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História Annabeth's love - A Morte de Percy.


Escrita por: En011

Notas do Autor


Mudei os nomes dos capítulos para não ficar muito “ Parte 1, 2, 3...”. Esse é o penúltimo. Espero que gostem.

Capítulo 6 - A Morte de Percy.


- Tenho notícias para você, Annabeth, sobre Percy. - disse Quíron na varanda da Casa Grande. - É melhor entrar para termos um conversa mais conveniente.

Naquela tarde de domingo, a chuva caía demasiadamente entre as folhas das árvores enquanto os ventos sopravam constantemente. Ao pisar no assoalho da sala de estar e sentir o calor proveniente da lareira, eu me sentia menos angustiada esperando os esclarecimentos de Quíron. Perto do abajur, me sentei na poltrona.

- Fique calma, Anne, antes de eu te contar. - Ele respirou fundo. - Foi hoje cedo. Nico e Grover vieram aqui, disseram que sabiam onde Percy estava. Me fizeram prometer que eu contasse depois de terem certeza. Mas... Nico pressentiu... - Era difícil para ele dizer isso.

- A morte dele. Percy está morto, não está? - Eu o interrompi. Não era fácil falar em voz alta essas palavras, mas era preciso.

- Sim, minha querida. Percy está morto. - Ele não chorava, mas em seu rosto se mostrava os mesmos sentimentos que ele tinha ao treinar todos os outros semideuses de eras atrás. De tristeza, pesar, afeto, mágoa até afeição. - Ele foi encontrado no mar da Costa Oeste do Canadá. Presumo que durante esses dois dias ele esteve no Alasca. A terra fora do alcance dos deuses, por isso que não tivemos nenhuma notícia. Grover, Nico, Leo, Jason se ofereceram para trazê-lo de volta. Agora, descanse. Não precisa comparecer aos treinamentos se não quiser. Ele era um jovem brilhante, Anne. Espero que você fique bem,eu me preocupo com você. - Ele me abraçou e isso foi aconchegante.

- Obrigada, Quíron. - Eu me despedi.

Muitos dos meus irmãos e meios-sangues iam embora nessa semana. E no Chalé, apenas ficavam eu e Malcolm, mas ele não estava no momento. Embaixo das cobertas eu tentava dormir, tentava ter um momento de paz. Entretanto a morte dele era desconcertante e perturbadora. Minha mente estava confusa, não parava enquanto meu corpo pedia um descanso. Eram várias recordações, perspectivas, preocupações e observações em pouco tempo e isso causava muita dor de cabeça. Como se fossem muitos sites se abrindo numa tela de computador em poucos segundos com uma questão para resolver.


 

Pergunta: A barreira mágica é forte o suficiente?

Resposta: Não por muito tempo, porém Quíron recebeu uma carta de Hécate que ela mesma iria reforçar as proteções do acampamento com muito mais poder. “ Um presentes aos meus adoráveis semideuses”, ela escreveu.


 

Pergunta: Outra tentativa de invasão dos titãs num futuro próximo?

Resposta: Pouco provável. Nesse meio tempo que se passou o oráculo não se manifestou. Nenhuma profecia. Talvez os próprios deuses tenham ido lutar contra aqueles titãs. Principalmente Poseidon.


 

Pergunta: Por que o oráculo não previu a morte de Percy?

Resposta: Às vezes... o próprio oráculo não tem um presságio de tudo. Mas...


 

Pergunta: Você quer vingança. Como iria derrotar os titãs, não é perigoso demais e muito arriscado?

Resposta: Foi uma emoção, sentimento... não sei explicar. Se eu pudesse perseguiria Oceano e o mataria, mas seria burrice. O desejo da vingança não vai me trazer paz. Eu sei que sou muito teimosa e às vezes inquieta, mas entendo muito bem o que as histórias nos ensinaram. Fraude e tragédia. Essa sensação não passa despercebida, mas tento muitas vezes ser racional.


 

Perguntas: Por que você não fugiu com Percy quando teve chance? Por que você não percebeu que Atlas estava vindo? Por que você não pediu ajuda de Leo e Piper quando ia procurar Percy? Por que você não impediu a morte dele? Como você não soube que ele estava no Alasca? Por que você não rezou aos deuses quando podia?

Respostas: …


 

Isso me incomodava, eu poderia ter feito alguma coisa para impedir a morte dele. Mas foi tarde ao perceber os meus erros. Sem nenhuma vontade de dormir, acendi a luz do abajur e peguei uma caneta e um caderno pequeno. Eram poucas palavras, riscos e desenhos que ao meu ver tinham um significado. Pequenas notas, planos de um futuro antes inimaginável. Era preciso, mas insuportável pensar em outra coisa sem ser a que mais me importava. Então larguei-o em cima do criado mudo ao lado da cama. Fechei os olhos, pensava em arquitetura.

Após alguns minutos de silêncio, apenas eu sozinha, Malcolm entrara.

- Irmã, seus amigos querem conversar com você. Parecem estar preocupados. - Ele sentou na beirada da minha cama.

- Diga a eles que eu quero ficar sozinha. Não preciso falar com ninguém agora. Eu preciso é pensar. - Eu ainda não tinha chorado, ainda não tinha derramado nenhuma lágrima. Mas foi naquele momento de hesitação, sem nenhum dos meus irmãos, apenas o Malcolm, naquele momento de quietude enquanto ele pensava, me fazia enxergar um mundo sem o Percy. Um mundo silencioso com poucas companhias. Isso me fez chorar.

- Anne, você precisa ir. Você precisa sair. Juro que não entendo como é sentir a pessoa que você mais amava morrer, mas... o que eu entendo é o que vejo. - Ele me abraçou, a primeira vez que ele fez isso. - Vejo seus amigos também sentindo falta do Percy. Mas eles se ajudam. E eles querem te ajudar, por que você não quer ser ajudada? Por que você não conversa com eles? São seus amigos!

Ele tinha razão. Talvez isso poderia melhorar – melhorar minha cabeça, melhorar o meu mundo. As conversas podem alterar o estado de uma pessoa e até salvar vidas. Essa última parte, eu lembro de todas as missões que tive. Quando eu e meus amigos fazíamos uma distração contra algum monstro enquanto outro ia lá e o detinha. Eram as palavras que nos salvavam, eram as conversas que nos davam tempo para agir. Empurrei meu cobertor para o lado, levantei-me da cama, olhei para o meu irmão. Ele entendia sem eu dizer absolutamente nada. “ Você tem razão”, ele sorriu, eram as três melhores palavras da vida dele. Eu também achava isso, mas há muito mais do que ter razão.

Eu tinha encontrado eles em volta da fogueira do Anfiteatro. Frank, Hazel, Leo, Jason, Piper e Nico me olharam quando apareci. Eles assavam marshmellows. Piper foi a primeira a dizer.

- Annabeth, senta-se com a gente. Mas antes... - Ela me abraçou e foi a mesma sensação. Aconchego. Murmurou perto do meu ouvido. - Sinto muito pelo o que aconteceu com Percy. Ele foi um ótimo amigo. Você vai ficar bem.

- Obrigada. - era a única palavra que eu conseguia dizer.

- Não se preocupe. - Ela me entregou um espeto e um marshmellow.

- Fico feliz que veio. Estava achando que você ia ficar o dia inteiro na cama. - Leo falou no outro lado da fogueira.

- Leo, seja mais sensível. - Hazel aconselhou. - Annabeth, que bom que está conosco. Estávamos preocupados, mas você veio.

- Finalmente podemos conversar sobre o Percy. Sobre as missões dele. - explicava Frank. - Uma conversa para relembrar e honrar o nosso amigo. Ele foi um grande amigo para todos nós.

Eu e todos em volta da fogueira concordamos, as luzes da fogueira ficavam mais fortes e perceptíveis a medida que o sol ia embora após a tarde chuvosa. Com um lindo arco-íris, decorava o céu.

- Tenho algo a perguntar a você, Annabeth. - Jason abriu o tema da conversa. Ele parecia triste também, todos pareciam. Mas, ao contrário, Jason tentava fazer com que a normalidade e a quietude se sobressaíssem. - Acho que todos nós temos essa curiosidade: como você e Percy saíram do Tártaro? Tipo... eu sei que foi muito esforço e ajuda , mas … como? Dizem que o ar e a temperatura são insuportáveis. Que está repleto de monstros.

- É mesmo. - concordou Leo. - Desde que resgatamos vocês naquele lugar subterrâneo de montanhas e colinas eu tenho a mesma dúvida. Será que Percy trapacearam e tiveram ajuda dos deuses mesmo com problemas de personalidades? - Disse com tom de imbecilidade. Eu ri um pouco.

- Não foi da ajuda dos deuses que tivemos, mas foram dos titãs. - Contei a eles tudo o que aconteceu no Tártaro. Uns soltaram algumas exclamações, outros ficaram em silêncio, mas todos estavam atentos. Certamente, Malcom tinha razão.

Depois que terminei de falar, todos nós comemos os marshmellows. Eram deliciosos, por fora crocante e cheiroso e por dentro quente, doce e suave. Só após alguns minutos que Nico começara a falar.

- Quando a minha irmã, Bianca, morreu, eu culpei Percy por isso durante um ano. - Ele esfregou as pontas dos dedos na calça. - Mas, sabe, eu fui um idiota. Percy podia ser muitas vezes ridículo, teimoso e sem cérebro, mas ele sabia fazer amizades e torná-las melhores. E desprezei isso. Mas... - Ele respirou fundo, olhou para o chão por um instante. - Que pela benção e vontade de meu pai, ele esteja aproveitando e se divertindo nos Campos Elísios! - Hazel assentiu.

- Campos Elísios? - perguntou Leo.

- O paraíso do Mundo Inferior. - respondeu secamente Nico.

- Ele sempre foi assim. - Grover disse. - Lembro quando eu e Percy nos conhecemos na Academia Yancy. Foi no primeiro dia de aula, todos olhavam estranhos para mim e Percy também, mas no intervalo antes dos últimos tempos de aula, a valentona e irritante Nancy Bobofit estava caçoando das minhas roupas e da minha aparência mais velha. Percy foi o primeiro a se levantar e me defender. Não lembro muito dos detalhes, mas dez minutos depois nós conversávamos constantemente. E até o último momento estávamos juntos quando possível e ele não mudava. Pelo menos nas melhores qualidades. Leal, preocupado, divertido, justo e as vezes inteligente. - Nós concordamos.

Ao olhar para o céu era noite, a lua estava ao alto, cheia e peculiarmente linda. As estrelas espalhadas pelo cosmo, e quem estudasse Astrologia saberia todas as constelações. Hazel foi a primeira a perceber que estava tarde e era hora de voltar ao chalé. Cada um se despediu e fomos para cama.

Foi naquela noite entre tantas entediantes e sem sono que eu dormi profundamente sem nenhum pesadelo e preocupação. Mas no dia seguinte, não saberia como reagir ao mortuário do Percy.



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