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História Anomalia - Capítulo 30 - Aulas de filmes de terror.


Escrita por: Duda_104

Notas do Autor


Boa leitura!!!! :) :D

Capítulo 31 - Capítulo 30 - Aulas de filmes de terror.


O volume alto de sua música a impossibilitou de ouvir as buzinas do carro ao seu lado. 

Rae continuou caminhando com as mãos no bolso do casaco. Ficou até tarde na aula de música. O peso do seu violão ao seu lado a incomodava. Buzinou de novo e nada. Decidido, andou mais à frente para que visse ele. Rae tirou os fones escondidos no seu cabelo solto. Olhou para o carro e viu Joel buzinando para ela. 

— O que está fazendo aí? 

— Voltando para... Casa? — respondeu Rae com desdém. — Eu fiquei na aula de música! 

— O.k. — disse Joel, olhando para frente e depois para ela — Entre! 

— Pra? 

— Para eu levar você para casa? — supôs Joel — Está tarde! Entre logo! 

Rae abriu a porta da frente e olhou para Joel com desdém. 

*** 

— Melanie! 

Ouvindo seu nome sendo chamado, Melanie se recompôs. Enxugou as lágrimas e pôs o cabelo encaracolado para trás. Olhou Owen se aproximando do banco onde estava. 

— Oi — retribuiu. 

— O que está fazendo aqui? De noite? — ele se sentiu do seu lado. 

Melanie voltou os olhos para o parque vazio a sua frente. Iluminado pelos postes de luz amarela, Melanie gostava de vir pra lá e pensar um pouco. 

— O que você acha? — apoiou suas mãos na beira do banco de pedra. 

Os dois ficaram em silêncio. 

— É por causa do que fizeram hoje? — perguntou Owen olhando para ela com serenidade — Não ligue pra isso! 

— Claro que eu não ligo! Mas... Por um minuto eu percebi que... Ninguém gosta de mim! — enquanto falava, Melanie se lembrava das coisas que colocaram no seu armário. 

Hannah e Josh, irmãos de Jonas e Kim, planejaram tudo ao lado de seus amigos. A foto de Melanie estava pregada lá, com desenhos no seu rosto e escrito 'Consegue ler isso, analfabeta?'. 

— Que idiotice! Só por ser disléxica? 

— Não é só por isso, Owen! — ela virou o rosto — Eu não me encaixo mesmo nesse lugar! 

Owen tocou no seu ombro, a consolando. 

— Eu estou bem! Eles não se importam comigo, e eu não me importo com eles! — olhou para ela e sorriu fraco. 

Ele assentiu com a cabeça. 

— Me desculpa por ter... 

— Escondido que ainda tinha colapsos? — continuou ele — Não! Imagina! 

Owen suspirou. 

— Eu não me esqueci disso! 

— Eu não achei que... 

— Você acha que eu não me importo com você? — exclamou ele irritado — A maioria das pessoas da escola zombam de você! Mas eu sou uma das poucas que gosta de te ver feliz! 

Melanie suspirou. 

— Eu queria dar conta disso sozinha! 

— Será que dá para eu também te ajudar nisso? 

— Owen — Melanie tocou no seu rosto, o acalmando. — Eu posso me virar sozinha, troglodita! 

Owen abafou um riso. 

— Desde os cinco anos que você não fala isso! 

— Eu te chamo assim quando você está irritado comigo! 

Melanie acariciou seu rosto. A expressão de Owen foi ficando mais passiva cada vez mais que ele mergulhava nos olhos de Melanie. Sentindo seu toque suave e calmo no seu rosto o acalmava e provocava-lhe alívio. Por trás de tanta delicadeza do rosto dela, tinha uma garota corajosa. A garota que ele sempre teve uma queda. 

Owen tocou no seu rosto e, numa rapidez, a aproximou para um beijo. 

Melanie fechou os olhos ao notar o que acontecia. Envolveu seus braços no pescoço de Owen e prolongou o beijo. Quando acabaram, Melanie sorria timidamente. 

— MELANIE! 

Ela se afastou ao ouvir a voz na sua cabeça. Levantou-se olhando para os lados. Owen se prontificou a manter-se pronto para socar alguém. 

— O que foi? 

— Ela está aqui! 

Owen viu suas pupilas dilatarem. Um vulto passou perto do parque. 

— Corre! — Melanie pegou o braço de Owen. 

— Melanie... 

— Owen, corra! — insistiu ela. 

Ele se rendeu e correram. Mas não muito, pois uma nuvem negra os circulou. 

Melanie pegou algo de sua bolsa e jogou ao redor dela e de Owen. Pegou o braço dele e correu segurando o frasco. Owen a seguiu até as árvores, confuso. 

— Melanie, já que está fazendo? O que é isso? 

— Eu sei onde ela fica! 

— O quê? 

— Eu sei onde a Vindicta está escondida! 

— O quê? 

— Ela está me atraindo! 

— Melanie, pare! 

Ela o ignorou e correu mais rápido. Owen bufou. Ela era mais rápida do que ele. Ainda segurava o frasco com firmeza e adentrou na floresta. Ele sabia o que estava acontecendo. A Vindicta a atraía para uma armadilha. O porquê ele não sabe. Digitou o número de Joel e ligou. 

*** 

 Jonas nunca pensou que ficaria tão tarde na escola a ponto de nem ter a noção do tempo. 

Seus dedos formavam bolhas de tanto pressionar a lata de spray e tonalidades escuras os preenchiam. Tentou fazer algo nem tão assustador mas também nem tão fora do que ele costuma desenhar. A floresta à noite, acompanhada por um lobo entre as árvores. Ele tem que admitir que nunca sentiu tanto orgulho do seu trabalho. 

Olhando para ele fixamente, ele esconde o fato de querer que Edward ficasse orgulhoso do que ele faz. Mas não esconde que queria que seus pais estivesse orgulhosos. Que olhassem para o trabalho que ele fez e lhe dessem um sorriso. 

E foi assim que Jonas ficou. Parado sem nem sequer limpar a mancha de tinta de spray do seu rosto e de suas mãos. Olhou para sua pintura imaginando seus pais ali, do seu lado. Até que a porta de abre. 

— Ah, desculpa! Eu devia ter batido primeiro — disse Sue quase entrando na sala. — Só quero pegar algo... — ao entrar, seus olhos caíram na pintura que ele fizera. — Ah meu Deus! Foi você que fez? 

Ele assentiu. 

— Não sabia que entraria para o comitê do cenário! Bem, pelo que Christopher resmungou tanto de você não é seu estilo! 

— Resolvi tentar — falou Jonas. — O que acha? 

Jonas ficou sem graça quando Sue lançou um olhar crítico para a obra. 

— Nada mal — ela o olhou — Eu não entendo nada disso, mas não está... Ruim! 

Ela respirou fundo. 

— O.k., está muito bom — suspirou derrotada como se tivesse perdido uma batalha contra si mesma. 

— Sério? 

— Eu tenho que cara de que estou brincando? 

De novo, suspirou. 

— Eu acho que estou ficando mais... 

— Simpática? — Jonas sorriu. Sue o fuzilou com o olhar — O.k., desculpa! 

— Não! Você está certo! — ela deu de ombros. Ela se encaminhou para uma mesa encostada na janela — Acho que ultimamente estou tendo uma lição de vida... 

Levantando o olhar, ela viu o céu se escurecendo e, ao lado de um carro estacionado em frente à escola, da qual o capô do deixava amostra da cintura para cima, sem ela poder saber de qual altura era. Sue pulou de susto e recuou para trás ao se deparar com tal criatura estranha. 

Jonas parou do lado dela. 

— Tá tudo bem? — ele seguiu seu olhar — O que houve? 

— Ali, seu cego! — a velha Sue deu as caras. Apontou para a direção da pessoa e Jonas o reconhece. 

Espremeu os olhos para saber se era verdade o que via. 

— Eyeless Jack? 

Aquele simples nome não faria sentido para Sue, por isso o olhou confusa. Mas para Jonas significa várias coisas. Ele não conhece todas as creepypastas, mas sabe de algumas. 

Todo vestido de preto, diferenciando apenas sua máscara azul com dois furos grandes e pretos parecendo um buraco negro, da qual escorria algo também preto. 

Joana esfregou os olhos. 

— O que você disse? 

— Eyeless Jack! — ele traduziu — Jack sem olhos! U-Uma creepypasta... 

— E o que raios é uma creepypasta? — ela continuava confusa. 

O Jonas de algumas semanas atrás, ao estar na situação do que que está no presente, pularia a janela e tiraria uma selfie com Eyeless Jack. Mas tudo o que ele tinha vontade agora era de desaparecer dali. 

— Creepypastas são histórias de terror que as pessoas criam na internet — Jonas e Sue se olharam — E esse Eyeless Jack. é uma creepypasta! 

— Não parece ser uma... — quando os voltaram a olhar para frente, ele não estava mais lá — História! 

— Quando ninguém está olhando ele desaparece para provocar um suspense e prende a atenção do telespectador — murmurou Jonas concentrado na paisagem do lado de fora. 

— O quê? 

— Foi mal! Mas isso é muito parecido com um filme de terror! 

— Bem, eu não queria que parecesse — disse Sue. — Vamos sair daqui! Vai que no filme de terror o assassino nos tranque aqui! 

Jonas considerou a ideia. Encaminharam-se para a porta apressados, mas Jonas pôs o braço na frente de Sue. 

— O que foi? 

— Ele está atrás da porta! 

— Como é que você sabe? 

— Ele teria aparecido atrás de nós! Os filmes de terror ensinam isso! 

 Sue revirou os olhos e tocou na maçaneta. 

— Jonas, isso aqui não é um filme... — ela abriu poucos centímetros, mas um vulto e uma figura na janela pequena da porta a fez gritar e Jonas fechar a porta num reflexo. 

Não era uma pessoa que viam através do vidro. Era centímetros mais alto. Tinha a cabeça de uma pele marrom escuro, um focinho da mesma cor e presas enormes, como as de um vampiro. Um morcego. 

Jonas instintivamente puxou uma cadeira e a pôs contra a porta, enquanto Sue a pressionava mesmo que ele ou ela não tentasse abrir a porta. 

Eles se afastaram cautelosos. O morcego nem tentou abrir. Apenas ficou os olhando. 

— Becky? — Sue tremia até nas palavras. — Becky, se for você por favor, pare! 

Jonas pegou mais cadeiras. Pegou a mão de Sue e a levou até a janela. Os dois tremiam de medo. 

— Sue, não acho que seja... 

— Eu sei! — ela o interrompeu nervosa. 

— Temos que pular... 

— E o Eys lá fora? — ela gritou. 

— Eyeless Jack! Prefere ou... — Jonas olhou para o morcego e viu que ele pôs a mão na maçaneta. 

Sue não hesitou e abriu a janela. Era grande o suficiente para que os dois pulassem, mas Jonas ajudou Sue primeiro. Nem sequer olharam para trás. Apenas correram para longe da escola. Discou o primeiro contato que veio já sua lista no celular, da qual não era tão grande. 

— Rae! — gritou ele enquanto corria ao lado de Sue — Rae, tem um... 

— Jonas, Melanie foi pega! Não podemos falar agora! 

— TEM UM ASSASSINO AQUI! — ele gritou mais alto — Chama Joel! Não consigo ligar para ele! Onde vocês... 

Os dois frearam ao ver um carro passando. Uma caminhonete. Ela quase os atropelava, mas Joel freou a tempo. Eles foram iluminados pelos faróis os cegando. Os dois gritaram ao verem a caminhonete a poucos centímetros de passar por cima deles. Joel buzinou irritado. Sue e Jonas se entreolharam e pareceram ler a mente um do outro. Entraram na caminhonete sem esperarem uma resposta. 

— Por que vocês sempre aparecem na hora errada? — rosnou ele pisando tão forte no acelerador e Jonas supôs que este ficaria emperrado. 

— Bom te ver também — murmurou Sue olhando atenta para o vidro e para a escola se afastando deles em alta velocidade. 

— Joel, tinha alguém lá! O assassino... Morcego... Eyeless... — Jonas ofegava, sem conseguir por os pensamentos e as palavras na ordem. 

— Depois você fala de suas paranóias! 

— É verdade! Tinha alguém lá... — Sue tremia tanto quanto Jonas. 

— Calem a boca — Owen, que estava entre os dois no banco de trás, gritou — Vindicta pegou Melanie! Depois vocês fazem seu boletim de ocorrência! 

Jonas e Sue se calaram. Ao se olharem, ele percebeu que tanto ele quanto ela se sentiam culpados. Mas não deixou de notar que Sue também ficou culpada. 

— M-Me desculpa... 

— Só me deixem em paz! — falou ele mais calmo. 

Sue não o questionou. Jonas, inacreditavelmente, seguiu o mesmo exemplo que ela. Owen estava mais assustado que eles e tremia como se estivesse com frio. 

*** 

— COMO VOCÊ PÔDE? — Kim gritou como nunca, jogando os braços para os lados. 

— Pare de tanta frescura, Kimberlly! 

Ela rosnou alto, caminhando de um lado para o outro sem se importar com o olhar de surpresa de Mack sobre ela. 

— Por que a inscreveu também, mãe? 

— É o que eu quero saber! — gritou Kim. — E SEM A MINHA PERMISSÃO! 

— Eu tive que fazer isso, Kimberlly! Senão, nunca aconteceria... — ela também gritava. 

— Se eu quisesse que acontecesse, eu mesma pediria! — Kim cerrou os punhos irritada. 

Se alguém visse Kim daquele jeito, prestes a explodir, pensaria que não era ela. Se tem uma coisa que a faz tirar do sério são as atitudes que sua mãe tem sobre ela. Querendo buscar a filha perfeita nela. Nesses anos, descobriu que não nasceu para fazer esportes e nem seria boa em desfilar na passarela. Sua mãe se orgulhava de sua inteligência e insistia que ela fizesse medicina. Kim já pensou no caso, mas não se vê como uma médica no futuro. 

As amigas dela, em meio às conversas quando saíam juntas, falavam que os filhos eram muito inteligentes e que queria fazerem faculdade de medicina, engenharia, direito, arquitetura... Tudo que sua mãe tinha interesse. E Kim só se interessava em fotografia, e há pouco tempo concluiu que seria uma astróloga. Ela era uma dessas filhas que viviam sob a influência dos pais, que queriam fazer o futuro dela. Sem nem ao menos perguntar o que ela queria ser. Não era pelo bem dela. Era para o bem deles. 

— Kimberlly, eu sei o que é bom para você e no futuro você vai me agradecer por isso! 

— Você não tinha o direito... 

— Eu sou sua mãe! Eu faço o que quiser com você! Se quer desperdiçar o nome de nossa família e seu futuro com estrelas e fotografia, então eu darei um jeito! 

— Mas mãe, não parou para pensar que esse não é o estilo dela? Que ela não quer isso? Não acha melhor ela entrar por livre e espontânea vontade do que força-lá a fazer algo? — Kim olhou para Mack, que inacreditavelmente fez aquele discurso calma e sincera. Tanto Kim quanto sua mãe a olharam surpresa. — E também seria desclassificada muito rápido... 

A velha Mack voltou. 

— Ela terá de aprender, Mack! — sua mãe andou até à mesa, onde estava a mochila de Kimberlly que acabara de voltar da escola. Vasculhou-a com pressa e raiva até pegar sua câmera. 

Kimberlly imediatamente correu e tentou pegar a câmera de volta. Mas sua mãe puxou de volta. 

— Isso aqui não vai te deixar importante, Kimberlly! Qualquer um pode tirar míseras fotos! — Kim tentou pegar de volta. 

— Isso é meu! — gritou ela — Isso é de minha propriedade pessoal... 

— Você tem que aprender uma lição Kimberlly! Porque isso aqui é besteira que qualquer um pode fazer! 

— Me dá isso aqui! 

Kim puxou de volta, e sua mãe soltou por causa da força que Kim fez que nem ela conseguiu puxar de volta. Mas Kim, nem imaginando que conseguiria tão fácil assim a sua câmera de volta, acabou soltando-a e bateu contra a parede. O som das peças se quebrando a fez gelar. 

Ela sentiu o coração apertar. A velocidade que bateu contra o chão era tremenda. Surgiu uma rachadura na parede. Kim correu até sua câmera. 

— Olha o que você fez! — repreendeu sua mãe.


Notas Finais


Espero que gostem!!!!

Quem aí gosta do Eyeless Jack?? Ele não chega a ser meu favorito, mas eu gosto dele!


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