História Another Way Of Saying Love - Mudança De Rumos - Parte 1

_Uma Semana Depois _

  Luke's POV

  Fazia um mês, um mês, que não tínhamos notícias de papai. Os ataques de mamãe estavam a cada dia piores, e ocorriam com maior frequência. Naquele dia, Thalia e Jason estavam em casa.
  Eu não estava muito feliz naquele mês, e eles perceberam. Na verdade, todos perceberam e quiseram me ajudar.         
  Percy foi o primeiro a falar comigo, mas lhe disse que estava tudo bem e ele entendeu que eu só queria ficar sozinho. Depois vieram Bianca e Piper e, novamente, afirmei estar bem. Logo veio Annabeth, nós conversávamos bastante, mas não éramos tão amigos assim para ela me fazer sentir melhor. Até Nico perguntou se eu queria alguma coisa, e ele não era de ligar para essas coisas, sempre se prendia a jogos e revistas, animes e games. E por último vieram Jason e Thalia, não cedi por insistência, mas pelo que fizeram e representavam para mim: 1) aguardaram todos perguntarem se eu estava bem para que, quando chegasse a vez deles - e chegou-, pudessem dizer - e disseram- que sabiam que eu não estava bem e que, querendo ou não, eles me ajudariam; 2) nos conhecíamos desde que éramos bebês, eles eram meus melhores amigos, principalmente Thalia - e que isso nunca lhe seja revelado. Tudo que passei e que eles passaram era compartilhado entre nós, sabíamos qualquer coisa um sobre os outros e podíamos perceber indícios de qualquer sentimento bom ou ruim que nos preenchesse. Por isso, eu tentava me controlar quando estava junto deles, para que não notassem minha tristeza, mas chegou uma hora que não aguentei, soltei-a, deixei-a ser livre, e passei uma semana mental e espiritualmente longe deles.
  Jason sentou-se em um dos pufes e Thalia na cadeira do computador. Eu me larguei na cama e soltei o ar de uma vez por todas. O silêncio durou uns dois minutos até Thalia arrastar-se com a cadeira para perto da cama e falar:
- Tudo bem, estamos só nós aqui. Pode dizer Luke, o que está te deixando triste?
- Não é nada, não... Só... A chuva. Isso, a chuva me deixa para baixo. - Tentei mentir.
- Luke, não minta para mim! E nem chovendo está!- Exclamou Thalia, e Jason saiu de seu lugar para sentar-se ao meu lado.
- Vamos Luke, diga o que aconteceu. Nós somos seus amigos, não?
- Certo... É só que... Bem, meu pai sumiu. Nos deixou. Não... Não o vejo faz um mês. - Soltei. Já não aguentava mais guardar aquilo dentro de mim.
- Ah Luke... - Disse Thalia, me abraçando. Cedi ao peso das lágrimas e tentando escondê-las a abracei também. - Eu sinto muito. Sinto tanto...
- O que podemos fazer por você, amigo? - Perguntou Jason.
- Não sei... É que... Eu queria esquecer tudo isso, sabe? Queria que mamãe não sofresse também. Os ataques estão piores a cada dia! Eu... Só queria que ele estivesse aqui. - Falei de uma vez, ainda chorando e já querendo outro abraço de Thalia.
- E se... Você dormisse em casa por um tempo? Poderíamos distrair você, você iria esquecer um pouco disso... - Disse Jason.
- Não posso Jason, eu tenho minha mãe... Preciso cuidar dela. - Seria ótimo passar uns dias na casa dos Grace, eu adorava tia Beryl, ela sempre era carinhosa e nos levava chocolate quente. Mas eu realmente não poderia deixar mamãe sozinha - e nem queria.
- E o que você vai fazer Luke? - Indagou Thalia.
- Eu não sei... Talvez espere papai voltar.
- Certo... Tá, agora vamos nos animar! - Exclamou Jason.
- Sim! Vamos jogar, e pedir para Michael nos levar em alguma sorveteria! - Michael era o motorista. - Depois a gente liga pra nossa mãe e marca um dia para irmos no shopping! 
- Tudo bem... - Cedi. 
- Mais animação! - Thalia estava bem entusiasmada.
- Uhul! Vamos... - lhe respondi com falsa animação. 
  
  Nós jogamos por umas duas horas, depois Michael nos levou na sorveteria perto de casa e tomamos sorvetes de variados sabores. Conversei com mamãe e ela concordou em nos deixar ir ao shopping com tia Beryl na quarta-feira a tarde. 
  Era por volta de oito horas da noite quando eles se foram. Guardei meu PS e logo fui deitar. Parte de mim se esquecera de papai por um tempo, mas isso não era o suficiente. Isso não acabava com a dor que era não tê-lo.

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Bianca's POV 

  Já fazia uma semana que mamãe e papai agiam estranhos. Eles não se falavam muito, e mal conversavam com a gente. Apenas trocavam olhares, e esses eram sempre tristes ou preocupados. 
  Nico ficou mais afetado que eu. Ele sempre fora reservado, mas era enérgico. Me abraçava a toda hora, pedia para irmos jogar cartas nos quintal, onde tinha mais ar e luz, e podíamos brincar com nosso cachorro, Fuji ( um West Highland White Terrier ). Mas naquela última semana ele simplesmente deixou de ser... Ele. 
  Eu também me sentia mal, sentia falta de nossos pais, mas tentava ficar bem, para poder ajudá-lo. E Nico não era fácil. Podia ser qualquer coisa, menos fácil. Não queria a ajuda de ninguém, não deixava os outros saberem que estava mal. Mas eu via. Via como ele estava acabado, e via que só queríamos a mesma coisa: papai e mamãe de volta, do jeito que eram antes.
  Mas foi naquele sábado que minha, ou melhor, nossas vidas, mudaram de rumo. E esse novo caminho, não era bom.
  Era nove e quinze da manhã, eu estava no quarto jogando cartas com um Nico totalmente deprimido, até mesmo eu estava triste. Daisy apareceu à porta e disse seriamente: 
- Crianças, seus pais os estão chamando para ter uma séria conversa. Na sala.
- Tudo bem, obrigada Daisy. - Agradeci já me levantando, e ela me lançou um mínimo sorriso.  - Venha Nico.
  Saímos de seu quarto e descemos a escada. As cortinas estavam fechadas, as luzes, acesas, não eram capazes de iluminar o cômodo da mesma forma que a luz solar, a televisão desligada e papai e mamãe sentados no sofá, um ao lado do outro. O semblante triste e sério, como nunca antes.
- Nico, Bianca... Sentem-se, por favor. - Disse papai.
- Crianças... Nós temos uma coisa séria para contar a vocês. 

( Continua )