História Another House - Capitulo Único

Decidimos dar uma olhada naquela casa que ficava perto da rua com muito mato em volta, um riozinho e duas casas, uma de madeira e outra de material que estava destruída. Não havia muitas árvores até chegar no local das moradias, basicamente, depois que passamos o mato ainda dava para ver a rua então se tivéssemos problemas sairíamos fácil dali.

Antes de passarmos o pedaços das árvores ouvimos um barulho de algo correndo, paramos e formamos um círculo fazendo com que cada uma olhasse pra um lado. (Porque fizemos a droga de um círculo? eu não sei) O barulho foi se aproximando cada vez mais até que algo passou correndo por nós e era um cachorro. (Só que o engraçado é que quando finalmente vimos o cachorro nós gritamos e ao invés de corrermos ou qualquer outra coisa nós caímos no chão, se fosse um bruxa ou um monstro, nós já estaríamos mortas e seria o filme de terror (ou uma tentativa falha de um) mais curto da história. Seria humilhante morrer antes mesmo de atravessar a "floresta") Depois desse momento nós rimos e recapitulamos o que tinha acontecido (por mais que eu já tivesse com o meu cu tão fechado que não passava nem ar tentei demostrar que não estava com medo mais na minha cabeça aquilo era um aviso pra irmos embora).

Continuamos a caminhada e chegamos na clareira com as duas casas. Havia uma caminhonete abandonada e enferrujada com coisas estranhas dentro (não recordo o que era) depois de olharmos o carro fomos para a primeira casa, a de madeira. Logo de princípio quando pisamos na pequena varanda um barulho um tanto quanto alto se fez (naquele momento eu já sentia uma pouco de cocô saindo do meu anus). Recuei e neguei pisar ali. A mais alta tentou abrir a porta em uma tentativa falha (o que me fez suspirar de alívio), decidimos então fazer algumas tomadas ao redor da casa e filmar as janelas para vermos o que tinha dentro. A princípio era uma casa comum tirando o fato de ser tão velha dentro como era por fora. Depois de olhar a primeira casa fomos pra segunda um pouco mais afastada. Enquanto íamos pra ela, em uma das janelas eu vi um vulto (eu jurava que tinha visto algo mais como sempre ninguém acreditou em mim e disseram que era coisa da minha cabeça), seguimos em frente para a abandonada e basicamente era apenas um telhado e esqueceram de fazer as paredes não tinha nada além de algumas coisas que deviam ser as divisórias da casa que não foram concluídas. Eu estava aliviada achando que aquilo tinha acabado e eu iria pra casa trocar minha calcinha, mas afastando o mato a mais baixa e corajosa do clã achou uma portinha de madeira que levava a um túnel estreito com uma escada de ferro. Não dava pra ver o fundo nem mesmo com a lanterna (eu continuei tentando manter a calma e não tacar o foda-se porque eu já estava com meu coração saindo pelo cu e qualquer coisa que eu fizesse iria dar merda se eu ficasse na casa e não descesse eu morria se eu fosse pra floresta e voltasse pra rua não ia conseguir e ia morrer então eu fiz como todos e desci. Se fosse pra morrer pelo menos que eu não morresse como medrosa). Depois de descer a escada (e pegar aquele tétano) demos em um cubículo com paredes brancas e mais nada. Não havia nada lá. Era um quadrado claustrofóbico e nojento. Ainda sem estar aliviada resolvemos voltar. A mais alta subiu as escadas primeiros e esperamos que ela abrisse a portinha para subirmos, mas deu merda. A porta tinha sido trancada. Alguém tinha colocado algo pesado em cima dela e não conseguíamos abrir. Estávamos presas dentro de um cubo assustador só com lanternas que não durariam pra sempre.

Já aceitando o fato de que minha morte estava próxima uma coragem súbita surgiu em meu corpo e tomei as rédeas da situação. Acalmei os nervos e pensei em uma solução. Estávamos presas em um buraco e se aquilo era uma situação típica de filme tudo podia ser possível certo? Não custava tentar. Apalpei as paredes procurando por qualquer coisa, não tinha objetivo concreto o que aparecesse seria lucro.

Todas estávamos procurando por algo até acharmos um buraco na parede que estava sendo coberto por sei lá o que. Com um pingo de esperança nós entramos sem pensar. Quando chegamos ao fim dele (já com as mãos cortadas e os joelhos ralados) percebemos que o túnel levava para dentro da casa. Diferente de um filme ou jogo a chave da saída não estaria em uma gaveta ou pendurada em qualquer lugar. A morte já era algo que tínhamos aceitado se fossemos morrer que pelo menos fosse deixando um bom filme para as outras pessoas. A coragem havia voltado e decidimos explorar a casa. Ela estava extremamente escura o que era estranho porque não devia ser nem 17:00 ainda e era horário de verão. Encontramos uma janela e assim que olhamos por ela notamos que já estava de noite o que era impossível não sabíamos o que está acontecendo a única coisa que eu pensava era "pelo menos eu morrerei fazendo algo legal e não dormindo".

Com um pequeno desespero elaboramos um plano. Pegar algo pesado e quebrar a janela. Se a gente se cortou? Sim. Se nós estávamos com tanto medo que nem percebeu? Também. A mais alta foi a última sair sentiu algo puxando o seu pé. Foi nesse momento que entramos em desespero. Puxamos a mais alta e corremos sem rumo já que devido a lógica deveríamos encontrar civilização em menos de dois minutos, mas o problema foi, nós nunca chegamos na estrada.