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História Antes de Você - MAKTUB


Escrita por: mrsanne

Notas do Autor


Aos meus leitores, com gratidão.

Capítulo 1 - MAKTUB


Acordei com vozes ao fundo. Minha cabeça girava instantaneamente, quando abri os meus olhos, uma forte luz branca me cegou. _droga, onde estou?_
Quando finalmente, me acostumei com a luz. Meus olhos se encontra com a minha mãe, ao pé da cama.
— Que bom que acordou meu filho.
Penso vagamente onde estou, e porque estou ali. Ah sim, a varanda.
— Graças a Deus, graças a Deus.
Minha mãe ergue os braços e agradece algum tipo de santo. Isso me faz lembrar as freiras perto de casa.
Ela se inclina para frente, e me abraça. Sinto todos os ossos do meu corpo se quebrarem naquele momento.
— Vai matá-lo desse jeito.
Salvo pelo coroa do meu pai. Quando finalmente minha mãe saiu de encima de mim, e eu pude respirar novamente. Percebi o quanto ela estava aliviada por eu ter acordado.
— Ah, meu garotinho. — Ela está segurando minha mão, sentada ao lado da cama, cheia de lágrimas nos olhos. — Eu fiquei tão preocupada quando me ligaram. Está sentindo dor? Precisa de alguma coisa? Está confortável? Quer que eu chame alguém? — Ela fala tão depressa que não consigo responder.
— Viemos assim que nos avisaram. Eu disse pra sua mãe que vaso ruim não quebra, mas ela ficou histérica.
— O que aconteceu meu filho, o que estava _pensando_? Que poderia voar se jogando do décimo segundo andar?
Ela não me parecia exigir resposta. Tudo que fiz foi continuar calado e deitado ali.
Minha enxuga os próprios olhos.
— Você continua o mesmo idiota, desde criança. Sempre aprontando. Mas eu não suportaria se algo realmente tivesse acontecido.
— Pai eu... — Engulo minhas palavras. Derrepente tudo que eu iria dizer parecia ridículo. — Sinto muito.
— Ah querido... — Meu pai toca seu ombro. — Quando recebemos a ligação eu pensei que... eu não sabia. — Minha mãe está chorando de novo. Santa desidratação. — Graças a Deus ele está bem Igneel.
— Claro que está, esse daí é duro na queda.
Meu pai se aproxima de mim. Faz três anos desde que não o vejo. Apenas conversamos por telefone, e sempre brigamos no final. Mas por algum motivo, eu não sentia raiva dele, pelo contrário. Ele não mudou nada desde sua última visita, continua o mesmo velho de barba grisalha, com barriga de cerveja.
— Estou feliz em te ver moleque. Apesar de não ser uma das melhores situações, mas estou feliz.
Dou um sorriso de lado. Não sabia o que dizer.
— Na próxima vez que quiser voar, vê se vai para pista de aviação. Se jogar e bater os braços não está adiantando muito para você.
Tento sorrir.
Os dois se inclinam sobre mim. Rostos tão familiares, que eu não vejo a tanto tempo. Meus pais.
— Você continua um lindo homem. Você não acha querido?
Meu pai se aproxima mais, e percebo que seus olhos estão mais a marejados do que o normal.
— Continua a mesma coisa de sempre. Só um pouco mais quebrado. 
— Igneel!
Meu pai ri.
Finalmente me dou conta que eles realmente acharam que eu fosse morrer. Apesar de estar sempre quebrando um osso ou outro, dessa vez foi um pouco mais sério.
Não gostava de ter ninguém se preocupando comigo, principalmente se fosse meus pais. Me senti muito mal por está ali, não apenas por causa das dores, mas pelo meus pais.








Durante quatro semanas eles viajam noventa quilômetros todos os dias para me ver. Sempre vindo com o bom e velho camionete da família; depois desse tempo, passaram de um dia sim e um dia não para as visitas. Afinal eu já estava me recuperando, e o trabalho dos meus pais já estavam reclamando de tantas idas.
Minha mãe não à de mudar em nada. A cada visita sempre chorava e dizia o quanto eu estava bonito. Ficávamos conversando sobre todo tipo de assunto. Desde de bandas de rock até em impostos de Londres.
— Olá, vim trazer o almoço do senhor Dragneel. — disse a enfermeira simpática entrando no quarto. Ela me ajudou a se sentar direito na cama. Colocou a bandeja sobre mim, e saiu.
— Deixa que eu te ajudo filho.
— Não precisa mãe, posso comer sozinho.
— Não não. Você precisa guardar energias para quando sair daqui. — Ela pegou os talheres da minha mão. Eu não saia do quarto desde que acordei, se tinha algo em mim, isso era energia, mas não valia a pena discutir com a minha mãe, afinal ela é mãe.
— Olha o aviãozinho...
— Mãe!
— Ok ok... — Ela riu.

Aos poucos as dores diminuíram, o que era um grande avanço no _pouco_ tempo que estava no hospital.
Passo por duas cirurgias para colocar pinos nas pernas e estou com o braço esquerdo engessado até as juntas.
Wendy é uma das enfermeiras, ela pede para assinar meu gesso, disse que dá azar mante-los em branco. E então escreve um _te acho um gatinho_ que acabou tirando um sorriso meu.
Quando Wendy me levava para fazer um exame ou um passeio pelo o hospital, me contava o que via diariamente. Mortes, sangue, entranhas, mortes de novo... Aquilo me deixava muito desmotivado, me se ouvi-lá a deixava feliz, eu fazia um esforço.
Ouvir aquelas histórias me fez perceber o quanto somos frágeis, e que de uma hora para outra se tornamos dependente de um constituição de profissionais. Como a moça que cortou o polegar papel de evelope e precisou levar pontos.
Mas admito que era um alívio quando meus pais chegavam e eu não tinha mais de ouvir esse tipo de coisas. Derrepente falar da bolsa de valores era bem mais interessante.

Na quarta feira, após minha última cirurgia nas pernas. Minha mãe resolve fazer uma surpresa, trazer comida de casa.
— Sanduíche de ovo?
— Como você...
— O cheiro já diz por si — Meu pai retruca. — Não poderia ter trazido algo menos fedido?
— Eu trouxe para o meu filhinho lindo, não para você Igneel, então não se intrometa.
Mães, sempre grossas.
— Os ovos vão te manter fortes e saudáveis, assim seus ossos não vai sair por aí quebrando. — riu.
— Tem cheiro de pum. — ri.
— Viu? Até o quebra queixo admite.
Minha mãe fica emburrada, parecia estar decepcionada.
— Mas deve estar uma delícia.
Peguei o pote, e comecei a comer o sanduíche. Não estava ruim, mas fiquei imaginando quanto tempo gastaria para tirar o fedor do ovo da boca.
— Você foi forte garoto. — Meu pai sussurrou no meu ouvido. Acabei rindo.
— Então... — Mamãe se senta na beira da cama. — O doutor disse... quero dizer, o médico disse, que não está claro como você caiu meu filho.
— Ah, eu me distraí.
Enquanto andava sobre um telhado.
— Você não estava dormindo?
— Mãe, eu não sou sonâmbulo.
— Na verdade, quando você tinha quatro anos, levantou da cama, saiu para fora de casa, foi até o vizinho e fez xixi na porta deles.
Ri com aquilo.
— Bom, eu não estava exatamente dormindo né...
— Filho, havia teor alcoólico em seu sangue... muito.
— Exagerei um pouco na vodka, você sabe... mas não ao ponto de ficar bêbado. Depois subi no telhado, pra respirar um pouco. A verdade é que me distrair com a...
— Com a...?
_Droga_
— Com a Lisanna...
Meus pais erguiram as sobrancelhas, em surpresa. Meu pai se afastou da cama, e minha mãe confinou de boca-a-aberta.
— Querido você tem certeza? 
— Eu a vi mãe, a Lisanna. Ela estava na porta, com a roupa de sempre, sorrindo pra mim. Me assustei e caí.
Meu pai olha para mim com pena.
— Você sabe muito bem que ela está...
— Morta? Sim, eu sei.
— Querido isso é impossível. Você deve ter se confundido.
— Mãe, minhas pernas estão quebradas não o meu cérebro.
— Ah querido, eu não sei.
Era horrível saber que ninguém acredita em uma sequer palavra. _pura frustração_.
— Estou dizendo a verdade. — rebati. — acreditar ou não vai de vocês.
— Natsu, veja bem, nós achamos que você... bem... é que...
Culpados, os dois desviam os olhos.
— O quê? Vocês... acha que eu pulei?
— Não dizemos isso. — Minha mãe levanta da cama. — é que bem, as coisas não vão muito bem desde a morte de Lisanna. Vocês se amavam muito e a morte dela foi um baque. E derrepente você, que nunca foi de beber, começa a andar encima do térreo do prédio no meio da madrugada. querido, você  nunca foi disso.
— Esperá aí então é por isso? Por isso estão sendo tão gentis comigo? Acham que tentei me matar?
— É que, ela estava fazendo muitas perguntas e...
— Ela quem? E perguntando o que?
— A psiquiatra. Querem saber se você está bem. Não é fácil lidar com os próprios sentimentos e...
— Psiquiatra?
— Decidimos que seria o melhor para você. Batemos um longo papo com os médicos e eles no recomendaram os Heartfilia.
— Os o que? Vocês só podem estar de brincadeira.
— E logo você irá para casa com a gente. — Meu pai disse. — Não pode ficar naquele sei apartamento...
— Vocês foram no meu apartamento?
— Tínhamos que buscar seus documentos.
Ficamos em um silêncio profundo. Fiquei imaginando meus pais chegando em casa. Cheia de roupas por todo canto, garrafas e mais garrafas de vodka e wesky fazias ao lado da cama. Mas o pior, todas as fotos de Lis na parede.
_droga o que o nosso filho se tornou_?
— Vamos ficar juntos. Até você se recuperar por inteiro.
Quero dizer que ficarei bem no meu apartamento, não importa a bagunça dele. Quero voltar a fotografar, mesmo que toda a minha expiração tenha ido embora. Tenho vontade de dizer que não posso voltar para casa. Não quero ter vários olhos a me vigiar com cuidado. Não quero reencontrar vizinhos fofoqueiros que sempre diziam que eu iria me perder na vida. Não quero passar pela casa dos Strauss, pensar no que vivi e no que sempre vai estar ali.
Mas não digo nada disso. Me sinto cansado, todo meu corpo dói, simplesmente, não consigo mais lutar.
— Você está bem?
Meu pai pergunta, como se soubesse tudo que passava pela minha cabeça.
— Ótimo.
— Muito bem.
  

Duas semanas depois, minha mãe me leva para casa na caminhonete velha. Deveria ser um crime andar com algo tão poluente ao meio ambiente. Ficamos calados boa parte do caminho. Eu não tinha muito o que dizer, apesar de estar com raiva da desconfiança sobre a queda, e por acharem que tentei me matar. Porém, continuei calado, e ela simplesmente respeitou meu silêncio.
As ruas tristes e sem vinda da minha cidade natal me parecem as mesmas desde que fui embora. _nada mudou_
Observo-as com um olhar distante e analítico, notando como tudo parece pequeno e _brega_.

Minha tia já está na porta quando estacionamos em frente a casa. Apostaria cem dólares que passou a última meia hora arrumando a casa. Minha mãe desce, pega uma de minhas malas e entrega a minha tia na beira da escada. Depois ela volta, para me ajudar a sair do carro.
Posiciono com cuidado  as bengalas na calçada de pedra e me apoio. Subo devagar enquanto escuto um _o quê será que ele aprontou dessa vez?_ dos vizinhos.
Minha mãe me conduz em frente, observando meus pés com cuidado.
— Vamos evitar mais uma lesão.
Quando finalmente, chegamos dentro de casa, _o quê parecia ter sido uma eternidade_. Me sentei no sofá marrom de três lugares que parecia mais me engolir. Tudo continuava do mesmo jeito. A estante velha tabaco na parede, enfeitada com fotos de toda família, até de pessoas que nunca sequer conhecemos. A poltrona preta do meu pai _melhor lugar para se sentar depois de um dia cansado no trabalho_. Os quadros na parede de formatura, e é claro a TV de caixa de 2007. _realmente vaso ruim não quebra_.
— Estou tão feliz em te ver Natsu!
Cana, posso dizer que é a única tia que gosta de mim, e que gosto dela.
— Também estou em te ver... tia.
Senti uma pontada nas costas. Minha coluna parece mais um _oregame_ do que ossos.
— O babaca já chegou?
A voz irritante era enconvudivel. Quando olho para a porta do meu velho quarto, ali está ele, meu velho e idiota irmão, Gray.
— Vejo que está mais gay do que nunca.
_estava sem camisa, como sempre_
— Eu poderia te quebrar inteiro agora, mas você já se deu ao trabalho.
— Vocês irmãos não conseguem ao menos uma vez, conversar como pessoas civilizadas? — Tia Cana ficou incomodada.
— O quê está acontecendo aqui? — A voz do vovô era grossa, e parecia irritado. — Meu neto, meu neto.
Quando vi ele correndo em minha direção, tive vontade de sair correndo, mas meu corpo não colaborou comigo. Meu vô caiu encima de mim, e novamente achei que todos os ossos iriam quebrar mais uma vez.
— Oi... vô
Cana e Gray tiraram ele encima de mim, pude respirar novamente. _obrigado oxigenação_
— Meu neto, como foi se meter nisso?
— Eles realmente abriram e remontaram você? — Cana pergunta, se aproximando mais de mim para ver o braço e as pernas engessadas. — Quem te acha um gatinho?
Ri.
— Eu acho que montaram você ao lado ao contrário. Só Deus para perceber a diferença.  — Vovô e suas teorias estranhas.
— Tive vermes — Gray disse. — Cossava muito e não podia colocar a mão no...
— Gray! — Derrepente, como um homem invisível, minha mãe estava na entrada, com a cadeira de rodas na mão. — Pronto querido, vai poder se locomover sem dor por aqui.
— Ah, obrigado mãe.

No meu quarto, que hoje era quarto do meu irmão. Dava para ver a casa dos Strauss do outro lado da rua. Fiquei lá sentado na cama olhando e relembrando como era minha vida, e como deixei tudo para trás. As memórias com Lisanna voltaram todas juntas e pude sentir meus olhos se encherem de lágrimas. _que droga, o que estou fazendo?_
Respirei fundo, e prometi a mim mesmo não deixar isso me afetar desse modo. Eu teria de superar sua morte.
— Está chorando _esquentadinho?_ — Gray seu jeito de entrar no quarto sem fazer barulho.
— Claro que não idiota. — Suspirei. — Como tá? Pegando alguma mina?
— A lista é infinita. — riu e se sentou na beira da cama ao meu lado. — Mas tem uma...
— Ui, o garotinho aqui está apaixonado?
Brinquei.
— Deixa eu terminar babaca. Essa é diferente. Não é como as outras que você pega e depois _tchau_ vai embora.
— Qual o nome da felizarda?
— Não é da sua conta. — Respondeu levantando. — Você sai de casa, volta, toma meu quarto e agora quer saber da minha vida?
— É. Normalmente é isso que irmãos mais velhos fazem.
Ele riu.
— Você continua um babaca Dragneel.
— Você não fica muito atrás não.
Gray abre o armário, que por sinal está desorganizado. Ele pega uma toalha e coloca nos ombros.
— Senti sua falta irmão.
— Também senti a sua.
Ele sai, e entra no banheiro.
Continuei ali na janela pensando em tudo mas ao mesmo tempo em nada. Me senti estranho por estar ali, me sentia acolhido e confortável, coisa que fazia tempo. Apesar que não gostar muito da cidade, nem dos vizinhos, estar em casa com a família era um alívio.
_a nossa mente é o nosso lar_, lembrei de alguém me dizendo isso mas não quem. — É bom estar de volta.



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