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História Anomalia - Capítulo 44 - Uma nave nos trás visitas inesperadas


Escrita por: Duda_104

Capítulo 45 - Capítulo 44 - Uma nave nos trás visitas inesperadas


O mundo à sua volta voltou ao normal — ou estava num lugar diferente, pois no mundo em que Rae vive nada estava normal. 

 

As mãos delicadas de Nick soltaram a cintura de Rae e deu passos à frente, contemplando a vista. Rae já esteve lá antes, quando ela e Samuel faziam o percurso por uma pequena montanha. Chegava a ser um morro. Ao longe conseguia ver a cidade de Bakerville e um pouco da casa de Joel. Seus pés pisavam em pedras pequenas sobre uma grande rocha. O sol fazia pouco brilho entre as nuvens. Rae coçou seus olhos quando um cisco entrou em seus olhos quando a brisa fria passou por ela. 

 

Tão fria quanto você, era o que Samuel dizia. 

 

Morro abaixo era apenas árvores, mais especificamente pinheiros. 

 

— É uma boa vista, não é? — Rae teve que concordar com ele. 

 

— É, boa. Mas por que exatamente você me trouxe aqui... Longe de tudo... 

 

— Eu não vou te assassinar aqui e esconder seu corpo na floresta... Era isso o que pensava, não é? Tanto faz. Só acho que aqui é um bom lugar para conversarmos — ele nem deu tempo de Rae pensar numa resposta para as perguntas rápidas dele. É como se seu cérebro funcionasse à mil por hora. 

 

— O que você tem exatamente? — ela perguntou intrigada, tirando os fios quase encaracolados do rosto — Esse seu poder é de teleporte? 

 

— Super velocidade — Nick respondeu em tom de orgulho. Andou até a ponta e sentou-se, permitindo que as pernas pendessem no ar — E você? 

 

Rae repetiu seu gesto receosa. 

 

— Eu não sei dizer — surgiu dúvida na voz. — Quando alguém me toca sente frio. 

 

Ao contrário da resposta de Nick, Rae notou que seu "poder" não era lá grande coisa. 

 

— Controlar a neve? Gelo? Qualquer coisa fria? Tipo a Elsa? 

 

— Seria mais legal — suspirou ela — Não. Apenas sentir frio. 

 

Nick balançou a cabeça absorvendo aquela informação. 

 

— Bem, um frio desconfortável... 

 

— Todo frio é desconfortável! 

 

— Eu gosto de frio — contra argumentou ela — Digo, cinco segundos depois que a pessoa me toca pode até morrer congelada. Meu pai me disse isso uma vez. E... Poderiam ouvir vibrações... 

 

— Vibrações? 

 

— Vozes. Não se sabia ao certo o que eram, e ninguém quis se arriscar o suficiente para saber — esclareceu Rae — Quando meu pai morreu, a esposa dele me disse que quando me tocava o ouvia. 

 

— Ele, seu pai, deve ser bem importante para você — percebeu Nick olhando-a com certa tristeza — Poderia ouvir fantasmas? 

 

— Também já pensei nisso. Mas não acho uma explicação plausível pra isso. Nem o padre da cidade soube responder. Ele nos ajudou quando descobri minha radiação. 

 

Os olhos de Nick foram para ela. 

 

— Você chama seu poder de radiação? 

 

— Prefere radiação ou maldição? — ela sugeriu em voz baixa — Se eu pudesse controlar, eu poderia chamar de poder. 

 

Rae se mexeu desconfortável com o olhar calmo de Nick nela. Como se compreendesse o que estivesse passando. De certo modo podia estar, já que ele tem poderes. 

 

— Seu pai deve ter sido bem importante para você. 

 

— Sim — ela abaixou a cabeça — Ele me ajudou quando descobri essa maldição. 

 

— Espera! Seu pai não era aquele guarda florestal que agora é policial? 

 

— Não, aquele é o meu tio — ela sorriu — Bem, os dois me ajudaram. Joel é como um pai para mim. Um pai ranzinza e mau-humorado... Talvez seja por isso que nos damos bem. 

 

Ela balançou as pernas sem sentir o atrito do chão abaixo delas. 

 

— Como conseguiu velocidade? 

 

— Genética — o sorriso contagiante voltou. Sorriso este que irradiava tanta luz e determinação que chegava a deixar Rae com inveja. 

 

— Seus pais... 

 

— Sim... Ele... Eles também têm poderes... — Nick tomava cuidado com as palavras — E você? Sei que foi adotada, mas tem uma noção de quem seriam? 

 

Rae negou com a cabeça voltando-se para a paisagem. 

 

— Por que quer tanto saber? — lhe caiu ficha da quantidade de perguntas que Nick fazia. 

 

— Desculpa, eu só... Nunca vi ninguém que seja... — ele gesticulou as mãos — Eu sou meio empolgado... 

 

— Meio? 

 

Ele riu. 

 

— É só que... Já que você também tem poderes, seria legal ter alguém com quem não preciso fingir ser normal... 

 

— Mas aposto que Michael, Katie e Luke não se importam com isso... 

 

— Isso é outro caso. — omitiu ele — Só me deixa curioso que você tenha esses poderes e nem tenha curiosidade para saber porque tem eles! 

 

— Acredite Nick! Eu me pergunto isso toda vez que acordo — garantiu Rae — Tem... Coisas acontecendo comigo que não posso me dar o luxo de parar para dar uma de Sherlock Holmes! 

 

— Se quiser eu te ajudo — se ofereceu — Vai que descobrindo quem são seus pais talvez descubra um jeito de controlar isso! 

 

— Não coloco fé nisso. Meu pai me levou a muitos médicos e foi um trabalho para não revelaram ao mundo a minha deformação. Além do mais, eles talvez não me quiseram por causa disso. 

 

"Como você está errada" Nick pensou indignado. 

 

Ele estendeu a mão na frente dela. 

 

— Eu quero ver. Toque. 

 

Rae abria a boca para contrariar, mas por outro lado ela queria muito jogar na cara de Nick que o que ela tem está mais para maldição do que para poder. 

 

Descobriu suas mãos e tocou a de Nick. Se concentrou para que a radiação fosse mais rápida. Nick comprimiu o corpo e travou o maxilar á medida que o frio aumentava. Ele largou a mão de Rae da dele e se encolheu de frio. 

 

— É isso o que chama de poder? 

 

Após se recuperar, Nick sorriu abertamente. 

 

— Que legal! 

 

Rae revirou os olhos. O sorriso contagiante é como se fosse uma tatuagem. Ele é mesmo muito otimista. 

 

— Olha só! 

 

Ele ergueu a mão e ela começou a tremer. Rae ainda sentia medo daquilo. 

 

— Meu pai disse que, com bastante esforço, posso atravessar qualquer coisa sólida! — afirmou admirado. — Posso te apresentar a eles qualquer dia! 

 

— É, seria legal conhecer uma família de velocistas — ironizou. 

 

*** 

 

Um dia depois do encontro de Rae, esta se encontrava ao lado de seus amigos aos contar o que aconteceu. Kim passava a mão com suavidade sobre o desenho feito em grafite. Cada traço foi inspirado no que sua mente ainda se lembra daquela visão. 

 

Enquanto ela, Owen, Alice e Jonas caminhavam depois da escola, coisa que Kim propôs após ter visto aquilo, os surpreendeu com algo que nem ela acreditava que faria um dia. 

 

Ser uma vidente também não estava nas suas metas, então não vai se surpreender com outras decisões malucas suas. 

 

— Você quer saber quem são seus pais? — Alice já deixava claro na voz sua incredulidade. 

 

— Eu quero é investigar... 

 

— Dá na mesma! Isso é loucura... Eu gosto de loucuras! — ela se animou. 

 

— E como vai fazer isso? — ao contrário dela, Jonas não estava na mesa animação nem Owen. 

 

— Eu não sei. Procurar as pastas da minha adoção, perguntar aos meus pais... 

 

— Ela não me é estranha, Kim! — Owen examinou melhor o desenho da loira — E se ela não for quem você pensa que é? 

 

— Melhor do que ficar sem fazer nada... 

 

— Você acha que ela é sua mãe! No que isso vai ajudar no futuro? 

 

— Muita coisa, seu pessimista! Posso saber de onde veio essa minha vidência! Saber o que aconteceu comigo! Quem é Jack Risonho... 

 

— É isso aí, Kim! — Alice socou seu ombro. 

 

Em vez de surtir a dor em Kim, surtiu nela. Kim ouviu os ossos dos dedos se estalando. 

 

— Ai... Seus músculos são duros! 

 

— Eu não tenho músculos... — ela achou estranho. 

 

Um vento bateu neles, e algo que apenas Kim viu apareceu. Sua visão ficou ampliada até demais. Via coisas brancas em tudo. Coisas que compõem o interior de objetos. Parou atordoada tentando projetar o que via. Jonas tocou no seu ombro e podia ver todos os ossos faciais deles. 

 

— Owen... 

 

— O que foi? 

 

Uma luz metros acima dela a atraiu. Uma estrutura larga e grande, diferente de um avião ou jato, descia em alta velocidade. Kim sabia que não era nada que fora feito por mãos humanas. 

 

— Vocês estão vendo isso? 

 

— Isso o quê? — Alice olhou para o céu. 

 

A nave se direcionou para a floresta. 

 

— Um OVNI! 

 

Eles se olharam estranhos. 

 

— Vocês não estão vendo? 

 

— Não tem nada, Kim! 

 

Kim pensou na grandiosidade que encontrariam dentro do OVNI. Seriam eles os primeiros a terem contato com um? A mente de Kim não pensou direito, pois o orgulho e curiosidade falaram mais alto e correu. 

 

— KIM! — Jonas gritou mais atrás. 

 

— Venham! 

 

*** 

 

— Kim, espera! Vai com calma! — Owen avisou mesmo sabendo que a loira mal lhe dava a mínima. 

 

— Um minuto Owen! — ela disse persistindo com a ideia de correr mais rápido, apesar de seu corpo sedentário não lhe ajudar. A loira não cogitava a ideia de que caía de cabeça em um OVNI que não sabia ser amigável ou não. 

 

— Idiota... — esbravejou Owen em voz baixa. 

 

Jonas e Alice não acordaram com tanta energia naquele dia. Alice gritou que ficariam por lá por causa do cansaço e Owen gritou de volta que daria conta dela. 

 

Chegaram a um campo aberto, onde os pinheiros não os sucumbiam ou tapavam o céu azul. Rae rapidamente atravessou eles e conseguiu ultrapassar Kim, a fazendo parar quando viram melhor a nave. 

 

Kim não hesitou em parar bruscamente. Deu uma boa analisada na enorme nave e puxou sua amiga para trás de uma árvore. Seus outros amigos fizeram o mesmo. 

 

— Alienígenas? Agora temos alienígenas? — Owen ficou sem acreditar. 

 

— Eu não acredito! Isso vai entrar para a história! — Kim ficou admirada — Seremos os primeiros a ter contato com um extraterrestre? 

 

— É para ser bom? — perguntou Rae. 

 

Uma rampa desceu até o chão com grama alta e viram pessoas que não esperavam ver naquela situação. 

 

— Leonard? 

 

— Quem? — Owen olhou para Rae. 

 

— O pai de Michael. 

 

— O criminoso? 

 

— Sim — ela respondeu a pergunta de Owen — O que ele... 

 

— Olha! O parceiro dele também! — notou Kim apontando para Mick do seu lado. Os dois pareciam determinados. 

 

Eles trocaram algumas palavras até que dois garotos chegaram até eles. 

 

— O.k., o que raios Michael e Luke estão fazendo numa nave alienígena? — questionou Kim o que eles também questionavam. 

 

— Acreditam em mim agora? 

 

— Você não falou que eles poderiam serem alienígenas! — afirmou Owen. 

 

— Mas que eles são suspeitos sim! Não acredito que me iludi com... — Rae segurou sua língua. 

 

— Oi? — infelizmente, Kim entendeu o recado. 

 

— Vamos sair daqui! Não é seguro! — Owen se levantou lentamente. 

 

Vários pássaros voaram de suas árvores após um grito ser ouvido. O trio olhou ao redor assustado. Votaram os olhos para os "alienígenas" e estes o perceberam. 

 

O grito soou de novo. 

 

— Isso é... Jonas? — perguntou Kim. 

 

*** 

 

Minutos antes do grito ser ouvido, Jonas mal conseguia falar nada por causa de seu cansaço. 

 

Suas articulações doeram até mesmo quando se jogou no chão para descansar. Alice parou do seu lado e sentou-se também, do mesmo estado que ele. 

 

— Você é bem lento! — murmurou ela. 

 

— Valeu... 

 

— Só eu percebi agora que estávamos basicamente mergulhando de cabeça até um OVNI? — refletiu ela. — Cara... Eu acredito que há vida fora desse planeta. Mas se essa cidade for o ímã até mesmo de alienígenas é o cúmulo da esquisitice! 

 

Ele sorriu. 

 

— E já não é? — ele a olhou — E estamos sozinhos no meio da floresta enquanto tem serials killers atrás de nós! 

 

— É... — Alice mordeu o lábio inferior com batom cor de rosa. — Vamos correr? 

 

— É uma boa! 

 

Alice se levantou num pulo, ajeitando a mochila nas suas costas. Jonas endireitou as costas e se preparou para exigir esforço de seu corpo para ergue-lo novamente. Alice andou passos afrente para ter noção se podia ver seus amigos dali. 

 

— Aí, você acha que esse OVNI... — ela girou seu corpo para ele, dando de cara com algo que estava há metros distante de Jonas. 

 

— O que você disse? — ele mal se levantou. 

 

Alice permaneceu parada sem fazer movimentos bruscos. Seus olhos mais grandes do que nunca. 

 

— Não faça movimentos bruscos — ela falou numa calma por fora, mas em pânico por dentro. 

 

— Por que... 

 

— Não faça movimentos bruscos — repetiu — Meu pai me contou sobre ele e quase morreu por sua causa... 

 

— Mas o que... 

 

— Se der sorte, seu papai não estará com a gente! — ela falou. 

 

Jonas teve a inteligência de seguir seu olhar. Ficou agachado enquanto olhava para o garoto distante dele. Alice se agachou para pegar um galho como defesa. Já Jonas, nada fez além de fitar a figura assustadora que correu até ele. 

 

Ele gritou o mais alto que podia. Não teve a mínima coragem de se mexer. Apenas cobriu o rosto com os braços. Alice conseguiu desferir um golpe nele com um galho e o afastou. Ficou de guarda caso avançasse. Pegou Jonas pelo capuz verde-musco para trás dela. Ele pegou um punhado de terra do bolso do casaco e jogou na direção dela. Alice piscou os olhos várias vezes enquanto Jonas pegava um galho e ficava de guarda. 

 

Ele desapareceu. 

 

— O que era aquilo? — ele perguntou gritando. 

 

Alice coçou os olhos para mantê-los abertos. 

 

— Fique atento, Jonas! Não deixe ele chegar perto! 

 

Jonas pegou seu braço e a puxou para correrem. 

— Quem é ele? 

Com um desespero em sua voz, Alice o respondeu: 

— Ticcy-Toby!

 



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