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História "Antes que você volte" - 1 - O bar


Escrita por: bentochapter

Capítulo 1 - 1 - O bar


Fanfic / Fanfiction "Antes que você volte" - 1 - O bar

" Minha flor, não me machuques, minha dor... não me abuses assim, não tire mágoas, não tire mágoas de mim.
Meu amor, não me invadas, com o teu olhar, não me deixes aqui a gritar, no meio do caminho, sozinho..."

 

Tocava a música do Johnny Hooker enquanto Thomas bebia no balcão do bar, escrevendo seus poemas e desenhando as coisas que ele via quando piscava demoradamente os seus olhos. Já era tarde demais, umas 2 da manhã, pelo menos para Thomas, que quase nunca saía de casa para beber. 

Escrevendo sobre as regras da vida, que aprendeu com o tempo, resolveu virar a página literalmente, pois só havia espaço para reticências, e no topo da folha em branco, resolveu escrever Amor. Ouvindo atentamente à música e olhando profundamente para todos daquele bar sem nome, Thomas reparou que quase todos estavam acompanhados, alguns até com três pessoas, todas sorridentes, uns que de tanto rir, jogavam o corpo mole para o lado e em seguida, vinha sempre o olhar e uma mão que acariciava os braços. 

Voltou a olhar para o seu caderno enquanto balançava o lápis, como uma válvula de pressão, para sair algo sobre o amor, resolveu pedir mais uma cerveja e eis que sai a mais pura - e dolorosa - verdade de Thomas:

"Sobre o amor? Nunca vivi. Só amores vazios, sem muitas tempestades de loucuras, intensidades, vontades e desejos..."

Sua bebida já estava servida, pegou o seu copo e nesse pequeno intervalo olhou para o lado e lá, estava Ruan, o observando profundamente. Thomas, sem saber o que fazer, voltou o olhar para o caderno, até que sente uma mão o tocar os ombros e escuta;

 "Acho que... calculando bem por cima, você já pediu umas seis cervejas dessas e escreveu só uma página... está procurando a inspiração no fundo do copo?”
- Ruan soltou um sorriso bem tímido e pequeno, enquanto Thomas o observava o seu caderno, era um loop eterno, ficava olhando para o copo e para o seu caderno. Virou-se para Ruan, e disse: 

- "Eu... eu não costumo fazer isso. Só desenho, mas hoje resolvi escrever para ver se esvazia a minha mente, Trabalhamos com a válvula de escape, não é mesmo?”
- Thomas o sorriu de volta, com um sorriso largo de desespero, mas com uma ponta de esperança, esperança em talvez, ter achado alguém que o entendesse por completo, ou ao menos, mais que a metade. 

Enquanto Ruan falava sobre o desespero das pessoas em serem felizes, Thomas fechou o seu caderno, não havia mais nada para escrever, mas sim, para falar. Thomas não era de conversar com qualquer um, com estranhos ou com pessoas aleatórias ou de pouca intimidade, mas algo em Ruan chamou a atenção de Thomas e, ele resolveu investir seu tempo, que não era nada precioso, mas Thomas achava que era. 

Ruan tirou o Thomas do balcão do bar e o levou para um dos sofás que estava vago, lá, puderam explanar mais sobre a vida, sobre as coisas que fazemos pela moral dos bons costumes e isso deixou Thomas totalmente atento e peso à aquela conversa, pois era o típico tipo de conversa que Thomas amava ter, sociedade, costumes, pessoas, arte e música. Depois de algumas horas de conversa, Thomas já estava preso ao Ruan e a tudo o que ele dizia, o deixando vulnerável para qualquer proposta, para qualquer evento.

Eis que Thomas resolve perguntar sobre a vida de Ruan e brevemente, ele responde.

- “Sozinho. É somente eu comigo mesmo, sem mais ninguém. Minhas dúvidas, minhas escolhas e minhas consequências. Sem ninguém para cuidar, para prometer o mundo, ou para simplesmente viver ao lado”.

Thomas ficou surpreso com a resposta, e no meio de toda a tontura e ânimo que sentia ao falar com Ruan, algo cortou toda aquela adrenalina que corria nas veias de Thomas.
Até que Ruan percebe, e comenta;

- “Mas... isso é um problema? Deve ser, pelo menos eu acho que é. Não é normal uma pessoa se satisfazer sozinha, todo mundo precisa de algo e de alguém, temos a prova viva disso... Se eu estou em um ambiente que eu não conheço e preciso chegar à algum lugar, preciso de informações e geralmente, pessoas dão essas informações... logo, temos a verdade aqui, precisamos de alguém. Mas me diga sobre o você, Sr. Escritor de balcão de bar às 2 da manhã.”

Thomas, sentiu a sua garganta sendo travada pelas fartas palavras que, explicaria tudo sobre quem era Thomas. Isso sempre acontecia e com um receio gigantesco de falar sobre quem ele era realmente, resolveu dessa vez não distorcer ou inventar uma nova pessoa com uma história, resolveu ser verdadeiro consigo mesmo e com Ruan.

- “Bom, eu já sou completamente diferente do senhor, Ruan. Sou um inventor de amores, um artista fracassado mas que ainda vê a esperança em alguém. Eu amo cuidar e ser cuidado, amo estar ao lado de uma pessoa, é incrível como duas pessoas conseguem ser uma só, não é?”

Thomas, sorriu brevemente e se despede;

- “Ruan, adorei te conhecer! Mas... Está ficando bem tarde e preciso descansar, o dia de hoje foi cheio de informações e além do mais, preciso de um cigarro... Estou há horas sem o fumar. Agradeço imensamente à companhia, de verdade... foi maravilhoso conversar com você, alguém que realmente entende sobre a vida”.

Ruan concordou e se disponibilizou para fumar com Thomas;

- “Tenho um maço recém-aberto e acho que podemos fumar juntos. Creio que você não vai acabar com todo o maço de uma vez, caso o faça, me avisa que já compro outro!”
Ruan soltou uma risada enquanto olhava para Thomas, logo, Thomas o rio de volta e foram em direção ao caixa para pagar a conta. 

Foram para fora do tal bar sem nome, acenderam um cigarro e enquanto fumavam, Thomas o convida para passar a noite em sua casa. 

- "Ruan, isso que eu vou lhe dizer pode soar louco e estranho, mas... quer dormir em casa?"

Ruan, sorriu, apertou o braço de Thomas e concordou, fazendo movimento com a cabeça. 

 - " Claro! Por que não? Não temos nada a perder..."

Enquanto terminavam de fumar seus cigarros, foram caminhando para a casa de Thomas, que não morava muito longe dali.



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