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História Anonymous -Criminal Life Sequel - Vinte e Seis


Escrita por: fab4styles

Capítulo 32 - Vinte e Seis


“Tens mesmo de falar com o Ryan.” Disse-lhe.

“Eu sei baby.” Disse com a voz melosa e puxou o meu corpo para perto “Eu vou fazer o que te prometi e vou falar com ele, não te preocupes.”

Sorri-lhe e ele sorriu-me de volta. As suas mãos pararam na minha cintura “Agora beija-me.”

Ri-me antes de fazer o que ele me pediu e juntar os nossos lábios para um beijo apaixonado. Queria senti-lo tão perto quanto fosse humanamente possível. Sentia-me tão bem coisa que já não acontecia há anos. Sentia-me viva e cheia de energia. Sentia-me feliz.

Se há coisa que sei é que o Jason é a única pessoa capaz de me fazer sentir dois opostos: totalmente feliz ou miserável. E é assim que funcionamos. Se é que isso se chama funcionar.

Afastei-me e agarrei o colarinho da sua t-shirt com os meus dedos, depois ajeitei a sua camisola e olhei para o ligeiro decote desta a pensar que se ele saísse assim com o frio que estava, ficaria constipado.

“Vais onde?” perguntei.

Os seus olhos encararam os meus com algum medo “Vou à discoteca.”

Não percebia o porquê de ele não estar a sorrir. Aquilo era fantástico! Ele ia tratar das coisas para a poder abrir como eu sugeri “A sério? Isso é fantástico!”

A minha reação assemelhava-se a de uma criança mas eu estava realmente feliz com a noticia. Já ele, continuou sério. O meu sorriso perdeu-se e fiquei calada à espera que ele falasse.

“Eu vou ter com um possível comprador, Nora.”

E lá se foram os meus sonhos. Desde que lhe sugeri que ficasse com a discoteca, imaginei-me lá a trabalhar com ele. A participar nos negócios dele em vez de ficar a dormir na sua cama vazia à noite. Estaria perto dele durante mais tempo e a ideia deixava-me entusiasmada, tão medrosa como entusiasmada. Por um lado, seria excelente poder ver o Jason encarar o monte de papeis concentrado, ele ficava tão maravilhosamente bonito quando estava concentrado. Mas por outro, sabia que íamos discutir muito mais vezes.

Mas não me valia pensar nisso. O Jason ia vender a discoteca.

“Oh,” comecei e desviei o meu olhar do dele “Isso também é bom.”

Não. Não era bom.

Saber que o Jason nem tinha considerado a ideia que lhe dei magoava-me um pouco.

A mão do Jason cobriu-me o queixo e fez-me olhar para ele “Eu ia ficar com a discoteca mas fui um idiota contigo e achei que nunca mais me ias falar então não via ponto nenhum em ficar com ela. Desculpa, não quero que penses que não te ouvi. Eu adoraria trabalhar contigo.”

Sorri fraco “Não faz mal.”

O Jason suspirou e beijou-me a testa “Tenho mesmo de ir. Volto assim que puder e vou tentar tirar-te daqui o mais depressa possível.”

Vou tentar tirar-te daqui o mais depressa possível.

E quando ele me tirasse daqui, o que seria de nós? Ele ia continuar a viver com a Megan? Provavelmente sim. A ideia aterrorizava-me. Quem sabe quando os meses começassem a passar, ele não se arrepende-se de me ter escolhido e se comece a apaixonar de novo por ela?

Não. Ele escolheu-me. O Jason sabe o que quer e o que não quer.

Quis perguntar-lhe sobre o que aconteceria quando saísse mas mantive-me calada quanto a isso.

“Tudo bem. Faz um bom negócio.”

Assentiu com um sorriso fraco e levantou-se da cama. Pousou as rosas vermelhas que tinha na mão em cima de um movél do quarto de hospital e saiu, dando-me um lindo sorriso antes de sair.

Estava de novo a ser engolida para tudo o que envolvia o Jason: as inseguranças, o medo, a tristeza, a felicidade, a dor e a cura.

Suspirei de olhos fechados e mantive-me assim durante um bom bocado, a assimilar tudo o que estava a acontecer na minha vida. Agora que já me lembrava do que aconteceu no jardim, sentia-me confusa. Quem faria aquilo e porque raio de razão?

Bufei por não ter as respostas e saí do quarto para ir à casa de banho. O mais certo depois do Jason acabar de falar com o possível comprador, seria ele vir-me cà buscar mas não me ia já vestir. No corredor estavam algumas pessoas, todas com tristeza na sua expressão. As enfermeiras andavam de um lado para o outro com rapidez e os pacientes arrastavam-se. Uma senhora idosa estava curvada no seu andarilho e parecia ter um olhar vazio. O meu coração doeu-me. A minha mãe nunca iria ficar assim. Uma subita vontade de chorar atingiu-me e os meus olhos começaram a criar lágrimas.

“Menina.” A senhora idosa falou de vagar e olhei para ela “O rapazinho que passou à pouco por mim veio do seu quarto?”

Como haveria eu de saber? Ela prosseguiu “Eu reparei nele há pouco e já tinha reparado antes.” Sorriu com dificuldade “Era muito parecido com o meu James quando era novo, cheio de confiança e um olhar galante. Nunca me irei esquecer do sorriso dele.”

Oh, ela estava provavelmente a falar do marido. Algo na senhora diante de mim me fez ficar retida naquela história à espera que ela continuasse.

Olhou para mim, mostrando-me a ausência de alguns dentes quando me sorriu “Guarde-o bem. Ele não parou de sorrir desde que saiu do seu quarto.” O meu coração quase que sorriu com as palavras da senhora e eu também sorri de uma maneira idiota.

“Ele parece gostar muito de si.” Fez uma breve pausa “Há pouco quando eu estava ali sentada,” apontou para os bancos em frente à parede, não muito longe do quarto onde eu estava “E vi-o à sua porta. Ele limpou o suor das mãos às calças e parecia quase nervoso. Provavelmente sabe a sorte que tem em a ter.”

Eu já estava a sorrir que nem uma idiota com as palavras da senhora e não queria que ela parasse de me contar sobre ela e o James, fosse lá ele quem fosse.

“Estava tal e qual o meu James que deus o tenha.” O meu sorriso caiu e senti uma enorme vontade de abraçar a idosa diante de mim “Como eu disse, cuide bem dele.”

A senhora estendeu de novo o seu andarilho para continuar o seu caminho mas a minha voz parou-a.

“Se não fosse pedir muito da minha parte, gostaria de me falar sobre ele?”

Mais uma vez, pude ver a ausência de alguns dentes enquanto ela me sorria.

Boa, estava com medo de parecer uma psicopata por sentir uma ligação com a idosa diante de mim.

“Sobre o James? Claro, desde que seja do teu interesse ouvir.”

Assenti “Adoraria. Já agora, chamo-me Nora.”

“Meredith.” Disse enquanto voltava para perto de mim “Meredith Laughton.” Parou com o andarilho à minha frente “Acho que vou então começar por contar como nos conhecemos. Eu era uma rapariga bastante reservada e não era dada a andar por aí com ninguém. Foi então que entrou um rapaz para a minha turma, o meu James. Ele era lindo, cheio de lábia e tinha fama de não ser só de uma. Metia-se com todas. Eu reparava nele todos os dias, ele é que nem reparava na minha existência.” Riu-se amavelmente e eu sorri levemente “Mas depois puseram-nos a fazer um trabalho juntos. Não me lembro da disciplina mas era algo relacionado com livros.”

Livros? Espera, o quê?

Oh, eu conheço este filme decididamente.

Será isto uma partida? O Jason falou com ela ou algo do género? Isto era muito estranho.

“A minha mãe exigiu que ele fosse a minha casa e não ao contrário. Queria estar de olho em mim, não é como essas modernices de agora.” Ri-me com o que ela disse, sabia que era verdade “Enquanto fazíamos o trabalho da escola, a minha mãe estava sempre de olho em nós até o acabarmos.” Suspirou ao lembrar-se do que aconteceu e a senhora à minha frente parecia deliciada com as recordações “Quando o fui levar à porta, a minha mãe estava distraída com as coisas da cozinha e ele aproveitou para me convidar para um passeio no dia seguinte.”

Não admira que tenha sentido uma ligação com esta senhora, eramos tão parecidas.

“Voltamos a sair, uma, duas, três, quatro vezes e por aí em diante. O James pediu-me em namoro num dia de uma das festas do sitio onde morava. Foi um pedido tão bonito Nora, se soubesse… Não era nada como estes namoricos de agora, era sério.” o seu olhar entristeceu “Ele infelizmente não podia ter filhos mas continuamos juntos. Até ao fim.”

Aqui estava a diferença da história com o Jason. Nós estivemos separados durante cinco anos e isso afetou-nos.

A história era sentida e o meu coração doeu com as suas últimas palavras.

“Senhora Laughton.” Virei a minha cabeça para trás e a enfermeira veio na nossa direção “Temos de ir, o médico quer vê-la.”

A senhora idosa sorriu-me e pôs a sua mão enrugada sobre a minha. Sorri-lhe de volta e algo em mim me fez abraçá-la. Ela  retribui-me com dificuldade e pude ver a médica sorrir.

Porque sentia esta ligação com a senhora?

“Foi um prazer conhecê-la Nora. É uma menina muito amável e espero que o guarde bem. Não queira ser como eu que desperdicei anos de costas voltadas com o James. Nem tudo é um mar de rosas mas no fim, vale a pena.”

O quê? Ela também tinha estado afastada dele? Mas que raio acabou de se passar aqui e quem é esta mulher?

“Também foi um prazer conhecê-la Meredith. Obrigada por me contar a sua história.”

A senhora caminhou para a enfermeira que me sorriu. Sentia-me leve naquele momento e não percebia o porquê.

Só reparei que estava parada no meio do corredor a sorrir como uma idiota quando a enfermeira e Meredith viraram a esquina. Nessa altura, dei a volta aos calcanhares e continuei o caminho até ao fundo do corredor, onde era a casa de banho.

Nada previa o que ia acontecer a seguir.

As luzes do hospital desligaram-se e eu parei no meu lugar, em alerta. Mas que raio? Virei a minha cabeça por todos os lados e as pessoas pareciam em pânico à minha volta. tudo parecia em câmara lenta e o meu coração parou de bater. O que raio estava a acontecer?

Quando a minha cabeça se virou para trás de novo, reconheci umas botas pretas à distância. Era ele.

Não. Não, não, não.

Não me comandei a mim mesma e comecei a correr para me tentar afastar. Continuava a ver as suas botas pretas no meio das pessoas no corredor. As luzes do corredor começaram a piscar e acenderam-se as de emergência. A minha cabeça virava-se inúmeras vezes para trás mas mesmo assim não deixava de correr pelo corredor mal iluminado. As luzes deste piscavam o que tornava tudo ainda mais assustador. O que é que ele me ia fazer? O medo tomava conta das minhas ações e tentei apertar o robe do hospital mais contra mim como se isso me desse alguma segurança. As pantufas pareciam manteiga no chão e tinha medo que se a qualquer momento acabasse por escorregar, ele me apanhasse.

Nem tinha reparado que estava a chorar, até que as minhas mãos limparam as lágrimas que caiam, como por instinto. Engoli o nó que tinha na garganta e forcei-me a mim mesma a continuar a correr. Os corredores estavam uma confusão por causa do corte de energia e seria muito fácil que ele me apanhasse e ninguém suspeitasse disso. Virei à direita mais à frente e era o fim do piso, tinha à minha frente a porta que ia dar às escadas do hospital. Não tinha mais para onde fugir e quem sabe assim ele não me apanhasse? Empurrei esta com as mãos a tremer e as minhas pernas moviam-se com rapidez pelas escadas abaixo.

Senti-me segura até ouvir o barulho das suas botas pretas no chão, atrás de mim. O meu coração acelerou em flexa e comecei a deixar de sentir a adrenalina no meu corpo, o que dificultou a tarefa de fugir do homem vestido de preto.

Sem perder tempo, abri a porta que ia dar ao parque de estacionamento com a minha mão e corri pelo estacionamento a fora. Estava totalmente às escuras e eu não sabia para onde estava a ir. Tateei com as minhas mão para não ser parada por nenhum carro nem fazer um barulho que denunciasse onde me encontrava. As suas botas voltaram a fazer barulho a uma distância perigosamente perto e o meu coração martelou-me contra as costelas. Já nem sabia o que era respirar.

As luzes vermelhas do estacionamento ligaram-se e tropecei nos meus pés, caindo no chão.

Tinha sido apanhada.

Virei-me de imediato para cima com a respiração irregular e toda eu tremi quando vi a figura com o capuz preto mesmo à minha frente.

"Por favor..." choraminguei "Não me faças nada."

 


Notas Finais


Tan... tan... tan...
Têm de aguardar pelo próximo capitulo. Ainda estou a pensar de faço ou não um capitulo especial de Natal (desta vez a "horas" ahah), vamos ver vamos ver...
Nem consigo acreditar que faltam tão poucos meses para fazer 2 anos que comecei a escrever a Criminal, parece que foi ontem! Mais tarde claro que vou fazer algo para comemorar os dois anos mas por agora ainda não sei bem.
Tenham uma boa semana, beijos!


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