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História Anomalia - Capítulo 36 - Tenho duas opções para se ter medo.


Escrita por: Duda_104

Capítulo 37 - Capítulo 36 - Tenho duas opções para se ter medo.


Fanfic / Fanfiction Anomalia - Capítulo 36 - Tenho duas opções para se ter medo.

 

Minutos antes de Rae presenciar o que ela achava ser a sua morte, ela achava que estava presente com o garoto mais idiota que já vira. 

Segurando o churros que eles compraram de um aluno, Rae olhava para Jonas com surpresa depois de ter rido. Owen apenas sorriu. Jonas viu do canto do olho Alice e David ali, ajudando em um dos desenhos. 

— Eu vou fingir que nunca ouvi isso! 

— Mas é sério! Parece uma bicicleta — Jonas continuou contrariando Owen. 

— O que um coqueiro de uma praia tem a ver com uma bicicleta? — Rae voltou-se para um desenho que fizeram. Ela não conseguia acreditar que Jonas confundira o desenho de um coqueiro com uma bicicleta. 

Os três continuaram a caminhar pela quadra. Poucas pessoas restaram ali, já que o jogo de basquete havia começado. Eles podiam ouvir o som dos apitos e as pessoas gritando. Rae pelo menos viu algo de bom num sábado de manhã na escola: churros. 

Mas uma coisa ele não conseguia entender naquele dia e que Rae sussurrou; um garoto que nunca vira pelos corredores da escola estava ali. Talvez amigo de alguém, mas não o viu falar com absolutamente ninguém. O mais estranho é que a seguia discretamente. Enquanto ela, Jonas e Owen viam os desenhos, o garoto ficava na sua cola. Ele era um completo desconhecido para ela. 

Seu cabelos eram lisos e castanhos. Os olhos ela conseguiu ver ser de um tom de verde mais escuro. Quando os dois olharam para ele discretamente para tentar reconhece-lo, ele botou aquilo e abriu um sorriso. Um sorriso contagiante. 

Uma professora chamou Jonas e Owen para tirarem uma foto com o grupo de artes. Todos os alunos tiveram de se afastar. Jonas olhou para Rae terminando de comer seus churros. Ouviu-a a tempo de ouvir pronunciando o nome de Kim. Ele franziu a testa. Devia estar desconfiando do garoto que a espiava. 

Jonas e Owen estariam seguros ali, onde haviam testemunhas. Mas e ela? Para onde ela foi? 

Saiu da quadra olhando para os dois lados do corredor. Jonas sentiu o lado do bolso do seu casaco pesar mais, onde estava seu relógio. 

Nem imaginava o quão roído Rae tinha que correr agora. 

*** 

— Você está bem? — Jonas tirou Owen de seus devaneios profundos. 

O garoto o fitou e assentiu com a cabeça sem se importar de ser convincente. A quadra estava quase vazia. Jonas sentou-se do seu lado na arquibancada. Um grito e uivo de comemoração indicava que o time da escola marcou ponto. 

— A homenagem no armário continua lá — informou Owen com certa tristeza. — Meio mundo colocou alguma coisa no armário dela, menos eu. Até vocês, sem ofensa. 

Jonas balançou a cabeça. 

— Coloquei uma vela perfumada. Ela me disse uma vez que gostava do cheiro de lavanda enquanto me ajudava a ter uma ideia do que desenhar... 

Owen sorriu. 

— Por que não coloca algo? — a curiosidade de Jonas falou mais alto. 

— Porque ela odiava a posição onde estava o armário dela — respondeu — Ficava ao lado de sua irmã e de Isabell Martins. Ela as odiava. E mal usava o armário. Só eu dessa escola sabia disso. 

Suspirou. 

— Hoje de manhã acordei com dor de cabeça. Fico tendo visões do futuro toda hora... 

— Do futuro? 

— É, mas só coisas como a resposta do dever de história. Isso ficou mais frequente depois do que aconteceu com Melanie! 

Jonas o olhou compreensivo. 

— Valeu por me ouvir, Jonas! 

Ele sorriu. 

— Sem problemas! — disse-lhe. 

Jonas olhou para seu celular pela milésima vez naquele dia, checando se o alarme tocou. Owen o olhava observador. Do viu o sinal do alarme no canto da tela. Aquilo fez algo cair do bolso do seu casaco. 

— Vai para algum lugar? — perguntou. Jonas ficou confuso — Você está com alarme! 

— Ah, não... 

Owen assentiu com a cabeça enquanto o via pegando o que deixou cair. Ele teve tempo de ver pílulas. 

— Desculpa perguntar, mas você tem alguma coisa para tomar remédios? 

Jonas ficou em silêncio. Abriu a boca para falar, mas a fechou, deixando claro que procurava por uma mentira. 

— Não precisa me falar — falou — Meu primo tomava esses mesmos remédios. 

Ele continuou em silêncio. Owen bateu de leve nas suas costas, deixando Jonas mais aliviado. 

Uma garota loira correndo no meio da quadra se direcionou a eles. Ao se apoiar na arquibancada, parou para respirar. 

— Katie? — chamou Jonas. 

— Jonas... Rae... Kim... 

— O que tem elas? 

— Aconteceu alguma coisa? — perguntou Owen com um pouco de preocupação. 

— Rae está com Michael! Ele a encontrou quando ia ao banheiro... Ela... Kim... — Katie ainda exigia ar. 

Jonas desceu da arquibancada e segurou seus ombros. 

— Katie, usa as palavras! O que aconteceu? — ele perguntou lentamente

— Kim teve uma visão no banheiro de Rae sendo atacada. Michael encontrou Rae correndo pelos corredores mancando. Ela disse que tinha alguém atrás dela... 

— Onde ela está? — voltou a perguntar. 

— Na enfermaria! 

Eles correram até lá, passando por Alice e David, a tempo de ver Kim sentada numa cadeira tomando chá, Luke do seu lado e Rae deitada na maca. A enfermeira já havia saído para ligar para os responsáveis dela e já tinha limpado a ferida. Foi no antebraço. Michael segurava uma bolsa de gelo acima de sua coxa. Rae olhava tonta para o teto. Jonas se aproximou dela em um misto de pena e medo. Owen estava do mesmo estado. 

— Como isso foi acontecer? — perguntou Owen. 

— Eu não sei! Eu estava saindo do banheiro e vi ela caindo de joelhos! 

— Ela estava fugindo! 

A voz de Kim saiu rouca e cansada. Luke tocou no seu ombro. 

— Você viu o que houve? 

— Eu tive uma visão... — respondeu a Luke — Ela viu dois assassinos... 

— Aqueles assassinos de novo? 

— Que assassinos? — questionou Michael. 

— Tem umas coisas atrás de nós! 

— Bela definição. Tem umas coisas atrás de nós... — comentou Owen. 

— Era o coelho e o morcego? — perguntou Jonas curioso. 

Luke e Michael se olharam desconfiados. 

— Não, era um... — Kim se forçou a se lembrar — Um palhaço e um maluco mascarado! 

— Um palhaço? — disse Katie. 

— Kim, eles já são malucos mascarados! Encontre uma definição melhor — instruiu Michael. 

— Eu não sei dizer... 

— Esse aqui? 

A dona da voz invadiu a sala da enfermaria com uma foto em mãos. Era Alice. 

Kim pegou a foto na mesma hora e examinou. 

— O que está fazendo aqui? 

— Eu vi vocês correndo histéricos — ela respondeu a Jonas. 

— Essa mesmo! — exclamou Kim. 

Ergueu a foto para que todos pudessem ver. Kim parecia estar vendo novamente sua visão. Era igual. A capa preta e a máscara impedindo de saber sua identidade. 

— Como você sabe? — perguntou Kim. 

Owen se pôs na frente de Alice cerrando os punhos. 

— É, como é que você sabe? — ele foi mais ameaçador. 

— Não, não fui eu! Está bem? 

— Não foi ela! Ela estava na quadra com David agora há pouco — disse Jonas. 

Depois de pensar um pouco, Owen concordou: 

— Sim, ela estava lá mesmo. 

Alice sorriu satisfeita. 

— Então como você... 

— Não é a primeira vez que relataram o mascarado! — afirmou ela. 

— Ouvi meus pais falando de um maluco caminhando pela cidade vestido desse jeito — alegou Luke. 

— Mas não foi só aqui — Alice pegou um papel dobrado do bolso de sua calça jeans surrada e extremamente folgada. — Também teve em Lakewood! 

— Lakewood? Eu já fui pra lá — alegou Jonas. — Eu sei o que é isso! Foi por isso que não passei as férias do começo do ano lá! 

— O que teve lá? — Owen perguntava enquanto estalava os dedos. Uma mania sua de quando estava agoniado. 

— Mortes, malucos mascarados... Quase tão maluca quanto essa cidade! 

— Ela sabe sobre aquilo? — Katie se impressionou. 

— Mais do que imaginam. 

— Vou ligar pra Joel. Nós temos que sair daqui. — Kim pegou seu celular. 

— Tem mais alguém aqui que sabe daquelas coisas? 

— Não, só nós. 

— E Sue — Jonas acrescentou a fala de Michael. 

— Onde ela está? Ela pode ser atacada também! 

— Mas como... 

— O morcego nos viu. Vai que ele seja amigo do palhaço e do mascarado — Kim interrompeu Jonas. 

— Vocês ficam aqui! Eu vou pegar Sue! — disse Owen. 

— Eu vou pegar David! 

Jonas se aproximou da bancada, apoiando as mãos na pia. 

— Eu vou com vocês! 

— Jonas... 

— Eu estou inquieto. Eu vou. Só... Um minuto. 

Ele pegou as pílulas de seu bolso com as mãos trêmulas. Abriu-as e encheu um copo de água que pegou de cima da bancada. Alice viu e pegou o remédio. 

— Pra quê isso? 

Jonas não respondeu nada. Bebeu um gole de água, sentindo as pílulas descendo. Quando ia guardar o remédio, as luzes piscaram. Todos olharam ao redor. Alice, Owen e Jonas saíram em disparada para a quadra onde ocorria o grande jogo. 

Um suspiro veio de Rae. Michael e Katie a mantiveram deitada. 

— M-Michael... Katie...

— Você está bem! Você está bem! 

Rae agarrou seu casaco ofegante. Seus olhos expressavam seu medo. 

*** 

— Sue! 

A mesma virou-se a tempo de ver Jonas e Owen. Alice mudou de direção e pegou David na cadeira de rodas fora da arquibancada. O jogo havia parado. Faltara energia. Os alunos se entreolharam curiosos e confusos. 

— O que foi? 

Owen agarrou seu braço e a puxou. 

— Temos que sair daqui! Tipo, agora! 

Sue franziu o cenho. 

— Por que... Me solta! Não vou a lugar nenhum! 

— É sobre aquilo! — Jonas quase gritou. 

As feições dela mudaram, se dando por derrotada e pegando sua pequena bolsa branca. Passou pelas pessoas até a descer da arquibancada. 

— Olha só! Não te falei? Sue agora anda com eles — um murmúrio soou mais alto. 

Sue olhou para trás e viu Becky do lado de sua melhor amiga. Do outro lado, estava Christopher. 

Jonas pegou Sue e Owen e os puxou o mais forte que podia. Não tinham tempo para brigas. 

Quando iam sair da quadra, um som abafado soou dos megafones pregados no teto, seguido de uma voz grossa e robótica. 

— Olá alunos da Beverly High School! 

A maioria ficou em silêncio. Jonas, Owen e Sue entreolharam-se confusos. 

— Eu não sou lá fã de basquete, mas parabéns aos jogadores! Fizeram um bom trabalho! — o dono da voz riu — Essa escola é ridícula! Os responsáveis dão mais foco no jogo do que nos seus estudantes! Bem... Foi muito mais empolgante eu perseguir Raven Wood do que ver este jogo entediante! 

As conversas baixas surgiram. Um dos professores saiu da quadra. Eles o seguiram e o viram correr direto para as escadas. 

— Eu estava prestes a dar uma amiguinha a Melanie Foster, mas aí perderia a graça! Eu sei, coisa bem de vilão clichê! Mas agora eu os entendo! 

As luzes piscaram de novo. 

— Essa cidade esconde muita coisa que vocês não acreditam. Sugiro a vocês para tomarem cuidado com as eleições. Elas irão mudar muita coisa... 

A voz travou. 

— Todo mundo esconde segredos! Todo mundo tem algo a revelar! Todos dessa escola um dia seriam esquecidos debaixo da terra dentro de um caixão! Mas não se enganem, a morte de vocês está mais próxima do que nunca e não demorará muito para verem Melanie Foster de novo! Nenhum de vocês é inocente! — por fim, continuou — O remetente sabe do que estou falando! 

A partir daí, não ouviram mais nada. Uma manada de alunos saíram da quadra. Os professores instruiu para que todos ficassem nos corredores. Jonas, Owen e Sue foram obrigados a permanecerem lá. Uma professora perguntou sobre Rae e eles falaram apenas que ela havia caído da escada. Eles ficaram encostados nos armários, ouvindo as conversas em tom alto. 

— O que aconteceu com aquela garota? 

— É só alguém pregando uma peça! 

— Raven morreu? 

Jonas passou os dedos no relógio angustiado. Só lhe falava essa. Apesar de bravo, ele não deixou de sentir medo. Havia mesmo um grupo de assassinos os perseguindo. Ainda mais um mascarado e um palhaço. Quando criança ele tinha medo de palhaços, não negava. Seja lá quem eram, não queriam matá-los. Analisou mentalmente os casos em que ele, Kim e Rae viram os assassinos. Se quisessem, já os teriam matado. 

Se afastou dos dois para beber água no bebedouro, seguido por olhares. Quando curvou-se para beber um pouco da água jorrando, ouviu um zumbido. Olhou para os lados estranhando. Esfregou os olhos após ver algo branco na sai frente. As luzes se acendiam e apagavam. Estranhou que ninguém notava. Todos comentavam o incidente que apavorou a todos, uns achavam ser um trote e outros uma ameaça. Do fim do corredor, em meio aos alunos, viu uma figura humana, maior do que todos ali. Vestido com um terno preto, permanecia imóvel. Não tinha rosto. Apenas uma cabeça branca e lisa. Aos poucos algo preto vinha de suas costas e se expandia, até que ele desapareceu e as luzes voltaram ao normal. 

Jonas estava com o nome preso na garganta. Ele sabia o que era aquilo. Mas como se uma borracha passou no seu cérebro, ele se esqueceu do que era. Correu de volta para Sue e Owen amedrontado. 

— Mas é claro que iriam citar aquela garota morta! Por isso acho que ele falava sobre eles! 

A garota se aproximou deles ao mesmo tempo que Kim chegava ao lado de Luke. 

— O pai de Katie e Luke vão nos buscar — avisou ela. 

— Vocês devem estarem envolvidos nisso! 

— Do que está falando, Sharon? — indagou Sue olhando brava para sua ex amiga. 

Do seu lado, Becky os observava com ódio. Christopher, Lizzie e Hannah também se aproximaram. 

— Vocês eram os únicos que andavam com ela. E a garota vestida de preto também — Sharon continuou acusando-os. Owen se pôs na frente. 

— Cala a boca e fica na sua! Quem é você para acusar os outros? 

— Todos estão acusando vocês! E não fale assim com ela! Não te deram educação não? — Becky a defendeu. 

— Deram sim. Só quero usá-la em quem preste. 

Becky avançou nele, mas Sharon o impediu e Luke e Kim ficaram na frente de Owen. 

— Chega vocês dois — disse Sharon — Não vale a pena, Becky! 

— Vocês são idiotas, isso sim! — insultou Mack. 

Kim fechou a mão irritada. Uma plateia de formou ao redor e com ela, Sara e Leonard. Jonas olhou para eles confuso e depois voltou para a briga ali. A mão de Kim tremia, até que Sharon a empurrou, falando que a culpa era dela e que era suspeita. Owen pegou sua mão. 

— Ignore... 

— Isso! Me ignore, CDF! Todos sabem que tenho razão... 

Jonas via na cara de Kim o quanto que ela estava se irritando. Mas sua irritação chegou a um nível alto, surpreendendo-o com um tapa forte na cara de Sharon. 

O público ficou em silêncio, até que começaram a exclamar em surpresa. Sharon olhou para Kim com um olhar mortífero, pois havia recuado para trás e sua bochecha estava vermelha. Jonas ficou boquiaberto. 

— Sua cadela... 

Sharon ia avançar, mas Luke a impediu. Becky empurrou os dois e andou até Kim. 

— Escuta aqui sua... 

— Ei, não mexa com ela! — Jonas o impediu com um empurrão. Christopher se aproximou e recebeu também um vindo de Jonas. 

— Vai defender ela agora? 

Christopher jogou Jonas contra os armários. Kim fechou a mão, fazendo-a ir em alta velocidade contra o rosto de Christopher. 

Foi mais forte do que o tapa que dera em Sharon. Tanto que ele caiu no chão em seguida, saindo um pouco de sangue. Owen pegou Kim e levou-a para longe, sendo seguido por Jonas, Sue e Luke. 

Jonas olhou para trás nervoso. Christopher levantou o olhar com fúria. Não sabia em qual se assustava: do homem de terno e branco ou de Christopher.



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