1. Spirit Fanfics >
  2. Antes do Exército... >
  3. Parte Dois

História Antes do Exército... - Parte Dois


Escrita por: UliEvee

Notas do Autor


Eu sei que muita gente que leu essa One Shot deve estar pensando "Mais um capitulo?". Mas, é que as pessoas que leram, acharam que faltou um final. E concordo com elas faltou um final.
Por isso, envio essa segunda parte.

Capítulo 2 - Parte Dois


Agosto de 2017. Dois anos depois...

Admito que após o debute da primeira sub-unit do EXO (pois é, EXO-K e EXO-M não estão mais na lista) CBX, a minha vida se tornou uma correria. Claro que, neste ano, a proporção é menor, em comparação ao ano passado. Lembro-me de quando o EXO estava se preparando para a sua estreia... Tivemos que dar calmante para Kai e Chan Yeol, já que os mesmos não conseguiam se controlar. E posso garantir que, estrear nessa nova sub-unit, foi como voltar aos velhos tempos. Cheguei a passar uma noite toda apenas conversando com Chen sobre o que seria ou como seria a apresentação.

Uma vez, Ryeo Wook-sunbae nos disse que éramos um Super Junior K.R.Y, mas no estilo do Super Junior Trot e Super Junior Happy. Talvez seja. Talvez não. De qualquer forma, as coisas voltaram um pouco aos seus lugares. Agora, nós nos ocupávamos em treinar bastante e cantar bastante. E talvez eu até entenda o porquê...

_ Gravar mais duas músicas para o álbum, repassar a coreografia do EXO... – murmurei, em voz baixa a fim de recordar de minha agenda. – Se não estiver enganado, ainda tenho que participar com o D.O. em um programa de variedades...

_ Xiu Min! – parei de andar no meio do corredor e, ao me virar, avistei Kyu Hyun-sunbae acenando para mim.

_ Hã? Ah! Olá, Kyu Hyun-sunbae! – cumprimentei-o, sorrindo de leve.

Nossa... Apesar dos anos terem se passado, nem parece que ele envelheceu. Claro! Está mudado, se comparado ao início da carreira, mas...

_ Está ocupado? – perguntou-me.

_ Um pouco. – assenti. – Desculpa não poder conversar muito, mas eu...

Me apressei em falar e andar depressa. Não que realmente estivesse lhe evitando. Quer dizer, também, afinal, ele é o melhor amigo do outro, mas a razão é que...

_ O Chang Min-ssi vai sair do exército hoje. – declarou.

Não preciso dizer que meu coração falhou uma batida, não é? Além do mais, eu não havia dito nada para me desculpar desde que ele se foi e agora, que ele está voltando, eu, definitivamente, não sei o que lhe dizer. Fiquei encarando o chão por longos minutos, sem saber exatamente o que responder ao mais velho que se aproximava devagar.

_ Eu queria saber se você não quer vir comigo. – sugeriu.

“Você precisa falar com ele, Min Seok-ah”, repeti mentalmente. Todavia...

_ Ir com você? – perguntei, surpreso. – Olha, eu gostaria muito, mas é que eu estou tão atarefado e tenho um monte de coisas para fazer, além de...

Eu nem sei como foi que o outro conseguiu me entender, já que falava muito rápido. Vez ou outra, era possível perceber o sorriso largo de Kyu Hyun-sunbae ao notar meu desespero. Agora, entendo por que o chamam de “Evil Maknae”.

_ Tem certeza? – questionou.

_ Bem... – respondi relutante. – Tudo bem. Eu vou. – e, sem perceber, acabei entregando meu celular a ele. – Agora, deixa eu só avisar ao Chen e...

E saí às pressas do corredor. Até que...

_ Xiu Min-ssi! O seu celular! – lembrou-me, olhando-me surpreso.

_ O que? – parei no meio do caminho e me virei, vendo-o mostrar meu aparelho. – Opa! – e sorri tímido, me aproximando novamente. – Foi mal. Eu esqueci. – tão logo segurei o celular em mãos, disparei feito um louco pelos corredores. Se Chen me visse agora, diria que eu corri mais rápido do que uma mosca morta. – Chen, Chen, Chen... Chennie!!! – chamei pelo moreno que segurava alguns papeis em mãos. – Ainda bem que eu te achei!

_ Hyung? – o moreno sorriu largo, mas logo suas feições mudaram ao perceber meu desespero. – O que houve?

_ Preciso da sua ajuda. O Kyu Hyun-sunbae disse que o Chang Min-sunbae vai sair do exército hoje e...

Mas, como era de se esperar, Chen não entendeu a minha situação.

_ Ah, mas isso é ótimo! – disse animado.

_ Não, não é! Isso é um desastre! – dei ênfase a última palavra.

_ E por que não seria ótimo? – franziu o cenho.

_ Por que eu ainda não conversei com ele. – disse baixinho. Eu não queria que outras pessoas ouvissem a nossa conversa.

_ Oh... – piscou rápido. – Então, isso é ruim.

_ Me diz: O que acha que eu devo fazer? – perguntei.

_ Fala com ele. – foi direto.

Olha, eu pedi uma ajuda, não uma passagem só de ida para a minha condenação!

_ Ficou maluco?! Ele vai arrancar a minha cabeça quando me ver! – o olhei surpreso.

_ Eu ainda acho que vocês deviam conversar. – continuou como se não fosse interrompido. – Mas por que mesmo ele iria arrancar a sua cabeça?

_ Por causa do que aconteceu há dois anos. – suspirei, desviando os olhos.

_ Hum... – concordou, porém, logo franziu o cenho. – E o que aconteceu há dois anos?

_ Às vezes, eu penso que você é mais desligado do que o Lay-ssi. – comentei, encarando-o.

_ Epa! Olha o preconceito! – repreendeu-me.

_ Não é um preconceito. É um conceito! – rebati. – Aish! Aconteceu aquilo que eu te falei depois que ele foi embora!

Olha, tem vezes que eu gostaria muito de socar a cara dele, por mais que fosse o meu dongsaeng preferido.

_ Ah! – enfatizou ao se recordar. – Agora eu me lembrei.

_ Agora... – respirei fundo, um pouco mais calmo. – Me ajude a pensar em algo. Você sabe que não sou bom de improviso.

_ Mas, naquela apresentação, você foi tão bem! – sorriu largo. Ele estava se referindo ao meu solo no “The Lost Planet”. Em resposta, lhe encarei sério. – Brincadeira! – riu, e pigarreou. – Bem... Ainda assim, você devia falar com ele.

_ Não posso...

_ Hyung. – disse, segurando meus ombros. – Por favor, escute seu coração. Fale com ele. Coloque tudo em panos limpos.

_ Mas...

_ Ele precisa de uma explicação.

Fiquei encarando meu dongsaeng por alguns minutos e suspirei arrastado, assentindo. Em resposta, Chen sorriu largo, como sempre faz quando utiliza de sua persuasão, e me tranquiliza dizendo que avisará aos outros sobre a minha não-aparição na reunião que teria em dois minutos. Agradeci, ainda em silêncio e retornei pelo mesmo caminho que viera, logo avistando Kyu Hyun-sunbae recostado a parede.

_ Nós... Podemos ir. – falei, ao que o outro concordou, seguindo na frente em direção ao elevador.

_ Você é bem próximo do Chen, tanto quanto eu sou próximo do Chang Min-ssi. – comentou logo que entramos na caixa metálica.

_ Pois é. – suspirei. – Cada um tem o dongsaeng que merece.

_ Está se referindo à Chen e Chang Min? – me olhou.

_ Achei que você fosse o mais novo. – franzi o cenho.

Eu sabia que Chang Min-sunbae era o mais novo do TVXQ!, mesmo quando eles eram cinco membros. Mas sequer passou pela minha cabeça que ele era mais novo que o Kyu Hyun-sunbae.

_ Não. – negou, rindo. – Chang Min-ssi é o mais novo... Por alguns dias. – especificou.

_ Ah... – assenti, sussurrando. – Então, isso explica por que ele é assim.

_ O que disse? – perguntou.

_ Eu quis dizer, “então você é muito próximo do Chang Min”!

Após algumas horas de viagem de carro...

_ Chegamos. – disse o mais velho, ao que olhei na mesma direção que ele. Havia inúmeras fãs gritando e sacudindo cartazes com o nome de Chang Min-sunbae, enquanto eram barradas pela segurança e pelas grades de proteção. – Parece que é um grande dia, não?

E sem que eu pudesse impedi-lo, Kyu Hyun-sunbae desceu do veículo, caminhando na direção da entrada do Distrito Policial, enquanto acenava para as garotas que insistiam em gritar “ChangKyu”, “ChangKyu”. Respirei fundo e fiz o mesmo, escondendo meu rosto por trás da máscara e os óculos escuros, lhe seguindo mais atrás. Logo, não demorei em avistar Yun Ho-sunbae dando alguns autógrafos e, assim que nos viu, o líder do TVXQ! sorriu largo, nos cumprimentando.

_ Eu fico feliz que tenha vindo, Min Seok-ah. – disse o mais velho sorrindo e voltou seus olhos para a entrada do lugar. – Chang Min-ssi ficaria muito feliz em vê-lo.

Eu discordo. Mas preferi não dizer nada.

 Mais alguns minutos se passaram à espera do maknae do grupo até que os gritos das fãs aumentaram gradativamente, tornando ensurdecedor. Sabe aquela sensação de expectativa boa, que cresce aos poucos dentro de si e, quando chega o momento certo, você quase explode de felicidade? Bem, eu estava me sentindo assim por dentro.

O primeiro a caminhar na direção dos portões foi Yun Ho-sunbae, que prontamente abriu os braços e recebeu o amigo. Claro que o cumprimento dos dois foi completamente diferente do de Kyu Hyun-sunbae. Praticamente, o maknae do Super Junior pulou no outro que o pegou no colo, arrancando mais gritos das garotas. Eu não contive a risada em vê-los tão empolgados em se falarem, todavia, não me atrevi em andar até o outro. Afinal, eu não sabia se a raiva que tinha por mim, ainda era a mesma.

Assisti Kyu Hyun-sunbae cochichar algo em seu ouvido e no segundo em que o (literalmente falando) “Evil Maknae” apontou para mim, meu coração sofreu uma leve parada antes de disparar loucamente contra o meu peito. Não demorou muito para que Chang Min-sunbae erguesse a cabeça e, me encarasse por longos segundos, ao que lhe respondi com um aceno contido.

_ Deixe de timidez, Xiu Min-ssi! – riu Yun Ho-sunbae. – Venha cumprimentar seu sunbae!

E nesse momento, eu refaço a pergunta: senhor, por que tinha que ser justamente o meu Ultimate Bias?

Sorri de leve, caminhando até o trio e cumprimentei-o com uma breve mesura, sendo subitamente puxado pelo casaco robusto e abraçado com força. Não era possível ver bem o rosto do maior devido ao seu boné cobrir parcialmente seus olhos, no entanto, era possível notar o quão nervoso estava, já que ele me abraçava forte.

_ Sunbae... – chamei-o baixinho. Sabe quando você vê aquelas fotos onde um cachorro adulto e um gatinho estão abraçados e o filhotinho praticamente desaparece no ângulo da câmera? Eu me sentia dessa forma. – P-pode me soltar...

_ Senti sua falta, Min Seok-ah. – sussurrou em meu ouvido, soltando-me em seguida.

_ Hora de cumprimentar as fãs, Chang Min-ah. – disse Yun Ho-sunbae, pousando a mão no ombro alheio.

Como num script planejado, acenamos para as fãs e retornamos aos carros que nos levariam para a produtora. Todavia, eu não estava esperando um imprevisto do tamanho do Canadá!

_ Max, você e o Xiu Min vão naquele carro. – ditou Yun Ho, enquanto se dirigia ao outro veículo.

_ Por que? – perguntou ele, olhando-o. – Aonde você vai?

_ Numa sessão de fotos. – explicou. – Aliás, eu e Kyu Hyun já estamos atrasados!

E sem esperar muito, os dois membros entraram no veículo partindo na frente. Desviei os olhos para o mais alto que suspirou e gesticulou para que eu entrasse, fazendo o mesmo e fechando a porta logo que nos acomodamos nos bancos. Por longos minutos, ficamos em silêncio, apenas observando o movimentar dos veículos que passavam por nós.

Vamos, Min Seok-ah! Diga alguma coisa! Ou o Chen vai te condenar pelo resto da sua...

_ Eu não achei que fosse vir hoje. – pisquei rápido, desviando os olhos para o mais velho que mexia no telefone.

_ E-eu... Vim por que o Kyu Hyun-sunbae me chamou... – expliquei. Para dizer a verdade, eu não iria.

_ Você... Continua o mesmo? – e me olhou.

_ O mesmo? Como assim? – franzi o cenho.

_ Ainda está chateado pelo que aconteceu há dois anos?

Ah... Ele está falando da declaração e do beijo...

_ Bem... – e baixei a cabeça. – Eu...

Como é que eu explico isso a ele? Não é que eu esteja chateado pelo que ele fez, quer dizer... Tirando o fato do beijo ter sido forçado, eu não estou chateado com ele. É só que...

_ Meu Deus! Como alguém pode ser tão fofo sendo pensativo? – e sua risada me despertou de meus devaneios.

_ Você está dizendo isso por causa das minhas bochechas? – estreitei os olhos.

_ Não. – negou, reprimindo um sorriso. – Apesar de elas serem tentadoramente apertáveis.

_ Não se atreva a fazer isso. – ameacei-o, colocando as mãos em meu rosto.

Não fiz isso apenas por que estava tentando impedi-lo, mas por que estava sentindo meu rosto corar violentamente. Meu Deus... O que está acontecendo comigo?

_ O que? – e me olhou.

Em resposta, desviei os olhos, encarando a janela do meu lado. E, sem perceber, senti minha bochecha ser cutucada, ao que me virei, vendo-o se encolher e gargalhar. Maldito! Reclamei-lhe de que não gostava disso e ao novamente virar o rosto, Chang Min-sunbae repetiu seu movimento.

_ Sunbae! – reclamei, afastando sua mão.

_ Eu fico me perguntando como é que os seus dongsaengs resistem a sua fofura, Min Seok-ah. – riu ele.

_ Se não percebeu, eu deixei de ser fofo. – falei convicto. – E eles nunca precisaram tocar nas minhas bochechas.

Mentira. Uma vez, Chen quase me fez cair da cama de susto depois de cutucar a minha bochecha. Mas isso não vem ao caso. Brevemente, observei Chang Min-sunbae me encarando por longos segundos e suspirou, voltando a encarar o seu lado da janela.

_ Sabe... Eu estava me lembrando da primeira SMTown com a participação de vocês. – e me olhou. – Se lembra? Você estava no palco, junto aos outros e correu enlouquecidamente até mim, me abraçando...

_ Na verdade, eu lhe cumprimentei pela primeira vez. – corrigi-o.

_ E quando foi que você correu até mim?

_ Na segunda vez. – e o olhei.

Aliás, o que eu podia fazer? Ele é o meu Ultimate! Um dia, vocês entenderão.

_ Hum... – assentiu, ao se recordar. – Mas você ainda não respondeu minha pergunta. Ainda está chateado com o que aconteceu?

_ Não estou chateado com você, Chang Min-sunbae. – falei, encarando minhas mãos. – No entanto, eu queria deixar claro entre nós.

_ Certo. – concordou. – Mas se vai dizer, eu quero que me olhe nos olhos. E, por favor, seja sincero.

Olhá-lo nos olhos? Engoli em seco, ainda nervoso e, devagar, desviei os olhos para o seu rosto, notando a proximidade do mais velho. Chang Min-sunbae sequer desviava os olhos ou baixava a cabeça e isso me fazia tremer ainda mais.

_ Sunbae... – chamei-o.

_ Sim?

_ Eu... – gaguejei, piscando algumas vezes. – Eu gosto de você, mas... Como meu sunbae e meu Hyung. – esperei alguma resposta de sua parte, porém, Chang Min-sunbae permaneceu quieto, esperando o restante. – Digo... Você realmente é uma inspiração para mim. Tem um talento fantástico... Você é uma pessoa maravilhosa, mas... – DIGA DE UMA VEZ! – Eu não gosto de você da mesma forma que você gosta de mim. Entendo que naquele dia, você estava nervoso e confuso... E fez o que fez sem pensar, mas... – e tornei a olhá-lo. – Eu não tenho como retribuí-lo. Eu não posso corresponder seus sentimentos. M-me... Desculpe.

_ A culpa não é sua, Min Seok-ah. – sorriu conformado. – Eu já esperava isso há mais tempo do que você.

_ Então... Você não...

_ Se eu estou chateado? – e pensou um pouco, assentindo. – Estou. Estou chateado, sim. E muito decepcionado.

_ Decepcionado? – franzi o cenho.

_ Eu esperava que você, depois desses dois anos, decidisse estar comigo. – e me olhou. – Mas eu entendo que não é o que você quer, então, está tudo bem.

E, prontamente, o maior desceu do carro, fazendo-me piscar algumas vezes. Primeiro, como foi que a gente chegou tão rápido na empresa? E segundo... Por que eu me sinto um inútil? Sem esperar muito, desci do carro, correndo para o interior do prédio e consegui chegar a tempo ao elevador antes que as portas se fechassem.

O mais velho, que também estava no elevador, me olhou confuso, ao que respirei fundo, tornando a olhá-lo. Eu queria lhe dizer algumas coisas, mas naquele exato momento, nenhuma palavra conseguia sair de minha boca. Resultado: eu estava encarando o mais alto como um idiota.

_ Min Seok-ah? – chamou. – O que foi?

Em resposta, neguei-lhe com a cabeça, recostando-me a parede e baixei a cabeça, enquanto sentia minhas mãos gelarem aos poucos. E por favor, não me digam: olha! A sua criocinese está funcionando!

_ Min Seok. – desta vez, sua mão tocou meu ombro.

_ Eu me lembro de cada palavra que eu disse naquele dia, sunbae. – comecei, fechando os olhos. – Assim como me lembro de cada palavra que você me disse agora. – por fim, lhe encarei. – Mas... Por que raios eu estou agindo assim?

_ Assim como?

_ Eu me sinto mal pelo que eu fiz. – murmurei. – Eu te decepcionei e você ainda está chateado comigo...

_ Min Seok, espera. – pediu, segurando meus ombros. – Eu só estou assim por minha causa. Estou chateado comigo por que eu tentei e não consegui, não por que você não me corresponde. E a razão de estar decepcionado... – e sorriu. – Não precisa pensar nisso. Eu não estou decepcionado com você, mas comigo mesmo, que não te conquistou. Às vezes, isso acontece com qualquer um.

_ Mas, sunbae...

_ De novo: a culpa não é sua. – disse firme. – A culpa é minha por não conseguir. Só isso. Agora, por favor, não pense mais nisso, ok?

E quando suas mãos soltaram meus ombros, foi o mesmo que me sentir despido, com frio e assustado. O peso em meu peito se tornou maior do que eu imaginava e, eu não saberia dizer se o mais velho também notou isso, mas antes que meus olhos encontrassem os seus, Chang Min-sunbae apertou o botão de travar as portas e prendeu-me contra a parede, colando seus lábios nos meus.

E foi como voltar no tempo, exatamente no momento em que eu relutava contra o seu beijo desesperado. As palmas grandes puxaram-me para junto de si, numa necessidade fora de controle, enquanto meus dedos prendiam-se a sua camisa branca por sob o casaco de couro preto. Até mesmo minhas lágrimas já escorriam livres por meu rosto, enquanto nos afastávamos aos poucos, visivelmente ofegantes.

_ Min-ah... – chamou-me num sussurro. – Me desculpe, eu...

_ Tudo bem, sunbae. – arfei, fechando os olhos e engolindo em seco. Devagar, desviei os olhos para a câmera na outra extremidade do elevador, fazendo-me encolher em seus braços. – “Sorria... Você está sendo filmado”. – murmurei a famosa plaquinha que estava ao lado da câmera de segurança.

_ Essa câmera não funciona. – disse e rapidamente, olhei-o surpreso. Como assim, não funciona? – Há algum tempo, eu e Kyu Hyun-ssi estávamos brincando quando acabamos quebrando-a sem querer.

Eu nem quero saber como foi que eles fizeram isso.

_ Você está bem? – perguntou-me.

_ Eu... Não sei... – sussurrei, desviando os olhos para as minhas mãos que seguravam sua camisa. – Desculpe! – falei, largando-o. – Eu...

_ É a primeira vez que beija alguém do mesmo sexo? – questionou-me. – Não... Quer dizer... Você já tinha beijado alguém sim. Não foi o...

_ Essa é a minha primeira vez. – falei, desviando os olhos.

_ E naquele show em que você beijou o Lu Han...

_ Não foi de verdade. – lhe encarei.

_ E quanto ao Chen? – desta vez, ele arqueou a sobrancelha. – Aliás, ele fez exatamente nos filmes dos anos 70.

_ Aquilo também foi falso. – agora, ele estava me deixando com raiva. – Você é o primeiro cara que eu beijei...

_ Então, para mim, é uma honra. – e num movimento rápido, o mais velho prendeu-me novamente entre si e a parede metálica, enquanto seus dedos afagavam meu rosto com delicadeza. – Você nem faz ideia do que estou sentindo nesse momento, Min-ah.

Nem eu fazia ideia do que estava acontecendo!

_ Min-sunbae... – chamei-o, baixando a cabeça no mesmo momento em que o maior ameaçou se aproximar novamente. – Eu ainda tenho que ir a uma reunião com o EXO...

_ Ok. – concordou, após suspirar arrastado.

Assisti-o destravar as portas e logo que as mesmas se abriram, sai do elevador, caminhando rápido pelos corredores até subitamente me esbarrar em Chen que quase foi ao chão. Pedi desculpas ao mais novo que se segurava na parede e dirigi-me em passos largos até o banheiro masculino, trancando-me em uma das cabines.

Ok, Min Seok. O que é que está acontecendo com você? Acabou de ser beijado pelo seu sunbae e... Só falta você afirmar que gostou!

_ Min Seok-ah. – desviei os olhos para a porta, reconhecendo o All Star do mais velho. – Está tudo bem?

_ Está. – respondi, passando a mão pelo rosto e respirando fundo. Por fim, destranquei a porta e a abri. – É só que...

Ao invés de tentar sair da cabine, fui empurrado para dentro dela novamente, enquanto o mais velho também entrava, trancando a porta atrás de si. Ok. Esse é um bom momento para entrar em pânico. Assisti Chang Min-sunbae remover o casaco e a camisa, colocando sobre a tampa do sanitário, enquanto mantinha a atenção em meu rosto.

_ Por favor, antes de você gritar e se desesperar... – começou, puxando-me calmamente para perto. – Eu quero que você me escute primeiro, certo?

_ M-mas por que você tirou a camisa? – e o olhei.

_ Vai me dizer que nunca me viu assim? – e estreitou os olhos. – Você tem uma foto minha no seu Instagram!

_ S-sim, mas...

_ Então não me venha com desculpas! – rebateu, colando meu corpo ao seu. – Agora... Eu quero deixar algumas coisas claras. Primeiro, fui eu quem pediu ao Kyu Hyun e ao Yun Ho-hyung para que levassem você até mim. Por que eu precisava te ver, Min-ah. Você nem imagina o quão saudoso eu estou nesse momento e... Te ter agora, em meus braços... É quase um sonho realizado! Segundo: Tanto o beijo quanto a declaração na praia não foram impensadas. Eu realmente planejei tudo para que acontecesse no momento certo. – e suspirou. – Eu já sabia da sua preferência sexual há algum tempo.

_ Como? Quando?

_ Minutos depois de decidirmos a viagem. – e sorriu de leve. – Aliás, foi Jong Dae-ssi quem me disse.

Então... É por isso que ele estava rindo de algo no telefone...

_ Por último... Aquela bebida que você comprou foi o motivo perfeito para fazer o que fiz. Foi por isso que subi as escadas e te beijei naquela noite. – desta vez, meus olhos encontraram os seus. – Enquanto você conversava com os outros garotos, eu questionei ao Chen-ssi como eu poderia me aproximar de você e, ele me deu a dica de que você estava falando sobre a minha declaração.

 

“_ Sunbae? – chamei-o. – Você está bem?

_ Você iria contar a eles? – perguntou, ofegante.

_ C-contar? – pisquei rápido e entrei em pânico quando Chang Min começou a ler a conversa. – Não, espera! Eu posso explicar...

No entanto, quando tentei me levantar da cama, Chang Min me empurrou de volta para o colchão, jogando meu celular para longe de mim e subiu, prendendo meus pulsos contra os travesseiros.

_ O que está fazendo? – questionei.

_ Você não devia ter contado a eles, Min Seok-ah...”

 

Então... Ele já sabia?

_ Então, agora eu te pergunto, Min-ah. – continuou. – Se você tivesse a oportunidade de fazer diferente... Como você...

Eu não lhe permiti que continuasse. Assim como tive que conter o riso ao tomar seus lábios numa pressão suave, tamanha surpresa era estampada em seus olhos. Devagar, separei nossas bocas, piscando lentamente, ao que Chang Min-sunbae beijou-me, desta vez, aprofundando o ósculo. Mordisquei seu lábio inferior, sentindo sua mão puxar-me para si.

Sabe quando você sabe e não sabe o que está fazendo, mas está fazendo? Eu queria animá-lo, mas... Não queria que ele entendesse aquilo como “eu te amo, sunbae!”. Calmamente, afaguei seus cabelos, sentindo minhas pernas entrelaçarem sua cintura – ok. Agora, o que é que está acontecendo aqui? – e me aprisionar contra a porta.

_ S-sunbae... Espera... – chamei-o.

_ O que? – e antes que ele dissesse algo, tampei sua boca com a mão, enquanto ouvíamos a conversa do lado de fora. Pelo que percebíamos, era Yun Ho-sunbae e Kyu Hyun-sunbae conversando sobre o retorno do maknae.

_ Você viu a cara do Max quando eu disse que iria no outro carro? – começou o líder do TVXQ!.

_ Parece aquelas crianças quando vê decoração de Natal. – riu Kyu Hyun-sunbae. Logo, desviei os olhos para o maior, que sequer se moveu e afastei minha mão de sua boca.

_ Mas eu estou feliz por ele ter voltado com o Min Seok-ah. – continuou o mais velho. – Eu me lembro dos dias em que nos encontrávamos sem o olhar das câmeras e a confissão que ele fez a mim.

_ Então, você sabia sobre ele gostar do Min Seok-ah?

_ Sei desde que o EXO tinha debutado. – suspirou. – Se o Min-ah entendesse...

_ Mas vale lembrar que o Min Seok é hétero. – disse Kyu Hyun.

Eu sei o que vocês estão pensando: Hétero é meu ovo! Mal sabem os dois que o Min Seok está se agarrando com o Chang Min a menos de 2 metros deles!

Baixei os olhos para o medalhão militar em seu peito, observando a credencial e seu nome inscritos. E não demorou muito para que os outros dois deixassem o banheiro masculino, permanecendo apenas eu e o mais velho.

_ Você... Não pode dar uma chance a nós dois? – perguntou-me num sussurro, encostando nossas testas.

_ Eu sinto muito, mas não, sunbae. – respondi.

_ Então... Faremos um acordo. – e num impulso, fui arrumado em seu colo. E, justamente, sobre sua intimidade. Segurei-me em seus ombros, forçando meu corpo a não encostar naquele bendito lugar. – Vamos escolher apenas um dia no mês para nos encontrarmos e...

_ Você descontar a sua saudade? – completei.

_ Também. – concordou, pensando um pouco. – Mas terão de ser em horários que estejamos, os dois, desocupados, ok?

_ Não sei se é uma boa ideia. – murmurei.

_ Se você cooperar, não vamos ter problemas. – e depositou um beijo estalado em meu rosto. – Por favor.

_ Tudo bem. Mas... – e por muito pouco, não fui beijado novamente. – Vamos estabelecer algumas regras! Primeiro: nada de sexo.

_ Você é um estraga-prazeres, Min-ah. – me olhou sério.

_ Eu nunca concordei que transaria com você. – rebati.

_ Nada de sexo? Sério?

_ Ou isso, ou não teremos acordo. – e arqueei uma sobrancelha.

_ Espera. – e pensou um pouco. – Vamos fazer assim: uma noite de sexo a cada três meses. Que tal?

_ Nada. De. Sexo. – fui firme.

_ Uma noite a cada seis meses? – insistiu. – É o máximo que eu posso ficar. E também você vai ter tempo de se recuperar...

_ Eu não vou mudar de opinião. – logo, cruzei os braços.

_ Ah, hamster... – rosnou. – Você é difícil de se fazer acordo. Por acaso, está se guardando para outro cara?

_ Claro que não! Eu só não...

_ E por que não pode aceitar o meu acordo?

_ Você não segue acordos, Chang Min-sunbae. – o olhei. E não demorou muito para que um sorriso malicioso transparecesse em seus lábios.

_ É... Você me conhece melhor do que eu.

_ Por isso, nada de sexo.

_ Ok. – concordou. – Nada de sexo. – em resposta, assenti. – Mas, serão dois boquetes por mês.

_ O que? – lhe encarei incrédulo.

_ É pegar ou largar. – disse.

_ Qual parte do...

_ Boquete não é sexo, para começo de conversa. A única penetração que acontece é na boca e pronto. – e arqueou a sobrancelha. – Ou você quer uma masturbação?

_ Esquece! – e soltei-me de si. – Eu não vou entrar no seu acordo.

No momento em que toquei na tranca da porta, Chang Min-sunbae afastou minha mão e colou seu corpo as minhas costas, roçando os lábios em minha orelha. Imediatamente, meu corpo travou ao senti-lo roçar seu membro por sob a calça em mim.

_ Pelo menos, o boquete, Min-ah. – insistiu num sussurro. – Posso mostrar como não é constrangedor.

Lentamente, desviei minha atenção para a minha calça, onde suas mãos habilidosas desfaziam o cinto e o botão, antes de baixar o zíper. Porém, o mais velho parou completamente e esperou que eu confirmasse. “Só toco em você se me permitir”, ditou.

_ Ok. – suspirei. – Mas só isso, certo?

Devagar, me virei, vendo-o se sentar sobre a tampa e baixar a minha calça até os joelhos. E enquanto o mais velho continuava seu trabalho, minha mente repetia constantemente “Isso é um teste. Mantenha a calma”. Como se fosse fácil.

_ Tire a camisa. – pediu, ao que franzi o cenho. – Não vai querer sujá-la, não é?

Respirei fundo e fiz o que me pediu, ao que seus olhos se desviaram para o discreto pingente em meu peito. Um presente da minha irmã mais nova da última vez em que fui visitar meus pais. Chang Min-sunbae sorriu de leve, voltando sua atenção para a minha intimidade e selou por sobre a boxer.

_ S-sunbae...

_ Contenha os gemidos.

Essa foi sua última ordem antes de minhas mãos trêmulas agarrarem seus cabelos com força e minha pélvis ser impulsionada contra a sua boca. A todo instante, mordia meus lábios, ao ponto de tombar a cabeça para atrás, tamanha excitação que sentia em meu peito. Sem perceber, meu corpo estava sentado em seu colo e meus braços, juntamente com meus ombros se tornavam o único apoio que eu tinha ou acabaria caindo no chão. Em sussurros nervosos, chamei por seu nome, enquanto seus dedos apertavam-me a coxa e a nádega.

_ Está sentindo? – senti-o sussurrar contra a minha boca, logo que me puxou para perto, e pude perceber do que estava falando. – Sinta...

Guiei minha mão até seu membro coberto, surpreendendo-me com a enorme ereção. Devagar – e trêmulo, por favor, não se esqueça – abri sua calça e segurei seu pênis, masturbando-o da mesma forma que fazia comigo quando tinha minhas necessidades. Estava assistindo parte do gozo se espalhar por minha mão, quando senti seus dedos roçaram por minha entrada. ESSA NÃO!

_ Sunbae... – rosnei, encarando-o.

_ Shhh.... Só sinta. – pediu, deslizando a língua por meu pescoço.

E não era uma sensação ruim. Era eletrizante... Excitante demais. Acabei gemendo baixinho contra seus lábios, avistando seu sorriso sacana ao perceber meus movimentos contra seus dedos.

_ Eu vou me arrepender muito... – murmurei.

_ Na verdade, vai me agradecer. – sorriu, beijando-me, enquanto adentrava-me com um dos dedos.

Tentei manter meu trabalho em bombear seu membro, mas era complicado. Principalmente, com seus dedos me abrindo aos poucos. Clamei por seu nome, sendo correspondido por mais um ósculo longo e molhado até que, Chang Min-sunbae insistiu pela última vez.

_ Por favor, Min Seok-ah... – pediu.

_ N-não... – o olhei, nervoso. – Por favor, não...

_ Tudo bem.

Não demorou muito para gozarmos em nossos corpos e finalmente limparmos a bagunça feita. Rapidamente, me vesti, deixando a cabine e tratei de lavar as mãos várias vezes, assim como o rosto. Logo, senti suas mãos invadirem por sob minha camisa, estimulando suavemente meus mamilos.

_ O que está fazendo? – olhei-o.

_ Ainda acho que devíamos ter feito aquilo. – comentou. – Tem certeza de que não quer fazer o acordo?

_ Eu só não acho que seria uma boa ideia...

_ Faremos assim. – disse, soltando-me e recostou-se a pia. – Hoje à tarde, eu irei preparar o documento de acordo e entregarei para você. Se concordar, você assina.

_ Certo. – assenti, enxugando e me afastando. – Mas não vá só se beneficiar, ok?

E, por um instante, o vi sorrir verdadeiramente.


Notas Finais


E aí? O que acharam?
Aposta quanto como Chang Min vai se beneficiar muito com esse contrato?
Min Seok tá parecendo eu! kkkkkkkkkkk Coitado! Mas eu entendo os dois pontos de vista.
Agora... Jongdae??? Você, traindo o Hyung?? Claro, né? Quem mandou o Min Seok derrubar a tenda???!!!
Comentem....


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...