a recordar de sua escolha final, pouco antes de Baltazar morrer, quando Castiel insistiu para  transformar o caído em vampiro e ele se tinha recusado, e agora, estava imensamente contente com sua decisão, pois Baltazar estava onde sempre desejou estar, uma lama perdoada por Deus.

No momento em que Ludovico viu o anjo ao seu lado, dentro do inferno, soube que Baltazar estava feliz finalmente, e, somente, cabia a ele ficar feliz também, pelo seu amor, pelo descanso celestial dado a alma dele, que jamais alcançaria a Deus se o tivesse transformado em um vampiro. Ludovico não mais duvidou, não mais se lamentou, simplesmente, glorificou a presença do anjo Baltazar, vivo pela graça de Deus, e anjo por Sua misericórdia. Toda a dor foi embora de sua alma, na certeza de que Baltazar estava vivo e feliz.

As lágrimas derramadas pela dor da perda, e depois pela emoção de rever Baltazar, foram todas substituídas pela promessa de felicidade em viver novamente um grande amor. Dessa vez, com Castiel, por quem vinha nutrindo um carinho muito grande, desde quando o viu encolhido na cama de Baltazar, sozinho, recolhido em seu sofrimento, ocasião em que se escondeu em respeito ao arcanjo, que não o viu, e não o sentiu, mesmo que em seu coração estivesse nascendo aquela imensidão de sentimentos.

O dever de proteger e confortar, confundia a mente de Ludovico, entre a amizade que poderia surgir, com um sentimento muito maior que não sabia explicar. Sendo os sentimentos tão novos para si mesmo, ignorante na arte de amar, traduziu tudo como amizade, até o momento em que teve a explicação do que sentia, através dos do anjo Baltazar, que lhe deixou sentir a paz, e preparou o seu espírito para receber e amadurecer o amor dentro de si, o amor pelo amigo, o amor pelo arcanjo de Deus, o amor por Castiel.

Ludovico tinha seus próprios medos e dúvidas com relação a Castiel, mas todos foram suprimidos pela certeza do que sentia por ele. Todo o sentimento destinado a Baltazar estava guardado dentro de si, e como não houve correspondência do sentia, e, nem sequer, de longe viveu nada em concreto desse amor, a presença de Baltazar se tornou algo tênue e aprazível em seu coração, enquanto a esperança  de viver um amor com Castiel só aumentava. O arcanjo poderia se tornar seu  companheiro pela eternidade, e a ele, poderia tocar, beijar e amar livremente para todo o sempre.

Ludovico viu no amor que sentiu por Baltazar a ponte para chegar ao amor por Castiel, assim como Castiel tinha aprendido a ser amado com Baltazar, Ludovico aprendeu a amar com Baltazar. Ludovico tinha tido sua lição, aprendeu a amar, tanto assim, que estava pronto para amar Castiel.

Castiel: (Após alguns segundos em silêncio)...Verdade....acho que já estive nessa mesma posição....não fiz mais do que minha obrigação de amigo.....de seu amigo...(Confirmou, mas se recriminando por ter usado essas palavras em resposta a observação de Ludovico, que tinha mexido consigo).

Nenhum dos dois estava conseguindo agir naturalmente como antes, e Ludovico percebeu a expressão pesada de Castiel, após lhe chamar de amigo. Notando a confusão instalada nele, com todo o nervosismo que transpassava, preferiu adotar outra postura, que deixasse o arcanjo mais à vontade, ficando um pouco triste com ele, que lhe corroeu parte das esperanças, naquele termo usado, amigo.

Ludovico: Sim.....(Sorriu fracco).....gostaria de me acompanhar em uma bebida na sala?.....Eu gostaria de lhe mostrar os novos projetos para o nosso trabalho na compra e venda das peças de artes pelo mundo.....(Abaixou a cabeça, tentando segurar sua desilusão).

Castiel: Claro.....sabe que me interesso muito por esse assunto....(Respondeu aflito, se debatendo por dentro por ter surtido efeito de tristeza no rosto de Ludovico, tê-lo chamado de amigo).

O clima entre os dois foi pesado durante toda a noite, apesar da proximidade que permaneceram enquanto Ludovico demonstrava os novos rumos dos negócios do clã, após Castiel manter uma conversa amena com os vampiros na sala principal, quando foi observado por Ludovico, que ficou em silêncio, analisando cada gesto do arcanjo, que incomodado pediu para passarem ao escritório, desejando internamente, terminar logo a noite, e voltar para seu esconderijo, onde poderia relaxar toda a tensão instalada em seu físico, com os olhos de Ludovico sobre si.

Ludovico estava irritantemente calmo e controlado, na opinião de Castiel, que por vezes, viu sorrisos quase irônicos nos lábios dele, além do silêncio que fazia sua própria voz ecoar em seus ouvidos, lhe retirando todo a lógica de pensamentos. Sua mente traidora passou a noite toda se perguntando porque não expor logo tudo de que tinha ciência, e acabarem com aquele joguinho tão humano, que Castiel detestava.

Ludovico não se sentia tão confiante, e até seu desprendimento conquistado depois de saber a verdade e aceitar seus sentimentos por Castiel, estava cada vez mais longe de seu coração, sempre que notava o olhar inocente e inibido do arcanjo. Lutava bravamente contra o abatimento que o dominou após ser denominado de amigo por Castiel, não conseguia sequer falar com receio de tremer a voz e se denunciar como inseguro. Ludovico reparou nas fugas de Castiel, quando tentava a mínima aproximação do corpo dele, como um leve toque em sua mão quando mostrava algo na planilha dos custos dos negócios do clã. Isso concretizava a impressão de que Castiel não o queria, além de um amigo, dedução que o estava sufocando, o obrigando a ficar impassível e disfarçando tudo com pequenos sorrisos, de sua eterna máscara, de ser poderoso e auto confiante, ainda que, quebrado por dentro.

Castiel estava na cadeira de Noah, tendo a sua frente a mesa de trabalho dele, e Ludovico ao seu lado em pé, apontando para os papéis e explicando pausadamente cada nova diretriz do trabalho do clã. Ludovico se serviu de um uísque duplo em seu bar no escritório, oferecendo um ao arcanjo que negou, mas que reverenciou e observou quando Ludovico virou a bebida em um só fôlego dentro de sua boca, deixando claro, sua agonia em estar ao lado do arcanjo sem poder conversar o que realmente desejava.

Castiel: Acho que está na minha hora....eu preciso ir....(Falou se levantando e dando a volta na mesa, bastante nervoso, ao notar a ansiedade reprimida de Ludovico).

Ludovico engoliu a bebida quente, que queimou sua garganta e entorpeceu sua mente por alguns segundos, e sem pensar muito em seu ato, caminhou até Castiel, e o prendeu contra a mesa, colocando um braço de cada lado do corpo dele, se inclinando sobre ele, que fugiu de qualquer contato, se inclinando para trás, mais ainda, quase se sentando na mesa, para manter seu corpo separado de Ludovico.

Castiel: O que pensa que está fazendo?.....(Perguntou baixinho, num murmúrio, com a boca quase colada no ouvido de Ludovico, que tinha sua cabeça virada para Castiel).

Ludovico: Estou fazendo o que deveria ter feito assim que lhe vi no meu quarto....(Castiel virou o rosto para o lado inverso do de Ludovico).....estou fazendo o que queria ter feito quando soube da verdade....quando eu soube toda a verdade sobre nós dois....(Olhou o rosto corado de Castiel, o vendo acuado e mais tímido que o normal).

Castiel: (Suspirou baixo quando sentiu uma das mãos de Ludovico pousar em sua cintura).....Pára com isso Ludovico.....você não tem esse direito......nós somos amigos.

Ludovico colocou a testa no ombro de Castiel, sentindo o seu perfume, reunindo forças para conseguir se separar dele, diante daquela recusa decepcionante, que mais uma vez despedaçou suas esperanças. Após arfar pesado no pescoço de Castiel, que sentiu o ar quente deixar a boca de Ludovico, esse se levantou calmamente e se afastou do arcanjo, indo para o outro lado da sala.

Ludovico: Você tem razão.....(Falou baixo com muito esforço)....eu não tenho esse direito.....me desculpe por forçar você a falar sobre esse assunto....(Abaixou a cabeça arrependido do que fez e triste, em pé ao lado da enorme estante de livros).....não quis lhe faltar com o respeito...(Disse com a voz quebrada).

Castiel se repreendeu pelo que disse mais uma vez, ao ver a tristeza voltar ao semblante de Ludovico.

Castiel: Ludovico, eu não vou mentir para você.....eu não estou preparado para conversarmos sobre o que disse.....(Pausou).....sobre a verdade de nossos destinos....(Pensou uns segundos).....eu amo Baltazar.....eu o amei por tanto tempo, que é difícil para mim.....meu coração sempre foi de Baltazar.....você esteve comigo em minha dor, por perdê-lo, você viu o quanto eu sofri por ele......e....  mesmo que ele tenha me alertado dos meus sentimentos por você....eu ainda o amo muito....mesmo concordando com ele de que eu estou sentindo muito mais do que sentimento de amizade por você nesse momento....(Se calou, acreditando que não conseguiria se expressar melhor que isso, diante da dificuldade em raciocinar tão agoniado).

Ludovico ficou em silêncio absoluto, saboreando o amargor de ser rejeitado por Castiel, não conseguindo sequer ouvir mais nada.

Ludovico: Castiel, me desculpe.....(Sorriu triste para o nada, não conseguindo encarar o arcanjo).....acho melhor você ir.....eu quero ficar sozinho....me desculpe....(Disse educadamente).

Castiel se odiou por ter provocado aquela reação em Ludovico.

Castiel: Você não quer falar sobre o que está sentindo?....Eu posso lhe ouvir....ainda somos amigos....(Disse incerto).

Ludovico: (Sério e com a voz suavemente irritada, sem olhar Castiel).....Acho que não temos como ser amigos mais.....seria hipocrisia demais....(Pausou)....você mesmo confessou que sente mais do que amizade por mim.....e eu não estou diferente de você.....eu descobri a paz quando tomei ciência do que estava sentindo por você....quando Baltazar foi ao meu encontro no inferno....mas não vem mais ao caso, não iremos mais falar sobre isso, né mesmo....(Falou cortando o assunto)....você disse que não está preparado para conversar sobre esse assunto, e eu meus sentimentos estão incluídos nesse assunto....assim, realmente não temos mais nada para falar.

Castiel: Ludovico, por favor.....(foi interrompido).

Ludovico: Acho melhor você ir.....vou me recolher.....desculpe.....boa noite arcanjo....(Falou friamente e saiu do escritório, sem dar qualquer chance de Castiel falar mais nada).

Castiel muito triste por sua falha em não dizer o que sentia por Ludovico, em não se abrir com ele, e dizer tudo que estava sentindo por ele, estalou os dedos e se jogou na cama de Baltazar, muito arrependido por suas palavras, pois não era nada daquilo que tinha em mente dizer, além do que tinha se preparado para conversarem abertamente sobre tudo, bem diferente da recusa que saiu de sua boca.

Ludovico não parava de ouvir a frase de Castiel lhe dizendo que ainda amava Baltazar, e insistindo que eram amigos, e todo aquela realidade, do que tinha ouvido de Castiel, lhe minou as forças, o fazendo deitar na sua cama, com a mesma roupa que estava, se sentindo estranho e deslocado, piorando tudo quando começou a chorar, por saber que Castiel o queria somente um amigo.

Ludovico se sentiu diminuído por ser quem era, por ser um pecador, um ser abstrato, um ser único dentre todas as espécies, um misto, na união de anjo e demônio, num corpo originalmente humano. Pensou no motivo pelo qual, alguém como ele poderia, erroneamente, almejar em ter com o lindo arcanjo de Deus, um ser tão puro e maravilhoso quanto o próprio Senhor que o criou.

Ludovico se encolheu mais ainda, com a ideia de não ser merecedor de Castiel. Isso o feria muito, marcando sua alma, mas não daria mais chances para a tristeza extrema, não se entregaria mais a depressão como antes, pois tudo estava dando tão certo em sua família, além do futuro de paz que se desvendava para sua espécie, que estava segura e próspera.

Ludovico secou as lágrimas, puxou um grosso cobertor dobrado aos seus pés na cama, se ajeitou melhor, aquecido e confortável, por fora, devastado e frio por dentro. Orou, pediu a Deus, pela primeira vez em sua vida, que o perdoasse, por sua pretensão com Castiel, por semear esperanças de poder o amar um dia, e viver com ele. Em sinal de respeito e humildemente, pediu que Deus lhe desse forças para continuar a viver, e naquele momento, que o ajudasse a dormir, se rendendo aos prelúdios de enorme dor em seu coração, no golpe mais profundo do que o feito pela adaga e traição de Margareth. Quando menos percebeu, seus olhos cansados pelo pranto, se fecharam em descanso, num sono tranquilo, induzido pelo poder de Deus, mas através do seu filho mais amado, Castiel, que estava invisível, se lamentando pela cena e por Ludovico ter pedido perdão a Deus e feito aquele pedido.

Castiel tinha retornado ao castelo, decidido a enfrentar tudo que viesse de Ludovico, mas o que viu e ouviu quando chegou, invisível ao híbrido, que chorava baixinho, encolhido na cama, pedindo perdão a Deus por pretender o amar, acabou com qualquer atitude que pudesse ter de coragem, com seu coração apertado, arrependido e repleto de compaixão, só conseguiu atender ao pedido, daquele que morava, definitivamente, em seus pensamentos, o colocando para dormir com paz em seu coração, tão cansado de sofrer.

 

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Os fracos raios do sol que lutavam bravamente contra o nevoeiro trazido pelo oceano, começavam a despontar num céu azul, que certamente, iria refletir no azul escuro do mar, pintando um quadro perfeito em uma aquarela contemporânea, como um quadro de arte moderna, assim como viu o arcanjo de Deus, quando se deparou com tão deslumbrante obra de seu Pai, através da janela do quarto de Ludovico.

As cortinas do quarto foram abertas por Castiel, dando passagem a luz, como bem desejava o arcanjo, após passar a noite aos pés do seu futuro resumido no corpo em repouso sobre a cama, na qual se sentou, e acompanhou cada segundo do suave arfar entre os lábios finos de Ludovico, que dormiu a noite toda, conduzido ao envolvente sono restaurador. Castiel passou a noite entre admiração, carinho e tensão. Pela primeira vez, realmente olhava Ludovico com outros olhos, além de amigo.

Suas palavras dirigidas a Ludovico tinham se tornado pesos enormes em seu peito, ditadas por sua mente confusa, emocionalmente desgastada, por fortes mudanças em seus sentimentos e consciência recém adquirida. Tudo a respeito de Ludovico lhe traziam muito medo, e a situação somente piorou com o reencontro conturbado entre os dois.

A verdade foi tudo que não disse, tudo que se calou em sua garganta, em omissão, dando lugar as desastrosas frases, que magoaram terrivelmente a Ludovico, que não traduziam a verdade completa, a verdade explicada e esmiuçada, e assim como tinha feito Ludovico, Castiel pediu a Deus que lhe ajudasse, que abrisse o coração de Ludovico para o perdoar e o ouvir, já que não queria perder o híbrido, nem como amigo e nem como um amor.

Apavorado, Castiel não se aguentou o peso de ver a tristeza em Ludovico, e, menos de meia hora depois, já estava de volta ao castelo, determinado a conversar com Ludovico e gritar, se fosse preciso, que queria ficar ao lado dele, que queria aprender, que queria se doar e voltar a amar, mesmo que fosse algo diferente do amor que sentia por Baltazar, mas que tinha certeza, seria tão profundo quanto intenso, assim como era a personalidade do híbrido.

Como Ludovico, Castiel não queria mais sofrer, estava estafado da dor em seu coração, constante e prolongada, e Ludovico já tinha lhe mostrado ser o único competente para o fazer sentir o doce alívio, um momento que fosse de alegria, como o tinha feito como apenas amigo, e não custaria, provar da mesma ternura para voltar a se sentir feliz de verdade, tendo mais do que um amigo, tendo um amor.

Ludovico se remexeu um pouco na cama, ajustando o seu corpo para ficar de barriga para cima, se esticando, após passar a noite encolhido, de lado. Ao abrir os olhos, nem procurou pelo arcanjo no quarto, sentindo sua presença pelo mesmo perfume que sentiu na noite anterior, no pescoço dele. Os olhos fixos no teto, relembrando a mágoa depositada em seu coração.

Ludovico: Achei que tinha sido mais claro quando pedi que me deixasse sozinho....(Falou friamente, não buscando por Castiel).

Castiel: Eu não consegui ficar em paz, nem dormir e nem consegui pensar, em mais nada que não fosse em você.....(Suspirou com o silêncio).....poderia me ouvir um pouco....poderia me dar um minuto de sua atenção?...Estou te pedindo....por favor, me escute.

Ludovico: (Sorriu de lado, olhando os detalhes do teto)....Vamos conversar sobre o que ambos sabemos, mas você finge que não sabe, e eu finjo que te respeito e que não quero mais falar sobre esse assunto?....(Riu debochado, se levantou, sem olhar para Castiel, e foi em direção ao banheiro).....Acho melhor não.....por favor....vou lhe pedir mais uma vez que me deixe sozinho.

Castiel: Eu não vou deixar você sozinho novamente.....se eu estou aqui, é porque quero falar sobre nós, sem subterfúgios....(Falou se levantando também, do canto da cama, onde esteve sentado, aos pés de Ludovico).

Ludovico não deu resposta, e alguns minutos depois passou enrolado em uma toalha, em direção a uma outra porta, do closet pequeno, que ficava ao lado do banheiro, se trancando no mesmo. Visivelmente, ainda molhado do banho recém tomado, espalhando forte odor de sabonete e creme dental pelo quarto. Castiel não aceitou formular pensamento sobre a visão parcial do peito desnudo de Ludovico, de seus cabelos molhados e sua pele clara com pequeninas sardas nas costas largas, do corpo mais alto que o seu próprio, além dos olhos bem mais claros que o normal.

Após alguns minutos, o hibrido abriu a porta, terminando de dobrar os punhos da camisa social preta que vestia, em conjunto com a calça social azul marinho e sapatos pretos. Seu perfume tinha mudado para uma fragrância amadeirada com toque de almíscar suave, algo vindo de um frasco importado da França, com certeza, pensou Castiel, se perdendo no cheiro que preenchia seus pulmões, e na visão bela de Ludovico, se arrumando.

Ludovico: Pensei que tinha deixado claro que desejo a solidão....(Parou em frente a Castiel, em pé ao lado da cama, o encarando muito sio).....em resposta ao que disse, acho que você foi, suficientemente, claro ontem à noite na questão de que não existe nós. Que existe Baltazar e você, e eu, como seu amigo....(Virou de costas para Castiel na intenção de o ignorar e deixá-lo ali sozinho, e sair do quarto).

Castiel: Acho que não me ouviu direito, então....(Segurou forte no pulso de Ludovico).....eu disse que quero falar sobre nós dois.....não vou lutar contra você e sua teimosia cega.....estou pedindo que me escute, pode ser.....(Falou um pouco irritado, apertando mais o pulso de Ludovico).....só lhe deixarei sozinho depois de conversarmos, se ainda assim o quiser.....(Puxou o braço de Ludovico para perto de si, se aproximando dele, e o encarando quase o desafiando)....e não adianta sustentar esse disfarce para mim, essa postura, porque sei o que está no seu coração.

Ludovico, irritado, fez um gesto com a mão livre para mostrar que Castiel estava machucando seu pulso, fazendo, instantaneamente, ele o largar, e depois andou pelo quarto, relativamente pequeno, de hóspedes, se sentou na cama, com os pés no chão, no mesmo lugar onde tinha dormido, ficou em silêncio, dando a entender que esperava Castiel começar a falar, enquanto, se mantinha quieto, olhando para o chão com as mãos espalmadas no colchão ao lado de seu corpo, controlando sua agonia de ter chegado tão perto de Castiel, sem poder fazer nada.

Castiel: (Viu a cena e decidiu iniciar seu discurso).....Bom....desculpe se te machuquei....(Pausou para olhar Ludovico sério sem mover um músculo).....acho que você merece uma explicação pelo modo como me comportei com você ontem, e por tudo que lhe disse.....(Ludovico continuou em silêncio).....acho que me concedeu sua atenção e poderei falar agora.....(Ludovico assentiu fraco, mordendo seu lábio inferior, em nervoso).....Ludovico, me perdoa pelo que eu disse, não me fiz claro....não consegui expressar o que realmente está acontecendo comigo, depois que descobri a verdade sobre nosso destino.....eu espero que me entenda, que aceite minhas desculpas....(Respirou fundo).

Ludovico: Tudo bem Castiel.....eu vou te ouvir.....(Disse baixo, não levantando o olhar do chão, sabendo que Castiel estava vendo através de si, como tinha dito).

Castiel: Que bom.....eu desejo muito que possamos nos entender melhor....não quero que se afaste de mim....de jeito algum.....eu dou valor ao que fez por mim....ao quanto tentou me confortar do seu melhor jeito.....eu me importo com a amizade que temos.....(Falou triste).....por isso que voltei aqui e passei a noite toda esperando você acordar.....(Pausou)......sabe.....eu te ouvi ontem....(Pausou novamente)......eu que atendi seu pedido para dormir e descansar um pouco.....(Ludovico o olhou surpreso).....eu já estava aqui, invisível no quarto.....te encontrei tão triste, abandonado nessa cama....mas o pior foi te ouvir pedindo perdão a Deus por ter desejado ficar comigo, como se isso fosse um grande abuso seu, um pecado enorme, diante Dele.....quem pensa que você é, Ludovico?......Você é tão importante quanto eu mesmo para Deus.....não é menos que eu, em nada....o amor Dele por cada um de nós é imenso e igual....seja pequeno ou grande.....todos somos iguais....e você também é visto e ouvido por Ele.....(Deu uma volta pelo quarto, pensando, com Ludovico voltando a fitar o chão, com um pequenino sorriso se formando).

Ludovico estava mais aliviado com o retorno e a insistência de Castiel falar com ele, apesar do que sentia anteriormente, permanecer no seu coração. Mesmo diante das palavras de Castiel, entendia que, ele nunca seria viável para um relacionamento, e que teria que matar qualquer sentimento que tivesse por ele, até o de amizade, pois não conseguiria voltar a ser apenas amigo de Castiel, depois de toda a revelação e se descobrir com sentimentos muito diferentes do que de amigo por ele, e por outro lado, porque Castiel ainda amava Baltazar. Essa certeza conflitante, era também a certeza de muitos anos de solidão pela frente, sem os dois amores, que tentou viver.

Ludovico: Castiel, eu compreendo, mas não muda nada entre nós....não muda absolutamente nada....você é inalcançável para mim.....(Castiel arregalou os olhos, surpreso do quanto Ludovico ainda se diminuía, o quanto ele parecia triste a esse ponto)....eu sou a droga de um ser único, um grande pecador, um sujo, um predador de humanos, um assassino.....e você é lindo e puro, um arcanjo, um ser de puro poder abençoado e criado por Deus....nós estamos em polos diferentes, somos opostos....e eu entendo toda sua recusa, eu entendo de verdade....por isso acho que devemos ficar longe um do outro....pode ser difícil por causa de sua amizade com Dean, mas conseguiremos evitar de nos encontrarmos....com tanta .....(Foi interrompido por Castiel)

Castiel: Cale-se, Ludovico.....(Falou alto, em desespero, atônito por palavras que o feriam, não querendo aceitar)....eu já disse que não quero me afastar de você.....mesmo sendo diferentes, ficamos juntos todo esse tempo como amigos, e antes, eu fiquei com Dean por muitos anos....e ele era o extremo oposto de mim também....e nem por isso, eu deixei de me apaixonar por ele, e viver com ele....deixei?...(Respondeu com raiva, com os olhos faiscando contra Ludovico).....Pare de ficar tentando arrumar meios para não me ouvir....me deixe terminar de falar....(Repetiu).....eu não vou simplesmente te deixar ir.....deixar você sair de minha vida....não vou....mesmo que eu tenha que te importunar, eu vou continuar vindo te ver, de qualquer forma....(Respirou fundo se acalmando)......mas eu quero muito que aceite estar comigo....estar sempre ao meu lado, nós podemos aprender a lidar com essas mudanças....podemos....(Ludovico riu baixo, interrompendo Castiel mais uma vez).

Ludovico: O que você quer, afinal?....O que você quer comigo?....Você já disse que ama Baltazar.....(Perguntou expressando sua impaciência, e, interrompendo a fala confusa de Castiel, que estava morrendo de vergonha para dizer o que sentia).

Castiel: (Abaixou a cabeça, de pé no mesmo lugar, ao lado da cama).....Eu estou muito confuso com tudo isso....meu amor por Baltazar mudou, Ludovico.....meu amor por ele é algo tênue e calmo, ele se transformou em um amor mais tranquilo....que me transmite paz....mas quando eu penso no que estou sentindo por você....é algo tão diferente, mais intenso, mas urgente, como a necessidade de descobrir você, de descobrir seu toque, de ter você ao meu lado para acalmar essa necessidade.....(Olhou para Ludovico, cheio de vergonha)....eu não sei direito o que está acontecendo comigo.....mas eu não te vejo mais como somente meu amigo....eu me expressei muito mal....porque estou confuso, com medo...(Suspirou)....e com vergonha de você....(Pausou).....mas de uma coisa eu tenho certeza absoluta....eu não quero perder você.....eu não suportaria perder você.....(Falou triste, deixando partir toda a raiva e o jeito autoritário de antes, com os olhos cheios d’água).

Ludovico se levantou e foi até Castiel, segurou em ambas as mãos dele, de forma delicada, e o conduziu a dar alguns passos para trás, já que se aproximava cada vez mais dele, sem parar. Ambos se encarando sem fugirem dos olhos um do outro, quando Castiel, sem reação alguma, sentiu a parede em suas costas, e mais uma vez não teve como fugir de Ludovico, que separou o toque das mãos e colocou ambas as mãos dele na cintura de Castiel. O coração acelerado desenfreadamente, tornou respiração de Castiel, bem ofegante, enquanto era observado por Ludovico, que colocou sua boca rente a seu ouvido, o deixando sem jeito, totalmente sem graça.

Ludovico: Você continua sendo um anjo, tímido e puro, como sempre.....(Deu um beijo no rosto de Castiel e voltou ao seu ouvido, o sentindo se arrepiar)....eu não quero ser mais seu amigo, não somente seu amigo, e você também não quer mais....mas você ainda está confuso, e eu te respeito e não vou te forçar a nada....eu vou esperar você vir a mim....entendeu, Castiel?....(Roçou seus lábios na orelha de Castiel e sorriu, por ver ele estremecer).....Eu não vou carregar a dor da dúvida.....você ama Baltazar, e diz que me quer ao seu lado....você é um ser de luz e eu um ser obscuro, um completo nada perto de você....então.....(Ludovico se afastou de Castiel, soltando o corpo dele e se sentando na cama)....não precisa dizer nenhuma palavra mais....não precisa....eu vejo tudo através de você.....é tão nítido seus sentimentos para mim, que não precisa dizer mais nada.

Castiel soltou todo o ar que estava prendendo em seus pulmões, e voltou a olhar Ludovico, reparando que tinha ficado abalado com a aproximação repentina dele novamente, que ele compreendia tudo que sentia, que não precisava realmente falar nada, e que por fim, Ludovico estava triste ainda, e ele tivesse a mínima chance iria fugir de si, iria se afastar, talvez ainda sentindo os efeitos da depressão anterior e o medo de sofrer novamente, de ter mais um amor não correspondido em sua vida, encerrando toda e qualquer chance de viver um amor como o via ansiar, esse era o medo real de Castiel, que torturava suas esperanças.

Castiel não podia permitir Ludovico se fechar em si novamente, e muito menos, vê-lo acreditar que não o queria, que renegaria o plano de Deus, e negaria o que estavam sentindo um pelo outro, por causa de seus medos tolos. Assim, a passos lentos, se sentou ao lado de Ludovico na cama, encostando sua coxa na dele, e o abraçando de lado, o vendo sacudir a cabeça, com um sorriso triste, repousado nos lábios.

Ludovico: (Riu chateado).....Solte-me, arcanjo, siga seu caminho e eu seguirei o meu...essa confusão na sua cabeça é medo.....então, fique com seus irmãos e eu estarei bem com minha família...(Falou cansado)....respeite minha escolha de não sofrer.....eu não aguentaria ficar perto sem poder tocar em você, se assim vir a decidir....doe muito viver um amor nulo....sem esperanças....eu tive a infelicidade de estar entre você e o Baltazar....acho que Deus não viu meus sentimentos....Ele não me viu.....nessa estória toda.....(Abaixou a cabeça).....e quem sempre saí machucado sou eu....como Ele poderia saber que existe um coração em algo tão sem luz, como eu......(Riu sem humor).....não me torture Castiel.....e siga seu caminho.

Castiel fez carinho nos cabelos de Ludovico, que parecia tão confuso quanto ele mesmo. Castiel seguiu com as pontas dos dedos pelo formato do rosto de Ludovico, que fechou os olhos sentindo o toque, até Castiel virar o rosto dele em sua direção, encarando seus olhos cinzas.

Castiel: (Sorriu para ele)....Terei que mandar você se calar mais uma vez.....(Segurou nas mãos entrelaçadas de Ludovico, em seu colo, e deu um beijo terno em seu rosto, sem se afastar, arrastando seu nariz na pele dele).....eu não vou me afastar de você, pare de repetir isso....e sabe porquê?.....(Beijou os lábios de Ludovico com um simples roçar de boca, o sentindo retesar espantado)....porque eu quero você.....tudo que viu em mim, são dúvidas e medos.....que não são maiores do que a minha vontade de ficar com você....(Falou dando mais um beijo rápido em Ludovico)......eu sou péssimo com as palavras....não consegui te fazer entender que apesar de amar Baltazar....meu coração deseja se entregar a você....(Beijou Ludovico mais uma vez, ainda sem ser correspondido por ele, que o olhava assustado, muito perto de seu rosto)....você é tudo que eu quero nesse momento.....e Deus não só te ama, como Ele se importa com você também, foi Ele  que colocou Baltazar em nossas vidas, para nos unir....Seu plano foi perfeito....Ele sempre te viu....tanto que plantou dentro de mim.....esse desejo de te ter em minha existência, de amar você....e poder te fazer feliz.....(Sorriu, vendo Ludovico sorrir também, beijou Ludovico mais uma vez).....e quanto a sermos amigos....(Beijou novamente, encostando a ponta língua nos lábios de Ludovico, que correspondeu ao beijo curto).....nada impede que continuemos amigos, enquanto somos amantes....(Sussurrou a última frase no ouvido de Ludovico, fechou o sorriso e o encarou).

Castiel ficou a poucos centímetros do rosto de Ludovico, olhando dentro dos olhos dele, sentindo suas emoções revirarem dentro de seu peito, naquele momento crucial, que indicaria toda sua existência na Terra, todo o seu futuro, ansiando como nunca ser reivindicado por Ludovico, ser tomado por ele, sua timidez e toda sua vergonha tinham se dissipado naquele atos e palavras sinceras, e não aguentaria esperar por muito tempo, do jeito que estava, naquele momento, com sua alma visível e de frente para Ludovico, para o olhar atento e sedutor dele.

Ludovico sorriu largo, pousou uma mão no rosto de Castiel, ansiando, mais do que nunca, poder tocar e beijar a quem tinha dominado seu coração e seus pensamentos, por intermédio de Deus. A felicidade que cresceu em sua alma, durante as palavras finais de Castiel e aqueles pequenos beijos, era imensa, era tão esperada por ele, que sempre quis viver um grande amor, depois que aprendeu o significado disso, que não pode mais se conter, sentindo os medos e dúvidas de Castiel também em si mesmo, mas como ele tinha dito, simplesmente, resolveu confiar na palavra dele, de que o que sentia era muito maior, e era isso que importava, enfim.

Ludovico num ímpeto, colocou sua mão na nuca de Castiel e acabou com a distância que os separavam, lhe beijando com ansiedade desmedida, invadindo a boca de Castiel com sua língua, sentindo o gosto do arcanjo em sua boca, os lábios fartos do anjo em contato pleno com os seus lábios finos. Castiel suspirou pesado no meio do beijo enlouquecido e urgente de Ludovico, sentindo esquentar sua pele ao mesmo tempo que se arrepiou todo, no contato da língua dele em sua boca, buscando e sugando suavemente, se apertando contra seus lábios com desejo. A ânsia de ficar com Ludovico aflorada dentro de seu corpo era tão grande, que não conseguiu se controlar e subiu no colo dele, apoiando suas mãos nos ombros de Ludovico, que puxou o seu corpo para si. Castiel pousou uma perna dobrada de cada lado do corpo de híbrido, sentado na cama, se encaixando nele, arriando seu peso nas coxas dele, o agarrando num abraço, enquanto alisava suas costas, sem separar o beijo apaixonado, recebendo as mãos de Ludovico em seu corpo, uma em sua coxa, a apertando com vontade e a outra o segurando pela nuca, alisando e puxando seus cabelos, intercalando com idas em suas costas, o apoiando.

Todos os beijos e toques que sonhou dar em Baltazar estavam empregados naquele beijo em Castiel, a quem estava ansiando ter para si, de forma devastadora e única, numa intensidade muito além do que seria normal, e quando Castiel se aproximou daquela forma, se insinuando, extravasou o misto de desejo e saudade do que nunca teve, todo naquele beijo. O gosto doce de Castiel, o sabor da língua dele e da saliva, deixaram Ludovico entorpecido, sem fôlego, despertando o intenso desejo de o provar eternamente, e suceder mais e mais beijos no arcanjo, que para sua surpresa tinha tomado a iniciativa, e buscado o contato de seus corpos, tornando difícil a separação e o término daquele primeiro beijo, onde se conheciam e se buscavam incessantemente, elevando o grau de perfeição e delírio para ambos.

Ludovico: (Separou minimamente sua boca de Castiel, respirando com dificuldade, sorrindo, e, falando entrecortado).....Eu nunca tinha beijado um homem antes.......(Sorriu largo acompanhando o sorriso de Castiel, e fazendo carinho em seus cabelos negros).....eu nunca.....(Riu, jogando sua cabeça para trás, quando Castiel voltou a atacar sua boca, em beijos sensuais, lambendo seus lábios e projetando sua língua dentro da sua boca para que a tocasse)......Castiel....(Chamou ofegante).......eu nunca fiz amor com um homem ou com um anjo......com alguém do sexo masculino.......(Sorriu tímido).....você vai ter que me ajudar....eu nunca....entende....(Falou se desconcentrando com Castiel apertando seus ombros e o beijando várias vezes sem pausa).

Castiel: Cala a boca, Ludovico, sua boca me pertence.....fica quieto....(Falou ordenando, e Ludovico riu do jeito excitado de Castiel).....você todo me pertence, e te guiarei.....(Riu e desceu alguns beijos pelo rosto e pescoço de Ludovico).....seu cheiro é tão bom....(Lambeu a pele branca e mordiscou o lóbulo da orelha de Ludovico).

Ludovico: Você não está ajudando fazendo isso.....(Apertava as coxas grossas e quadril de Castiel, com desejo aumentando muito em si).

Castiel: Eu não brinquei quando disse que te queria.....e esse beijo me deixou com mais vontade ainda de ter você....(Desabotoou os dois primeiros botões da camisa de Ludovico, colocando sua mão no meio do peito dele, sentindo e passando calor para ele)......eu vou te ensinar tudo que precisa saber.....(Suspirou no ouvido de Ludovico, com uma mão alisando seu peito, e a outra se apoiando em seu ombro e apertando novamente, se aconchegando no colo dele, sentindo que ele estava bem excitado, aproximando suas ereções formadas).....relaxa.....me deixa te beijar mais....não se preocupe....(Sorriu no meio de mais um beijo na boca de Ludovico)....eu quero te tocar....quero ser seu, Ludovico....(Falou arrastado, levando fisgadas ao baixo ventre de Ludovico).

Ludovico estava bem excitado com Castiel o beijando sem parar, e suspirando em seu ouvido, com a voz dele mais rouca próxima de si, e a mão que começava a alisar a pele de seu peito, explorando seus mamilos e descendo por sua barriga, sentindo a trilha de calor deixada por ela. Depois daquela última frase, não pensou em mais nada, não teria medo de errar, ouvindo Castiel dizer que o ajudaria, além de que seu cérebro não captava nada mais do que desejo pelo corpo de Castiel em seus braços, se entregando e o dominando, ao mesmo tempo.

Ludovico, mais uma vez, agarrou forte o corpo de Castiel, o colou ao seu, com o arcanjo afundando o rosto em seu pescoço, e o virou na cama, puxando ambos para o alto, perto da cabeceira, repousando a cabeça de Castiel nos travesseiros com cuidado. Castiel deitou sua cabeça, e, olhou para Ludovico, ainda agarrado a ele, o puxando contra si.

Castiel: Ludovico, vem, fique aqui, sobre mim.....quero te sentir....quero sentir que me deseja, assim como eu te desejo......(Beijou Ludovico)....eu sou seu, de agora em diante... sou todo seu.....(Castiel estava com a pernas abertas com Ludovico sobre ele, os corpos se encostando, aquecidos um no outro).

Castiel se remexeu embaixo de Ludovico, se encaixando completamente nele, deixando seu quadril e sua ereção se esfregarem lentamente na ereção de Ludovico, que mais uma vez, fechou os olhos para melhor sentir o corpo de Castiel.

Ludovico: Meu Deus....Castiel....hummmm...(Gemeu alto, fazendo Castiel rir baixinho dele).

Ludovico baixou seu rosco e beijou profundamente Castiel, colocando todo o desejo em sua língua, que explorou com carinho a boca de Castiel, e seguiu para seu pescoço, sentindo mais próximo o cheiro e o gosto doce da pele, que se estendia da boca para o corpo do arcanjo. Ludovico respirava pesado no ouvido de Castiel, se deliciando com os suspiros ofegantes de Castiel, próximos ao seu ouvido, sentindo o quanto ele estava se entregando, e lhe dando prazer com aqueles beijos e toques.

Castiel estremeceu quando ouviu batidas suaves na porta do quarto de Ludovico, que parou de beijar e lamber seu pescoço e boca, no exato momento.

Noah: Vô, vô....está acordado?.....(Fez se silêncio).

Ludovico: Noah....estou quase pronto e já vou descer....(Respondeu arfando ao tentar elevar sua voz, para que Noah ouvisse).

Noah: O senhor está bem?....(perguntou colocando a mão na maçaneta, a fazendo se mexer um pouco).....é que preciso do senhor para alguns assuntos e como não desceu, e sempre levanta muito cedo, fiquei preocupado.

Ludovico: Noah, estou ótimo.....me dê um minuto, já desço....(Falou mais convicto, temendo que Noah se deparasse com ele e Castiel agarrados em sua cama, o que deixaria Castiel constrangido).

Noah se deu por vencido e desceu as escadas, sendo ouvidos, seus passos fora do quarto. Ludovico apoiou seus cotovelos ao lado da cabeça de Castiel, sorriu sem graça para ele, beijando rapidamente seus lábios, que também sorria.

Ludovico: Desculpe.....(Sorriu largo).....acho que tenho que ir trabalhar agora.

Castiel acariciou os lábios avermelhados de Ludovico, contornando o desenho de seu sorriso.

Castiel: Nunca mais quero ver esse sorriso se apagar....é tão lindo quanto você....(Falou afundando o rosto no travesseiro, tentando acreditar no que tinha acabado de acontecer, e no quanto estava feliz)....é muito fácil se apaixonar assim.....é fácil se apaixonar por você.....(Ludovico beijou seu rosto de lado, arrancando mais sorrisos dele).

Ludovico: (Engoliu em seco a vontade de ficar com Castiel ali)...Vem....vamos....vou te levar para tomar um café humano, bem caprichado....eu sei que gosta de comer....(Convidou sabendo que era verdade, que Castiel gostava de sentir o sabor das comidas, assim como fazia quando estava com Baltazar, e quando estava feliz, sempre comia).

Ludovico se levantou, puxando Castiel para se sentarem na cama, e começarem a arrumar suas roupas amarrotadas, ambos tentando esconder suas ereções, envergonhados ainda, quase não se olhando, tímidos de seus estados físicos.

Castiel: Porque você é tão teimoso?....(Perguntou descontraído)....Aposto que não ouviu quase nada do que disse....(Riu, tentando alisar sua camisa).

Ludovico: Não ouvi muito mesmo....estava mais interessado na sua boca, do que no que ela dizia....(Beijou rapidamente Castiel, se levantando da cama).....vem....meu arcanjo.

Castiel: (Riu alto).....Imaginei mesmo.....mas espero que tenha ficado claro que não iremos nos separar, não é?.....(Perguntou segurando a mão de Ludovico, que estava estendida para lhe dar apoio, ao se levantar para sair da cama).

Ludovico se aproximou e enlaçou os braços na cintura de Castiel, o colocando de pé no chão.

Ludovico: (Beijou a boca de Castiel)....Ficou claro como a água.....(Beijou novamente).....não tenha medo....não vou fugir de você, se continuarmos de onde pararmos....(Riu terno, passando segurança para Castiel, que em meio ao clima de brincadeira, ansiava por aquela certeza em seu coração).

Castiel sorriu para Ludovico e ambos, ainda ajustando suas roupas, saíram do quarto juntos.

 

CONTINUA...


Notas Finais


Espero que tenham gostado....
Muito Obrigada pelo enorme retorno do
último capítulo, MUITO OBRIGADA POR CONTINUAREM
COMIGO E COMENTAREM SEMPRE.

BJS!!!!!!!!!!!


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