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História Anomalia - Capítulo 57 - Quem caiu do berço?


Escrita por: Duda_104

Capítulo 57 - Capítulo 57 - Quem caiu do berço?


Jonas encarava as pinturas a sua frente com o olhar distante. A mente longe daquele corredor escolar, mas feliz em se lembrar de que aquelas belíssimas pinturas com pichação estavam com a sua assinatura. 

 

Até tentou pensar em seu pai e o relógio, mas não tirava o que ocorreu ontem. 

 

Logo após Michael desmaiar, todos os killers sumiram. Como se a morte de Michael fosse a prioridade deles. Jonas ficou ainda mais chocado ao descobrir que Michael não morreu. Alice identificou o líquido injetado e entregou a Kelly só para confirmar. Aquilo devia te-lo matado. Mas Michael apenas desmaiou. Kelly o examinou e o que havia dentro daquela injeção parece ter sido dissolvido. Como se o sangue tivesse cuidado do líquido mortal. Michael já acordou e estava internado. Um amigo dele, Cisco, resolveu levá-lo de volta para sua cidade natal. A única coisa anormal que ele teve, além de ter aguentado o veneno, foi muitas idas ao banheiro. 

 

— Você realmente tem talento! 

 

Jonas se impressionou com o Rae disse. Sentou-se do seu lado e ficaram um tempo encarando os grafites. 

 

— Sempre admirei as pessoas que sabiam fazer pichação. 

 

— Não é pichação. É grafite — ele a corrigiu — Meu pai, quando me viu pegando as latas de spray, achava que eu ia invadir algum lugar. 

 

Rae riu. 

 

— É sério! Ele quase me dava uma surra de cinturão — Rae riu ainda mais — Eu fui praticando com o tempo até que... Uma noite, decidi pichar alguma coisa para sair do tédio. 

 

— Ótima coisa a se fazer quando está entediado — disse Rae sarcástica. 

 

— Eu fui para um muro há dois quarteirões da minha casa. Peguei as latas, vi um mendigo passando e voltei para casa com medo que ele me denunciasse a polícia. 

 

Falando aquilo em voz alta, Jonas não deixou de sentir vergonha. 

 

— Já caiu do berço quando criança, Jonas? 

 

— Eu não duvido. 

 

Os dois riram. Mas logo Rae parou. 

 

— Michael vai ficar bem, se é isso que quer saber. — Pareceu a coisa certa informa-la. 

 

Rae balançou a cabeça compreendendo. Jonas não entende o que há entre os dois, Kim te falou isso, pois se não o avisasse, provavelmente Jonas morreria sem saber o modo como Rae fica fechada com ele por perto. 

 

— Vamos mudar de assunto? 

 

Ela aceitou. 

 

— Então... Estudou para o quiz de Geografia? 

 

As feições de Jonas mudaram. 

 

— Eu queria que mudássemos de assunto para um melhor. E você me vem com Geografia? 

 

Ela riu. 

 

— Como assim tem quiz? Eu nem estava lembrado! 

 

— Eu também não. Fiquei sabendo por Sue há uns... Dez minutos atrás. Ferrou... 

 

— Meu Deus... Tanta coisa acontecendo com a gente e ainda vem essa? Como vou me concentrar em estudar? 

 

— Desde quando você se concentra para estudar? — retrucou Rae. Jonas engoliu em seco sua saliva e dignidade. — Somos dois. 

 

Mesmo sabendo da grande nota vermelha que iria receber, Jonas ficou aliviado em saber que não era o único ferrado ali. 

 

Uma menina loira parou entre eles ofegante. Jonas já ia pergunta a Kim se ela fez uma maratona até se lembrar que a loira era sedentária. 

 

— Por que não atenderam minhas ligações? 

 

Os dois se entreolharam. 

 

— Nós só a vimos hoje de manhã. Tentamos te ligar... 

 

— Vocês precisam vir comigo! E deixar o celular ligado de preferência! Não viram as ligações em vídeo? 

 

— Ligações em vídeo... Ah, é! Lembrei! — disse Jonas. 

 

Kim revirou os olhos irritada. Como podiam terem se esquecido do código secreto para quando uma anomalia acontecer? 

 

— Então... Você sabe o que teve com Michael ontem... 

 

— E também aconteceu uma coisa comigo ontem que nem vão acreditar... 

 

*** 

 

— Você agora fala com corvos por causa de um novo dom seu... E sou eu que caiu do berço? — resumiu Jonas. 

 

— Caiu do berço? Você? Sempre soube... — murmurou Kim. 

 

— É sério! Tinha um corvo chamado Bill... Ou era Billy? Não sei, mas era sinistro. E o amigo dele sumiu. — Rae gesticulava com as mãos enquanto subiam o morro. — E como pode provar que você despistou o Killer Pig? 

 

— Minha teoria é que ele é cego, mas tem boa audição. Quando fiquei parada sem fazer barulho, ele me "perdeu"... 

 

— Eu que caiu do berço aqui? 

 

Jonas segurou a risada. 

 

— Isso é sério! Depois que ele não me achou, ele seguiu para a floresta e eu o segui. 

 

— Boa ideia! Vamos seguir para onde um porco assassino que está atrás de nós vai! — comentou Jonas sarcástico. 

 

— Que mal pode acontecer? — Rae entrou na brincadeira. 

 

— Eu segui por... Essa direção! Não, aquela! — Kim apontou para uma trilha da direita em meios as árvores — Eu o perdi de vista. Mas sei que foi nessa direção. 

 

— E por quê exatamente estamos seguindo os passos dele? 

 

— Podemos antes comprar os nossos caixões? — perguntou Jonas. 

 

— Meu Deus! O que há com vocês hoje para ficar tirando sarro de mim? 

 

Jonas e Rae riram, mas pararam quando Kim os encarou reprovadora. Ela parecia mais formal e autoritária com aquela maquiagem e acessórios de ouro. Sua mãe a fez ir de maquiagem para a escola para que ela se acostumasse para quando desfilar. E autoritária e formalidade não condizem com ela, por isso Jonas e Rae garantem que Kim estava muito superficial daquela forma. E era notável seu desconforto. 

 

— Eu tive um sonho hoje de manhã nessa floresta. Claramente tem algo por aqui! — ela insistia na ideia de seguir em frente. Kim foi mais na frente determinada, ignorando o perigo — Se vocês não vão, eu vou! 

 

— Ela sabe que estamos no meio da floresta enquanto tem meio mundo de monstros atrás de nós, não é? — sussurrou Jonas para Rae. 

 

— Estamos parecendo aqueles persongens burros de filmes de terror. 

 

— Burros já somos, mas... 

 

Kim gritou. Rae e Jonas se olharam e correram para a direção onde ela os guiavam. Estavam prestes a falar "eu bem que te avisei" quando a viram na beira de um buraco no chão. Poderia ser o buraco por onde o coelho usa para ir ao País das Maravilhas, mas é maior. Dois metros e meio de largura, a abertura íngrime. 

 

Kim estava bem na beira. Um passo à frente e ela caía direto. Ela tentava se equilibrar, até que Jonas e Rae a puxaram antes que perdesse o equilíbrio. 

 

— A-Aqui... — gaguejou ela, estremecendo o corpo para o buraco. Parecia levar para um vazio infinito. — N-Não estão sentindo isso? 

 

— Isso o quê? — indagou Rae. 

 

Kim estava pálida. O tempo nem estava tão frio para ela ficar se encolhendo e tremendo. 

 

— A-Aqui... Tem um clima pesado... — disse-lhes — Vamos embora... 

 

— Ei! Fica calma... — Jonas tocou seus ombros. Kim ficou perto dele e se aconchegou. Jonas tentou não corar. 

 

— V-Vamos embora... 

 

Ela gritou quando ouviu um som de um corvo. Um deles pousou ao lado do amigo em um tronco deitado. Rae sentiu sua respiração falhar. 

 

Olá mestre! Não vai gritar desta vez, certo? 

 

— Só pode ser brincadeira! — resmungou, aproximando-se dos corvos. 

 

— Rae, o que você... 

 

Ela ignorou Jonas e parou a um metro dos corvos. 

 

— O que vocês querem? 

 

Bom te ver também! Rae supôs que poderia ser o corvo sem nome. Seu amigo, Billy, bateu as asas e deu um pulo para frente. 

 

Mestre Raven, aqui tem uma energia negativa. Receio que não seja bom estarem aqui, ainda mais com a bruxa atrás de vocês! 

 

— Como podem saber disso? E como sabem que meu nome é Raven? 

 

Somos uma espécie mais inteligente. Nosso antigo dono era um bruxo e aprendemos várias coisas com ele. Acha a gente burro? Definitivamente era o sem-nome. 

 

— Desculpa... — levantou as mais em rendição — E como sabem meu... 

 

Instantaneamente sabemos o nome dos nossos futuros donos, mestre Raven. 

 

— Primeiro, não me chamem de Raven, apenas Rae. Segundo, não me chame de mestre, Billy. E terceiro, não sou mestre de vocês então fiquem longe de mim. Por que eu preciso de corvos como meus serviçais? A Idade Média já acabou! Sejam livres! 

 

Não se preocupe, Billy! Ela que é burra! Sabemos mais do que vocês três sobre coisas sobrenaturais! Seríamos de grande ajuda e até mesmo aquele padre e o filho dele confirmou que somos fiéis aos nossos mestres! 

 

— Se sabem tanto, quem realmente são esses killers e onde está Vindicta? 

 

Sabemos de algumas coisas. Temos cara de enciclopédia? 

 

Albert, seja mais educado com a nossa mestre! 

 

Ela não quer que a chamemos de mestre, seu idiota! E por favor, deixe que ela escolha seu nome! 

 

— Hã? 

 

Rae viu os olhos do corvo chamado Albert se movimentarem. Supôs que ele estivesse revirando os olhos, se é que corvos podem revirar os olhos. 

 

Bruxas é algo complicado de saber, garota! E se fosse você, explicaria o porquê de estar falando sozinha! 

 

Girou seu corpo para trás, deparando-se com Jonas e Kim colados um no outro, confusos e desorientados. 

 

— Então... Esses são os corvos que falei. Eu consigo entender eles e vocês devem achar que estou ficando louca... 

 

— Você caiu duas vezes do berço? — perguntou Jonas. 

 

— Rae, eu vou falar a coisa mais óbvia que alguém poderia falar... São corvos — Kim fez uma revelação inesperada. 

 

— Eles estão falando para sairmos daqui... 

 

— Eu também acho uma boa ideia — disse Kim. 

 

Os três saíram daquele local, mas antes, Kim pôs sua pulseira de ouro em um galho para saberem onde exatamente estava o tal buraco. Os dois corvos voaram e baixaram o voo quando já estavam distantes do buraco, onde Rae tentava explicar de forma mais simples e parecendo normal o possível que sabia falar com corvos. 

 

— Isso é tão... 

 

— Bizarro? — supôs Jonas após a explicação dela — Eu tenho um relógio que é um tipo de guardião meu que pode parar o tempo e um zoológico está atrás de nós. Especifique o que é bizarro, por favor. 

 

Ela sorriu achando graça. Kim já havia se acalmado, não tendo mais que ficar colada à Jonas. Mas ambos não tiravam aquele ato da cabeça e esperavam não estarem vermelhos. 

 

Rae quase correu quando um corvo pousou em seu ombro. Bico ferido... Era Billy. 

 

Como quer que te chamemos, mestre? 

 

— Me chamem apenas de Rae! — respondeu. 

 

— Nossa! Pensei que era para te chamar de Elizabeth! — murmurou Jonas. Kim abafou um riso. 

 

Está bem, mestre Rae! 

 

Rae fez uma expressão de "o quê?". 

 

— E que coisa foi aquela de eu escolher um nome? 

 

Quando temos novos donos, eles podem escolher um nome diferente. 

 

— E vocês... 

 

Rae é interrompida por som de rodas. Identificaram estar próximos a estrada. Eles aceleraram os passos, até que viram uma limusine preta. Dois homens saíram do banco da frente. Imediatamente, um deles tirou a tampa de um frasco fino, deixando uma fumaça estranha sair. Foi tudo muito rápido para Rae sentir o cheiro de naftalina misturada a carne. 

 

Mestre Rae! Corra! 

 

Rae, isso está... 

 

Os corvos gralharam. 

 

Não dá... Isso é veneno para corvos! Fuja enquanto pode, mestre Rae! 

 

Outro homem, seguido por mais dois, agarraram eles. O relógio de Jonas não funcionava, Kim tentava chutar o lugar precioso deles e Rae apenas ouvia os corvos gralharem e serem levados para longe por causa do veneno. Como eles sabiam daquilo? 

 

Jogaram-os como se fossem fantoches para dentro da limusine. Fecharam a porta e deram partida. 

 

— Não deviam estar na aula, crianças? 

 

Terno risca de giz, a barba com pelos grisalhos e um sorriso amigável que, para eles, era pura falsidade. Frank Adams não enganavam a eles com aquela gentileza forçada. 

 

— Como você... — Kim começou, saindo de cima de Jonas e permitindo que se sentassem. 

 

— Não gosto de ser interrompido, criança — ele levantou uma das mãos. Rae sentiu uma enorme irritação quando ele se dirigia a eles como crianças — Especialmente quando alguém, principalmente crianças, estarem conspirando contra mim e influenciando minha filha. 

 

Um momento constrangedor que Rae nunca achou que passariam. Eles se entreolharam nervosos. De repente, a presença de Billy, especialmente de Albert, não eram tão más assim? 

 

— Minha vontade é de enforca-los um por um agora. Mas sei que isso será o melhor destino para vocês três e a cidade iria ficar suspeitando de um assassinato triplo de adolescentes na floresta em circunstâncias misteriosas. Além de você, garota da radiação, morar com aquele lobisomem. 

 

O trio ficou boquiaberto com cada revelação que Frank Adams dava. 

 

— O melhor p-para... 

 

— Vocês? Acredite em mim quando falo, garoto, que futuramente desejarão que eu mate vocês agora. 

 

Ninguém ali quis se pronunciar. Frank falava aquilo com um sorriso amigável, como se fosse nada de demais e estivessem falando de negócios. 

 

— Portanto, se querem abrir a boca e darem uma de ousados, estão livres para fazer isso. Jogo cada um dessa limusine em movimento e conto para todos sobre os seus pais! — afirmou Frank, olhando diretamente para Jonas e Rae. — O adotivo, lógico. 

 

— O que Samuel tem a ver com... 

 

— Ah, você não sabe? — ele achou graça, entortando a cabeça para o lado. Jonas teve uma terrível lembrava de Ticcy-Toby. — Todos saberão primeiro de você. Saberão da sua radiação e seu tio. Do seu pai. — olhou para Jonas — Do Arqueiro Verde... E quem estava com Melanie na hora em que morreu. 

 

De novo, se entreolharam. 

 

— Tenho gravações de vocês três, seu tio e aquele garoto na cabana. E, acredite, com algumas modificações, elas poderão os fazerem irem para a cadeia. 

 

— O que você quer, Adams? — a vontade de Rae era cuspir na sua cara. 

 

— Já que não posso matar vocês três, quero que esqueçam tudo o que viram até agora e fiquem longe da minha filha! 

 

— Ela já quer ficar longe de você — Kim lançou a verdade. 

 

— E eu quero vocês longe de nós. — Disse ele. — E fora da minha cidade. Nunca mais voltem para Bakerville. E, se continuarem aqui em uma semana, eu cinto a verdade. 

 

A limusine parou. Os homens de preto agarraram-os e injetaram seringas neles, fazendo-os apagarem.


Notas Finais


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A parte que todos estão esperando já está chegando...


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