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História Anomalia - Capítulo 40 - O estranho desenho em família.


Escrita por: Duda_104

Capítulo 41 - Capítulo 40 - O estranho desenho em família.


Fanfic / Fanfiction Anomalia - Capítulo 40 - O estranho desenho em família.

 

 

A loira digeria sua comida numa velocidade que fazia sua mãe temer que se engasgasse. 

Há dois minutos atrás Kim começou a comer, e já estava quase na metade do seu prato. Mabel e Michael, do seu lado, estranhavam aquilo. Ambos passavam muito tempo fora com os amigos da escola deles, quase não sobrando tempo para Kimberlly. 

— Kimberlly! — sua mãe a repreendeu, fazendo-a parar de comer — Vai acabar se engasgando assim! Pra quê tanta pressa? 

— Eu quero brincar — disse ela em voz baixa continuando a comer. 

— Você vai brincar depois, mas não coma desse jeito — seu pai entrou na conversa. 

— Mas Jack está me esperando!  

Sua família se entreolhou ao ouvir aquele nome. 

— Kim, quem é esse Jack que você tanto fala? — questionou Mabel farta de ao entender o que sua irmã dizia. 

— Ela diz ser um palhaço — comentou Michael meio cabisbaixo, resultado do último encontro com o seu pai. 

— Ele é meu melhor amigo! — corrigiu Kim com mais firmeza. 

— Aquele que ela desenhou na escola? 

— Como assim? — Mabel perguntou a mãe. 

— A professora mandou fazerem um desenho de sua família e amigos. — explicou Mon-El sem pensar duas vezes — E havia um palhaço! 

Kim se levantou, levou o prato para a pia e subiu as escadas correndo para o encontro com seu melhor amigo. 

— Ela ainda está na idade de ter amigos imaginários — Mon-El tentou ver o lado positivo — É só uma fase. 

— Mas é estranho — Kara disse pensativa. 

Enquanto eles se questionavam, Kim se divertia com as maravilhas que Jack Risonho lhe propunha. Vários doces e suas embalagens estavam espalhadas pelo chão. Kim segurava um sorvete de três bolas, rindo, sentada em cima do ombro de Jack Risonho enquanto este a segurava. Os dois riam com animação. As risadas deles eram escutadas do andar debaixo. 

— Jack — o mesmo a olhou intrigado, pondo-a no chão. — Meus pais não acreditam que você exista! 

A expressão dele mudou. 

— Mas por quê? 

— Ouviu meus pais falando que seria um amigo imaginário. E meus irmãos queriam te ver. 

Kim baixou a cabeça, dando uma lambida no soverte. 

— Por que não aparece para eles? 

— Eles não iriam gostar de mim — Jack se ajoelhou, aproximando-se de Kim. Suas roupas multicoloridas mal se sujavam — Você acha que sou imaginário, Kim? 

— Não! — ela negou com a cabeça freneticamente — Você existe! Sei disso! E não quero que me tirem de você! 

Jack abriu um enorme sorriso. 

— Somos melhores amigos, não somos? 

A loira assentiu. 

*** 

 

Kim abriu os olhos lentamente, recuperando a consciência do que havia acontecido e encarando a parede com tinta descascando. 

Se mexeu embaixo de um edredom de lã azul ciano, transmitindo-lhe um calor reconfortante. Virou o corpo para o outro lado, vendo-se num quarto completamente desconhecido. A única coisa lá familiar era Owen jogado numa cadeira ao lado da cama. O quarto tinha poucos móveis e nenhum objeto pessoal ali. 

— Owen... 

O mesmo olhou para ela num sobressalto e aproximou-se instantaneamente. 

— O quê? O que foi? 

Kim abriu a boca apenas para dizer: 

— Eu vou vomitar! 

Depois de cogitar a fala, se aprontou em pegar um balde que deixara no pé da cama e entregou-o a Kim. Ele fez uma careta de nojo ao ouvir o vômito de Kim caindo no balde. Owen teve um terrível episódio com vômito quando criança que o levou a ter uma grande ânsia daquilo. 

— Eu sei como é — disse ele pegando hesitante o balde enquanto Kim bebia água. — Eu já tive coisas piores. Vai por mim. 

— Alice... Eyeless... 

— Só foi para nos assustar. Ela nos levou para a casa dela depois que você teve tontura. 

— E Eyeless? Algum sinal dele? 

Owen negou com a cabeça. 

— Você está tremendo — Owen sentou-se na beira da cama. 

— O que você acha? — perguntou ela — Eu vi ele... 

— Nós vimos ele... 

— Mas parecia tão real... 

— Eu sei, Kim. Eu sei. Mas tem que aprender a controlar. 

— Como eu vou controlar, Owen? Não é tão fácil assim... 

— Você está falando com um oráculo! 

— Pois pra um oráculo, você mal está vendo o futuro! — Kim soltou irritada e confusa com a situação. 

— Eu sei de muita coisa que você não sabe! E há uma diferença entre oráculos e videntes, se você usasse seu cérebro para pensar direito, saberia! 

— Me chamou de burra? 

Os hormônios de Kim e Owen estavam a flor da pele. Ela estava irritada com esse fato de ser vidente e de ter que controlar isso. Ela queria respostas. E acabo descontando sua raiva em Owen. 

— Eu não tenho tempo para discutir com você — Kim pôs as pernas para fora — Sabe onde está Jonas e Rae? 

Ela se levantou sem mais nem menos, recusando a ajuda de Owen em levanta-la. 

— Jonas não sabemos. Mas Rae talvez... 

— Sabemos? 

Ele a levou até um quarto, indo de encontro a Alice e David. 

— A bela adormecida acordou! — comemorou Alice, girando a cadeira de rodas e desviando sua atenção do computador. 

— Eles estão nos ajudando a procurar Jonas e Rae! 

— Mas como... 

— Tenho umas suspeitas, CDF — disse Alice, empurrando a cadeira de rodas até sua escrivaninha. — Viu o jornal na TV dessa semana? 

Kim abriu a boca para falar. 

— Não? Mas eu vi — ela a interrompeu, colocando um lápis em cima de sua orelha e pegando alguns papéis de cima da escrivaninha. — Desaparecimentos... Mortes na cidade grande... Essa cidade um dia já foi normal? 

A loira não respondeu. Alice reuniu o entulho de papéis com seu jeito desajeitado que lhe lembrou muito de Jonas. Seu cabelo loiro estava preso por uma brisilha com alguns fios soltos. Seu batom rosa choque era bem forte e seus óculos pretos fundo de garrafa eram grande demais para sua cara. Alice finalmente se levantou empolgada e jogou os papéis a Kim. Folhas de jornais. 

— Eu sabia que essa cidade estava com muito desaparecimento, mas... Não a esse ponto — Owen pegou uma das folhas. 

— E acho que deve ter mais. Só falar com Sue Adams — disse David — Ela está do lado de vocês, e o pai dela foi eleito! 

— Não é só Wendigo que aterroriza a floresta — refletiu Kim — Lobisomens? 

— A Alcateia não faria algo assim. Lobisomens geralmente não fazem esse tipo de coisa. 

— Então o que seria? — ela perguntou a Owen. 

— Eu estava esperando você perguntar isso — Alice pegou outro papel. — Já ouviram falar de creepypastas? 

Aquele nome soou familiar. 

— Sim... Acho. Jonas já me falou isso. 

— Pois bem, elas foram apagadas da internet — Alice falou a Kim — Simplesmente sumiram. 

— Vindicta? — supôs Owen. 

— É um palpite — concordou David. 

— Há dois ou três anos atrás, um garoto chamado Jeff Woods enlouqueceu... Já ouviram falar dessa notícia? 

Owen balançou a cabeça. 

— Sim. Eu me lembro. Minha tia trabalhava num jornal e me disse uma vez que o governo queria que a história de Jeff fosse uma lenda. 

— Como assim? 

— Depois vocês falam disso — falou Alice antes que Kim os interrogasse. — Teve relatos na polícia de homicídios, desaparecimento de crianças e um homem de terno. 

— Slender Man — disse Kim — Joana já me falou uma vez sobre ele.  

— Estão vendo essa máquina? — Alice apontou para uma que estava com David. Este mexia nos botões — Meu pai que criou. Capita ondas eletromagnéticas e energia negativa. Eu e David andamos pela cidade com ela então parava de apitar. 

— O que quer dizer com isso? Que Slender Man e Jeff... 

— Não fala o nome deles, pelo amor que você tem de Jesus Cristo! — repreendeu Alice. 

Kim e Owen se entreolharam, confusos. 

— O professor Xavier esbranquiçado e o garoto que começa com J estariam aqui? — Owen perguntou. 

— É uma teoria! Mas não pensem nisso agora — David manuseou a cadeira de rodas até eles — Precisamos achar Jonas e Rae. Se o Slender Man estiver mesmo aqui, avise a eles. 

— E pode chamar os "filhinhos" deles! — resmungou Alice. — Só falta o Ticcy- Toby e o Masky para a reunião em família! 

— Ticcy... 

— Vamos dar uma atualizada Kim? — interrompeu Alice. 

Kim ouviu seu celular tocar da sua mochila, que estava em cima da cama de Alice. Correu até ela e atendeu ao ver ser Rae. 

— Alô, Rae? 

*** 

— Eu tenho que ir... 

— Depois, Joel! — Kelly o impediu autoritária, empurrando-o levemente até deitar-se no sofá de novo. 

Rae chegou até eles e sentou-se numa poltrona, entregando esparadrapo a Kelly. 

— Eu mal emendei seus ferimentos! — protestou ela voltando ao seu trabalho — Eu costumo examinar mais corpos de gente morta! 

— Mas já está nos ajudando — afirmou Rae — Obrigado por nos ajudar, Kelly! 

— De nada, eu acho... — ela disse incerta. 

— Eu prometo que vou te explicar tudo que está acontecendo, Kelly! 

— Ainda tem mais coisas pra me falar? Já não basta ser lobisomem? — Kelly quase gritou — Joel, eu quero muito acreditar que você é uma pessoa de confiança e o meu amigo, mas é difícil... 

— Kelly — Joel se desencostou de novo — Sim, eu menti para você! Você faria o mesmo! E tem muitas coisas que você tem que saber, mas... 

Kelly pôs as mãos no peito amostra de Joel e o empurrou de novo. 

— Seu nome é mesmo Joel? 

Rae olhou para a cara dos dois, e sabia que Joel no fundo se atingiu com aquilo. 

Kelly riu. 

— De todos os homens rabugentos do mundo para me apaixonar, foi logo o que é metade lobo e metade homem! 

Depois do silêncio que se formou, ouviram alguém tocando na porta. Joel e Rae se olharam, temendo ser ele. Mas as vozes de Kim e Owen se fizeram presentes. 

— Entrem! 

Os dois entraram seguidos de Alice e David. Quando viram a situação que Joel se encontrava, não esconderam a surpresa. 

— Qual a parte do fiquem em casa vocês não entenderam? — murmurou Joel irritado — Eu tenho que agir como pai de vocês pra isso? 

— Rae, o que aconteceu? — perguntou Kim ao olhar o corte no braço de Rae, da qual Kelly já cuidara. 

— Eu estou bem — disse se levantando. 

— Você é louca! Por que não respondeu às linhas mensagens? Tem uma coisa que eu precisava falar e você não atende? 

— Mas eu... 

— Jesus... Cadê Jonas? Vocês dois só sabem me deixar preocupada! 

— Não sabemos — alegou Rae, surpresa — E-Eu estou preocupada com ele também... 

— O que rolou com vocês dois? — perguntou Alice curiosa. Joel olhou-a bravo. 

— Por que quer saber? 

— Porque, senhor simpatia, temos pistas de malucos assassinos aqui nessa cidade! — retrucou ela dando de ombros. 

— Já nos encontramos com um desses malucos! 

— Quem foi? O zoológico que persegue vocês? — indagou Alice a Rae. 

— Jeff, the killer. Ou Jeff, o assassino... Tanto faz — falou Joel. — Ele nos pegou... 

— Jeff the... 

— Shh! Fale baixo! — Kim silenciou David — Como assim Jeff pegou vocês? 

— Rae explica a vocês — Joel se levantou enquanto Kelly bufava de frustração — Alguém de vocês tem algo de Jonas? Roupa, objeto pessoal... 

— Ele esqueceu os fones na escola... 

— Me dê! 

Kim o pegou do seu bolso. Joel os ordenou o seguirem. Levaram-os par aos fundos de sua pequena casa, mostrando um galpão encostado e fechado por um cadeado. Joel o abriu com facilidade. Deu armas a Rae e Kim e lanternas. Instruiu para que se manterem lá embaixo até chegar enquanto procura por Jonas, usando seu faro apurado. Kelly, apesar de confusa, entrou no galpão. Minutos se passaram e Kim ainda recebia mensagens de Katie e Michael, perguntando-lhe onde estava. Kim disse estar bem e com Rae, e que não deveriam se preocupar, mas ambas sabiam que ao se convenceriam tão fácil assim. Explicaram tudo a Kelly e Alice e David a eles. 

— Vocês acham que Jonas está bem? — Kim perguntou de repente, seu rosto iluminado pelos feixes da lanterna de Owen. 

— Eu espero que sim! — suspirou Rae — Se não foi Jeff quem o pegou, então com certeza está bem! 

— Foi... Ruim? Quando ele te pegou? — Alice perguntou delicadamente. 

— O que você acha? — Rae falou mais alto — Tem algo de errado com Jeff... 

— Um ácido fez a cara dele branca e cortou os próprios lábios. Tem muita coisa de errada nele — interrompeu-a Alice — Meu pai disse que ele é medonho. 

— Seu pai já o viu? — perguntou Kim. 

Alice balançou a cabeça incerta. 

Um som do do de fora fez todos se calarem. Eles reconheceram serem as vozes de Katie e Michael. Em seguida, o galpão foi puxado violentamente. Sacaram suas armas e Kelly segurou o grito. 

— O que raios... 

Mabel se jogou em Kim, envolvendo-a nos seus braços. 

— Mabel... 

Quando ouviu Katie chama-lá, a mesma se soltou de Kim e se recompôs. 

— Eu só estava preocupada! — omitiu ela respirando fundo. 

— De onde veio essa força? — David questionou devido ao galpão récem-arrancado. 

— Saiam logo daí! — ordenou Mike. 

— Por que? — Rae o questionou. 

— Eu vi uma coisa circulando a casa! Venham logo! 

— Eram vocês que ligaram para mim? 

— O quê? Não! — negou Luke — Nós estávamos vindo até aqui porque sabíamos onde estavam! 

— O que aconteceu? — Mike olhou para cada um deles. 

— Viemos até aqui e achamos Joel pelo caminho! Ele estava com Jonas! — explicou Katie. 

— Ele está bem? — Rae foi logo perguntando. 

— Eu não sei! — a expressão facial dela era traumatizante — Ele disse que ia levá-lo para o hospital! 

As duas se olharam. 

— Tem alguém alguém aqui — dizia Mike enquanto os levavam para um carro velho estacionado perto deles. — Pegamos o carro do pai de Katie enquanto ele conversava com os amigos dele. 

Kelly se aprontou em sentar-se no banco do motorista. Quando trancou as portas e janelas, ouviram um barulho suspeito. 

— O que foi isso? — perguntou Owen. 

— Não quero saber — murmurou Rae. 

Kelly pisou no acelerador e partiram para longe. Quando o carro ganhava velocidade, viram um vulto passar perto do carro. Kelly deu uma virada brusca antes que atingisse eles. Todos gritaram. 

— Kelly, acelera! — gritou Rae — ACELERA! 

— Era ele... — Alice murmurou — O mascarado. O cara com a máscara de Brandon James. 

O mesmo se distanciava atrás deles, parando no meio da rua e observando-os. Eles não sabia, se se preocupavam com Jonas ou se aquele mascarados poderia saber onde moravam. 



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