História Another Way Of Saying Love - Enquanto isso...

Narrador’s POV

            Enquanto Piper e Jason se encontravam, enquanto Annabeth e Percy jogavam Mortal Kombat, o que acontecia aos outros personagens? Bem, vamos começar pelos irmãos di Angelo?

Estavam os dois em casa. Sua mãe saíra havia cerca de duas horas, e seu pai trabalhava até às cinco nos sábados, então encontravam-se sozinhos. Bianca assistia a um filme na televisão enquanto Nico divertia-se com um HQ japonês.

Passava das seis horas quando, finalmente, Hades chegou.

Casado com Maria havia oito anos, Hades era um empresário. Tinha uma rede de lojas que alastravam-se pelo país. Não eram poucas e rendiam um bom dinheiro. Maria, por sua vez, exercia função de coordenadora em uma empresa de marketing. Vinda da Itália, conhecia muitas partes do mundo, já realizara muitas viagens e, toda vez possível, tinha o prazer de embarcar em outra. Nico e Bianca eram seus únicos filhos e recebiam muito amor de sua parte.

Hades dirigiu-se às crianças rapidamente, subiu para seu quarto e, reclamando por Maria ainda não estar em casa, tomou seu relaxante banho. Os três reuniram-se para o jantar meia-hora depois. Daisy, umas da empregadas preferidas dos irmãos aguardava-os no batente entre a cozinha e a sala de jantar.

— Boa noite senhor.

— Boa noite Daisy. – respondeu Hades educadamente, como geralmente era. – Sabe onde foi Maria que não retornou até agora?

— Não sei senhor. Desculpe-me, mas vim apenas anunciar o jantar. – disse a empregada, um tanto desconfortável por não ter uma resposta a oferecer.

— Certo... Pois diga.

— O cardápio de hoje é salmão defumado, acompanhado de batatas ao forno e uma salada de legumes. Para a sobremesa foi preparado um pudim de chocolate e nozes. – informou alegrando às crianças.

— Sim, obrigado Daisy.

A mulher assentiu ao retirar-se. Logo três empregados surgiram com os pratos de cada um e a refeição foi servida. Nico e Bianco deliciaram-se com o pudim. Cerca de duas horas após o jantar foram conduzidos às suas respectivas camas, enquanto Hades desejava-lhes boa noite.

À Bianca foi contada uma história de princesas, a Nico foi apenas assegurado que a mãe voltaria. Com um beijo na testa dos dois, o pai retirou-se e seguiu para a sala.

O relógio indicava 23h:27min quando a porta da casa abriu-se e por ela passou Maria di Angelo.

—Onde esteve? Por que voltou para casa essa hora? – indagou Hades. A mulher levantou a cabeça, como se apenas naquele momento reparasse que o marido estivesse ali. Então olhou para o relógio e voltou sua atenção à porta, enquanto a fechava.

— Boa noite querido, sim meu dia foi ótimo, obrigada por perguntar. – disse sarcasticamente, porém com ar de cansada. – Certo, hoje tive uma reunião de emergência na empresa e...

— E você não trabalha em finais de semana. Por que compareceu? – exaltou-se o marido.

— Como já lhe disse foi uma reunião de emergência, e era de extrema importância que eu, a coordenadora, comparecesse. Porém, antes que você pergunte, não voltei para casa neste horário por conta da reunião. – Maria apresentava-se calma o que, diante a expressão raivosa de Hades, era totalmente estranho.

— Então conte-me seus motivos.

— Acontece que não estava me sentindo bem, então fui ao hospital e o médico mandou-me realizar alguns exames. – Sua voz começou a alterar-se, passando a um tom mais esganiçado, de quem está realmente desesperado. – E Hades... eu... tenho câncer.

O homem sentou-se no sofá, de boca aberta e semblante de choque.

— Mas... Maria, você... Não...

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Luke’s POV

            Lá estava eu, em meu quarto jogando videogame. Era uma tarde chuvosa, daquelas que te dão vontade de jogar-se na cama e assistir um filme enquanto toma seu Nescau®. Mas eu estava sentado em um pufe, a cama a uma boa distância, apenas observando a chuva molhar a janela do apartamento enquanto o jogo rodava na tela da televisão.

            Pensei que fôssemos sair naquele fim de semana, do mesmo jeito que pensei no antecedente, e no outro, e no outro e... Ok, dá para entender.

            Bem, papai não passava mais tanto tempo em casa, e isso deixava mamãe aborrecida. Claro que eu também ficava, mas para ela era pior, então eu me sustentava para poder ajudá-la.

            May Castellan era seu nome. Tinha cabelos grisalhos e olhos azuis, uma média estatura e de estilo mais senhora/caseiro. Suas roupas eram, em geral, um vestido rosa, do qual ela possuía meia dúzia de idênticas peças. Mas, apesar de tudo, e da pessoa maravilhosa que era, ela possuía um problema. Um grande problema, que me assustava muitas vezes. Eu sabia que tinha de ajudá-la, mas seus ataques eram aterrorizantes para uma criança de sete anos.

            O médico disse que era uma espécie de psi... Psique... Psiquese... Psicose! Isso! Psicose! Bem, ela tinha alguns ataques durante a semana. Eles não tinham horário fixo, nem prévia, sintomas ou indícios de que viriam, apenas vinham. Haviam sim os dias melhores, aqueles sem ataques. Mas tinham também os ruins, onde geralmente ocorriam mais e piores episódios. Estes, eram como delírios.

            Papai nos disse certa vez que quando ocorressem esses surtos e ele não estivesse em casa, deveríamos lhe telefonar. E isso resolveu umas duas vezes.

            Eu não o via fazia cerca de vinte dias. Tentava não pensar muito sobre isso, mas era difícil. E pior que sentir sua falta era ver mamãe chorando por ele todas as noites, sem que eu pudesse fazer nada. Então só fingia estar dormindo, abraçava meu urso de pelúcia, fechava os olhos e pensava intensamente “Amanhã ele estará de volta... Amanhã...” até o sono tomar conta de mim.

            Foi naquela tarde que decidi certas coisas para meu futuro. Como nunca deixar minha família, ou sempre manter mamãe feliz.

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Silena’s POV

            Tinha acabado de me sentar no sofá quando mamãe e Piper voltaram do parque. Eu não tinha ido por duas simples questões:

Piper era mais nova que eu, então nem sempre era legal ficarmos juntas, pois ela era um tanto infantil;

Eu sabia que Jason era caidinho por minha irmã, então queria saber no que tudo aquilo acabaria sem atrapalhar.

Acontece que Piper chegou triste e logo subiu para nosso quarto, com a desculpa de que iria tomar banho – sim, eu a conhecia o bastante para afirmar que era apenas uma desculpa. Mamãe foi para a cozinha preparar o jantar e nessa brecha também subi.

Cheguei à porta do quarto, que estava encostada, e a abri vagarosamente.

— Pipes?

— Oi... – respondeu chorosa, deitada em sua cama.

— O que aconteceu? Você estava tão animada para ir ao parque!

— Sim, mas...  Agora tudo acabou! Eu destruí a vida dele e me sinto mal com isso!

— Ele... Jason? Como assim? Piper, o que aconteceu? Me conta!

— Ele me pediu em namoro! – ela exclamou. Ha! Eu sabia! Ele gostava mesmo dela!

— Que ótimo Pipes! Mas por quê está chorando então? – eu não entendia o porque de sua tristeza.

— Eu disse não! É óbvio! E agora ele disse que ainda quer ser meu amigo... mas... e-eu sei que não... não dá para... ainda sermos amigos... eu... eu o aborreci muito! – disse entre soluços.

— Hey! Pipes, maninha... Calma. Vocês ainda serão amigos tudo bem? Ele gosta mesmo de você, não a deixaria de lado. – tentei acalmá-la.

— Obrigada Silena. Mas... acho que você não me entenderia... Eu... Vou tomar banho. Obrigada mais uma vez. – respondeu enxugando suas lágrimas e seguindo para o banheiro.