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História Anomalia - Capítulo 23 - Gatocórnios existem.


Escrita por: Duda_104

Notas do Autor


Boa leitura!!!! :) :D

Capítulo 24 - Capítulo 23 - Gatocórnios existem.



"Não existe um caminho certo na vida. Você se perderá muitas vezes."

- Supergirl. 

******* 

Era a milésima vez que Joel falava para eles tomarem extremo cuidado. 

O padrasto de Jonas já o ligava diversas vezes. Joel os deixou na frente da casa deles, já que moravam na mesma rua. Jonas entrou na sua casa, apreensivo. Ele praticamente correu até a porta. 

— Você vai pegar carona com Amanda amanhã na escola — disse Joel olhando Rae, que estava aflita demais para olhar para ele — Ei! — ele pegou sua mão — Se eu falo que você, Jonas e Kim vão ficar bem, é porque vão ficar bem! 

Ela assentiu sem falar nada. Kim respirou fundo pela décima vez, tomando coragem para perguntar: 

— Rae, você quer... — ela engoliu em seco — Dormir na minha casa? 

Kim se arrependeu na mesma hora. Joel e Rae a olharam. Ela achava ser uma boa ideia. Não iria mais conseguir dormir essa noite. Mas ainda tinha a questão da radiação de Rae. Foi uma pergunta estúpida na sua cabeça, mas algo a dizia para ela perguntar mesmo assim. 

— Dormir... Na sua casa? — Rae falou aquilo como se soasse estranho — Você sabe... Eu tenho isso! 

— Você sempre dorme agasalhada do mesmo jeito! — retrucou Joel. Rae o olhou confusa. — Seu quarto tem ventilador? 

— Ar condicionado! 

— Ótimo! Ela vai! — concluiu ele. Rae ergueu a sobrancelha. 

— É, obrigada por responder por mim! — disse Rae com ironia — O que pensa que está fazendo? 

— Tem um cara maluco por aí! Você não vai dormir sozinha! Eu sei disso! — falou Joel de uma vez — Vocês duas fazem... Como é que é mesmo? Noite das garotas... Alguma coisa! 

Rae revirou os olhos. 

— S-Se você não quiser é só falar... 

— Eu não respondi que não — interrompeu Rae. 

— É só uma noite! — Joel disse — Eu não acredito que vou falar isso, mas você tem que se abrir mais! 

Ela lhe lançou um olhar de desdém. 

— Não me olhe com essa cara! — ele repreendeu — Eu vou me sentir mais seguro se você não estiver sozinha! A não ser que queira que eu fique de vigia na sua casa... 

— Não! O.k. — Rae negou. Ela não queria dar mais trabalho para Joel mais do que já dá — Eu vou dormir na sua casa! Só vou pegar minhas coisas! 

Kim assentiu com a cabeça. 

— Então... Eu te espero lá? 

Rae concordou. Kim saiu do carro e, assim que entrou na sua casa, levantou as mãos para cima num ato de comemoração. 

— Eu. Sou. Incrível! — comemorou. 

— Você também tem que descansar! — falou Rae abrindo a porta. 

— Eu estou bem! 

— Não! Você não está bem! — afirmou ela — Eu não vou conseguir ficar tranquila com você acordado a noite inteira! 

— Rae, tem ideia de quantas luas cheias eu... 

Ele foi interrompido por uma mão pegando na sua. Por mais que as mãos de Rae vivessem enluvadas, ele sentia um enorme conforto quando ela segurava a dele, seja assustada ou pedindo por proteção. Mas não quer falar isso ou deixar claro pra ela, senão ela nunca deixará de lembrá-lo disso. Seus olhos castanhos fixaram nos seus. Joel às vezes sentia curiosidade em saber de onde ela herdou aqueles olhos. Aquela aparência. 

— Por favor! — pediu de um jeito delicado. Jeito esse que ele sabia que ela falava apenas na sua presença, o que o fazia se sentir de algum modo especial. 

— O.k... — revirou os olhos — Se você não me enjoar... 

Ela deu um sorriso e o abraçou. Joel, com seus sentidos de lobisomens apurados, não sentiu ninguém ao seu redor, e beijou sua testa. 

— Boa noite! 

— Boa noite! — ela retribuiu, em seguida saindo do carro. 

Joel sorriu. Ela realmente o fazia se sentir especial. 

*** 

Ela olhava por um bom tempo os desenhos e fotos pregadas nas paredes. 

Se houvesse um risco, nem que seja pequeno, na sua parede, sua mãe iria matá-la na hora. Mas a parede do quarto de Kim parecia mais um museu do que um quarto. Cheio de figuras e papéis de parede com desenhos de flores, borboletas, unicórnios e, especialmente, Harry Potter. 

Rae tinha que admitir que as fotos dela eram de dar inveja. Ela já viu melhores, claro. Mas não tiravam as belezas que as de Kim tinham. Suas paredes, por baixo da decoração, eram de cor lilás. As prateleiras eram preenchidas por livros, desde os de astrologia e ciências até os de fantasia. Ela nunca pensou que um dia estaria na casa de uma possível... Amiga. Sua roupa de dormir era um pouco diferente das roupas que usava no cotidiano, no quesito proteger o seu corpo de possíveis acidentes frios. Um moletom, camiseta de mangas longas e meias. E, lógico, tudo preto. 

Ela deixou as mãos descobertas. Olhou para elas com certa hesitação. Pálidas, como sempre. Mas delicadas, talvez pelo fato de vê-las por pouco tempo por causa da luva. Nunca pôde fazer as unhas. Não tinha o porquê. Mas se lembrava que gostava antes de descobrir aquilo que ela chamava de maldição. Ela não se arrumava da cabeça aos pés. Gosta de tratar do seu cabelo, mas se tinha uma coisa que gostava era pintar as unhas. Deixava-as com tamanho médio, nem tão grandes mas também nem tão pequenas. Ela se acostumou com aquela vida que nem conseguia mais se imaginar sem aquilo. 

— Eu consegui algumas cobertas para você! — a voz de Kim chegou aos seus ouvidos. Ela fechou a porta do quarto. 

— Valeu — disse, pegando-as. 

Ela não sabia exatamente o que fazer. Nem como agir. Nunca esteve naquela situação antes e admite estar acanhada. Kim parecia estar na mesma situação. Rae começou a olhar ao redor do local. 

— Seu quarto é legal! — foi a única coisa que lhe veio na mente. 

— Valeu — disse. Seus olhos caindo na sua cama e encontrando a coisa mais bizarra que alguém poderia fazer com seu bichinho de pelúcia. 

A parte debaixo do corpo era a de um gato branco. Mas na cabeça, ela foi tirada e ocupou o espaço com a de um unicórnio. 

— O que é aquilo? 

Quando Kim percebeu aquilo, em um segundo estava em cima de sua cama e pegando a sua pelúcia. 

— Nada! — falou — É só uma coisa... Velha! 

Rae ergueu uma sobrancelha. 

— Onde é que o verdadeiro corpo dele está? — perguntou. 

Kim suspirou derrotada. 

— Eu tinha 10 anos na época. Me sentia bem solitária e meu melhor amigo era apenas um gato de pelúcia — ela olhou para o que segurava — Mas eu também amava, e ainda amo, unicórnios. Propus a mim mesma de que só podia ter um melhor amigo. Então, arranquei a cabeça do meu unicórnio e a costurei no corpo do meu gato. Um... Gatocórnio. 

Ela sorriu tímida e Rae percebeu que ela ficou vermelha. Apesar de achar aquele pensamento um tanto estranho, percebeu que viu uma das coisas mais pessoais de Kim. E também não gostaria de que ninguém descobrisse as suas coisas pessoais, pois também a achariam bem estranha. 

— Eu sei! Estranho! — ela concordou, guardando o Gatocórnio dentro do guarda-roupa. 

— Eu também já fiz coisas bem estranha na vida — Rae sentiu que deveria tranquiliza-la. Algo nela ficava incomodada ao ver Kim parecendo com medo dela. Se era para pôr medo, queria por em Michael e nos monstros. Ela via que Kim estava tentando... Se abrir. E era conhecida por todos como tímida — Olha para mim! 

Kim riu. 

— Eu não acho você estranha! — disse, caminhando até a porta e trancando-a — Na minha cabeça, eu pensava que você tinha algum tipo de problema de pele ou uma tatuagem que cobria todo o corpo. 

Rae sorriu, enquanto as duas sentavam-se na cama. 

— Você está com medo? — perguntou ela. 

— Um pouco — respondeu Rae. — Bem, eu sempre soube que este mundo existia. Mas eu... Nunca entrei de verdade nele. 

— Nunca teve interesse em saber mais sobre essa coisa de... Como é mesmo? 

— Sobrenatural? Anomalia? 

— É, isso! 

— Joel nunca me deixou eu saber mais! Acho que ele teme que eu fique envolvida até demais — falou ela — E eu ficava bem ocupada tentando achar a solução da minha radiação! 

Rae se lembrou da época que descobriu. Das noites que ficava horas em claro com medo, e o seu pai a visitava constantemente de noite. Ela sentia uma enorme culpa por não deixar que ele descansasse. Uma coisa que ela nunca conseguiu entender era o modo como ele a tratava como se fosse sua filha. Tratava melhor do que a mimada da Emilly. 

— Vocês dois são bem próximos, não é? Você e Joel? — Kim perguntou. 

— Sim. Depois que meu pai deu de uma para melhor, ele ficou do meu lado. — ela pensou um pouco — Na verdade, fui eu que fiquei do lado dele e fiquei o enjoando até nos entendermos. 

Kim sorriu. 

— Vocês brigavam muito? 

— Não é brigar! É que eu ficava muito tempo na casa dele e, bem, ele não suportava crianças! — as duas deram uma leve risada. 

— Eu queria ter alguém assim — suspirou Kim — Alguém que estivesse do meu lado. 

— Você tem Jonas! Vocês dois ficaram bem juntos nesses dias! — afirmou Rae, vendo o semblante de Kim mudar. 

— Nós dois ficamos mais amigos, eu acho! É bom não ficar apenas lendo ou ouvindo música nos intervalos — falou ela — Por que você não fica com a gente? 

Rae a olhou tentando esconder a surpresa. 

— Eu não sou de me enturmar — aquela foi a única resposta que conseguiu, mas para falar a verdade, ela nem sabia. 

Ela já se acostumou com não falar ninguém na escola. Já se acostumou a ser a última a entrar em trabalhos em grupos. Já se acostumou de ter a companhia apenas do Capitão Skandar e de Joel. Rae já se acostumou a ser fria. Mas Kim estava se oferecendo para ficar com ela. Sabia que logo desistiria, mas algo dentro dela falava que não queria se enturmar com ela porque tinha medo. Medo de não conseguir se enturmar e no final saber que foi um mero desperdício de horas em que poderia estar fazendo sua maratona na Netflix. 

Kim a olhava como se tentasse decifrar seu rosto. 

— Você desconfia de mim? — perguntou. 

— Honestamente, não tenho motivos para desconfiar de você ou de Jonas! Estamos no mesmo time! — Kim sorriu — Mas eu não estou no time de Katie, Luke e Michael! E nem dos outros! 

— O que Owen pode fazer? Ou Sue? 

— Bem, talvez eles não! Mas os novatos sim! 

Kim fixou os olhos na parede. Rae suspirou, notando a besteira que fez. 

— Desculpa por aquilo entre você e Michael... 

— Não! Você está certa! Eles não são monstros, mas aquele papo de saberem quem são nossos pais é estranho! — concordou. — Mas é que... Acho que eles escondem algo! Palpite? 

— Você é vidente! Acho que seus palpites não surgem em vão — teorizou Rae, pensativa — Só quero dizer que, se quer ficar próxima deles, tome cuidado! Eu não mando em você, mas só quero te... Aconselhar... 

Ela falou aquela palavra com se fosse algo estranho. Ela nunca aconselhou ninguém. 

— Não esquenta! Eu não deixarei nenhum deles fazer nada comigo! — tranquilizou — Sabe, eu aconselho você também a ser mais próxima deles! Eu sei, loucura de sua parte! Mas não acha melhor fazer menos inimigos, mais do que já temos? 

Rae se viu a concordar com ela. 

— É só que... 

Ela não conseguiu falar. Ela buscava alguma palavra para descrever aqueles três. Kim abriu um sorriso automático. 

— Você se sente incomodada com Michael? 

Depois de segundos encarando Kim confusa ela entendeu. Kim viu o sangue chegar nas suas bochechas. 

— S-Sim! Mas é só ódio! — exclamou. — Só ódio! Ódio! 

— O.k... — Kim fingiu estar convencida. 

Rae começou a olhar ao redor. Seus olhos caíram em alguns desenhos em cima de sua escrivaninha. Kim se levantou para pegar algumas cobertas no seu guarda-roupa. Rae pegou os desenhos com curiosidade. 

— Gostei dos desenhos — disse sem tirar os olhos dele. 

O primeiro era de flores amarelas, mas viu um pouco de sangue em cima delas. O segundo era a silhueta de uma mulher com capa. Não era colorido e não tinha rosto. E o terceiro, uma espécie de nave. Embaixo estava escrito uma letra. Não a inicial do seu nome, mas um W. 

— Eu tive sonhos disso — falou. — Venho sonhando com isso constantemente. Flores amarelas com um pouco sangue, uma nave alienígena que começa com W mas não lembro direito o nome e uma... Mulher. 

Rae a olhou e percebeu que ela fazia esforço para se lembrar. 

— Estranho, não é? Ela parecia estar preocupada comigo! — afirmou — Bem, se posso prever coisas, então isso não é em vão! Eu vou falar com Owen! Ele entende desse tipo de coisa e pode me ajudar! 

— Tem certeza? 

— O que mais posso fazer? — indaga ela. — E tem certeza de que Sue fala a verdade? 

— Por que ela mentiria? — retrucou Rae — Ela me chamou para ir na casa dela amanhã! Você vai? 

— Acho que sim! — respondeu. 

Kim olhou para os desenhos apreensiva. Quando voltou seus olhos para Rae, percebeu que as mãos dela estavam diferentes. Maiores. E não era ela. E sim uma mulher. Os olhos castanhos, assim como os seus cabelos, a olhavam. Aquela cena apareceu com um piscar de olhos. Nem durou dos segundos. Kim pulo de susto e segurou o grito. Rae franziu a testa. 

— Tudo bem? 

Ela balançou a cabeça. 

— Só cansada! — respondeu. 

Kim se encaminhou para a cama, pensando em como os olhos de Rae e da mulher eram parecidos. Ela descartou uma ideia ridícula. Essa coisa de vidente mexia muito com ela. 

*** 

Jonas já perdeu a conta de vezes que Hannah passava aquele batom. 

Ele não tinha nada contra em retocar o batom. Mas passar 30 vezes já é demais. O batom cor de rosa de Hannah já estava bem marcado nos seus lábios carnudos. Se seu cabelo não estivesse prendido em um coque, com certeza ficaria o arrumando também. Seu café da manhã era o mais saudável entre eles. Apenas morangos e cereal, ao contrário do de Jonas, que era panquecas e bacon. 

Christopher comia feito um monstro, enquanto seu padrasto pegava suas coisas na sala. Ele nem era comparado ao irmão — o que tirou Jonas do hospital. Dois meses depois, ele descobriu uma doença e morreu em pouco tempo. Sua mãe não ia com a cara dele e se casou com o irmão, do qual tinha um caso e traía com o outro. Ela vivia viajando, para a sorte de Jonas. Mas seu azar é estar com ele. 

Jonas queria ficar toda sua atenção na sua comida. Imaginar que haveria um serial killer lá fora lhe dava arrepios. Ele teve que tomar remédio para dormir, mais do que os outros remédios que ele tomava. 

— Alguma novidade na escola? — perguntou o seu padrasto, mais especificamente para Christopher e Hannah. 

— Os testes para cantores e compositores vai ser em poucos dias. — disse Hannah, fechando seu pequeno espelho — E eu vou participar! 

— Novidade! — Christopher revirou os olhos — E o dia do jogo será próxima semana! 

— Já era hora! Cansei de ver tanto jogador cansado correndo pelos corredores! — falou Hannah com desdém. — Ah, e Jonas fez amigos! 

Todos olharam para ela com surpresa. Jonas se perguntava qual era o objetivo dela dessa vez. 

— Jonas? Amigos? Essa foi a combinação mas bizarra que a vi! — debochou Christopher. 

— É verdade, Jonas? — os olhos cinzentos de seu padrasto encontrou os dele. 

— Sim! Com uma menina nerd e a garota das trevas! — respondeu Christopher por ele. 

— Sim — concordou Jonas. 

— Aquela garota que ganhou o concurso de fotografia? A CDF exibida? — Hannah forçou um riso — Como é que conseguiu fazer amizade com elas? 

— E com aquele novatos! — acrescentou Christopher. — Eu vi você com aquela garota  no corredor! Parecia estar feliz com ela! 

— E você tem algum problema com Kim? — indaga Jonas. — Você ficou bem bravo quando ela ganhou e você não ganhou os três pontos extras. 

Ele deu de ombros. 

— E quem são esses novatos? — seu padrasto ficou intrigado. 

— São uns estranhos que quiseram fazer amizade logo com eles — Christopher falou como se não acreditasse naquilo. 

— Vocês tem algum problema com isso? — ele se pronunciou. — Sim, eu fiz amizade! Satisfeitos? 

— Eu não quero saber dessas garotas aqui em casa! Não até conhecê-las direito — dito isso, ele saiu do cômodo. 

— O que foi que você fez para fazer amizade com elas?— perguntou Hannah. 

— Algo que não é da sua conta! — Jonas se levantou e saiu da cozinha. 

*** 

— Você já viu algo como isso acontecer? — perguntou Kim, esperando uma resposta vir de Owen, que olhava para seus desenhos. 

— Videntes costumam prever coisas ou ver memórias do passado nos sonhos! Isso é bem comum! — falou ele. 

— Memórias? — perguntou Rae, franzindo o cenho. 

— Esses desenhos podem indicar uma previsão ou algo que lhe aconteceu no passado! — ele olhou para Kim. 

— Eu sempre tive sonhos de flores amarelas — contou ela — Antes de conhecer vocês! É como se fosse um Dja Vu! Sempre me assombrou! 

— E você já se envolveu com aquilo antes? — indagou Owen. Kim negou com a cabeça. — Eu não sou especialista nisso e não posso garantir nada, mas meu palpite é que sejam memórias do passado! 

Ele devolveu os desenhos. 

— Mas essa mulher me parece familiar! — falou ele — Tem um jeito de você conseguir se conectar nos seus sonhos! Ouvi minha mãe falando que quanto mais um vidente desenha seus sonhos, mais consegue decifra-los. 

Rae olhou para alguém entrando no corredor, desviando a atenção dos dois. 

— Eu já volto — e saiu sem esperar uma resposta. 

Ela chegou rápida até Sue, que mexia no seu armário. 

— Eu recebi sua mensagem — falou Rae, chamando sua atenção. 

— Não fale para ninguém — disse ela, cautelosa — Ouvi hoje do meu pai que iria ficar o dia inteiro fora do escritório. Ele nunca me deixou entrar lá porque diz em ter coisas confidenciais. — Sue olhou para Rae — Eu não vou conseguir invadi-lo sozinha. 

Rae entendeu o que ela quis dizer. 

— Que horas na sua casa? 

— Depois da aula. — respondeu fechando o armário — Quanto mais cedo, melhor. 

Ao ouvi-la falando aquilo, Rae sentiu um pouco de semelhança com o pai dela durante o seu discurso para as eleições que assistiu hoje de manhã. "Quanto mais cedo melhorarmos a cidade, melhor". 

Rae sabe muito bem que há muito que fazer para melhorar aquela cidade.



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