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História Anomalia - Capítulo 60 - A queda atrapalhou nosso jogo


Escrita por: Duda_104

Capítulo 60 - Capítulo 60 - A queda atrapalhou nosso jogo


— Supergirl! — gritou Mabel, abanando os braços. 

 

— Solte ela! — sua mãe a ignorou, preocupada com ela ali. Mas Cat corria mais risco de vida. 

 

— Qual a parte de não me envolver nisso você não entendeu? — Kim ouviu Cat murmurar. Killer Bat apertou mais forte seu pescoço. Não havia percebido eles ali. Jonas puxou Kim para trás da parede do corredor. 

 

— Será que ele também é cego? — perguntou Rae em voz baixa. 

 

— Ele pode ter outro instinto apurado — supôs Jonas. 

 

Mabel recuou. 

 

— Eu não sei o porque de vocês vieram para cá, mas vou falar logo: vão para Central City! 

 

— Por que? 

 

— Estarão mais seguros lá. Nick vai te levar até seu pai... — Mabel tapou a boca ao perceber que falou demais. 

 

— Nick? — Rae voltou a perguntar — O que o pai de Nick tem de demais? 

 

Kim mal dava ouvidos para o que discutiam. Cat se meteu ali por causa dela. Supergirl estava atordoada por causa dela. Não sabia o que estava crescendo nela. Uma vontade de voar no pescoço de Killer Bat e acabar com sua raça. Prevenir de mortes futuras. Nunca achou ter um traço altruísta. Mas Jonas, Kim... Até Mack falou que ela tem uma vontade de ajudar as pessoas bem explícita. E pensar que Cat pode morrer agora por ela ter falado com ela era angustiante. Mesmo não a matando diretamente, Kim estaria com as mãos sujas de sangue. O mesmo que está tendo com Rae por causa da premonição e Jonas de Daisy e seus irmãos. Ela compreendeu o que sentiam. 

 

Disparou para frente, ignorando os gritos de Rae e Jonas. Fechou as mãos e fixou os olhos no Killer Bat. 

 

— Ei, Killer Bat! — chamou desafiadora, escondendo o medo. 

 

Todos os rostos voltaram na sua direção. 

 

— Já descobri a fraqueza do seu amigo! Qual seria a sua? 

 

Supergirl disparou laser nele. O distraiu para soltar Cat, mas não o derrotou. Como se só existisse Kim no mundo, correu para ela. Kim correu para a saída e quase esmurrou a porta dupla de vidro. Jonas e Rae a alcançaram quando Killer Bat os viram também. Quase caíram ao virar a esquina. 

 

— VOCÊ É LOUCA OU O QUÊ? — gritou Rae, destravando o revólver e atirando para atrás sem nem sequer mirar. 

 

— Você acha que vai acerta-lo desse jeito? — questionou Jonas, venda-a mal mirando e virando o corpo para frente. 

 

— Vai que eu acerte! Tipo nos filmes! 

 

Errada ao ouvir a bala atingindo um poste, distante do Killer Bat. 

 

*** 

 

— Chega! Temos que sair daqui! — falou Rae ao trancar a porta do hotel e ir direto para suas malas. 

 

Mal sabiam quanto tempo correram. Pela poça de suor nas roupas, foi por muito tempo. Ouviam lasers e os voos rasantes da Supergirl. Supuseram que ela distraiu o Killer Bat e conseguiram fugir. Kim sentia angústia por não saber seu ponto fraco. 

 

— Não! Eu não... 

 

— Kim, ele veio atrás de Mabel e da Cat por nossa causa. E se Katie e Luke estiverem aqui? 

 

A loira grunhiu irritada. Jonas bateu à porta com brutalidade, como se estivesse sendo perseguido. 

 

— Rápido! Temos que ir para o aeroporto logo! 

 

Kim se viu sem saída. Comprou passagens pela internet abusando do dinheiro da família Adams — sim, Sue disponibilizou o cartão da mãe após uma recente briga dela sobre uma blusa que comprou e sua mãe não autorizou a usá-la. Então, fez isso como vingança. 

 

Ela conseguiu um pequeno avião e arrumou as malas. O avião era tão pequeno que seriam só para os três. Saíram do hotel às pressas, foram ao aeroporto e embarcaram no jato particular. 

 

Kim jogou sua mala na cadeira branca cansada e relutante. Já estavam em pleno ar, o que a apavorava. Jonas e Rae tinham o mesmo sentimento, mesmo não tendo a fobia de altura dela. 

 

Kim sentou-se ao lado de Rae. Jonas sentou na frente delas, colocando três latas de refrigerante para eles ao lado do jogo de tabuleiro que jogavam. 

 

— Você está bem? 

 

Kim o observou. 

 

— Não foi uma boa ideia — suspirou tristemente, jogando o par de dados. Deu dois — Pelo menos ninguém morreu dessa vez. 

 

— Dessa vez — Rae riu — Falou isso como se fosse algo normal. 

 

— Fugir de maníacos mascarados faz parte do nosso cotidiano — Jonas deu de ombros e abriu uma lata, enquanto Kim movia suas peças. Cinco casas e Rae ganhava. 

 

— Eu não suportaria que alguém morresse por causa de minha curiosidade! 

 

Rae e Jonas a compreenderam. Na janela no lado esquerdo deles, o céu tinha um pano escuro nele pintado de nuvens de chuva. Uma tempestade passava por eles. O ar dentro era frio, sendo um bom ambiente para tirar um cochilo. Mas ninguém ali ousava em fechar os olhos em uma tempestade em pleno ar depois do que aconteceu. 

 

— Por que Mabel queria tanto que fôssemos a Central City? — se questionou Jonas, abrindo sua lata. 

 

Rae engoliu em seco. 

 

— Rae... 

 

— O quê? 

 

— Eu já decorei as expressões quando escondem algo — Kim disse tanto a Jonas quanto a Rae. Os dois se entreolharam, tendo suas dúvidas se não seria Kim a sociopata ali. 

 

— Eu pesquisei antes de entrarmos no avião sobre Central City. Não tinha uma página sequer que não falasse sobre o Flash. — Dizia ela — O homem mais rápido do mundo e o herói da cidade. E... Vi vídeos dele salvando pessoas de um incêndio, outro de um navio desgovernado se chocasse com o litoral... E ele era muito rápido! 

 

— Não brinca, Rae? 

 

— E me lembrei de Nick — Rae ignorou o comentário de Jonas — Ele estava no topo de uma montanha, um segundo depois já estava embaixo dela. 

 

— Me lembro que você me contou que ele te levou para a floresta para conversar. — Disse Kim. 

 

— Sim. Ele disse que até os pais são como ele. 

 

— Está associando Nick ao... Flash? — indagou Jonas. 

 

— Jonas... Eu não a culpo. Isso é muito suspeito — falou Kim, pondo os braços sobre a mesa — Suponhamos que Nick tenha super velocidade, ele veio de uma cidade chamada Central City onde o herói dela é o Flash, o homem mais rápido do mundo... 

 

— Mas também tem os meta-humanos. Eles também têm poderes. Flash não pode ser apenas o pai de Nick, pode? 

 

— E aquela vez na cabana, onde Frank Adam escondeu um corpo? Tinham nossas fotos e jornais de National e Central City — acrescentou Jonas. 

 

— Isso é muito estranho! 

 

— Me senti em uma série de investigação — Jonas concordou com Kim. 

 

— Mas... E se o pai de Nick for o Flash? É uma suspeita... 

 

— Quer a minha opinião? Eu acho que sim. Nick é rápido, o Flash é rápido! 

 

— Mas eu sou a irmã dele! Ele mesmo e Katie e Luke admitiram! Não, foi Michael... Foi quem que revelou que sou irmã dele? 

 

— Ótima memória — admirou Kim com ironia. 

 

— Mas se você é a filha dele, também seria rápida! 

 

Rae balançou a cabeça. Tanto ela quanto Jonas usaram demais o cérebro. Bebeu um pouco de refrigerante para esfriar a cabeça. Seria mesmo filha de um herói? Kim sendo filha da Supergirl é pura maluquice. Mas é muito mais propenso ela ser filha de um herói do que ela e Jonas. 

 

— Argh! — Rae desgrudou a lata de refrigerante de sua boca — Isso é Coca Light! 

 

— Claro, sua anta! É a minha lata — afirmou Kim trocando as latas. Jonas riu baixo. 

 

— Depois sou eu o distraído... 

 

— A conversa é entre eu e ela — a garota fria sorriu com escárnio. Kim exclamou baixo. 

 

— Eu não deixava... 

 

— Você não comece — disse Jonas. Rae e Kim riram, mexendo os dados. — Será que não consegue diferenciar a maldita de uma Coça Light de uma... 

 

— Você não tem o direito de falar nada! Confundiu Pokemon Go com o anime e inverteu os papéis de Kira e L. 

 

— Eu não assisto esses animes, Rae! 

 

— Quantas vezes foi que eu falei que eu sou do time do L? — reclamou ela, jogando os dados. Kim ria baixo, impressionada em como eles conseguem entrar nesse tipo de conversa? 

 

Os dados deveriam irem para o mapa. Rae estava na esperança de que fosse tirar cinco e seria a ganhadora, mas os dados caíram para fora da mesa, pois o avião tremeu e inclinou para a direita bruscamente quando um raio surgiu ao lado. 

 

Kim gritou fino. Eles se seguraram nos assentos. Trovões soaram do lado de fora e sinais de emergência foram acionados. Tubos de oxigênio caíram em meio aos gritos de Kim. Rae segurou seu braço e a fez olhar para ela. 

 

— Se segura! — gritou Rae. Jonas pegou a mão da loira, a outra grudada no assento onde estava. 

 

O avião voltou ao normal, mas com várias turbulências. Jonas se levantou e correu para a cabine do piloto e ficou boquiaberto. Voltou para elas e se jogou no assento quando uma turbulência forte quase o derrubou. 

 

— Não tem ninguém lá! 

 

— Tem sim! Eu vi dois pilotos entrando já cabine... 

 

— Ilusão? — supôs Kim, olhando fixamente para o jogo do tabuleiro emergido nos vários tipos de coca, sem vencedor. 

 

Pegaram os tubos de oxigênio por precaução. O jato pareceu ser atingido pelo raio, pois um clarão os rodearam e estava caindo. Do lado direito, o jato foi tirado do lugar. As peças voaram para longe. O vento e pingos de chuva os atingiam. O vidro das janelas se quebraram e voavam nos rostos deles. Kim viu um enorme rochedo. Não sabia se era no litoral ou não por causa escuridão e desespero. 

 

Sua mão agarrou a enluvada de Rae. Esticou a outra para Jonas e este não hesitou. Seu relógio caiu de seu bolso e ficou em pleno ar. O medalhão de Joel no pescoço de Rae se desprenderia se não estivesse preso em uma corrente. 

 

O trio fechou os olhos, apertando firme as mãos, e sentiram o impacto bruto. 

 

*** 

 

A sensação de queda é algo que Jonas abomina, pois na maioria das vezes ele acaba caindo da cama. 

 

Mas, em vez de estar na cama, estava em uma maca. O som do medidor cardíaco apitava a cada segundo. O frio o assolou por causa da roupa que pouco o protege. Ele não vestia algo por baixo camisola de hospital, o que era ruim caso alguma coisa viesse e tivesse de correr para fora, mostrando o que não deveria ser mostrado. 

 

— Aqui! Toma! — Luke jogou em cima dele suas roupas. 

 

Jonas olhou ao redor e não achou estranho estar em um quarto de hospital. Ele sentiu agonia daquela queda. E o que raios Luke estava fazendo ali? 

 

— Ainda estamos em National City? — sua voz saiu sonolenta. 

 

— Central City. Vocês passavam em cima do litoral de Central City. 

 

— Tanto faz — seu atordoamento o deixava impaciente — O que você... 

 

— Longa história — ele se sentou do seu lado — Onde estão... 

 

— Rae e Kim já acordaram, mas Rae está meio atordoada — falou Luke em um rápido resumo. 

 

— Espera! Mas e Rae... 

 

— Demos um jeito! Você vai ver! Conhecemos uma médica que pode dar conta dela! Usou muitas luvas! 

 

Jonas não entendeu. Essa médica devia saber sobre eles, mas como poderia tratar dos ferimentos de Rae? 

 

Sua irmã entrou. Jonas pensou por um segundo ser o médico. Não sabia o que dizer quando este surgisse. Katie exibiu um sorriso confortante que o fez se sentir um pouco mais calmo. 

 

— Por um minuto achei que já estivesse morto — disse parando ao lado do irmão. — Bebe um pouco de água! Ficou desacordado por horas! 

 

Jonas não recusou. Sua língua seca recebeu líquido frio parecendo que viveu até agora no deserto. 

 

— Mas... Como foi que eu sobrevivi? O relógio! — Jonas olhou ao redor e viu ele, em uma mesinha de metal. Repousava o objeto que era seu maior companheiro. — Mas aquela queda... Era para meu corpo estar em pedacinhos! 

 

Os dois riram. 

 

— Adivinha quem os salvou? 

 

— Supergirl? Mas ela não é de Central... 

 

— Ela os seguiu! — disse Luke. Os irmãos Queen sorriam como se esperassem esse momento há muito tempo. 

 

— Esse sorriso já está me assustando... 

 

Riram de novo. 

 

— A mãe de Kim está aqui. Eu a vi na recepção. 

 

 — Sério? — indagou Jonas inclinando suas costas para frente com muito esforço. Luke o ajudou a tirar o soro. 

 

— Não pense muito nela, cara. — Disse, batendo no seu braço levemente — Sua hora vai chegar! 

 

Jonas levou segundos para entender. Queria dizer diversas vezes não. Mas de quê adiantaria? Tocou seu rosto achando a região inchada abaixo dos seus olhos. Suas costelas doíam. Antes de Katie sair para que ele se vestisse, mesmo com vontade de ver Jonas sem camisa, deu uma última olhada no irmão sabendo de quem mais viria para o hospital para vê-lo. 

 

Não era só Kara que veria a filha.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Comentem o que acharam

Bjs em queijos enqueijados


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