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História Anomalia - Capítulo 37 - Pelúcias ganham vida no chá da tarde.


Escrita por: Duda_104

Notas do Autor


Voltei!!!!!

Esqueci de avisar a quem leu o capítulo anterior. Daqui pra frente vai ter mais referências para quem assistiu Scream, a série de TV e o filme, vai saber do que se trata algumas coisas nesse capítulo.

Enfim, só queria avisar isso. Boa leitura!!!! :) :D

Capítulo 38 - Capítulo 37 - Pelúcias ganham vida no chá da tarde.


Fanfic / Fanfiction Anomalia - Capítulo 37 - Pelúcias ganham vida no chá da tarde.

4 dias. 

4 dias que o incidente aconteceu. Rae foi interrogada pelos policias, especialmente por Kevin, o xerife da cidade. 

Rae já ouviu de Joel que os dois não se viam com a cara. E Rae entende o porquê. Kevin é rígido e, claramente sabendo o parentesco por lei de Rae e Joel, não poupou perguntas da garota. Rae inventou uma desculpa de que um cara fantasiado a perseguiu. As câmeras do local foram desligadas "de repente". Também fizeram perguntas a Jonas, Kim, Sue, Owen e até mesmo Alice e David. Frank Adams não gostou da filha estar envolvida e soube que ela estava proibida de andar com eles. 

Mas Sue Adams é a Sue Adams. Infringir as regras está no seu sangue. 

Michael, Katie e Luke a ligaram preocupados. Ela assegurou estar bem e agradeceu a eles por ajudarem-na. Principalmente Michael, que a encontrou. 

Quando Rae os viu, correu. O assassino mascarado tentou acerta-lá com a faca, pegando no seu braço enquanto virava o corredor. A dor foi grande, mas o medo maior ainda. Acelerou mais e mais, tropeçando algumas vezes. 

Recebeu por mensagem a explicação que Alice e David deram a Owen, Kim e Jonas. Rae pesquisou na internet para ter certeza daquilo. Em Lakewood, numa cidade mais distante, tinha a ocorrência de um assassinato em série de um homem chamado Brandon James. 

— Há muitos anos atrás, ele gostava da vizinha dele. Mas como seu rosto era deformado e usava uma máscara esquisita, ele era tímido em se descartar para ela. Até que tudo mudou quando foi a noite de um baile. Mas o ex namorado da vizinha ficou bravo e chamou alguns amigos para pega-lo. — Kim repassava por ligação às palavras de Alice — Mas não foi isso o que aconteceu. Brandon pirou e matou todos eles. A vizinha dele descobriu e o chamou para conversar a sós num lago. Ela pensava que podia mudá-lo. Mas a polícia a seguiu e teve de matá-lo. 

Anos depois, essa mesma vizinha teve uma filha com outro homem. Mas tiveram mais ondas de assassinatos dirigidos a filha dela. O mesmo maluco mascarado que a atacou. E, para deixar um ar de filme de terror, no final era a meia-irmã dela que era a filha de Brandon James. 

Rae quase não acreditava naquilo se não fosse pela internet. Lembrou-se dessa época, onde via na TV os piores assassinatos na histórias ao lado de Samuel e assistiu a reportagem de Lakewood. Foi há muito tempo atrás e mal se lembrava de nada. Apenas que o nome da filha era Emma Duval e sua meia-irmã-psicopata Piper Shaw. 

Ela reconheceu o maluco mascarado. Não podia ser Brandon James. Tampouco Piper Shaw. Por que sairiam da Terra dos mortos de Lakewood para uma cidade pequena de Bakerville? Vindicta? Talvez! Mas eles eram humanos. Vindicta pouparia fantasmas e lobisomens por uma família mascarada? Lógico que não! 

— Está preparada para a escola? 

Rae levantou o olhar em direção a Joel. Deixou a coluna reta ao sentir a mesma reclamando da curvatura e assentiu relutante, fechando o caderno em que escrevia. Na capa, um preto como uma noite com letras muito significativas para ela e que mudaria a vida de alguém se fosse escrito seu nome nele. 

Death Note. 

Joel olhou para caderno e depois para ela rapidamente. 

— O que escreveu? 

— Coisas. 

Ele puxou pela ponta do caderno discreto, mas Rae puxou de volta. 

— Escreveu o nome de quem aí? 

Rae abafou o riso. 

— Só tem besteira aqui! 

Joel pegou de volta e abriu. Rae se contorceu desconfortável. Não queria que ninguém lesse aquilo. Apenas ela e Deus sabiam o que estava escrito ali. Joel folheava as folhas dando uma rápida olhada. 

— Não sabia que escrevia poemas! 

— E não escrevo! 

— Não sabia que escrevia um diário! 

— Também não é um diário! 

Joel parou em uma página. 

— "Biscoito ou bolacha — recitou ele antes de olhá-la —, eis a questão"! 

Rae deu de ombros. 

— Eu ainda não sei qual é o melhor. 

Joel balançou a cabeça em negação. Rae tinha seus momentos de lerdice de vez quando. Por isso achava que ela e o garoto Roztumny se dariam bem. 

Rae puxou seu caderno de volta ao ver Joel lendo mais devagar. Ele percebeu seu sentimento monótono ao vê-lo fazendo aquilo. 

— Como está entre você e Kelly? 

Ele fitou ela apreensivo. 

— Por que quer saber? 

— Por que toda vez que me visitava ou ela ligava para você ou você ligava para ela. 

— Qual é o problema nisso? 

— Joel, você liga lara ela com interesse! 

Joel bufou. 

— Tomou seus remédios hoje? — brincou. Rae sorriu. 

Ele se levantava da cama, mas Rae pegou suas mãos. Mas, percebendo que estava sem suas luvas, soltou-as de imediato. 

— Falando sério Joel! Você... Gosta dela? 

Joel abria a boca, mas Rae o cortou. 

— Como amigo ou como algo a mais... Seja o que for! Vocês dois se dão tão bem! E ela... Suporta seu mau-humor! Quem mais suporta seu mau-humor além de mim? 

— E eu sou o único no mundo que suporta seu mau-humor. 

— Tanto faz... Convide ela para sair! 

— Rae... 

— Só pense, o.k.? Vocês dois se dariam bem! Ela acabou de voltar da cidade e parece que ninguém contou a ela as coisas que falam sobre você! 

Ele concordou com a cabeça de braços cruzados. Mas era só uma questão de tempo. 

— Eu tenho que ir! 

Rae suspirou tristemente. Joel a abraçou rapidamente, pois Rae só estava de moletom e blusa com mangas curtas. Ele saiu de casa e viu Jonas e Kim entrando. Os cumprimentou e entrou no carro. Joel olhou de volta para a casa de Rae, vendo a porta sendo fechada. Talvez não seja tão ruim Kim e Jonas estarem presentes desse jeito na vida dela. 

Seu celular tocou. Joel o pegou e respirou fundo, não sabendo o porquê, e atendeu a chamada de Kelly. 

Depois falarem sobre um relatório, Kelly discretamente foi para uma parte mais delicada. 

— Então... Você está... Livre algum dia desses? 

Joel não sabia se seus instintos de lobisomem se apuraram ou se realmente sentiu um pouco de nervosismos. 

— Quando exatamente? 

— Sei lá... Um dia desses... Uma noite... — ela falava — Podíamos nos encontrar! 

— Ah, não dá! Tenho que ajudar Rae e os amigos dela... — ele se interrompeu ao pensar melhor naquela frase. — Espera! O que... 

— Não, não? Deixa pra lá! Era só... Besteira mesmo — Kelly se apressou. 

Joel bateu no volante, ouvindo um som estranho vindo do mesmo. Não é uma boa estar perto de um Joel bravo. Gosta de bater em tudo pela frente. Imagina com a força sobrenatural vinda de seu lado lobo. 

 — Eu... Tenho que ir... 

— Não! — ele gritou — Quer dizer... — olhou para a casa de Rae e depois para frente — Quer jantar qualquer dia desses? 

Um silêncio se fez. 

— É sério? 

— Sim! Quando quiser! Hoje, amanhã... Ou se não quiser... 

— Sim! Amanhã? 

— O.k... 

Silêncio de novo. Os dois se despediram, ambos sem saber que o outro sorria. 

Enquanto isso, um bater na porta chamou-lhe atenção. Amanda a avisara de visitas. Rae autorizou a entrada, aparecendo Kim e Jonas. Imediatamente vestiu um casaco preto e esticou as mangas até cobrir sua mão. Seu quarto é um dos únicos lugares onde não precisa-se de luvas. 

Jonas falou o que havia visto. Ele forçava em dizer que sabia o que raios aquele homem, ou um projeto de homem, era. 

— Valeu por terem me avisado — agradeceu Rae sem jeito. 

Kim assentiu. 

— É para isso que servem os amigos, certo? 

Rae balançou a cabeça. 

— Certo. 

Seus olhos caíram num pacote da qual Kim segurava desde que entrara, pondo-o entre eles. Pela logo do pacote, Jonas pôde sentir a boca de Rae salivar só pelo olhar de curiosidade. 

— Comida mexicana? 

— No dia que teve aquilo, nós combinamos de ir. E... Já sabemos o que aconteceu. 

— Hoje estava em promoção e compramos — continuou Jonas. 

— E compraram pra mim? — ela perguntou com incredulidade. 

— Na verdade para nós. Eu perdi a fome no dia — corrigiu Jonas. 

— Eu consegui comprar o molho mais picante que eles tinham — disse Kim animada enquanto ajudava Rae a tirar a comida dentro de vasilhas do pacote. 

Rae olhou de soslaio Jonas pegando de novo do bolso do casaco, além do relógio, os remédios de novo e guardou-os no bolso da calça. Rae olhou-o pegando de desprevenido. 

— Por que você toma esses remédios? 

Kim olhou para ele também, vendo-o se intimidar com as duas esperando uma resposta. 

— Eu tenho dor de cabeça frequentemente. 

As duas se olharam claramente sabendo que era uma grande mentira. 

— O.k., você não quer falar. — concluiu a loira se ajeitando sentada na cama — Só fique sabendo que minha mãe era babá de uma antiga vizinha nossa. 

Rae olhou para os dois confuso. Jonas tirou a cartela de comprimidos de novo, já pego no flagra. Kim os pegou e examinou. 

— Remédios de quê? — perguntou Rae completamente confusa. 

Kim olhou para Jonas de volta e devolveu-lhe a cartela. 

— Ela também era autista. 

Quando Kim olhou para Rae ela entendeu o que queria dizer. Jonas pegou a garrafa d'Água que deixou dentro do pacote e abriu sem ânimo a cartela de comprimidos. 

— Por que nunca me contou isso antes? — perguntou Kim. 

— Não é algo que fale de repente "ei Kim, eu sou autista e sofro de ansiedade! Ah, e tomo remédios para me controlar!". 

Jonas digeriu o remédio com certa angústia e fechou a garrafa. 

— Desculpa! Foi da boca pra fora... 

— Tudo bem — Kim se demonstrou mais calma. 

— Você e Owen já sabiam mesmo — bufou ele. 

— Por que esconderia isso de nós? 

— Espera! Hannah e Christopher, até onde eu sei, não colou no seu armário esse seu segredo! — argumentou Rae. 

— Isso me é um mistério. — ele sorriu — Edward apenas diss espada não falarem a ninguém. Vai ver eles pelo menos tem um lado que preste. 

Ele guardou a cartela de comprimidos. De rente, para Rae, algumas coisas faziam sentindo. Há pouco tempo fez um trabalho individual sobre autismo. Jonas se demonstrava com dificuldade de se comunicar ás vezes. Gesticulava com as mãos de vez em quando... 

— É difícil... — disse sem ter coragem de olhar para as duas — Sabe, quando eu entrei nesse mundo em que as coisas que eu via na internet e na TV eram reais, eu me senti com 10 anos de novo. Eu tenho que tomar isso para me manter "normal". Vai por mim, eu me acostumei com o meu autismo. Mas agora... 

— Eu sinto muito — falou Rae, caindo a ficha de que Jonas pode ter sido o que mais se sentiu incomodado ao descobrir a verdade. 

— Tome cuidado! Até onde eu sei não deve ser uma boa toar esses remédios o tempo todo. 

Jonas assentiu. 

— Eu também tenho que me controlar com isso... 

Ele as olhou. 

— Podemos mudar de assunto? 

As duas assentiram de imediato. O desconforto estava estampado na cara de Jonas. 

— Então... Querem experimentar o molho picante? 

Elas sorriram em resposta. 

*** 

— Você está bem? Parece nervoso! 

— Não, não! Eu estou bem — Joel tentou parecer convincente e confiante, mas o olhar de Kelly demonstrava não acreditar nisso. 

— Você já esteve num encontro antes? 

Joel engoliu em seco discreto. Droga, pensou. 

— Claro que sim. Só faz... Um tempo que não vou — enrolou ele enquanto o garçom derrama vinho nas duas taças de vidro e se retirava. 

Kelly tirou os cotovelos sobre a mesa e pegou sua taça. 

Joel admirava como Kelly estava. Seus cabelos amarelados eram ondulados e pareciam serem macios, caídos um pouco mais abaixo do ombro. A não ser um dia em que a encontrou no mercado com uma calça branca e blusa rosa claro, Joel nunca a vira sem o jaleco de médica legista. Seu vestido vermelho rodado era bem adequado ao seu corpo e tamanho, deixando-lhe um ar mais delicada, especialmente com os brinco não tão chamativos. Mas permaneceu com os óculos. Joel não sabia o que expressar diante da beleza dela. Elegante, mas com a simplicidade que sempre emanava do ser dela. Algo que mexia em Joel de uma forma que ele queria expressar, mas não sabia o que dizer. 

Até que respirou fundo e soltou: 

— Esse vestido é lindo! 

Ele se segurou para não partir aquela mesa ao meio para depois fazer isso com ele mesmo. Não se reconhecia agora, com as palavras presas na garganta só para expressar o quanto que a mulher que ele se lembrava toda noite estava linda. Se dissesse "Você está linda hoje" iria significar que só hoje ela estava linda. Falar "Você é linda" lhe parece mais manhoso. 

— Obrigada... 

Joel estava prestes a pedir a Deus para que o levasse. 

— Você também está bonito hoje! 

Ele também agradeceu. Kelly ergueu a taça, fazendo ele fazer o mesmo. Brindaram pelo jantar e começaram a conversar. No início, era apenas sobre a polícia, desaparecimentos e coisas do tipo, até que foram para os gostos dos dois. Kelly viajou para vários países, queria um dia fazer bang jamp, ir a Muralha da China... Joel se sentiu um idiota. O que ele tinha de demais. 

"Sou um lobisomem". 

— O que é tão engraçado? 

Joel parou de dar risada. 

— Você quer ir para todos esses lugares e está atualmente morando em Bakerville. 

— Não estava nos meus planos, mas preciso de dinheiro. Até porquê queria conhecer coisas novas... Pessoas novas... 

— E conheceu eu e Kevin! 

Os dois riram. 

— Kevin não é tão ruim assim. Rígido, ambicioso talvez... Mas não se engane. 

— Bem, para mim não — Joel deu de ombros. — Deve ser legal conhecer pessoas novas, incluindo Kevin. 

— Mas eu conheci você — Kelly aproximou sua mão da de Joel, que estava sobre a mesa. Joel sentiu sua pequena mão sobre a dele — Compensa. 

Joel fitou os profundos olhos dela. 

— Numa cidade onde tem desaparecimentos constantes e um xerife que pega no seu pé, eu compenso? 

— Cada um tem seus gostos. 

Ela riu. 

— Eu ouvi o que as pessoas falam de você, Joel. Mas não é uma má pessoa. Eu e Rae entendemos isso. 

Ele assentiu. 

— Vocês são as únicas. 

— Especialmente ela — continuou Kelly — Eu admiro o relacionamento de vocês dois. Eu acho muito fofo o que você faz com ela. 

— É, um pouco. Só porquê não a vê de mau-humor. 

— Por isso combinam tanto. 

— Talvez. Meu irmão, antes de falecer, dizia que ela era como se fosse meu contraste, sabe? Nunca entendi isso! 

— Um dia entenderá — apostou Kelly. 

Joel percebeu depois que as mãos deles ainda estavam juntas. Deu graças a Deus que Kelly não tenha a tirado. 

*** 

Kim levou horas para dormir. 

E quando isso aconteceu, veio aquele sonho medonho de novo. 

Começou com uma risada. No início pensava ser daquele palhaço. Mas tinha outra. Uma feminina e infantil. Sabia ser a da pequena garota. Observou de repente os dois no quarto dela. A loira pequena estava sentada na cadeira de plástico, com uma xícara branca também de plástico em mãos. O palhaço multicolorido também estava assim. Sentado numa cadeira em frente à ela, separador pela mesinha lilás, riam. 

Já os bichinho de pelúcia não estavam parados em suas devidas cadeiras. Eles se mexiam. O ursinho branco com barriga cor de rosa segurava uma xícara, do seu lado uma flor segurava o bule de chá. E, por fim, um gato cinza pardo bebia o chá invisível. A loira não ligava se aquilo era mágico ou anormal. Para ela, ver os amigos realmente ganhando vida era algo maravilhoso. 

Mas um som veio das escadas. Jack Risonho imediatamente a olhou e pararam a risada. Os animais de pelúcia voltaram a ficar imóveis e Jack Risonho voltou para a caixa. 

— Quando vai voltar? 

— Logo Kim — prometeu ele sorrindo animado e voltou para sua caixa. 

Jack Risonho lhe falara que era tímido demais para conhecer os pais de Kim. A loira não se importou. A porta se abriu, aparecendo Kara. 

— Kim, eu estou te chamando a horas! 

— Desculpa mãe! Eu estava brincando com Jack Risonho — disse ela com pouco arrependimento. Mabel estava com suas amigas e Michael com o pai. Ela se dava o privilégio de brincar com o seu melhor amigo. 

— Ah, isso... Jack Risonho — Kara demonstrou preocupação. 

Mas ela não se importou. Ao lado de Jack Risonho, nada no mundo a faria se sentir mal.



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