- Finalmente!!! - A voz de Ishido ecoou. - Adeus Ash Ketchum, foi bom brincar com você, mas agora queime!!! MUAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!!!!!
O cérebro é algo interessante e engraçado, apesar de processar todas as informações do movimento do corpo, ele não consegue tudo. O meu, por exemplo entrou em estado de inatividade por alguns momentos, nem ele conseguiu processar completamente a dor que eu senti quando ocorreu a explosão.
Enquanto meu cérebro entrou em estado de pausa, flashes de minha vida passavam diante de meus olhos, de minhas aventuras, meus Pokémon e amigos, até de coisas das quais nem me lembrava mais, e foi um deles que me chamou a atenção.
- "Um dia, você será um grande treinador, Ash, eu não duvido disso". - Uma voz masculina, infantil e gentil falou em minha mente.
Essa voz...eu não me lembrei de início, mas logo depois consegui reconhece-la. Era a voz de alguém cujo não me lembro nada a respeito, a não ser os cabelos...cabelos ruivos e um sorriso gentil.
- Você me fará orgulhoso, nos fará orgulhosos. - A voz falou.
Lembrei, uma memória muito antiga, numa época em que eu era pequeno, uma época simples onde..."Você me fará orgulhoso"...onde estávamos juntos..."Nos fará orgulhosos"...sim, quando estávamos todos juntos, minha mãe, meu pai e meu..."Tenho certeza que está destinado a grandes coisas, irmãozinho."...irmão mais velho.
Senti minhas costas baterem em algo muito duro, parecia que eu tinha caído no chão, mas a sensação do líquido cercando meu corpo me fez repensar, e abrir os olhos. O brilho da Lua Cheia sendo refletido, e as bolhas de oxigênio me cercando junto com a água me fez perceber que eu não tinha ido ao chão, eu tinha caído no mar.
- "Irônico..." - Penso enquanto sinto meu corpo descer para as profundezas. - "Essas memórias...meus sonhos...todos eles chegaram no topo, no momento em que desço ao fundo."
Com isso, fechei meus olhos e aguardei o último segundo de minha vida, que demorou uma eternidade para passar enquanto sentia um puxão.
* * * * *
Acordei num lugar que eu conhecia muito bem, minha casa em Pallet Town, exatamente do mesmo jeito que estava antes da minha saída. Na cozinha, minha mãe preparava o almoço sozinha, enquanto uma versão mais jovem minha estava sentada na mesa, ansioso, esperando pela comida.
- Fome! - O pequeno Ash gritou e minha mãe sorriu.
- Calma, meu pequeno Ash. - Mamãe falou com um sorriso. - Para alguém com três anos, já está com um grande apetite.
- Então, temos certeza de que ele crescerá em um grande homem, como o pai e o irmão. - Uma voz masculina falou atrás de mim, e um homem entrou no cômodo. Ele usava um longo sobretudo roxo, com um chapéu, que ocultava seu rosto. Ele se aproximou de minha mãe e deu um beijo em sua bochecha. - O cheiro da comida está delicioso.
- Então irá gostar do almoço especial que eu preparei para meus três meninos especiais! - Mamãe disse alegre enquanto abraçava o homem.
- Bom dia, meu filho! - O homem cumprimentou a pequena versão de mim.
- Papai!/Pai? - Eu e meu antigo dissemos juntos, embora, com reações diferentes.
- Prontinho. - Mamãe disse enquanto colocava o almoço na mesa, mas logo olhava confusa. - Onde ele está?
- Ele já está descendo. - O homem falou, olhando mais para a comida do que para minha mãe. Só notar o olhar que mamãe lhe dava, o homem suspirou e gritou. - Filho, vamos, é hora do almoço!
- Estou indo! - Ash ouviu uma voz respondendo, que fez ele gelar a espinha ao reconhece-la. Era a mesma voz que havia vindo em minha cabeça um pouco antes de...bem, morrer.
Ouvi com atenção todos os passos que desciam pelas escadas em direção a cozinha, mas só tive certeza da presença de outra pessoa no local, quando o pequeno eu gritou em alegria.
- Irmão! - A pequena versão de mim gritou em alegria. Ao meu lado, um pequeno garoto apareceu, deveria ter seus seis anos de idade, com cabelos médios vermelhos com uma franja que ocultava seu rosto.
- Bom dia, Ash. - O menino falou feliz. - Bom dia, mãe e pai.
- Bom dia, meu querido... - Tudo ficou mudo, mas a cena diante de mim continuava.
O menino ruivo correu até minha mãe e o homem, que na certa, era meu pai, enquanto o pequeno Ash ia atrás do irmão mais velho. A família se abraçou e eu sorri fraco.
- Uma família feliz. - Falei encarando o abraço familiar.
- Feliz? - Uma voz fria e sem emoção perguntou ao fundo, me fazendo gelar por alguns segundos. - Feliz...essa não é a palavra correta para descrever sua família, Ash Ketchum.
- Quem está aí? - Pergunto olhando para o fundo enquanto a cena em minha frente estava parada, como em uma fotografia.
- Família feliz, não foi isso que você viveu com eles. - A voz falou mais uma vez. - Uma mentira, um conforto que sua pequena mente humana projetou para aliviar a dor da morte horrível que você sofreu.
- Isso não é real! - Falo olhando para a família abraçada, que ainda estavam parados. - Nada disso é, esse é um sonho!
- Claro que é real! - A voz falou, irritada. - A dor que você sentiu foi tanta que sua mente lhe deu um fragmento feliz de sua vida, para que a dor vá embora! - A voz gritou. - Mas agora, eu fiquei curioso, por que você acha que tudo isso é um sonho?
Olho para a família abraçada, e tenho uma lembrança de um sonho de infância.
- Esse era meu sonho, ter um pai que me amasse e um irmão ou irmã, mais velho ou mais novo. - Explico a voz. - Esses eram meus sonhos, e eles foram tão reais, que eu cheguei a ver ouvir vozes de pessoas que nem sequer existem.
- Elas existem, sempre existiram, você só não se lembrava delas. - A voz me corrigiu e o local ao redor de mim começou a trincar e rachar como um vidro. - Quero conversar com você, pessoalmente depois de tanto tempo.
A imagem em minha frente se quebrou por completo, e coloquei meu braço em frente aos meus olhos, enquanto ouvia o som dos cacos caírem contra algo. Abri meus olhos lentamente ao sentir uma pequena brisa de ar bater contra meu rosto, quando olhei para cima, percebi que estava em outra dimensão, e pairando sobre mim estava, em toda a sua glória, o Pokémon Renegado, Giratina.
- Giratina? - Perguntei.
- Primeiro e único. - Giratina respondeu através de telepatia. - Já faz muito tempo, Ash Ketchum.
- Você ainda se lembra de mim. - Falei, não conseguindo esconder um sorriso fraco. - Que bom.
- Claro que me lembro, jamais me esqueceria do humano que me ajudou. - Giratina diz por telepatia. - Mas não estou aqui para reviver nosso passado.
Olhei ao redor do mundo em que me encontrava, era o Distortion Word, a morada de Giratina após ter sido banido por sua agressividade, eu conhecia esse lugar, já estive aqui antes.
- O que eu faço aqui? - Perguntei ao Pokémon Renegado.
- É aqui que eu levo as almas dos que morreram para o Reino dos Mortos, sejam humanos ou Pokémon. - Giratina explicou. - Eu estou aqui para termos uma conversa, séria.
- Pode dizer. - Falei a Giratina.
- Quando um humano morre, ele já me vem pronto para ser levado ao Reino dos Mortos, seja ele na Paz, ou no Inferno, é meu trabalho guia-lo. - Giratina me explicou. - Entretanto, dessa vez é você, o humano que me ajudou, que vem até meu mundo.
- Onde quer chegar? - Pergunto.
- Você é um dos casos especiais, em que o espírito tenta encontrar seu caminho, na morte ou na vida. - Giratina explicou e meus olhos se alargaram.
- Quer dizer que eu ainda estou vivo? - Pergunto e Giratina afirma em silêncio, começo a sorrir, mas logo, este some e volto meu olhar para o Pokémon. - Aquelas coisas que eu vi, o que são elas?
- Memórias de seu passado esquecido. - Giratina explicou. - As que estão guardadas em sua mente, mas que você não se lembrava, até seu cérebro ser obrigado a tal coisa.
Olho para o nada, além de Giratina. Aquilo tudo era real. As memória de meus últimos instantes vieram a minha mente...sim, eu tive um pai e um irmão mais velho, cujos rostos e nomes, eu não me lembro.
- Então é isso... - Sussurro. - Tudo isso, era verdade.
- Sim, criança. - Giratina afirmou e encaro os olhos do Pokémon, que brilhavam em vermelho.
- Como eu faço para me lembrar de tudo? - Pergunto ao Pokémon, que mexe a cabeça desconfortável.
- Depende. - Giratina fala.
- Depende de que? - Pergunto mais uma vez.
- De você. - Giratina diz. - Você não é um morto, mas também não está completamente vivo, e é aqui que entra o dilema.
- Que dilema é esse? - Pergunto.
- Se você escolher viver, poderá investigar tudo a respeito dessas memórias na Terra, por sua própria conta, é claro, mas também terá que enfrentar seu passado e presente, para um melhor futuro. - Giratina me explicou e eu afirmei. - Ou você morre e eu levarei sua alma até o Pós Vida, lá você se lembrará de tudo a respeito disso, desistindo de tudo. Então, qual das duas você escolhe?
Olho para o Pokémon acima de mim. Então, eram essas minhas opções, viver e procurar as respostas, ou morrer e recebe-las de graça, ou seja, Giratina não iria me entrega-las em uma bandeja de prata. Sorrio.
- Você, entre todos, quer saber a resposta de algo que tem certeza? - Pergunto a Giratina. - Você me conhece, Giratina, e sabe que não importa o obstáculo, eu irei atravessa-lo, custe o que custar!
- Mas a que preço? - Giratina perguntou, pegando-me de surpresa. - Voltar a vida, enfrentar seu passado esquecido e o presente que seu mundo vive, grandes mudanças se aproximam, Ash Ketchum, e ninguém pode detê-las no momento. Acha mesmo que voltar a vida é sua melhor aposta?
Olhei para o Pokémon, perplexo. Era verdade que Ishido era muito mais forte que qualquer inimigo que eu já tinha enfrentado até então, mas será que só por isso eu deveria desistir, seguir Giratina até o Reino dos Mortos e abandonar o que deixei para trás?
- Não... - Digo em um murmuro.
- Então, me deixará guia-lo até o Pós Vida? - Giratina perguntou-me novamente.
- Não, isso não faz meu estilo! - Grito para o Pokémon. - Eu irei me levantar quantas vezes serem precisas, não irei desistir e irei vencer, nem que custe minha vida, eu vencerei!
Giratina me olhou calado por alguns instantes, seu olhar parecia atravessar meu corpo como uma lâmina afiada, se dirigindo lentamente a minha alma.
- Que assim seja. - Giratina disse e eu suspirei em alívio. - Eu irei manda-lo de volta, já que seu corpo está sendo amparado por um velho amigo, mas os danos causados nele precisam ser tratados imediatamente.
- Quer dizer, que eu irei voltar, ou não? - Pergunto.
- Escute com atenção Ash, eu não sou do tipo que demonstra favoritismo, mas irei te ajudar dessa vez. Usarei meus poderes para curar seu corpo e enviarei sua alma de volta. - Giratina disse e eu afirmei em concordância. - Mas lembre-se, uma vez que eu fizer isso por você Ash, você irá estar em dívida comigo, entendeu bem?
Afirmei sem hesitar, afinal, ajudar Giratina no futuro não seria um grande desafio, correto? Só o tempo irá me dizer.
- Até mais, Ash. - Giratina se despediu e meu corpo começou a brilhar, enquanto senti um puxão.
A sensação de voltar a vida foi uma coisa tão estranha que é quase impossível descrever, mas imagine como é subir em um elevador a mais de 150 quilômetros, e quando se chega ao topo, você bate em algo duro e sente a respiração prender. Pois é, foi quase isso aí.
Quando deixei o ar invadir meus pulmões, comecei a tossir água que havia entrado pelo nariz e boca, que estava me sufocando. Em poucos segundos, e crise de tosses passou e pude respirar aliviado e admirar o céu noturno.
- Laaa! - Ouvi um grito feliz atrás de mim e me virei, para dar de cara com um bando de Lapras e perceber que eu próprio estava nas costas de um deles.
- São Lapras! - Exclamei. - Por que estão aqui?
- Laaa! - O Lapras no qual usava como transporte, esfregou a cabeça contra mim.
Olhei com atenção para o Pokémon, e finalmente o reconheci, este Lapras que está me ajudando é o meu Lapras.
- Lapras, é você? - Perguntei ao Pokémon.
- Laaa! - Lapras gritou afirmando em resposta.
- Nossa, que incrível! - Digo e abraço Lapras. - Eu estava com saudades!
- La! - Lapras respondeu.
Olho o ambiente ao redor. Continuava no meio do mar enquanto o resto do bando dos Lapras me encaravam com ansiedade. Sorrio para os Pokémon e faço uma reverência.
- Muito obrigado por me salvarem, todos vocês. - Falo aos Pokémon que gritam de volta com sorrisos.
Então era deles que Giratina havia mencionado antes de me mandar se volta para meu corpo. Ótimo! Lapras é um amigo, e tenho certeza que irá me ajudar.
- Lapras, eu preciso voltar para a Ilha dos Campeões. - Falei ao Pokémon que me olhou com medo. - O que foi?
- Laaa! - Lapras exclamou triste, olhando para seu reflexo na água. Lapras ficou assim por alguns instantes, antes de me olhar determinado e nadar para a frente com mais velocidade.
- Muito obrigado. - Agradeci, e senti minhas pálpebras pesarem. - Eu estou exausto, preciso descansar.
- Laa. - Lapras falou com um sorriso enquanto me encostava em seu pescoço e fechava os olhos.
- Até mais, Lapras. - Falei e por fim, dormi.
* * * * *
Acordei novamente em minha casa. Estava sentado no chão, brincando com dois bonecos Pokémon calmamente, com o menino ruivo ao meu lado, enquanto do lado de fora, uma grande tempestade ocorria.
- Ash, você jamais derrotaria um Blastoise com um Charizard. - O menino me falou.
- Mas o Red conseguiu enfrentar o Blue com o Charmander dele! - Insisti.
- E Red acabou perdendo. - O garoto falou. - Pokémon de água tem vantagem contra Pokémon fogo, e isso jamais irá mudar.
- Um dia, você verá. - Falo ao garoto com um sorriso. - Eu mostrarei que nem mesmo o tipo do Pokémon altera o resultado da vitória.
- Você é quem sabe. - O menino se levantou.
- Eu irei mostrar um dia, irmão. - Prometo mais uma vez.
- Então tá bom, irmãozinho. - O ruivo bagunça meus cabelos. - Quando crescer entenderá.
O menino me abraça, algo que eu retribuo por instintos, antes que eu pisque e a lembrança mude. Acordo novamente na sala de casa, a chuva continuava a cair muito mais forte que antes, mas dessa vez, minha mãe brigava com um homem com um sobretudo e chapéu preto.
- Você não pode me abandonar! - Minha mãe gritou. - Não por isso!
- Eu preciso e irei fazer isso! - O homem gritou. - Farei tudo em meu alcance para realizar meus sonhos!
- Não são sonhos, é uma doença! - Minha mãe gritou.
- Chame do que quiser, mas não irá mudar nada. - O homem falou e minha mãe ficou perplexa.
- Que assim seja, pode ir, saia daqui a nunca mais volte! - Minha mãe gritou. - Faça o que quiser, mas não envolva meus filhos nisso!
O homem veio até mim e o ruivo, se abaixou até nossa altura e nos encarou.
- Meninos, o papai precisa fazer algumas coisas, sairei de Kanto. - O homem falou. - Querem vir comigo?
- Não! - Minha mãe falou com lágrimas. - Deixe-os fora disso!
- Um irá comigo! - O homem falou.
- Não! - Mamãe gritou.
A discussão teria se prolongado se o ruivo não tivesse se levantado e se pronunciado.
- Eu irei com você, papai. - O menino falou, para a surpresa dos mais velhos.
- Não, filho! - Mamãe gritou.
- Que assim seja, então. - O homem falou. - Eu já sabia que você viria comigo, por isso preparei sua mala, está no quarto, pode pega-la.
- Não, filho! - Mamãe gritou correndo atrás do menino até o andar de cima. O homem olhou para mim.
- Ash, escute-me, o papai precisa ir embora para realizar seus sonhos. - O homem falou gentil. - É capaz de não nos vermos por um bom tempo, mas saiba: você é meu filho e eu amo você, Ash.
- Papai! - Gritei o abraçando, enquanto o homem retribuiu o gesto.
- Siga seus sonhos, filho, e se um dia querer, pode vir até mim, eu estarei esperando ansioso para trabalharmos como uma família. - O homem falou e se levantou. - Até meu filho.
* * * * *
Acordei ao som de um grito dos Lapras e com a luz do nascer do Sol em meu rosto. Bocejei e cumprimentei os Pokémon.
- Bom dia! - Falo aos Pokémon que gritam em resposta. - Estamos chegando, Lapras?
- Laaa! - Lapras respondeu, quando então vi uma praia ao longe.
- Lapras, aquela não é a Ilha dos Campeões. - Falei ao Pokémon, que simplesmente me ignorou e continuou guiando até a praia.
Em poucos minutos, toda a manada havia alcançado as águas mais rasas da praia e conforme íamos nos aproximando, percebi que não muito longe da costa havia uma cidade, me fazendo sorrir.
- Não é onde eu queria ir, mas já está valendo. - Falo e Lapras sorri.
- Laaa! - Lapras grita.
Nos aproximamos da areia, e desmontei de Lapras, olhando ao redor do local, algo que era muito estranho, em pleno dia, ninguém estar na praia. Ignorei esse fato e decidi olhar para mim mesmo, e a situação não estava boa.
Meu boné que minha mãe havia me dado antes de viajar até Kalos, estava longe de ser visto, minha blusa azul, que também usei em Kalos, estava completamente queimada, com o zíper quebrado e bastante rasgado nas mangas. Não era nada que uma boa costura não resolvesse, mas por enquanto era melhor tirar. Amarrei a jaqueta na cintura, agora estava só com a camiseta preta e minha calça jeans, que não estava muito danificada assim.
- Vocês, esperem aqui. - Falei aos Lapras que me encaravam. - Por favor, não me deixem aqui.
- Laaaaaa! - Os Lapras gritaram em afirmação e eu comecei a me afastar.
Andei pela areia por poucos segundos, antes de pisar em solo firme e ver uma pequena cidade a frente. Continuei minha caminhada até me aproximar das primeiras casas.
- Olá? - Pergunto com um grito, mas não obtenho resposta. - Sem resposta...
Corro até uma placa que dizia o nome da cidade em que estava, e para minha completa surpresa, a placa dizia ser Pastoria City. Eu estou em Sinnoh?
- Pastoria? - Pergunto. - Já estive aqui antes, mas esse lugar não deveria estar vazio...o que será que aconteceu?
Começo a andar pela cidade fantasma e entro, primeiro, no Centro Pokémon, na esperança de encontrar alguém ou poder me comunicar com algum dos meus amigos.
Entro no prédio, e logo minhas esperanças são perdidas. O Centro Pokémon estava completamente vazio, tentei acender a luz apertando o interruptor, mas o mesmo não alterava o estado de desligado do local.
- Sem luz. - Comentei e começo a explorar o local.
As salas de plantão, que geralmente estavam lotadas, agora estavam vazias e quietas, sem nenhum ruído a não ser o dos meus passos. Fui até a caixa de força, que ficava no porão do Centro Pokémon, tentei arruma-lo o máximo que pude, mas nada aconteceu...Ah! Que falta faz o Clemont.
Em poucos minutos, já estava deixando o prédio e fui até a PokeMart, que estava do mesmo modo que o Centro Pokémon, vazio, mas com muitos produtos ainda em exposição. A primeira coisa que me chamou a atenção era o relógio que marcava a hora e a data.
- Não acredito!? - Falei ao ver a data marcada. Dia 25, ou seja, já haviam se passado quase três dias desde que estive na Ilha dos Campeões. - Isso é brincadeira...eu fiquei inconsciente por todo esse tempo!?
Respirei fundo procurando me acalmar com a nova situação. Alguma coisa deveria estar acontecendo sem que eu tenha conhecimento durante meu pequeno "coma", por assim dizer.
- Eu preciso ir pra casa. - Digo e começo a pegar os suprimentos da loja, eu sei que é errado, mas a situação atual exigia que eu fizesse isso.
Peguei uma mochila grande, coloquei vários produtos médicos, como Potion, Super Potion, Antidote entre outros. Também me apossei de frutas que estavam guardadas, e algumas garrafas de água, lanternas e algumas cordas. Voltei minha atenção as Poke Balls do local e chequei meus bolsos.
- Droga! - Gritei. - Minhas Poke Balls não estão comigo!
Eu realmente precisava de meus Pokémon, mas por agora, eu teria que focar em voltar para Kanto. Estava prestes a sair da PokeMart, quando encontrei algo que me interessou, um Mapa de Sinnoh.
- Interessante... - Murmurei enquanto as palavra de Brock ecoavam em minha mente. "Sim, é o seu Butterfree, eu o encontrei e ele vive em um parque em Sinnoh." - Acho que está na hora de reencontrar um velho amigo.
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