Era madrugada. A TV ligada como só para me fazer companhia. Eu fitava a mariposa girando em volta da lâmpada. Ela estava ali por horas, como se só aquilo importasse. Ela estava dançando, sem dúvidas. Eu continuava a olhando quando me veio alguém a cabeça.Pronto, começou... O que tinha a ver a mariposa com o amor? Seria eu enlouquecendo? Seria os pequenos goles de algum goró fazendo efeito? Parei para pensar.
O amor é como a mariposa hipnotizada pela lâmpada. Bela comparação? Talvez. Deixe-me explicar. Basta um olhar, basta uma luz se acender, basta você perceber e ter alguém pra amar. Você mergulha, você se hipnotiza, você literalmente vira a pequena mariposa dançando com a lâmpada.
Já eram quase cinco horas, eu ainda estava ali e ela também. Tomei mais alguns goles daquilo no meu copo, essas horas eu nem fazia mais ideia do que era...
Assisti um pouco ao noticiário e fui escovar os dentes. Desliguei a TV e dei uma última olhada para o teto. ELA AINDA ESTAVA LÁ.
Aaah pequena mariposa, se você soubesse o sorriso que me fez dar...
Nos últimos segundos a olhando antes de ir para o quarto, cheguei a conclusão que: o amor é a lâmpada, e eu, a mariposa.
Fui pra cama.
E ah, mais uma coisa: eu não apaguei a luz. Eu não faria tal maldade. Eu não apagaria o amor.
Sorri.
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