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História Anomalia - Capítulo 22 - A relação profissional de Joel.


Escrita por: Duda_104

Notas do Autor


VOLTEI!!!!!

Pra compensar a demora, este capitulo ficou bem longo! Eu teria colocado mais coisas até perceber que realmente estava bem longo!

Boa leitura!!!! :) :D

Capítulo 23 - Capítulo 22 - A relação profissional de Joel.


"Nós éramos diferentes. Você deve ter notado que eu sou um pouco... reservada. Ronnie sabia como me fazer rir. Ele costumava dizer que nós éramos como fogo e gelo."  

- Caitlin 

***** 

Rae não se reconhecia mais. 

Por mais que ela tivesse um lema — não se abrir facilmente a ninguém e ficar na sua — ela se abria com eles. Talvez porque passavam pelas mesmas coisas, pelos mesmos medos. Jonas e Kim a convidaram para tomarem um sorvete. E ela tinha duas opções. Ir com eles ou aguentar as amigas de sua irmã em casa, gritando e falando alto demais. 

A escolha é óbvia. 

— Por que você não se abre tanto? — perguntou Owen, tirando-a da atenção de seu precioso sorvete de chocolate com cobertura de caramelo. 

Rae o olhou, prevendo a boca suja da cobertura. 

— Eu não gosto de me socializar! 

— Por causa... — ele gesticulou com as mãos. 

— Também — respondeu — Não sei, bem... Puxar assunto! — ela falou, antes de dar outra colherada — E não gosto das pessoas da escola! 

Owen e Kim se entreolharam. 

— Por que? — perguntou ele. — São tão ruins assim? 

— Nem todos! — corrigiu a loira — Mas tem uns que... Nem merece dar um oi! 

— O.k., já entendi! — falou Owen. 

Enquanto isso, Jonas se mantinha concentrado na tela do computador. Este já estava bem lento, por isso demorava para sair o site sobre a sua creepypasta favorita. Slender Man. Nesses dias, ele não estava muito afim de pensar sobre elas, pois nem sabe se ainda gosta dele. Se monstros sobrenaturais existem, então, há chances do Slender Man existir? E o que faria se pegasse Jonas? Ele se questionaria se não fosse por uma mensagem no canto da tela. 

Um desconhecido. 

Seus olhos foram para Kim. Ele preferiu ficar calado. Talvez seja outra pessoa. Ele não quer apavora-la, mais do que já está. Ela exagerava na dose da cauda de chocolate em cia do sorvete de creme. Não sabia se era por gostar de muito chocolate ou se precisava daquela quantidade para ficar mais calma. 

Clicou na notificação e olhou para o número do desconhecido. A única coisa que estava escrita eram asteriscos. Ele ergueu a sobrancelha, a tensão aumentando. Balançou a cabeça, preferindo não pensar nisso. O desconhecido mandou uma mensagem. 

'Eu não gosto de histórias de terror. Muito menos de filmes.' 

Ele voltou a digitar. 

'Na maioria das vezes, é um clichê ridículo. Outras mentiras e coisas fictícias que os mortais inventam para chamarem atenção. 

E não podia faltar os baseados em fatos reais, em que nada realmente aconteceu. Vocês amam modificarem as histórias. 

Não vai falar nada, Jonas? 

Ah! 

Sei! 

Depois de matar meu irmão, nem vai falar comigo? 

Não tome as mesmas decisões erradas idiotas como o seu pai faz!'

— Jonas? 

A voz de Rae, em meio a uma movimentação na mesa ao lado com um grupo da idade deles, chegou-lhe aos seus ouvidos. Jonas olhou para ela e os dois fizeram uma troca de olhares. Ele estava com medo até de falar aquilo para ela. Olhou ao redor, nervoso, temendo que ela estivesse os vigiando. Como se, falando para ela sobre com quem estava falando, faria uma explodir uma bomba. 

O som de um tapa fez os dois olharem ao redor. Na mesa em que havia mais movimentação, o quarteto encontrou Sue Adams, em pé em frente à uma cadeira, olhando fixamente para o ex-namorado, que havia virado o rosto por causa do tapa que levara. Do seu lado, estava uma amiga sua, que discutia com ela. 

— Nunca mais falem comigo! — ela gritou, irritada. 

— Com prazer, esquisitona! — retrucou a amiga do lado dela — Não sabia que seria tão traíra quanto agora! 

Eu? Eu estava sendo traíra? 

— A culpa não é nossa se começou a falar besteiras de repente! — o ex dela disse. — Nós estávamos bem, Sue! 

— Me traindo? — berrou ela. — Uma pena! Porque agora não estamos bem! 

A garota revirou os olhos e se afastou dela. Sue pegou sua bolsa de couro marrom e deu-lhe as costas. Becky pegou-a pelo braço, mas Sue se soltou dele. 

— Nunca mais vale comigo! 

Becky suspirou, vendo-a pagar o seu sorvete no balcão. A maioria das pessoas ali observava a discussão. Ele rangeu os dentes com aparelho ao olhar para Jonas e Owen. Andou até eles pisando duro. Jonas se encolheu como consequência.

— Vocês dois! 

Ele agarrou Jonas pela camisa e o fez se levantar da cadeira. Owen, Kim e Rae se levantaram, surpresos. 

— Eu vi você lá com ela! Vocês dois estavam juntos! 

— Não, cara! Nós não temos nada! É um engano seu... 

— Cala a boca! Eu sei que você gosta dela! — acusou. 

— Ei! Já chega! — Rae disse, acompanhada de Owen e Kim se aproximando deles. 

— Nós não tivemos nada a ver... 

Só foi Owen falar para Becky olhá-lo e soltar Jonas. Ele empurrou de leve Owen. 

— Você mal chegou e chama pra briga, não é? — provocou Becky, impulsivo. 

— A culpa não é minha se quer jogar a culpa nos outros por algo que você não quer assumir as consequências por orgulho! 

O grupo de amigos da mesa ao lado exclamaram baixo depois do que Owen disse. Kim abafou o riso e Rae sentiu o clima mais pesado. Owen recuou ao ver o semblante de ódio de Becky. 

Ele fechou a mão e estava prestes a soca-lo, mas uma mão segurou o seu pulso. A de Sue. 

— Chega, Becky! 

— Você estava afim deles, não é? Eu sei! 

— Eles fizeram um grande favor para mim que não é da sua conta! 

Rae afastou Owen de Becky. Ele tentou avançar nele e em Jonas, mas ela ficou entre eles. 

— Sai da frente, boneca! 

Ela o olhou com ódio. Becky a empurrou para o lado. Uma funcionária, de aproximadamente 15 anos, chegou até eles. 

— Se forem para brigarem, lutem fora daqui! — a garota disse, parando de frente à Becky de braços cruzados, cobrindo o avental vermelho com a logo da sorveteira. — Aí, cara! Sabe qual é a melhor cura para um coração partido? Chocolate e Netflix! Os dois nunca vão te deixar na mão e sofrer pelos cantos! 

— Quem foi que te chamou pra conversa? 

— Isso se chama tomar uma atitude! — ela devolveu com ironia. 

— Vá parando de se achar... 

— Escuta aqui, garoto! Se acha que assim vai consegui-la de volta desse jeito, então é porque acha que ela é fácil! — Rae ficou do lado da funcionária. 

— Anda, cara! Não vale a pena! — um amigo dele se aproximou. 

Becky olhou para eles com um olhar mortífero e se retirou. Quando olhou para Sue, recebeu algo na sua cara. Um colar que ele havia lhe dado. 

Ao saírem, a funcionária suspirou aliviada e riu, não conseguindo acreditar no que fizera. 

— Nossa! Meu Deus... — ela pôs as mãos nas costelas, virando-se para eles. — Eu podia estar parecendo confiante, mas eu apostava que ele ia me dar um murro! 

Ela olhou melhor para eles. 

— Vocês são da minha escola, não é? — indagou ela. — Já vi vocês lá! E você... É a garota que ganhou o concurso das fotos! 

Seus olhos caíram em Kim. Ela assentiu com a cabeça. 

— Obrigada por ter nos ajudado! — agradeceu Jonas, sem jeito. 

— Tranquilo! Não é a primeira vez que paro brigas por aqui! Se bem que algumas são legais de assistir! Um MMA ao vivo! — ela ficou empolgada — Alice! 

Ela olhou para Kim. 

— O seu eu já sei ser Kimberlly! 

— Só... Só Kim! — corrigiu ela timidamente. 

Alice pôs as mãos no bolso do avental. 

— Então... A gente se vê! — ela disse recuando para o balcão e gesticulando com as mãos — Na escola... Quer dizer, em que lugar mais seria? 

Assim, voltou para o balcão. Sue deu passos à frente. 

— Me desculpem por tudo isso... 

— Não tem problema! — falou Rae. 

— Você está bem? — perguntou Owen. Sue o olhou, estranhando-o. 

— Er... Sim! — respondeu. — Só quero esquecer tudo isso! E não me meter mais naquilo! Vocês entenderam? 

Jonas, Rae e Kim sabiam o que ela dizia. E não a culpavam. Sue já sabia que eles se metiam em coisas sobrenaturais. Quanto mais longe deles, mais segura ela fica. 

— Sim! — respondeu Kim — Entendemos! 

Sue olhou para eles. 

— Venham para minha casa amanhã! — falou. — Só venham! 

Sem esperar alguma resposta, ela saiu, parecendo assustada com algo. 

— O.k., acabou! — concluiu Owen. Jonas pegou seu notebook e sua mochila. — O que foi? 

— Olhem isso! — ele virou a tela para eles. 

Depois de lerem tudo, Rae foi a primeira a tomar uma atitude, pegando sua mochila. 

— Vamos avisar a Joel! — afirmou Kim. 

— Espera! Eu posso ajudá-los a... 

— Owen, valeu por sua ajuda! Mas... — Jonas olhou para Kim e Rae. 

— É melhor ficar fora disso! — disse Rae, direta. 

— Se quiser conversar comigo na escola, seria legal... — acrescentou Jonas, sentindo esperança. Seria legal ter outro amigo. Já faz dias que não fica apenas ouvindo música nos intervalos — Mas não é uma boa se meter no que estamos passando! 

— Cara, eu manjo dessas coisas! Eu posso... 

— Me desculpa! Mas não! — interrompeu Rae, caminhando junto de Kim e Jonas para fora da sorveteria. 

*** 

Ao adentrarem no local, Rae viu do canto do olho Jonas franzindo a testa. 

— Joel não era guarda florestal? 

— E é! Antes ele era da polícia! E agora que está tendo esses ataques de Wendigos na floresta, ele está do lado da polícia — Rae entrou no local, olhando ao redor e vendo o movimento lá — Se é que eles não estão sendo subornados por Frank Adams — ela disse a última parte baixinho. 

Jonas continuava olhando tudo meio incomodado, e Rae entendia o porquê. Pensar que alguém por ali possa ser um monstro. Alguém da polícia. 

Rae foi avisada para esperarem Joel por conta de uma reunião. Os três se sentaram no banco de espera. 

— Era só o que nos faltava! — suspirou Jonas — Vai ser toda vez assim? Não podemos nem mais ir para a sorveteria? 

— Talvez seja isso o que ela esteja tentando fazer! — teorizou Kim em seus devaneios — Nos fazer enlouquecer! 

— Deu certo — concluiu Rae. — Mas não podemos fazer isso! Não podemos deixá-la atrapalhar nossas vidas! 

— Do que está falando? Ela já está atrapalhando nossas vidas! — enfatizou Jonas. 

— Não estou falando para vivermos em uma casa de segurança máxima! Mas também não podemos nos render ao joguinho dela! Ou seja lá o que ela esteja fazendo! — afirmou Rae, decidida — Nós estamos deixando de viver nossas vidas! Se isso continuar, ela vai ter mais vantagem! — ela os olhou — Se não acreditam, perguntem a Joel! 

Quando ela olhou para Kim, seus olhos azuis encaravam algo. Rae seguiu seu olhar e parou numa sala distante com janelas de vidro. Nela, Rae conseguiu ver Joel trajando seu uniforme de guarda florestal conversando com uma mulher. 

Essa é nova! Pensou Rae. 

— Eu já volto! — Jonas desviou sua atenção de Joel, levantando-se. 

— Vai aonde? 

— Ao banheiro — respondeu ele a Kim. 

A mesma sentiu seu celular ligando. Rae conseguiu ver na tela que era a mãe dela. Kim foi obrigada a atender e se levantou. Rae não a questionou. As duas brigavam constantemente, e ela não iria gostar nada de mais alguém ouvindo sua discussão. 

Ela olhou de novo para Joel, confusa. Caminhou sorrateiramente até a janela de vidro e encostou-se na porta. Ela conseguiu ouvi-los. 

— Mas é sério! Não ligue pra ele! — aconselhou uma voz feminina. 

Rae olhou pelo vidro e viu que era uma mulher da mesma altura que Joel. Seu loiro natural era liso e nas pontas. Ela tirava seus óculos para limpar as lentes. Quando seus olhos caíram em Joel ela ficou surpresa. Ele sorria. 

Joel estava sorrindo? Ela pensou. 

— Ele deve estar bem tenso com esses ataques! — falou ela. 

— Qualquer um ficaria — Joel disse, pondo seu peso no outro pé — Mas isso não justifica ele agir como se eu fosse inútil! 

Rae suspirou. Menos, Joel! Menos! 

— Obrigada por estar ajudando neste caso! Sabe, eu e minha irmã agradecemos por isso! — agradeceu ela, parecendo sem graça enquanto segurava a prancheta. 

— Não tem de quê! 

Ela ergueu as sobrancelhas. Nada de "é só o meu trabalho" ou "é o que eu tinha de fazer"? 

— Você não parece aquele cara que todos vivem falando! 

Ele riu. 

— Isso porquê você não me conheceu 100%! — devolveu Joel. 

— Mas já dá pra ver que vive com cara de poucos amigos — acusou ela — Mas você me ajudou! E é isso o que importa! Vamos trabalho no mesmo lugar! 

Os dois deram uma leve risada. Rae sorriu. Não sabia se ficava confusa ou feliz. 

— Podíamos nos encontrar mais vezes! — propôs. 

— É, bem... Eu não sei! Eu estive meio ocupado ultimamente! — como Rae sentia vontade de esgana-lo. 

— O.k... Entendi! — suspirou. 

Rae encostou-se na parede quando ela abriu a porta. 

— Até mais! 

— Até! — Joel retribuiu, encostando-se na porta enquanto a via se afastando. 

Ela se virou para ele e o viu sorrir. 

— Ocupado? — ele levou susto — Sério? 

Rae sorriu largo. 

— Então... Vocês dois vão trabalhar juntos? — provocou ela. 

Joel suspirou. 

— Ela é cientista forense! Eu a ajudei a encontrar a irmã desaparecida dela na floresta! 

— Sei... — Rae riu. 

— Você não tem mais o que fazer não? — ele perguntou, pondo o chapéu de guarda florestal e deixando Rae para trás. 

Ela não desmanchou o sorriso. Correu até ele. 

— Quem era ela? Qual o nome? 

— Karol! Satisfeita? — respondeu-lhe ranzinza. 

— E há quanto tempo vocês... 

— Rae, nossa relação é profissional! — falou ele. 

— O.k... — suspirou — Relação profissional... 

Joel revirou os olhos. Ela não se esqueceria daquilo tão cedo assim. 

— O que está fazendo aqui? 

Rae desmanchou o sorriso ao se lembrar daquilo. 

*** 

— O quê? — Jonas percebeu que havia gritado e encolheu. 

— É só por algumas horas, garoto! Você não vai morrer! — Joel disse, mantendo foco na estrada. 

— Está toda a minha vida aqui! — ele indicou o seu notebook. 

— O que você quer que eu não saiba? As besteiras que você fez? — supôs Joel. 

— Nesse caso, eu não quero que você descubra nada da minha vida! — retrucou ele. 

— Pare de birra, Jonas! Você não vai ficar sem ele! — afirmou Rae do banco da frente. 

Jonas suspirou derrotado. 

— O.k... — ele se rendeu, jogando-se no banco dos passageiros. 

Kim preferia não discutir. Parecia que pegando o notebook de Jonas, era como se tirassem seu celular. O mesmo seria com ela e a sua câmera. Voltou sua atenção para o céu se enchendo de estrelas aos poucos. 

Joel os leva a até a casa deles, mas uma hora ele freou. 

— Tá de brincadeira! — resmungou. 

Kim se mexeu no banco para enxergar o que via. A rua à frente estava fechada. Joel deu ré e pegou outro caminho. 

— Por onde você vai? — indaga Kim receosa. 

— Outro caminho! 

Após vasculhar na sua mente que outro caminho poderiam pegar, ela arregalou os olhos. 

— O único que tem é o mais próximo da floresta! — exclamou. Jonas e Rae a olharam perplexos. 

— Quase! Do verbo não é no meio da floresta! — Joel disse sem um mínimo de preocupação. 

Ela respirou fundo. Eles ficariam bem. Com a presença de Joel, nada iria chegar perto deles. Era o que Kim pensava e preferia acreditar. Seu medo era tão grande que até tirou os fones de ouvido por nem conseguir se concentrar na música. Aquilo era grave. 

Por alguns minutos, ela pensava que tudo ficaria bem, até que ouviram um barulho de trás. Joel acabou parando o carro. O coração de Kim acelerou. 

Ele saiu sem falar nada. Os três se entreolharam. 

— Pronto! Morremos! — Jonas riu nervoso. — É rir pra não entrar em pânico! 

Rae deu uma risadinha de leve. 

— Já vou logo preparando aqui meu testamento... — ela pegou seu celular. 

— Não deve ser nada de demais... — Kim tentou tranquiliza-los, sem êxito — Eu estou sendo otimista! 

Joel abriu a porta. 

— O pneu furou! — ele avisou. 

— Você tem um pneu extra, não tem? — perguntou Rae. 

– Lógico que eu tenho!Esperem aqui! — disse Joel, destravando a porta. 

— Joel, não... 

— Vocês vão ficar bem! — ele olhou para Rae. 

— Você fala isso, depois vem o assassino e mata você atrás do carro e ficamos presos aqui! 

— Você viaja legal, garoto! — dito isso, ele saiu do carro e bateu a porta. 

Quando ele foi para o capô do carro, o trio ficou num completo silêncio. Jonas olhava toda hora para as janelas. Kim apurava os ouvidos, atenta a qualquer tipo de som ou ruído. Rae tentava enxergar Joel no meio da escuridão. 

— Silêncio... — murmurou Jonas. 

— Eu vi alguma coisa passando! — alertou Kim — Wendigos viriam por essa região? 

— É próxima da floresta! — respondeu Rae — Eu não acredito que vou morrer assim! 

Um grito vindo da parte de trás do carro soou. Eles reconheceram serem de Joel. 

— JOEL! — chamou Rae. 

Rae tentava abrir a porta, mas Joel havia os trancado. Ela começou a chutar. O mesmo fizeram Kim e Jonas. Rae bateu no vidro, tendo a esperança de quebra-lo. 

— JOEL! 

— Ouviram isso? — disse Kim. 

Eles ficaram em silêncio, e ouviram passos bem próximos deles. Eles viram vultos pelas árvores. 

— Estão vendo? — Kim espremeu os olhos, olhando para frente. 

Jonas e Rae tentaram enxergar no escuro. Ouviram sons atrás do carro, mas se concentraram no que viam na frente deles. Havia a silhueta de uma pessoa. Claramente vestia-se de preto pois estava bem camuflada em meio a escuridão. Quando seus olhos se acostumarem com a claridade, Rae viu que ele vestia uma capa preta. Mas sua face era irreconhecível. Era algo branco, como se fosse uma máscara. Ela sentiu arrepios ao ver que ele ou ela segurava algo. 

— Rae... — Jonas não conseguiu falar. 

– Ah meu Deus! — disse ela. 

O coração dos três de um pulo quando a figura se movimentou. Mas não foi até eles. Apenas recuou. Rae não pode ver para onde ela foi por causa de alguém batendo no vidro. 

Ela, Kim e Jonas gritaram e pularam de susto. Alguém avançou no vidro. E esse alguém era Joel. 

Joel riu. Rae bufou e abaixou o vidro do carro, tornando as risadas de Joel mais altas. 

— Você é louco? — Kim gritou. — Estamos nesse lugar e você ainda faz isso? 

— Isso não teve graça! — reclamou Jonas. 

— Vocês são mesmo fresquinhos! — foi a vez dele reclamar. 

— Tem uma bruxa atrás de nós! 

— Eu não estou vendo ela aqui! — retrucou Joel, mas ainda com um sorriso — Isso também serviu como um teste de... Ver o nível de medo de vocês! Aqui não é tão próximo da floresta! 

Rae bufou de novo e fechou o vidro. Mas Jonas o abriu de novo. 

— Joel, nós vimos alguma coisa! — alertou Jonas. 

— Tinha alguém ali! — Kim apontou. 

— E não! Não era você! Pra variar... — Rae revirou os olhos. 

— Como assim tem alguma coisa ali? — assim que ele perguntou aquilo, os olhos de Joel foram para as árvores. Ele olhou ao redor, deixando seus ouvidos ouvirem sons de pegadas. 

— Joel? 

Ele fez sinal de silêncio para Rae. Depois, contornou o carro e entrou, ligando-o. 

— Tem mesmo alguém aqui! — afirmou — Não é coisa boa! 

Rae franziu a testa. Para Joel não querer avançar nessa pessoa, devia ser algo anormal. 

— O que é? 

— Eu não sei! Mas não é coisa boa! — ele respondeu a Jonas, pisando no acelerador. 

Ao passarem no local onde a pessoa esteve, eles conseguiram ver algo ao lado da estrada. Uma pessoa. Ela caminhava para atravessar a rua e por milésimos de segundos, eles viram alguém com uma vala preta e uma máscara horripilante. Segurava uma faca pequena e os acompanhou com os olhos. 

— Joel! — a voz de Kim ficou trêmula, ao mesmo tempo que ela viu a pessoa passando reto do seu campo de visão, enquanto o carro acelerava. Jonas e Rae faziam a mesma coisa. 

— Eu sei. Eu também vi — ele parecia tenso — Rezem para que seja um adolescente idiota pregando uma peça!



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