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História Anomalia - Capítulo 8 - Como ignorar alguém depois da aula.


Escrita por: Duda_104

Capítulo 9 - Capítulo 8 - Como ignorar alguém depois da aula.


Fanfic / Fanfiction Anomalia - Capítulo 8 - Como ignorar alguém depois da aula.

A minha vida social consiste em correr super-rápido e assistir Netflix. 

- Barry Allen. 

*** 

— Atrasada de novo, sra. Wood! — a voz da professora de educação física soou pelos ouvidos de Rae. 

A mesma pensou em ir para o esconderijo de Kimberlly, mas não teve como. A professora havia a visto nos corredores da escola. Suspeitaria de algo. Parou ao lado da fileira onde estava outros alunos que também faziam aulas de reforço de educação física. Aquela aula era somente para os que faltaram muitas aulas, no caso da Rae. Ajeitou as manas de sua blusa preta, que estava debaixo do seu uniforme. Muitos questionavam o porquê ela estar tão agasalhada até na hora em que iria suar. 

Se sentiu estúpida. A sua vontade de fazer aquela aula era zero, mas quando ela tinha vontade? E ela tinha que fazer se não quisesse levar mais alguma advertência. Ao parar na fileira, notou que conversavam entre si. Ela pensou em Kim e Jonas. Há alguns anos atrás, antes do seu padrasto for de uma para a melhor, ela era tímida. Ela tinha medo de falar com as pessoas como se elas fossem te morder. Depois que ele se foi, a tímida se foi, surgindo a sua frieza e o seu jeito fechado de ser. Apesar disso, ela não é de ficar na frente da plateia. 

Ao contrário de alguns naquela fileira, ela não era de jogar esportes. Claro que tinham alguns que eram até que piores do que ela. Mas não dá para negar que Rae é uma das piores o possíveis. Mas a única coisa que ela é boa é a escalada na corda. Ela não é a melhor, mas sabe subir. Quanto a sua rapidez, ela não é tão rápida quanto os atletas ali. Eles sempre te alcançam. Ela, mais alguns de seus colegas, são os últimos a serem escolhidos pelo time. E ela é uma das primeiras a ser queimada em um jogo de queimado. 

— A aula de hoje será sobre os passes de vôlei — dizia a sra. Collins, com uma postura séria na frente da fileira. — Alguém sabe me dizer dois passes de vôlei? Que tal você, senhorita Wood?

Rae sentiu um valor frio a percorrendo ao se ver sendo o centro das atenções. 

— A manchete e... — supôs Rae, em duvida e se sentindo incomodada pelo olhar de todos em cima dela. — Eu só sei esse.

Dois alunos riram baixo. Já era de se esperar. 

— Eu sei, professora! — uma garota levantou a mão. 

Quando todos desviaram os olhos de Rae, a mesma soltou o ar dos seus pulmões.
Ser o centro das atenções era muito desconfortável para ela. Mas ela ainda era o foco das atenções para um garoto. O que estava bem do seu lado. Rae olhou para ele e os dois se entreolharam. O garoto por fim, exibiu um sorrisinho e voltou a olhar para a sra. Collins. Rae ignorou os olhos incrivelmente azuis dele e seguiu o mesmo exemplo que ele. 

— Hoje nós treinaremos esses passes até a próxima aula, que será um jogo. — anunciou a sra. Collins, pegando em uma bola de vôlei. — Mas antes, vamos fazer o nosso alongamento. Quero que formem duplas. Cada um pegará uma bola e praticarão um com o outro os passes.

Rae bufou baixo.

Ela começou a correr os seus olhos pelos outros. As meninas se juntaram. O mesmo foi para os meninos. Com exceção de alguns casais e de meninos que preferiram se juntar com meninas e vise-versa. Durante este processo, Rae ficou parada no mesmo lugar, desejando o seu casaco agora. Pensou que iria ter que fazer um trio com alguém ou fazer dupla com a professora. Ao se aproximar da professora, pretendendo falar que não acho nenhuma dupla, a mesma conversava com o garoto dos olhos azuis e logo olhou para Rae e pareceu ler a sua mente para saber que Rae não tinha dupla, o que também era meio óbvio.

— Por que não faz dupla com Rae? — disse a sra. Collins.

— O quê? — disse Rae.

— Raven, você faz dupla com o novato — concluiu ela.

Ótimo. Pensou Rae.

Ela preferia fazer dupla com uma garota, mas com o garoto dos olhos azuis? Rae tinha que admitir, ela tem uma queda por olhos azuis, e se encantou com os olhos azuis dele. E os olhos dele sobre ela enquanto a ajudava a se aquecer antes dos passes lhe deixava desconfortável. O garoto olhou para Rae e, pela sua cara, ele devia estar analisando a pele de Rae. Mais branca do que o normal. Parecendo uma morta-viva.

Assim que a sra. Collins fez ambos se juntarem, falou para todos fazerem o mesmo. Mandou que parassem um de frente para o outro e ia distribuindo as bolas. 

— Meu nome é Michael — disse ele. — O seu eu já sei ser Raven.

— Só me chama de Rae — corrigiu Rae.

— Então você é a Rae de quem tanto falam? — disse ele. Rae ergueu uma sobrancelha para ele. Quem é que gastaria saliva para falar dela? 

— Quem fala de mim?

— Bem, só dois garotos...

— Frank e Josh?

Michael olhou para ela .

— Eles não falam comigo, mas sei que me acham a rainha das trevas.

— Bem, eu concordo com eles... — Rae revirou os olhos. — Não que eu te ache estranha — eles continuaram, enquanto a professora conversava com uma dupla de meninas e de meninos que estavam fazendo bagunça. — Eu só estou curioso para saber porque você veste preto até no uniforme de educação física. 

— Eu tenho um fetiche por preto. — falou Rae. 

— Percebi — disse Michael, olhando para o uniforme dela. 

— Eu também me acho estranha. — murmurou Rae menos audível. Mas Michael a escutou. Você é como os outros, pensou ela. 

— Você parece ser estranha por fora — concordou Michael. — Mas deve ser uma garota legal. 

Rae olhou para Michael desconfiada. 

— O que foi?

— Nada. — mentiu Rae.

— Eu te fiz um elogio e você me olha de cara feia?

— Não sou de receber elogios — ela disse sem emoção. — Nós mal nos conhecemos! — ela falou de maneira curta e grossa. 

— Desculpa se não posso fazer um simples elogio — Rae suspirou, vendo que foi grossa até demais. 

— Foi mal, é que... ninguém fala que eu sou legal ou que eu deva ser legal — explicou Rae. — Bem, já falaram isso para mim, mas só quando iriam fazer piadinha... — ela olhou para Michael e percebe o que acabara de falar. — Não que eu esteja falando que você está fazendo piadinha ou me zoando. 

— E não estou mesmo. — falou Michael. — Acho que você é o exemplo perfeito do ditado não julgue um livro pela capa. 

Rae ficou em silêncio, enquanto pegava a bola de vôlei. Os dois se afastaram a pelo menos um metro e e,a começou a jogar para ele. 

— Não quer saber o que eu acho que você é por dentro? — Michael percebeu que Rae guardava a curiosidade para si mesma. Ela assentiu com a cabeça, sem falar nada — Alguém especial. Alguém que tem mais o que mostrar para o mundo — admitiu Michael, enquanto ele pegava a bola. — Alguém que aparenta ser fria. 

Rae praticamente gelou quando ele falou aquilo. 

— Me disseram que você é fria. 

— E-Eu sou fechada...

— Não é disso que estou falando. — falou Michael, a interrompendo. — Você é, literalmente, fria. 

— Bem... é que... está muito frio ultimamente — Rae começou a suar frio, literalmente. — Quer dizer, de onde você tirou essa ideia? 

— Bem, eu ouvi rumores por aí! Você parece nervosa só porquê eu te acho fria? 

— Pareço! Mas não estou — ela foi fria — Quer dizer, sou. São apenas rumores — Rae falou rapidamente — Ninguém por aqui sabe direito sobre a minha vida.

— Então você pode me falar mais sobre a sua vida. Eu posso ser o primeiro por aqui a saber mais sobre ela.

Rae abafou um riso e sorriu.

— É esse o seu modo de me paque... — Rae sentiu o seu rosto esquentar e pensou em como aquela palavra traria um sentido diferente — Paque... para querer conversar comigo! — corrigiu finalmente.

— Já estamos conversando — Michael apontou este fato.

— E agora quer saber sobre a minha vida? 

— Eu falo sobre a minha vida e você fala sobre a sua. Eu só quero conversar — Rae sorriu. — Damas primeiro. 

Ela achava aquilo tudo estranho. Por que raios um novato queria puxar papo com a rainha das trevas?
É claro que, quando os novatos chegaram na turma deles — Michael, Katie e Luke — já seriam informados sobre a Rainha das Trevas, o Senhor do Tempo e a CDF rebelde. Além do mais, Rae nunca teve uma aparência muito apresentável. A única coisa no seu rosto que ela realmente gostava era os seus olhos e o seu cabelo. E aquelas duas coisas não deviam terem impressionado Michael. A única coisa que Raven viu nele foi os seus olhos. E aqueles olhos não paravam de encara-la. 

Rae então preferiu não se abrir para um estranho e desfaz o sorriso, ganhando uma expressão sem emoções, normal. Mas ele era da turma dela. E alguma coisa a dizia que Michael não sairá do seu ponto de vista tão cedo assim. Muito menos de sua mente. Mas, mesmo assim, se afastou dele, vendo que os passes terminaram. 

— Prazer te conhecer! — ela foi fria, dando as costas para ele. Rae sabia que Michael estava com cara de bobo atrás dela. 

— O quê? Mas a gente estava conversando... 

— E agora não estamos mais — cortou ela, olhando para ele com uma cara de poucos amigos. 

Michael suspirou ao ver ela se afastando dele. Durante a aula inteira, Rae se manteve mais afastada de Michael. Ele lhe era muito suspeito, sempre a olhava quando a mesma não estava olhando para ele. Como se ela já lhe fosse familiar. 

Enquanto jogavam futebol brasileiro, Rae corria atrás da bola, que era seguida por uma garota perseguindo o garoto com a bola. Rae corria para ajudá-la, mas ela pegou a bola e a chutou para outro direção. Em um só movimento, eles mudaram de direção. Rae freou, cansada, e acabou se esbarrando em Michael, que corria na direção oposta, seguindo os dois. Rae olhou para ele por alguns segundos, mas desviou os olhos e seguiu o seu caminho. Michael se esbarrou nela de propósito. O plano era.: ela pediria desculpas, e ele falaria uma ironia em relação a ela se esbarrar nele. Mas o que ele teorizava talvez fosse verdade. Rae ignora as pessoas. 

Ao terminar a aula, Rae é uma das primeiras a sair. Coisa que ela já deixou bem claro. 

Colocou a mochila nas suas costas, pronta para ir embora. Aquele dia fora muito cansativo. Mas, para a sua sorte, só faltava amanhã e poderia aproveitar o final de semana. Pôs os fones de ouvido e ligou a música. Sua madrasta já devia ter chegado. Andava tranquilamente pelos corredores, ouvindo a música. Mas ela sente alguém parando do seu lado. Mesmo com a música alta, ela pode ouvir a voz não muito audível para ela. 

Suspirou longamente. Existe coisa pior do que alguém querer falar com você enquanto ouve música? E pior ainda é no refrão, ou na sua parte preferida, alguém aparece e te faz parar a música. Rae olhou para o lado e vê o garoto dos olhos incrivelmente azuis. 

— Oi — cumprimentou Michael. Rae notou, pela sua respiração ofegante, que havia corrido muito para alcançar ela. Ambos estavam do mesmo estado. Suados. Mas em Michael, a sua franja e outros fios de cabelo ficaram grudados na sua testa. Um pouco do seu suor ficou na sua camisa cinza, o uniforme de educação física — Nossa... Você é rápida! — elogiou ele.

Rae o olhou por alguns segundos. 

— Obrigada — agradeceu. 

— Então? Eu acabei de entrar na escola e tenho que me enturmar — ele parou de frente para Rae, a impedindo de seguir em frente. Você está bem disposto a se enturmar. Pensou Rae — Começamos bem na aula de educação física. 

 — É. Eu sei... Qual é o seu nome mesmo? Michael? — supôs ela. O mesmo assentiu — Então, Michael, eu não sou de conversar — suspirou Rae, querendo tirar dele as vantagens de ser amigo dela. 

— Pode me chamar de Mike se quiser — aconselhou ele. Rae o olhou estranho. 

 —Isso é algum tipo de pegadinha ou o quê? 

Michael estranhou. 

— Como assim? Do que você está falando? — Michael se aproximou mais dela. 

— Eu estou falando, Mike, que você podia falar com qualquer um. Mas logo comigo. 

— Quer saber as minha reais intenções? — perguntou ele — Qual é o problema? Eu gosto de conversar com pessoas diferentes. E sei lá, você parece ser legal. — ao falar aquilo, os olhos de Michael a olharam dos pés à cabeça. Rae suspirou. 

— Eu sou fechada — disse Rae — Não sou de conversar com as pessoas. 

— Eu já percebi isso. Você é fechada, gosta de solidão... Esse tipo de coisa. 

— Não é bem isso — corrigiu Rae. — Eu tenho que ir. 

— Espera! — Michael se pôs na sua frente de novo — Amanhã a gente conversa? 

— Não — ela foi curta e fria — Eu não estou interessada em falar com você, Michael! 

Michael a encarou por alguns segundos com uma expressão de surpresa. Rae não sabia o porquê. 

— Mas por que você... 

— Tem milhares de garotas nessa escola — Rae optou por ser mais fria. — Elas vão ter interesse em conversar com você! — ela continuou — Eu gosto de ficar sozinha, só com meus livros e meus fones de ouvido. 

Rae passou reto por ele. 

Michael deixou que ela saísse. Enquanto a observava se afastando do seu campo de visão, ele a olhou melhor, sem acreditar no que te falaram sobre ela. 

— Você não pode ser uma Allen — murmurou ele. É impossível ela ser uma. 

Pegou o seu celular e discou um número. 

— Alô, Michael? — perguntou a voz feminina. 

— Katie, tem certeza de que essa é a garota que vocês falaram? — indaga ele, duvidoso. 

— Chocante, não? — Katie já previa a surpresa dele. 

— Como é que vou me aproximar de uma rebelde sem causa? 

— Eu acho que ela tem causa, Mike. E ela não é rebelde. É fria e reservada. 

— Já deu de me corrigir, Hermione? — ironizou Michael, chamando-a pelo apelido que ele e o seu irmão optaram. 

— Michael, é sério! Há algo de errado nela — suspirou Katie. 

— Ela ficou estranha quando disse que ela era fria. 

— E por que falou isso? 

— Eu queria ver a reação dela. Eu falei no sentindo de personalidade, mas ela parece ter enxergado em outro sentido — supôs Michael. 

— Faça amizade com ela, Mike. Não importa se é fria ou não, ao menos seja alguém com quem ela converse. 

— Sim, Hermione. 

O bufo de Katie faz ele rir. Luke e ele eram especialistas em tirar Katie do sério. 

*** 

O sinal já havia tocado, fazendo Kim dirigir-se às pressas para fora da sala de aula. 

Kimberlly podia ser boa aluna, mas odiava inglês, por mais que sempre tirasse notas boas. Era a parte mais difícil de estudar. 

— Barton — Kim não tinha palavras para falar o quanto que odiava quando a chamavam pelo seu sobrenome. 

Continuou o seu caminho, sem nem olhar para Christopher. O mesmo parou de frente para ela. 

— Não me chame de Barton, Chase — falou Kim, o provocando também. 

Christopher encostou-se no armário. 

— Soube que está conversando muito com o meu irmão e com a Rainha das Trevas — alega ele. — O que houve com você? Tomou coragem para fazer amizades? — se aproximou mais dela — Tomou coragem para arranjar um garoto? 

— Tomou vergonha na cara, por que não parece! — afirmou Kim. 

— Se há uma semana atrás, você não tivesse superado a Sue Adams, não saberia de sua existência — diz ele, recordando-se do motivo da namorada de Christopher ter dado-lhe um soco na barriga há dois dias atrás. 

— Você é um covarde, sabia disso? — Kim quis dar uma de ameaçadora. 

— Eu não sei o que há entre você e aqueles dois. Não me importo se você for amiga da Rainha das Trevas. Mas eu quero saber o que vê no meu irmão. 

— Chama-se de conversa — Kim foi sarcástica — É quando duas ou mais pessoas conversam e debatem um assunto entre si... 

— Só porquê a minha namorada não está aqui, você fala assim comigo. 

— Falo assim na cara dela — rebateu, passando direto por ele, ouvindo-o dizer que aquilo não acabou. 

Christopher, apesar de ser um canalha, não bate nela pelo menos. Ele se recusa a bater. Mas Liz é diferente. Às vezes, Chris nem consegue controlar a namorada. 

Aquela briga entre os dois nem sempre foi assim. Antigamente, Chris não ia com a cara de Kim, pois ela sempre tirava notas mais altas que ele e a professora de química sempre esfrega na cara de todos o quanto que Kim era boa aluna. Mal falavam entre si, mas depois da convenção de fotos, onde Kim participou, ele ficou bravo, pois Christopher também participou. E Kim ficou um passo à frente dele. Fora milagre ter concorrido e ganhado. 

Desde então, ele a odeia. Sempre parece ser melhor do que ele, e Chris sentia uma certa inveja. Mas Kim, o máximo que faz, é retrucar e ignora-lo. Quando há uma provocação, ela suspira com desdém, coloca os fones de ouvido, pronta para assistir uma série, levanta a mão como se fosse um fantoche e expressa algo como.: 

"Fale com a minha mão. Ela se importa com a sua opinião mais do que eu." 

E segue o seu caminho.



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