Shawn narrando.
Ela se encosta no vidro do carro, fechando os olhos e respirando profundamente, anseio para toca-la, parece desconfortável conforme o carro balança. Charlie freia e ela vai um pouco para frente, tenho medo de que bata contra o banco da frente, então a seguro pelo ombro. Puxando-a levemente pelos braços para que não se machuque, sorrio com sua aparência mortificada, ela está realmente cansada. Ficando com as pernas para a porta e a cabeça em meu peito, Luna suspira se entregando ao seu subconsciente. O telefone de Charlie toca e ele reduz a velocidade do carro.
-Sim? Oi mãe. No trânsito não posso falar. Com Shawn e Luna. Ta. Qual o nome mesmo? Ta bom...Te amo também.-Ele joga o telefone no banco e me observa pelo retrovisor e sorri. -Ela morreu foi?
-Talvez. -Sorrio de volta.-Aconteceu algo?
-Terei que parar em um lugar... minha mãe precisa de um remédio. -Ele vira à direita e para em frente à loja de conveniência, Luna da uma leve mexida. -Volto já. Uns dez minutos. Se tocar nela te mato. -Fechando a porta com sua ameaça, Charlie corre para o estabelecimento. Tenho que acorda-la, logo a deixaremos em sua casa.
Toco seu rosto calmamente com as pontas dos dedos, observando-a. Ela carrega consigo uma beleza diferente, seus cabelos são escuros e estão desgrenhados e jogados sobre seus ombros, seu vestido é curto mas a julgar qualquer garota ficaria com a aparência vulgar e nela não fica assim. Seus lábios estão destacados por um vermelho, que fica incrível com sua pele clara, suas pálpebras estão trabalhadas minunciosamente em uma... o que elas chamam ser ''sombra''. Seu cheiro é um vício a ser consumido. Uma mistura de suor e um perfume doce, o que mais encanta é minha jaqueta sobre seus ombros. Que a faz parecer tão pequena e indefesa, que luto contra meus instintos para não querer protege-la.
-Luna...-Sussurro. -Acorde...-Seu rosto franzi mas os olhos nem abre, eu continuo encostando em seu rosto, cabelo, queixo e mexo em seu ombro para que ela acorde.
Luna narrando.
Ouço meu nome bem no fundo, bem no fundo mesmo... quase como um sussurro, e então vem um solavanco, leve e gentil... Uma carícia aveludada.
Abro meus olhos e vejo uma imagem inclinada, demoro para perceber que estou deitada sobre algo, algo quente... uma mão acaricia meu cabelo e meu rosto delicadamente, e meus olhos piscam entre o sono e o despertar.
-Oi...- Onde deito vibra e eu observo acima, com os olhos ganhando foco, me deparo com Shawn olhando para mim. Encontro-me deitada em seu peito e seu cheiro inebriante me invade, sinto meu rosto ruborizar e saio de seus braços rapidamente em um pulo.
-O que eu...-Digo arrumando os cabelos e o vestido, sento-me no lugar. Reparo que ainda estou com sua jaqueta, que por sinal fica gigante em mim. Olho-o nos olhos.
-A mãe de Charlie pediu-lhe que comprasse um remédio, ela esta um pouco ruim da gripe. -Ele aponta para o vidro e eu vejo a loja de conveniência ao lado. Charlie está ao balcão pagando e calculo que em 3 minutos ele retornará.
-Entendo... ah.. como fui parar ai? -Aponto para seu peito, sentindo meu rosto queimar em vergonha e ele começa a ficar vermelho também. Ele é fofo e gentil.
-Você estava caindo... eu só... -Shawn está constrangido e então mexe no cabelo desconfortavelmente, sorrindo. -ia se machucar...
-Obrigado... -Digo baixinho e Charlie bate a porta do carro ao entrar. Ele joga a sacola no banco do passageiro e se vira para nós.
-Eae? -Ele sorri maliciosamente para mim e a unica expressão que consigo fazer é de revirar os olhos. -Tudo bem ai? -Ele olha para Shawn. -Sentindo calor meu amigo? Desculpe que o carro seja pequeno.
Isso foi o ápice para que eu tivesse capacidade para abrir um buraco e socar a cabeça dentro.
-C-Charlie!! -Gaguejo olhando para Shawn, que tem as bochechas e a orelha em um tom de vermelho vivo, ele olha para a janela e Charlie solta uma gargalhada alta entrando novamente na rua para me levar para casa.
O caminho de casa parece uma eterninade para o meu constrangimento. Charlie e Shawn conversam sobre violão e musica, enquanto fico lutando contra o sono. Respiro e percebo que o cheiro agora em mim, não é exatamente meu, e sim de Shawn. Viro-me para encara-lo, ele sorri descontraidamente para Charlie, que está realmente empolgado com o assunto.
O carro para em frente de casa, Shawn me observa e Charlie grita algumas coisas enquanto estou a sair. Pego os saltos no assoalho e me despeço dos dois. O gramado está úmido e meus pés congela com a grama e com o vento frio que as árvores trazem. Abraço-me à jaqueta de Shawn e continuo a andar. As luzes de casa estão apagadas, o que significa que estão todos na cama, procuro a chave escondida no assoalho, destranco a porta e me viro para o carro. Shawn está no banco da frente agora, e me olha fixamente, com algo escondido no olhar, algo que não consigo decifrar. Charlie diz algo que o faz rir, ele acena e o carro ganha vida novamente, me deixando ali, com a necessidade de algo que nem sei o que é.
Jogo as chaves no balcão e os sapatos ao chão de mármore, caminho para as escadas que estão tão gelada quando a um freezer, imagino se será possível dormir está noite, penso em tomar um banho, mas o fato de tirar o seu cheiro ja me dói e então apago da mente, caminho para o quarto distraidamente, abro a porta e o cômodo esta a ser iluminado pela lua, mas está do jeitinho em que deixará mais cedo. Sento-me no chão, de frente a grande janela de vidro, trazendo os joelhos ao peito inalo profundamente para senti o cheiro da jaqueta. A lua banha-me e meus pensamentos longe sobre o que acontecerá depois de hoje...
Sem promessas é...?
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