História Antes Que Ela Se Forme - Narrativa

“Publicações como a Rolling Stones e Spare Rib foram criadas para suprir a demanda por narrativas diferentes dos jornais estabelecidos na época” eu terminava minha narrativa da aula de Redação II, “Da mesma forma, o Pauper Press, na Inglaterra de 1790, terra de Jane Austen,  nasceu na necessidade de representação em massa das classes populares. Essas revistas das décadas de 60 e 70, proporcionaram um meio de ir além da narração oficial, e portanto, ir além da classe alta predominantemente.

A Internet, agora é usada por esse meio de narrativa, mas não para chegar a um grupo em massa, e sim, em único indivíduo a frente da tela de um computador. Um indivíduo que lê e escreve aquilo que quer, independente da classe social em que habita, ao contrário do que as revistas e noticiários oferecem: uma programação do início ao fim comandada pela opinião de um único diretor.

Ainda assim, a Internet ainda não propaga os jornais de uma forma obsoleta, já que podemos ler notícias por meio dela. O que podemos fazer para que o interesse ao jornalismo seja propagado; não seria abominar a Internet, e sim, se juntar a ela, não publicar o que queremos, e sim, o que os leitores querem saber.”

Eu terminei e a sala foi inundada por uma chuva de aplausos de meus colegas de classe. Meu namorado, Edward, estava lá, ele cursa Design de Interiores, mas foi assistir meu discurso pois sabia que eu estava nervosa. Com ele lá, eu sentia um pouco mais de segurança. O sinal tocou, ele foi até a mim.

— Bom trabalho, mocinha! Você manda muito bem, sinceramente, não sei por que se preocupa tanto em falar em público. — ele disse. Revirei os olhos. Fácil falar, pensei.

— Bom, entreguem seus trabalhos ao sr. Cullen antes de sair. Bom trabalho, senhorita Swan. — disse o senhor Traynor, meu professor favorito, antes de sair da sala de aula.

Edward estava ajudando o senhor Traynor em troca de uns trocados. Ele trabalhava em um café e o salário não era bom o suficiente pra se manter estável em Los Angeles. Meus colegas de classe entregaram seus trabalhos a Edward e saíram. Jasper Hale, irmão de uma da garota que dividia o dormitório comigo no campus, me parabenizou.

— Parabéns, Bella. Eu adorei a narrativa, era bem reflexiva. Não é a toa que você é a aluna preferida do Derek.

— Sr. Traynor. — eu o corrigi.

— Ok, senhorita certinha. — ele revirou os olhos.

            Edward guardou todos os trabalhos dentro de uma pasta e nós três saímos em direção ao campus.

Quando sai de Liverpool, prometi a mim mesma que faria de tudo pra ser uma ótima aluna. Eu havia ganhado a bolsa de 100% de jornalismo na faculdade dos sonhos, em outro país, não poderia deixar que nada desse errado. Porém, quando conheci minha colega de quarto, Rosalie Hale, e seu irmão Jasper, eles acharam que eu cobrava muito de mim mesma e me intitularam de “Miss Puritana”. Eles me levaram a várias festinhas da faculdade para me “despurificar”. Foi numa dessas festas que acabei conhecendo Edward, que se hospedara do outro lado do campus com Jasper. Dois meses depois, conhecemos Mary Alice Brandon (que se você perguntar, ela fingirá não te conhecer até que a chame apenas de Alice), uma baixinha tagarela estudante de moda que Rosalie jurava que se pegava com seu irmão.

Quando chegamos ao campus, me despedi de Edward e Jasper e fui para meu dormitório. Rosalie ainda não estava lá, então eu tive que limpar tudo sozinha enquanto esperava a ligação de minha mãe. Pela manhã, ela havia me dito que tinha uma grande notícia pra me dar, mas só me daria à noite, pois ela tinha que confirmar tudo com meu pai.

Eram cinco da tarde, e um canal de TV estava reprisando as 10 temporadas da minha série favorita: Friends. Eu estava quase chorando com Ross e Rachel no The Morning After quando Rosalie chegou.

— Boa noite, companheira de quarto que possui a companhia da garota mais linda e legal da universidade! — ela disse. Eu joguei uma almofada nela.

Rosalie era convencida, tipo muito convencida mesmo. Ela sabia que era bonita e se aproveitava disso. Quando eu a conheci, pensei que era uma modelo da Victoria Secrets. Também pensei que ela era uma daquelas garotas que não possuía muito conteúdo, mas muito pelo contrário, ela era a pessoa mais inteligente que eu conhecia. Rosalie cursava Engenharia Nuclear e é única pessoa que eu conheço que pode falar sobre elementos químicos e armamentos bélicos no meio de uma balada, como se estivesse falando da música mais tocada do momento.

— Posso saber por que você demorou? — perguntei. — Hoje é o seu dia de fazer o jantar!

— Sabe, Bella, hoje na aula estávamos falando sobre como desarmar uma bomba e se eu tivesse uma aqui agora eu não a desarmaria.

— Sua grossa! — eu ri. — Você saiu com alguém?

— Sim! Com um super gato! — ela se jogou do meu lado. — Ele disse que vai me ligar, mas eu duvido.

— Sua doida, você precisa tomar um jeito! Você é a Nerd mais estranha que eu conheço. — eu ri.

— Amiga, esse negócio de namorar e virar casalzinho meloso que vai ficar junto para sempre é pra você e pro Edward, não pra mim! — revirei os olhos.

— Qual o nome dele, pelo menos? — perguntei.

— Embry... Ou seria Emmett? — ela se questionou. Meu telefone tocou. Era minha mãe. Finalmente.

— Oi, mãe!

— Chegou a hora da grande novidade!

— Diz logo, dona Renée! — eu estava começando a ficar ansiosa.

— Eu e seu pai vamos passar o próximo fim de semana com você!