História Antes Que Ela Se Forme - Desembarque

Eu esperava em frente à porta da sala de desembarque a chegada de meus pais nos EUA. Edward esperava comigo, ele havia se oferecido pra me levar já que ele tinha carro.

Eu segurava sua mão com força, estava apreensiva, confesso, era a primeira vez que meus pais veriam Edward depois de três anos de namoro. Minha mãe, Renée, logo que me viu, foi correndo ao meu encontro. 

— Como você está crescida! — ela disse emocionada. — E veja só que garotão você arrumou! — ele disse olhando pra Edward.

— Mãe! — eu a repreendi. Edward riu.

— É um prazer conhecê-la, senhora Swan. — ele estendeu a mão pra ela.

Meu pai, Charlie, veio logo em seguida com duas bagagens. Ele me abraçou e disse que eu estava muito bonita e que tinha crescido bastante. Ele também olhou Edward de cima abaixo com ar de superioridade, e não o cumprimentou quando Edward estendeu a mão. Isso seria um problema, pensei.

Nós fomos para o carro de Edward, um presente que seu pai, Carlisle, havia dado de aniversário. 

— Vocês já fizeram as reservas no hotel? — perguntei quando Edward deu a partida.

— Sim. Se gostarmos, nos hospedaremos nele no dia de sua formatura, falta tão pouco, Bells! — minha mãe disse animada. Estremeci. A formatura não era algo em que queria pensar agora.

— Vocês não dormem no mesmo quarto, dormem? — perguntou Charlie.

— Pai! Não! Eu divido o quarto com uma garota. — respondi.

— Só queria ter certeza, sabe como são esses garotos americanos...

— Senhor Swan, juro que nunca fiz nada sem o consentimento de Bella. E jamais faria. — Edward defendeu-se.

— Espero que cumpra com sua palavra, americano. — Charlie impôs.

Eu havia me esquecido o quando meu pai odiava os Estados Unidos e os americanos. E o quanto ele odiava qualquer garoto que me dirigisse à palavra.

Nós deixamos meus pais no hotel. Eles iriam organizar tudo o que tinham levado, e depois iríamos jantar, só nós três. 

Quando chegamos à universidade, eu pedi desculpas a Edward pelo modo que meu pai o tratou, e (graças a Deus!) ele disse que estava tudo bem.

Fui para o dormitório e, novamente, Rosalie não estava lá. Arrumei os cômodos de novo sozinha.

O dormitório não era grande. Ele tinha um quarto, uma mini-cozinha (lê-se pequeno fogão e pia ao lado da sala) e um banheiro. Tinha duas camas de solteiro e nós conseguimos colocar uma TV, um computador e uma mesa para deixarmos nossos enormes e pesados livros para estudarmos com mais conforto. Rosalie era bem cuidadosa com seus livros, então eu não podia mexer na parte dela da mesa.

Quando aproximou-se a hora de se encontrar com meus pais eu deixei um bilhete para Rosalie, e fui ao encontro deles. O hotel onde meus pais estavam hospedados era perto, então precisaria pegar apenas um ônibus.
Meus pais decidiram jantar em um restaurante perto do hotel, então dava para irmos a pé. Quando chegamos no restaurante, olhamos o menu e fizemos nossos pedidos que chegaram rapidamente.

— Então, Bells, como está sua vida de universitária? — minha mãe perguntou. — Faltam dois meses para você se formar!

— Na faculdade está tudo bem, obrigada... E eu estou procurando um emprego.

— O que? — Charlie perguntou. — O dinheiro que lhe enviamos não é suficiente?

— É claro que é, pai. — digo calmamente. — Mas eu já tenho 23 anos, quase 24, não posso depender de vocês pra sempre!

— Eu não me importo com isso. — ele respondeu carrancudo.

— Deixe de bobeira, Charlie! — minha mãe interveio. — Bella já é uma moça crescida. Não pode ficar para sempre no nosso pé!

— Obrigada por entender, mãe. — respondi.

— E aí? Você procurou empregos aonde? — Renée perguntou animada.

— Bom, de início, eu mandei currículos para tentar um estágio em alguns jornais da região. Um professor meu fez uma carta de recomendação minha, foi muito legal da parte dele.

— Realmente! Vou mandar uma cesta de bolinhos e chá pra ele! 

— E eu também mandei currículos para lojas de roupa, cafés e até um boliche. — acrescentei.

— Espero que consiga a vaga então, Bells. — Charlie disse derrotado.

— Obrigada, pai. Significa muito pra mim. — agradeci. — Mas antes temos que resolver o problema com meu visto. Ele vai expirar depois da formatura, e eu queria ficar aqui mais um tempo antes de voltar pra Inglaterra.

Meus pais se entreolharam. Aquele não era um assunto que nós gostávamos de falar, mas por motivos diferentes; eu queria ficar na América por mais um tempo, pra  trabalhar por lá, e quem sabe mudar-se para Nova York e conseguir um emprego no tão sonhado The New York Times. Era um acordo meu e de Jasper: nós daríamos de tudo para trabalharmos lá. Já, meus pais, queriam que eu voltasse pra Liverpool. Eles queriam que eu voltasse como a filha pródiga e me manter perto de suas vistas.

Eu deixei que eles resolvessem o problema com o visto, já que eles pediram, na época eu estava muito ocupada com a faculdade.

— Depois falamos disso, ok? — Renée encerrou o assunto. — Vamos falar de Edward! Como você o conheceu?

Eu contei a eles como eu o conheci, como ele era, e o que ele cursava. Charlie pareceu finalmente simpatizar com Edward. Mesmo quando eu disse que ele caçoava do meu sotaque inglês. Contei a eles sobre Rosalie, Jasper e Alice e o quanto Rosalie queria conhecê-los.

Eles já haviam falado com ela via Skype umas duas ou três das inúmeras vezes que falei com meus pais. Eles apaixonaram-se por Rosalie, que eu não posso negar, é muito simpática. Eles também queriam muito conhecê-la.

Quando terminamos o jantar, meus pais voltaram pro hotel e eu peguei um táxi a pedido de Charlie, alegando que era muito perigoso pegar um ônibus à noite nas ruas da América, revirei os olhos quando ele disse aquilo.

Eu voltei para o “conjugado” que era como Rosalie apelidara nosso dormitório. Ela não estava lá de novo, mas me enviou uma mensagem de texto.

Amiga, aquele boy que eu tinha esquecido o nome me ligou!

EU TÔ CHOCADA!!!!!

Vou me encontrar com ele. Não me espere acordada.

Rose-linda-maravilhosa

Revirei os olhos com a assinatura da mensagem.

Eu liguei o computador e fui checar meu e-mail. Senti meu coração palpitar com um dos e-mails que estava na caixa de recebidos.