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História Anomalia - Capítulo 12 - Joel é o nosso mestre.


Escrita por: Duda_104

Notas do Autor


Bem, como eu disse no capítulo anterior, irei colocar povs. Mas não será em todo capítulo, e sim em alguns, pois a história ás vezes muda de visão e vai narrar fatos que acontecem sem a presença de Joel, Jonas, Rae ou Kim.

Se estiverem gostando, comentem! Esse capítulo será narrado por Kim.

Enfim, boa leitura!!! :) :D

Capítulo 13 - Capítulo 12 - Joel é o nosso mestre.


Nem sempre sabemos quem são os nossos inimigos, então temos que estar preparados para enfrentar qualquer um. 

- Supergirl. 

**** 

— Por que você trouxe essas coisas? — perguntou Rae, vasculhando a caixa e pegando dela um pé-de-cabra. Joel o pegou de volta e afastou a caixa de Rae.

— A loira não reclamou que você tem um tio lobisomem e eles estão desprotegidos? — me encolhi, envergonhada. — Então essa é a solução.

Ele deixou o revólver em cima da mesa. Após eu olhar para o revólver e depois para Joel, consegui entender o que ele pretendia fazer.

— Você vai dar armas pra gente? — perguntei. Jonas e Rae me olharam, surpresos.

— O que você acha? — indaga Joel com desdém — Não vai se defender sozinha com um taco de beisebol.

— Então acha uma boa ideia guardar uma arma na mochila? — disse Rae. — Joel, você nunca me deixa ficar menos de dois metros perto de sua espingarda!

— Não é uma espingarda! É um rifle — corrigiu Joel. — E não é só você. Os dois ali também.

Nós três nos entreolhamos, confusos.

— Mas por quê? — foi a vez de Jonas questiona-lo.

Joel suspirou, impaciente, e virou-se para eles.

— Kim, não é? — assenti com a cabeça — Você acha que com aquele taco de beisebol, você iria sair viva?

Eu não soube como responder. Era melhor do que ficar indefesa. Mas com certeza não sairia viva. Não ficaria viva nem cinco minutos. Apenas dei de ombros, incerta. Era estranho para eu não ter uma resposta para alguma pergunta.

— Era melhor do que ficar sem nada — falei.

— Mas você iria morrer em menos de 10 segundos — alegou Joel, direto. — Prefere se defender com um taco de beisebol que iria se quebrar fácil ou com uma pistola?

Suspirei derrotada.

— Pistola.

Ele guardou-a. Encostou-se na mesa, pensativo.

— Rae, você contou sobre alguém. Um garoto suspeito...

— Michael — disse ela. Olhei para Rae, e imaginei o que se passava na sua mente.

— Luke e Katie — acrescentei.

— Jonas disse que eles falavam sobre nós — dizia Rae, incerta.

— Era algo sobre descobrir mais sobre nós, nos investigar ou lago assim.

Eles falaram tudo o que disseram. E eu falei apenas poucas palavras sobre Katie, já que ela se sentou do meu lado na aula de química.

— Notaram outra coisa estranha? Qualquer coisa?

Eles negaram. Percebi que Rae preferiu se manter calada, mas ela queria falar algo.

— Além disso, nada — falei.

— Você acha que eles podem ser monstros? — indaga Rae, receosa e cruzando os braços.

— Talvez, mas não sabemos. Esse é o problema — diz Joel — Não temos provas de que eles sejam monstros. Então, não podemos fazer nada!

— Mas e se eles forem? — Jonas se exaltou.

— Testem eles — instruiu Joel — Se vocês tentarem qualquer coisa, vão se dar mal.

— E se eles nos atacarem, tudo bem? — perguntou Jonas. O olhei brava.

— Será que dá para você deixar ele falar? — na escola, ou em qualquer outra situação, eu não falaria isso, deixaria para a minha mente. Mas as circunstâncias eram tão tensas que eu tive que deixar sair.

— Garoto, eu estou tentando fazer o máximo que posso! — afirmou Joel. — Quer saber se são monstrous ou não, dispare uma bala contra eles e vamos ver se são ou não.

— Então como vamos nos prevenir?

— Fiquem próximos deles! — falou Joel — Segunda-feira, quero que os investiguem, mas de longe e com cuidado. Então venham amanhã se quiserem viver!

Era impressionante como Joel conseguia por medo em nós, mas, ao mesmo tempo, nos avisar e fazermos decorar cada palavra. Acredito que seja parte da personalidade dele, mas seus olhos, que me fazia me lembrar de quando ele era um lobisomem, e os olhos pareciam serem os mesmos.

— Tem outro motivo para você fazer isso! — afirmou Rae, decidida — Joel, você não faria isso por qualquer coisa!

Joel suspirou mais uma vez, irritado.

— Querem saber a verdade? Mesmo dentro de casa, vocês estão em perigo! — ele falou alto e claro — O que vocês pensam quando eu digo que monstrous estão atrás de vocês? Vampiros, lobisomens e fantasmas?

— Você nos deu sal grosso — falei, baixinho.

— Vão vir mais deles! Muitos deles! E de outras espécies! — Joel falou de modo severo — Aquilo foi só o início. Não me perguntem nada sobre a Vindicta porque não sei de nada, e nem puxem o meu saco por isso.

Ele tirou depois uma escopeta da caixa.

— Vou ensinar vocês a atirarem. Saber como agir quando um monstro, seja lá o que ele for, se ele te atacar!

Todos nos entreolhamos.

— O.k., pelas suas caras vocês não querem andar por aí com uma arma. — ele fingiu desdém.

— Isso é loucura — digo, incrédula.

— Não vale a pena desperdiçar o meu tempo. Então, já preparem os seus velórios. — Joel nos avisou.

Olhei para o nada na parede ao lado.

Honestamente, aquela não me era uma má ideia. O que eu estava realmente preocupada era sobre o meu risco de vida ou morte. Andar com uma arma pode ser até melhor, mas tem que tomar cuidado para escondê-la de todos. Estava extremamente com medo. Isso não só eu, mas todos com exceção de Joel, deixava na cara.

Fiquei com os olhos embaçados. Não queria chorar na frente deles, mas era inevitável. Derramei lágrimas ontem de noite. Era desesperador. Nos filmes, parece ser normal para o personagem principal. Me prevenindo, abaixei cabeça e fechei os olhos, deixando uma lágrima pingar no chão. Joel com seus sentidos aguçados, pôde ouvir até o som da minha lágrima pingando. E não ouviu somente a minha. Rae estava com os olhos lacrimejados. Quando Joel olhou diretamente para ela, viu o medo em seus olhos. Ela se virou, não querendo mostrar que também chorava silenciosamente. Jonas apenas mordeu o lábio e seus olhos se encheram de água.

— Eu sei que estão assustados — falou ele — E sei que esse não é um dos melhores consolos, mas chorar não adiantará de nada. — limpei as lágrimas silenciosas e Rae se virou para eles — Mas eu prometo que darei o melhor de mim para protegê-los!

Olhei para ele e seus olhos encontraram os meus. Acenei com a cabeça, entendendo o recado. Joel acenou de volta. Rae se aproximou dele, com os braços cruzados. Ao vê-la com as lágrimas secas nas bochechas, era difícil de ver a mesma garota fria. Talvez Rae não seja tão fria assim. Apenas para os outros ela é.

— Promete? — ela perguntou.

— Eu prometo — garantiu o guarda florestal, tocando no ombro de Rae. Isso me fez perceber, apenas pela mudança de olhar de Joel de severo para sereno, que ele devia ser diferente com ela.

Foi a vez de Jonas se aproximar dele.

— O.k... Pelo visto, não tem nada a perder mesmo — ele sorriu fraco. Uma lágrima ameaçava sair. Ele virou o rosto — Que droga! Nem para eu me preocupar se um dia eu conseguirei uma garota ou um dez em matemática.

Sorri discretamente. Não sou muito de bailes, mas me lembro muito bem que Jonas nunca arranjou uma garota para ir. Já eu, nenhum garoto iria me querer pois ninguém me conhece, então fico em casa e faço uma maratona de Netflix.

— O que temos de fazer? — perguntei, tentando manter a voz firme. — Eu faço qualquer coisa para ficar viva.

— Nós também — concordou Rae.

Joel olhou para a caixa.

— Eu vou ensinar vocês a se virarem sozinhos enquanto estão sendo caçados. Posso arrumar alguma técnica para guardarem armas nas suas roupas. — dizia Joel.

Ele voltou a olhar para eles.

— Eu ensino e vocês aprendem. Combinado?

— Combinado! — afirmou Rae.

Demorou alguns segundos para Jonas dizer:

— Combinado!

Eles olharam para mim.

Me encolhi. Como fui parar naquela situação? Como Jonas disse, porquê não podem terem preocupações de uma adolescente normal? O que eu realmente queria fazer era ligar para a polícia, bombeiros, Superman, FBI... Para qualquer um para me sentir protegida. Estava assustada demais para falar alguma coisa. Mas Joel estava certo. Chorar não vai adiantar de nada. Vai apenas, literalmente, derramar suas mágoas e o seu ódio. Chorar é como se fosse um consolo. E eu precisava tanto de um consolo quanto de coragem.

Respirei fundo, tentando me acalmar. Consegui parar de chorar, mas ainda me restava desespero para ficar noites á fio acordada, em alerta. Eu não podia fracassar agora. Era questão de vida ou morte. E as nossas vidas corriam risco. Olhei para a janela trancafiada de Joel, me impedindo de ver o que estava do lado de fora. Talvez um monstro prestes a nos atacar. É bem provável que isto ocorresse. Pensei se esse fosse o momento de minha morte, mas me ocorreu que eu deveria ter morrido há vários anos atrás, quando caí daquele lugar que não me lembro onde. Eu devia ter morrido ali. Talvez meus pais tivessem me jogado dali para eu morrer. Mas eu não morri. Ainda estou viva. Então, deve ser Deus avisando que tem algum motivo para eu não ter morrido naquele dia.

Voltei a olhar para Joel.

— Combinado — disse por fim.

Ele assentiu com a cabeça.

Mais do que nunca, eu quero Talico nesse exato momento. Eu sei, nome estranho. Mas eu era muito criança quando eu apelidei meu bichinho de pelúcia favorito. É um unicórnio. Digamos que sou apaixonada por unicórnios, coisa que claramente minha "família" achou muito infantil da minha parte. Mas eu acho eles incríveis, e, se existe monstros, como vampiros, lobisomens e fantasmas, é uma lei da natureza obrigatória existir unicórnios para que eu possa levar para casa.

***

— Olha, Joel... eu sei que há monstros agora atrás de nós, mas... Isso não significa que precisamos acordar tão cedo assim, acha? — falei, enquanto me aproximava do mesmo.

Jonas e Rae, que estavam atrás de mim, ainda tentavam tirar o espírito deles da cama, pois somente o corpo estava no quarto deles. Joel levantou-se e deixou a escopeta que limpava em cima do tronco.

— Sabia que um monstro pode estar esperando por vocês lá na escola?

— Então não vamos para a escola! — falou Jonas, achando uma solução não muito plausível.

— Quanto mais cedo eu treinar vocês, melhor.

Nos entreolhamos, confusos.

— Treinar?

— A solução para o que vamos enfrentar não é fugir. Eles vão vir atras da gente de qualquer jeito! — diz Joel, sem olhar para nenhum de nós. Recarregava uma escopeta. Não sabia se o via mais como um guarda florestal como um lobisomem.

— Espera! Enfrentar? — falou Rae.

— Quer que nós enfrente eles? — pergunto sem acreditar naquilo.

— Se eles te acharem e atacarem vocês, vão ter que enfrentar — esclareceu Joel. Ele se virou para eles com a escopeta rapidamente e Jonas e eu nos encolhemos. Não é uma cena muito agradável de se ver a noite. Um homem como Joel segurando uma escopeta. — Seu relógio não vai te salvar para sempre, garoto.

Depois de segundos Jonas entendeu que Joel se referia a ele.

— E o que vai ensinar para nós? — perguntei.

Joel esticou a escopeta para mim. A peguei, hesitante.

— Vai me ensinar a atirar?

— Vou ensinar a vocês três a atirar!

— Você vai deixar eu pegar na sua espingarda? — os olhos de Rae brilharam. Jonas e eu olhamos para Rae com um olhar esquisito. — Você nunca me deixou.

— As coisas mudaram— Joel soltou um sorriso.

A primeira a ser testada foi eu. Jonas e Rae sentaram-se no tronco enquanto assistiam aquilo.

Eu segurava a escopeta com medo. Eu não gostava muito de armas de fogo. Pois sentia medo de estar na mira de uma delas.

— Joel, tem certeza de que é uma boa ideia? — indago, tentando esconder o seu medo.

— Escuta... Eu não vou poder estar com vocês o tempo todo e não posso obrigar vocês a ficaram trançados em casa por causa de uma feiticeira idiota. Além do mais, eu não sei se sou capaz de lutar contra esses monstros sozinhos. — Joel falou calmamente, mas cauteloso. — Vou me sentir mais seguro em ver vocês aprendendo a se defenderem por conta própria.

— Eu quero aprender a me defender, Joel. É só que... eu tenho medo de acabar atirando em mim mesma sem querer.

Joel sorriu.

— Por isso que vou ensinar a você.

Pela primeira vez, entendi a segurança que Rae se sentia perto de Joel.

A maioria da cidade já sabe que Joel não é flor que se cheire. É muito difícil de se ver um grande sorriso e bom-humor de sua parte. Ou de vê-lo sendo altruísta. Mas parece que com Rae, ela parecia conseguir entendê-lo de alguma forma. E era uma pessoa diferente perto dela. E agora eu consegui entender isso. Joel expressa preocupação com as pessoas com quem ama, que são muito poucas. Ele parecia sentir compaixão por mim em algum lugar no seu coração.

Joel ajudou-me a como segurar uma escopeta. Segurei firme e mirei contra a árvore. Ainda com as mãos ajudando-me a segurar a escopeta, puxamos o gatilho. Levei um baque com o som da escopeta e o som das balas batendo contra a árvore.

Jonas e Rae também se assustaram.

— Isso é ilegal? — perguntou Jonas para Rae. Consegui os ouvir.

— Eu espero que não.

— Faz pressão, não é? — indagou Joel.

— Isso é muito forte.

— Por isso que tem que segurar firme. — instrui ele.

Eu estava prestes a falar que não iria conseguir. Mas apenas assenti com a cabeça. A voz do meu padrasto soava na minha mente. Um dia, quando discutimos por uma cosa boba que nem me lembro do que seja, ele falou na minha cara, na frente dos meus meio-irmãos:

Você sempre vai ser fraca. Você sempre vai viver sob a sombra dos outros. Seus pais adotivos fizeram a melhor escolha do mundo ao abandonarem vocês.

Aquilo doía para mim. Sempre ser alguém fraca. Sempre ser alguém frágil. De fato, os meu pais fizeram a escolha certa. Eu sentia que, não importa o que iria fazer, sempre será uma decepção.

Mas agora, tinha monstros atrás de mim. Claro que eu não ganharei tanta auto-confiança assim de repente. Mas não queria desistir assim tão fácil de aprender a atirar. Além do mais, quem não me garante que um monstro estaria nos vendo agora?

— Quer tentar de novo...

— Quero — disse com uma firmeza que até a Joel impressionou.

— O.k. — Jonas e Rae se entreolharam, surpresos. — Lembra. Segura firme quando for atirar, a não ser que queria ser levada para trás.

Assenti com a cabeça e mirei. Ao atirar o som da escopeta ainda me incomodou. Joel segurou a escopeta antes que eu a deixasse cair no chão.

— Eu consigo — falei, mesmo balançando o meu dedo depois da dor que senti. Mirei a escopeta novamente.

— O.k. Mas vai com calma... — Joel foi interrompido pelo som da escopeta.

Consegui segurar bem, mas ainda senti desconforto. Eu ia atirar novamente, mas não saiu mais nada.

— Mas o que...

— As balas não são infinitas. — alegou Joel.

Enquanto eu praticava, Joel ensinou a Jonas e Rae.

Rae já atirou antes. Mas não sabia fazer direito. Sabia apenas como segurar ou recarregar uma arma. Jonas é quem teve mais dificuldades. Toda vez que atirava, ainda não se acostumava com a pressão que a escopeta fazia.

— Eu já estou quase lá — encorajei para mim mesma, enquanto que Jonas e Rae entregavam as suas armas para Joel.

— Não esquenta, garota! — disse Joel, pegando na escopeta. — Não tem mais como você ser pior do que Jonas.

— Há, há, há! — disse Jonas, enquanto eu abafava um riso — Muito engraçado, Joel. Muito engraçado...

— Algum de vocês já treinou boxe? — antes que alguém falasse algo, Joel acrescentou — Além de Rae!

Uma lembrança me ocorreu sobre Jonas. Nunca nos falamos, mas me lembro d duma vez em que eu estava no parque, tirando fotos da área do parque para as crianças. Eu vi o meu vizinho lá com os seus irmãos e o padrasto, onde ensinou em uma tarde de verão eles a lutar boxe. O resultado foi Jonas levando uma surra de Hannah e, ao conseguir acertar um soco no seu irmão — que, por falar nisso, o seu padrasto o parabenizou por isso e achou que ele tinha mais jeito do que ele. Ele fez parecer que Jonas quebrou o nariz dele. O que na verdade irritou o seu padrasto. E muito até. Christopher é um ótimo ator e mentiroso.

Lembrando-me dele, penso se ele me perseguirá de novo. As pessoas acham que não sei retrucar. Não sabem disso porquê ninguém teve motivos para mexer comigo. Se sou uma nerd tímida, quer dizer que não saio arrumando confusão, que nem nos filmes. Mas, todos sabem que mexer com Christopher Chase é um caminho para um olho roxo. Acho que ele não terá a covardia de bater em uma mulher, mas os seus amigos, talvez.

Mas com certeza ele vai me irritar por eu, tecnicamente, fazê-lo ir para as recuperações e, possivelmente, um reforço de verão nas férias.



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