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História Anomalia - Anomalia


Escrita por: InfiniteVitium

Capítulo 3 - Anomalia


Sai do meu esconderijo, e vi toda a destruição que fizeram, não podia me dar o luxo de parar para chorar por ter perdido todo o nada que eu não tinha. Tinha que ver se minha mãe, ainda, pelo menos, respirava.

Depois de ter certeza que eles não estavam mais por perto, corri. Corri como uma pessoa corre em direção daquilo que sente que está perto de perder e não suportaria perder.

Quando cheguei e vi o corpo de minha mãe, pálido, sujo de sangue e duro como pedra, não consegui suportar a dor. Cai de joelhos no mato ralo e chorei, segurava o corpo de minha mãe perto de meu peito como se fosse conseguir traze-la de volta, por pelo menos alguns segundos. Mas não, isso é impossível, certo?

De repente quando abri meus olhos tudo em minha volta estava morto, o mato, os pássaros, as plantas, tudo ao meu redor fazendo um rastro. Me assustei e me joguei para trás, para longe de minha mãe. Não sabia o que estava acontecendo. Olhei para as minhas mãos, elas estavam com desenhos estranhos, e brilhavam num branco forte, eu sentia que meus olhos também brilhavam já que, mesmo sendo de noite, tudo estava iluminado para mim.

--O que está acontecendo? – Fiquei me perguntando e cada vez arrastava mais meu corpo para longe, sujando todo o meu vestido surrado de mato, mato murcho.

Foi então que eu entendi, eu sou realmente uma anomalia como eles falam, em vim trazer realmente a morte, a destruição, o caos ou pelo menos a justiça a quem traz isso, a quem merece morrer e não pobres crianças que apenas nasceram sem melanina.   

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Andei, e andei. Matando plantas, animais e outras coisas pelo caminho, deixando um rastro de destruição, mas esse rastro iria acabar quando eu chegasse na casa daqueles ‘caçadores’ e fizesse eles perceberem quão inumanos eles são. E como fazer isso? Muito simples, matando tudo o que eu ver pela frente, para eles sofrerem, como fizeram com vários.

Quando cheguei perto da casa do chefe deles. Fui em direção da janela, podia ver a família toda feliz, brincando e vivos, mesmo sabendo que para terem tanta comida e ‘luxo’, pessoas infelizes tiveram que morrer.

--Mamãe, quando o papai vai chegar? – Perguntou uma de dentes tortos, parecia ter uns 5 anos.

--Não sei filha. Hoje seu pai iria para Angola, levar umas encomendas. – A mãe respondeu.

Até parece que não sabem do que se trata essas encomendas.

Não queria mais ouvir o que eles falavam, não queria mais saber de suas estupidas vidas.

Meus olhos brilharam, tudo começou a queimar. A casa parecia estar mais quente que o sol, podia ouvir gritos, podia ouvir o som dos ossos queimando, podia sentir a dor deles e podia sentir suas almas indo para o céu.

--O QUE VOCÊ FEZ? – Gritou de longe o chefe deles, sem acreditar no que via. – Você acha que pode incendiar a casa dos outros? – Ele perguntou chegando cada vez mais perto de mim, com uma arma desgastada.

--Claro, eu sou um monstro, não sou? – Perguntei com um sorriso em meu semblante.

Ele parecia em negação, não acreditava que eu teria conseguido fazer aquilo, ainda mais matar sua família.

-- Eles não tinham nada a ver com isso. Você é louca! – Ele gritou e por fim apontou o cano na minha garganta.

--Chefe... – Um deles disse hesitante --... acho melhor, não fazer isso com ela. Ela pode... – Ele sim, parecia realmente acreditar.

--PODE O QUE? Matar a gente com um balançar de sua mão? – Ele perguntou, se virando para eles e depois deu uma gargalhada seca. -- Ela não é uma bruxa, nós falamos isso para que os outros acreditem e comprem... seus ossos. – Ele apenas falou o que eu já sabia por anos, só que dessa vez eu estava ouvindo de alguém que tinha certeza do que falava.

--Ah... então eu não sou uma bruxa. Bom saber, então do que você chama alguém que faz isso? – Com uma balançar de minha mão caucasiana fiz com que todos os companheiros dele caíssem de joelhos. – No momento em que uma mentira é pregada e acreditada por mais de uma pessoa... – fiz um pequeno movimento com o dedo mindinho, e todos os pescoços foram quebrados. -... ela se torna uma verdade, uma verdade universal. – Dei um sorrisinho para ele depois que ele voltou a olhar para mim desacreditado.

--Você... você... – Ele gaguejou e deixou a arma caída.

-- É uma filha do diabo que matou sua família e soldados, sim. – Respondi e depois fui chegando mais perto dele, tocando em seu coração. – E agora, vou te mandar para um lugar pior que o inferno. – Podia sentir as batidas acelerando e acelerando, cheguei perto de seu ouvido e sussurrei. – Apenas se lembre, você me criou. – E então seu coração parou, ele caiu na minha frente, como se não fosse mais nada.

Foi assim que aprendi, que até os predadores mais poderosos, podem cair bem na frente da pressa.  



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