História Antes de lhe perder - 37

     A cama do chalé era quentinha e aconchegante. O único barulho que eu conseguia ouvir era o fogo queimando as madeiras da lareira.

   Chandler estava no banheiro cantarolando um música dos Beatles "Help me" enquanto se ensaboava. Era estranho, já que ele costuma cantar somente músicas com uma batida eletrônica.

   Abri a porta do banheiro com cuidado o vendo terminar de amarrar a toalha na cintura. Seus olhos que tinham um brilho peculiar se encontraram com os meus, um sorriso malicioso cresceu nos seus lábios.

- Gostando do que vê?

- Você não faz idéia... É uma vista maravilhosa.

- Você pode tocar se quiser... Não ficar só me observando.

   Em uma velocidade incrível ele me levantou fazemos com que eu entrelaça-se minhas pernas em sua cintura.

- Eu me troco depois.

   Fui jogada na cama. Um gritando saiu da minha boca o fazendo rir.

   Ele me olhou e sorriu. Nesse tão simples gesto me fez perceber que, eu não poderia viver sem ele.

- O que houve, Charli?

   Nem percebi as lágrimas que brotavam nos meus olhos. Sorri tão profundamente.

- Obrigada.

   O abracei. Escondi meu rosto na curva do seu pescoço, sentindo o doce cheiro de sabonete.

- Por quê?

   O afastei, tocando em seu rosto.

- Por ser meu, por me amar, por deixar que eu entre em seu coração.

   Ele segurou delicadamente o meu queixo com o polegar e o dedo indicador. Seus lábios macios tocaram nos meus.

- Não entendi o porque disso agora.

   Ele comentou sorrindo.

- Acho que é a carência.

   Ele riu e voltou a me beijar apertando a minha cintura. Minhas mãos acariciavam suas costas nuas.

   Batidas na porta foram escutadas.

- Que porra...

   Chandler abriu a porta bruscamente fazendo Carter saltar.

- Você chegou em péssima hora.

   A voz do Chandler estava seria e com um tom sombrio.

   Carter me viu deitada na cama um pouco descabelada.

- Oh cara, foi mal. É que sua mãe está pedindo para vocês arrumarem as malas já que vão passar o Natal e o ano novo no Brasil.

- Eu tinha esquecido desse detalhe.

   Os seus olhos azuis se encontraram com os meus. Um grande batalha estava sendo travada em sua mente.

- Diz a minha mãe que já estamos nos arrumando.

- Foi mal mesmo cara, é que a sua mãe fica assustadora quando alguém não quer fazer o que ela manda.

- Acha que eu não sei? Passei 17 anos da minha vida com ela...

   Eles se despediram.

   Chandler caminhou até mim, levantando a minha blusa. Senti boca tocar minha barriga.

- Não pense que isso acaba aqui.

   Ele se levantou indo até o closet.

- Nunca pensaria isso.

***

   Gina falava com o Chandler atrás de nós - Gray, Eu, o pai do Chandler e o Carter que foi obrigado a vim já que ele estava sobre a nossa responsabilidade-.

- Pode trazer um maracujá de lá? E um guaraná? E um açai?

   Gray pedia coisas enquanto segurava minha mão.

- Maracujá?

- É uma fruta brasileira... como será o gosto dela?

- Eu garanto que doce ela não é! Não conheci ninguém qur consiga comer maracujá puro. Aquilo dali é um ótimo material para torturar uma pessoa.

- É tão ruim assim?

- Não é ruim...

   Eu coloquei meu braço sobre seu ombro e ele colocou o seu em volta das minhas costas.

- ... É que é azedo e ácido, mais quando você faz um suco e coloca açúcar... só jesus na causa.

   Ele riu. Nos sentamos em um banco próximo.

- Eu vou ver se está tudo certo para o vôo de vocês.

   Will - Pai do Chandler- caminhou até uma enorme fila.

- Você foi avisado.

   Gina disse ao Chandler que riu e logo em seguida lhe deu um beijo na testa.

- Relaxa mãe! Nem eu quero ser pai tão cedo.

   O olhar dele caiu sobre mim e logo desceu parando onde a mão do Gray estava. Seus olhos ficaram escuros.

- Tira a mão das costas dela Gray! Tira agora.

   Ele retirou o braço rapidamente.

- Desculpa!

  Chandler sentou ao meu lado. Deitei minha cabeça em deu ombro. Ele depositou um beijo no topo da minha cadeira e deu um grande suspiro antes de um casal da nossa idade aparecer a nossa frente.

- Oh meu Deus, é Chandler Riggs! Eu sou uma grande fã sua.

   Ele riu e levantou delicadamente minha cabeça. Eles começaram a tirar fotos e conversar. Mas a frente tinha um grupo tirando fotos deles.

- Charli?

   O menino que estava ao lado da garota ficou a minha frente.

- Sim...

   Me levantei o abraçando.

- Eu fui a uma boate que você estava como DJ. Céus. Você foi demais. Eu não fiquei um segundo parado.

- Oh, obrigado.

   O abracei novamente. Senti o olhar quente do Chandler em minhas costas.

- Será que você poderia tirar uma foto comigo?

- Claro.

   Passei meu braço direito por seus ombros, sorrindo. Ele levantou o celular e nos últimos segundos antes de apertar o botão da foto, ele beijou minha bochecha quase pegando o canto da minha boca.

  Ele se afastou vendo a foto com um enorme sorriso no rosto.

- Licença.

   Chandler fixou entre nós beijando os meus lábios com determinação e posse.

- Chandler Riggs.

   Ele estendeu a mão para o menino que tinha um sorriso amarelo sobre os lábios.

- Eu sei quem você é. Minha irmã não para de falar de você.

- Então deve saber que eu sou o namorado dela.

   Apertei sua mão com a intenção de pedir para que ele para-se.

- Namorado? Jura? Não parece, eu pensei que eram melhores amigos. Sabe... eu sou assim com a minha amiga.

- Mas eu sou o namorado, e se eu fosse você eu ficaria esperto, pois, eu sou bastante ciumento.

- Foi um prazer conhece-lo.

   Me coloquei entre os dois.

- Digo o mesmo, querida.

   Ele segurou minha mão a levando até os seus lábios. Isso era tão desconfortável.

- Qual é cara?...

   Chandler puxou meu braço e o empurrou.

- Quer cantar a minha garota na minha frente?! Qual é? Perdeu a noção do perigo?

   Chandler estava ficando vermelho. Will apareceu e separou os dois. Um pouco atrás deles tinhas dois seguranças se aproximando.

- Chega Chandler.

   A voz autoritária do Will fez com que ele relaxa-se. Ele deu as costas e me abraçou de lado segurando sua mala e eu a minha. Começamos a caminhar para longe da confusão.

- E eu pensando que a Charli era mais uma das suas putas.

   Não foi o Will que o socou, não foi o Chandler, não fui eu, foi a Gina.

- Escuta aqui seu mimadinho. Você quer ofender meu filho e minha nora aqui na nossa frente? Na frente da mãe deles?

   Os dois seguranças o pegaram pelos e o retiraram dali. A menina que o acompanhava os seguiu de cabisbaixa.

- Você tinha que ser tão gata e gostosa, Charli?

   Chandler perguntou beijando meu pescoço.

- Não consigo enviar, é algo tão natural.

   Segurei seu rosto, beijando seus lábios. Entre um beijo ele sorriu, e aquilo me fez sorrir.