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História Anomalia - Capítulo 55 - Sou a mestre de um corvo


Escrita por: Duda_104

Capítulo 55 - Capítulo 55 - Sou a mestre de um corvo


 

Jonas e seus ouvidos estão desligados para o discurso de Frank Adams e a diretora da escola. 

 

Todos os alunos estavam assustados com o que acontecia, pois a morte também estava presente na escola além da floresta. Bakerville vivia uma verdadeira onda de assassinatos e desaparecimentos. Começaram-se as histórias sobre o que acontecia, alunos queriam ir embora e outros faltavam a escola por medo e pelos pais terem receio de algo acontecer com eles. 

 

Muitos estão comentando que há um fantasma assombrando a cidade. Outros que haveria um serial killer, o que é verdade. E há muitos. Jonas, ao lado de Owen, olhou para o colo de uma garota que comentava em voz baixa com a amiga sobre a matéria. No seu tablet de última geração aparecia uma página falando sobre a aparição de um grupo de assassinos. Eles deram as caras. O Ghostface apareceu junto do Morcego em um quintal de noite. 

 

Deram nomes a eles. Killer Bat para o morcego, Killer Bunny para o coelho, Killer Pig, Killer Clown e, por fim, Ghostface. 

 

— A aula de Sociologia está vazia. Apenas cinco alunos apareceram, contando comigo e Alice — Owen comunicou a Jonas — A maioria está faltando. Alguns se mudaram para a cidade. 

 

— Parece que não querem apenas nos enlouquecer. Todo mundo está com medo — Jonas percebeu isso. Olhava constantemente ao redor. 

 

— Ei, fica frio! Não vão atacar aqui! Esse cara está aqui! — ele indicou Frank Adams. — Está vendo aquele homem ali? 

 

Jonas olhou para o seu advogado. 

 

— O que tem ele? 

 

— É o advogado dele e já foi acusado de corrupção. Frank Adams queria apenas ele para representá-lo — informou-o — Sue me falou o plano dela em achar alguém confiável para expor as verdades de Frank Adams para a cidade. E acho que sei alguém. 

 

— Eu sei. Kevin. O xerife. Mas ele não aceitou. 

 

— É, talvez. Mas sabemos poucas coisas sobre ele — disse Owen — A única coisa que sei é que ele tem uma filha deficiente. Talvez você ou Rae... O.k., Rae não! 

 

— Melhor não mesmo! Ela ainda está confusa por causa da premonição... 

 

— O quê? — Owen quase gritou. 

 

Jonas percebeu ter aberto demais a boca. 

 

— Sim, ela tem premonição. 

 

— Uou... Boa sorte para ela. Premonição é bem difícil de se lidar. 

 

— Por que? 

 

— Está na cara, Jonas! — reprovou ele como se fosse óbvio — Prever a morte de pessoas do futuro e do passado pode enlouquecer qualquer um. Quem tem premonição precisa ter a mente forte, e não é como no filme. É bem pior. Rae vai precisar de muito apoio para isso... 

 

— Ela é forte — Jonas defendeu a amiga — Ela vai conseguir. Já passamos por muitas coisas juntos. 

 

— É, ela é. 

 

Um silêncio ficou entre os dois, ouvindo Frank Adams. 

 

— Alguém tem que parar esse corrupto — resmungou Owen. 

 

— Precisamos de algo para convencer Kevin a ficar contra Frank Adams. — murmurou Jonas, enquanto se desenrolava o discurso do prefeito da cidade, que, por trás das aparências, escondia um homem corrupto. 

 

*** 

 

— São duas, Joel! — repreendeu Rae. — Duas colheres de sopa! 

 

— Eu enchi pouco na primeira colher! — devolveu o policial, quase partindo ao meio a colher de pau que usava para cozinhar a sopa. — O que mais? 

 

Rae folheou o livro de receitas. 

 

— Cenoura! 

 

— Tem cenoura na receita? 

 

— É o que está escrito aqui... A panela de pressão! 

 

Joel correu para diminuir o fogão. Ele não queria admitir, mas sentia medo quando usava aquilo. Quando criança, pensava que se desse algo de errado, iria explodir a casa inteira. Ele não duvida disso agora. Rae é a única que sabia daquela fobia. Também não se arriscava em chegar perto. 

 

Resumindo: Rae + Joel + cozinha = incêndio. 

 

— Me passa a faca. 

 

Rae o obedeceu. Encarava a panela de pressão distraidamente. 

 

— Ei, você está bem? 

 

Assentiu com a cabeça relutante. 

 

— Joel... 

 

— Não, Rae. Não sei quando vai ser a sua próxima premonição. Não tem como saber — ele já estava farto das perguntas de Rae sobre premonição. 

 

Ela assentiu novamente, pretendendo esquecer por um momento aquilo. As imagens do filho do açougueiro passavam na sua mente a cada cinco minutos, o que era angustiante. 

 

— Então... Você estava me contando sobre a Alcateia... 

 

— Ah, sim! — ele se lembrou — Eu não sei o que aquela líder deles quer comigo, mas sei que ainda guarda rancor do passado! 

 

Ele cortou uma rodela de cenoura. Rae lavou as mãos e cortou outra. 

 

— Não era um homem que era líder da Alcateia?

 

— O pai dela — esclareceu — Mesmo assim, tal pai. Tal filha. 

 

Rae compreendia. 

 

— Ainda não sei o que querem. Já me expulsaram da Alcateia, segui com a minha vida... 

 

Isso era verdade. Depois que Joel foi expulso, estava decidido a não viver à base de seu lado lobisomem. 

 

Há muitos anos atrás, os pais de Joel eram da Alcateia. Logicamente o filho fez parte também, mesmo que a relação pai e filho seja conturbada. O pai de Joel era muito rígido com ele. Sempre exigindo do melhor do filho. Isso aumentou após a morte da mãe. Na Alcateia, Joel era audacioso. Seguir regras não era sua praia. Brigas constantes eram feitas com ele envolvido. Sem falar que o líder da época não ia com sua cara. Pois Joel era tão bom quanto. Após diversas brigas, usando a boca e os punhos, chegou a última. 

 

Joel desafiou sua honra. O líder da Alcateia estava mais insano do que nunca. Haviam várias Alcateias pelo mundo, e algumas delas mais radicais que as outras. Infelizmente, Joel não teve tanta sorte assim. Quando ele já estava se mostrando um bom estrategista, o líder providenciou uma chacina em um barco no píer. E naquela noite... A vida de Joel mudou para sempre. 

 

— Por que você não vai logo? 

 

— O quê? 

 

— A Nova York? — perguntou Rae — Você sempre me disse que gostaria de ir morar lá um dia. E quem sabe fazer alguma faculdade... 

 

— Meu Deus! Você ainda se lembra? 

 

Rae balançou a cabeça positivamente. Joel despejou as cenouras cortadas na sopa. 

 

— Por que você sempre sente essa agonia? De... — Joel procurou as palavras certas. 

 

— De me importar com você? 

 

— De modo excessivo — acrescentou Joel. 

 

— Não é excessivo. É só que... Você já passou por tanta coisa nessa vida assim que entrou na Alcateia e... Você... 

 

— Eu estou bem, Rae! E pare de se preocupar comigo! 

 

Era difícil para a morena. Joel era alguém do qual Rae não podia dar as costas e fingir que estava tudo bem. Ela, Kelly e Padre Jorge são as únicas pessoas das quais se importam com ele. 

 

— Rae, você leu errado! Coloquei caldo demais! 

 

— Mas é o que está escrito! — argumentou. 

 

— Deixa eu ver esse livro! Você sabe ler por acaso? 

 

— Eu fiquei te dando instruções e você não fazia de acordo com... 

 

A panela de pressão explodiu. Joel desligou o fogão sabendo que algo deu de errado. Rae riu baixinho. 

 

— Eu vou pedir comida chinesa — decidiu ele. 

 

Caminhou até a sala em busca do celular. Após pedir e Rae de arrumar a bagunça na cozinha não só provocada pela panela de pressão, Joel caminhou até a porta. 

 

— Já volto. Vou pegar a bolsa com as armas no carro. 

 

E fechou a porta. Um formigamento percorreu Rae. Uma ventania bateu no cômodo, o que a fez se desesperar. Sua calma voltou quando viu que havia deixado a janela em cima da bancada aberta. Pressionou-a para baixo. Um vulto perto entrou de raspão antes mesmo de Rae fecha-lá por completo. Pulou de susto quando a ave adentrou o local. 

 

— Ei! Saía! — Rae abanou os braços. — Jo... 

 

O corvo fez um ruído. Rae franziu o cenho. O que um corvo acharia de tão interessante naquela casa? 

 

Comida! Comida! 

 

Rae pegou a faca na bancada atenta. Tinha que pegar seu revólver. A voz vinha de sua cabeça. 

 

Comida! Comida! Comida! 

 

— Quem está aí? — estava prestes a correr para fora quando recebeu a resposta. 

 

No teto! No teto! 

 

No mesmo, o corvo pousou em cima da mesa. Olhou para Rae com seus olhos negros como a noite. Entortava a cabeça com rapidez e brusco. A garota ficou mais confusa ainda. Mudou de posição a faca que segurava, pronta para esfaquear alguém. 

 

Olá! Olá! 

 

Isso está vindo do corvo? Ela se perguntou. 

 

— Quem está falando isso? 

 

Estou bem na sua frente! 

 

A ave negra era o único ser vivo ali. 

 

— Um corvo está falando comigo? — Rae sentiu um gosto metálico na boca. — Pelo amor de Deus! Eu estou enlouquecendo! 

 

Eu também estou achando. Consegue me entender? 

 

— Estão pregando uma peça comigo? 

 

Acho que comigo também! Um humano nunca falou desse jeito comigo! 

 

— Mas por que... Como eu consigo entender o que um corvo está falando? 

 

Quero saber também. Ah, espera! 

 

O corvo bateu as asas sem exigir força para voar. 

 

Mestre! Você é minha mestre! Ou seria mestra? 

 

Rae massageou as têmporas pondo a faca em cima da mesa. 

 

— O.k... Vai com calma, Rae! Vai com calma... JOEL! 

 

O mesmo veio correndo ao ouvir o grito fino. Olhou para a ave e depois para ela. 

 

— Esse corvo fala! — apontou para ele. 

 

Joel estava com uma cara de ah, ok. 

 

O corvo grunhiu. 

 

Estou ao seu dispor, mestra! 

 

— Eu consigo entender ele! 

 

— Você consegue entender... Um corvo? — Joel resumiu lentamente. 

 

— É sério! O que... O que está acontecendo comigo? — ela agarrou os cabelos. 

 

Joel obrigou-a a se sentar enquanto pegava um livro. 

 

— Você não comeu nada... 

 

— Eu sei que ele está falando comigo, Joel! Ele... Parece que conseguimos conversar telepaticamente ou... 

 

Você tem esse dom, mestra! Você pode entender os da minha espécie! 

 

— Saia daqui! 

 

Como quiser, mestra! É melhor você assimilar tudo! 

 

O corvo saiu batendo as asas pela janela. 

 

— Você está bem mesmo, Rae? 

 

— Joel! 

 

— O.k., o.k.! Eu acredito em você! — ele se virou para a estante de livros — Um pouco... 

 

Rae bufou. 

 

— Aqui — puxou um livro velho — Zootemia! 

 

Ela franziu a testa. Seja lá o que fosse aquilo, poderia explicar como um corvo se comunicou com ela. 

 

Zootemia: a habilidade que um ser humano tem de entender os animais. 

 

*** 

 

Jonas mexia nos dedos uns nos outros frenético, compartilhando o suor acumulado. 

 

Da janela da porta da coordenação, via Michael passando e segurando as chaves de seu carro. Ele não sabia que tinha um carro. Voltou sua atenção para a coordenadora lendo seu boletim. Jonas teve que ficar até tarde por conta do clube de artes da qual decidiu entrar. 

 

— Eu estou preocupada, Jonas! Seis matérias com notas baixas! Precisará tirar muito para não ficar em recuperação nas férias! 

 

Ele assentiu com a cabeça sem saber o que falar. Podia culpar as anomalias, mas as notas baixam vinham de muito tempo. Era tão difícil assim entenderem que Jonas e escola são misturas incompatíveis? Isso o fazia se questionar se um dia conseguirá entrar em uma faculdade. Se terá um bom futuro. Ou se seria o idiotia que era agora. 

 

A marca dos Proxys pinicou. 

 

— Vou entrar em contato com seu pai e alerta-lo sobre seu desempenho. Se continuar desse jeito, vai reprovar de ano. 

 

Depois de falar sobre responsabilidade, Jonas foi liberado. Aproveitou que ainda não tinha anoitecido completamente e voltava rapidamente para casa a pé. 

 

Durante o trajeto, sua marca pinicou mais. Um formigamento percorreu seu corpo. O relógio de bolso pesou. Olhou paramos lado diversas vezes até achar no meio da escuridão ele. O Killer Clown. 

 

Ele estava ao lado de um poste, da qual a luz piscava freneticamente é francamente. Jonas andou para trás lentamente. 

 

Palhaços. Dentre escuridão, locais fechados e sem luz, aranhas, escola, matemática, física, tubarões, piranhas, morcegos, vacas, falcões, minhocas, mar, incêndios e todos os filmes de Invocação do Mal, palhaços estavam na sua pequena lista de As Coisas que Jonas Tem Mais Medo. 

 

O palhaço era amedrontador. Deu passos lentos até Jonas segurando um palhaço costumizado com cores multicoloridas. Jonas pensava se seu machado era realmente vermelho ou se a cor vinha do sangue das vítimas. 

 

Jonas correu antes mesmo do Killer Palhaço correr. Não sabia se o relógio estava fazendo algo com ele ou se estava mais lento. Seus pulmões exalavam pouco ar. Jonas desviava de poças d'Água para não escorregar. Parece que a rua estava vazia especialmente para os dois. Ouvia os passos daquele palhaço se aproximando. 

 

Virou uma rua para a direita, no exato momento em que ele tenta dar uma machadada. Com o relógio, Jonas desviou, mas tropeçou. O palhaço entortou a cabeça e se aproximou. Antes de Jonas pensar em alguma saída, um carro deu de cara com o assassino. 

 

O rosto de Michael apareceu na janela, checando de acertou o alvo. A coisa mais bizarra aconteceu. Killer Palhaço liberava mais sangue do que devia para alguém que fora atropelado e estava preso entre o capô do carro e um poste. O sangue parecia ser um tsunami avermelhado. 

 

— Jonas, entre! 

 

— Mas... 

 

— Vamos logo! 

 

Ele entrou na hora. Na frente deles, o Killer Palhaço ficou dos pés à cabeça com sangue até que ele desapareceu, e o sangue caiu no chão. 

 

Michael deu ré. 

 

— Como você sabia que eu estava aqui? 

 

— Eu estava saindo e vi você correndo! Honestamente — ele virou para o lado e pisou no acelerador — Nada de normal acontece com você! 

 

Ele saiu daquela rua em velocidade máxima. 

 

— Droga! — resmungou — Tem pouca gasolina! 

 

— Ah, não brinca — murmurou Jonas bravo — Isso só acontece em coisas de terror. Inacreditável!



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