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História Anti - Is time to Choose


Escrita por: 1llusion

Capítulo 7 - Is time to Choose


Fanfic / Fanfiction Anti - Is time to Choose

Se eu pudesse mesmo pensar em tudo, talvez eu devesse analisar o que foi o tempo. Como que começou tudo isso? Eu nunca me arrependi de ter conhecido Zico, nem havia como me arrepender uma vez que ele sempre foi uma presença quase que dependente em minha vida, mesmo no colégio em que todos os dias eu, ele e Penomeco íamos até uma loja de CDs em que sempre olhávamos o que havia lançado de novos rappers ou procurávamos algo antigo, apesar de Peno só nos acompanhar algumas vezes. Então eu sempre estive com Zico e Taewoon, que geralmente o repreendia por algo que tivesse feito no colégio. Tinha sido uma época calma, realmente ter começado a fazer rap com Peno e Zico foi algo que eu odiaria me esquecer, de certa forma eu achava o único lado bom de ter o mesmo nome que Zico foi de Peno ter dito para mim “Engraçado, eu tenho um amigo com o mesmo nome, sabia? O pior que você parece uma versão dele mais suave”. Lembro de como depois disso, foi raras as vezes em que estive longe de Zico, até mesmo quando voltei para a Coréia e me apresentava no Underground tendo que trabalhar em outros lugares para me sustentar por que meu pai desprezava que eu tivesse escolhido a música em vez de “algo real”. Tinha sido difícil realmente como que eu tive que trabalhar em lojas e em lanchonetes, havia muitos clientes que eram rudes comigo e ir ver Zico me acalmava um pouco... Ah, é mesmo. Eu nunca falei que eu estava passando por problemas, era como se eu não conseguisse falar que eu estava triste com as situações que eu passava. Eu sempre fui um apoio para Zico, eu que o apoiei em muitos momentos, mas... Eu simplesmente pensei que contar que eu não estava bem era uma fraqueza imperdoável, que eu tinha que resolver tudo sozinha. Sem perceber, eu só acumulei pensamentos como esse e junto com a pressão de quando comecei a ser idol, talvez fosse algo ainda pior, cada um possui seu próprio limite e quando você começa a acreditar no que as outras pessoas dizem, quando você começa a acreditar que nada que você faz é correto... Tomar cuidado para que a própria tristeza não te domine deveria ser uma prioridade. Ao encarar a arma que estava apontada para mim, eu vi que talvez Boseok soubesse de como eu estava naquele estado. Na Coréia ainda era quase um Tabu falar sobre depressão, sempre que um idol admitia ter depressão era dado como uma pessoa clinicamente errada, e como meu manager, na época havia dito que eu deveria estar sempre sorrindo para todos e que jamais deveria falar sobre meus problemas, que ninguém estava interessado nisso. Era como ele me pressionasse mais profundamente na própria tristeza que eu já sentia, e fez com que eu fizesse tudo aquilo.

- Por que o odeia? – perguntei com a voz fraca enquanto ele me segurava com força pelo braço – Por que está fazendo tudo isso?

Ele havia me forçado a sair do quarto e eu não queria ir, mas a arma estava apontada em minha cabeça, não sabia o que pensar, o que fazer ao saber que ele queria atormentar Zico, me usando como a maior das ameaças.

- Não precisa entender, eu fiquei feliz dele ter te resgatado realmente, vi como ele é patético a ponto de achar que podia te proteger de alguma coisa. Admito que você sair do apartamento dele tão facilmente, nem eu esperava tanta burrice assim – ele ainda me arrastava e me olhava irritado – Anda! Pare de chorar e seja útil uma única vez na vida!

Tempo, novamente era uma questão de tempo. Se horas antes eu tivesse escutado Zico e permanecesse em seu apartamento, possivelmente em seus braços ou deitada no quarto enquanto ele trabalhava com Crush... Por que eu não fiquei lá mesmo depois dele insistir? Assim que Boseok havia me tirado do apartamento, franzi o cenho odiando saber que esse homem me usaria para transformar a vida de Zico em um inferno, mas foi por muito tempo que estive obedecendo as ordens do que eu pensei ser meu Anti, olhei bem o corredor e sem pensar duas vezes, forcei meu corpo ao passarmos por uma das janelas, fazendo com que ele batesse a cabeça no vidro com força. Eu não ia deixar dessa vez que tivesse o controle de tudo. Ele estava com dor e havia me xingado e eu tive alguns minutos para chegar ás escadas de emergência.

- Jiho! Volte aqui! – ele havia gritado e corrido atrás de mim indo para as escadas de emergência e sem nenhuma paciência, atirou com a arma, acertando de raspão em minha perna direita, o que me fez cair nos degraus sem conseguir sair pela saída de emergência. A dor era dilacerante, acho que nunca senti algo assim. Minha perna sangrava e o olhei ainda com lágrimas nos olhos, mas mesmo que tivesse me parado ao atirar, não estava nada feliz com isso e ia até mim com ainda mais ódio – Sua desgraçada, você fez de propósito. – ele estava com ódio como eu não colaborava mais para seu jogo doentio, e me puxava pelos cabelos me forçando a levantar e andar mesmo machucada.

- Desista disso! Nós dois sabemos que todos escutaram o tiro, o que acha que farão quando virem meu sangue na escada?! Você não vai ter nenhum sucesso no que quer fazer! – falei alto enquanto ele praticamente me arrastava até a saída dos fundos, eu sabia que ele precisava de mim viva, se eu estivesse morta ou gravemente ferida, isso poderia estragar os planos que tinha para ameaçar Zico.

- Dá pra ficar quieta?! – falava me arrastando para o carro, sabia que eu havia chamado a atenção, com o som do tiro, com o rastro que meu sangue estava fazendo. Ao chegar até o porta malas, me olhara com ódio mais uma vez – Zico terá uma semana para tentar te salvar e quer saber como isso vai acabar? Você vai acabar morta e tudo será culpa dele. – Ele havia aberto o porta malas e me forçado a entrar, fechando apesar de meus gritos e de como eu batia na porta trancada, eu sempre odiei lugares fechados e escuros, estar ali era apavorante, chorei ainda mais enquanto tentava sair dali, o que foi um esforço inútil por eu sentir o carro rapidamente se movimentar. Tempo, novamente era essa a questão. E o que eu esperava era que Zico visse minha mensagem a tempo. Minha respiração já estava alterada, eu estava tendo uma crise pânico e não aguentaria muito tempo, eu acabaria desmaiando e não queria que isso acontecesse, queria sair dali, correr o máximo que eu podia e impedir que aquilo acontecesse. Mas a dor em minha perna estava piorando e eu sentia que estava sangrando, eu estava com medo do que poderia acontecer. Apenas um semana, era esse o tempo máximo que eu viveria nas mãos daquele psicopata.

Quando tudo se apagou, por alguma razão eu me lembrei de muitos anos atrás, era um verão extenso, mesmo que fosse uma linda época, eu simplesmente odiava aquele calor infernal. Eu lembro que eu ainda estava no colégio e mesmo que naquela tarde não tivéssemos aula, eu tinha que permanecer lá por conta dos clubes. No Japão, sempre éramos obrigados a ter alguma atividade de algum clube para estarmos sempre ativos e infelizmente naquele ano não havia lugares para clubes mais “leves” e eu tive que ficar em um de esportes, o que foi péssimo. Não era que eu tivesse a saúde fraca, mas eu não podia fazer muito esforço físico, eu sempre passava mal por causa disso. Eu era do clube de basquete no entanto e saí do treino por estar me sentindo um pouco mal, queria ir ao vestiário, trocar de roupa e ir para casa... Mas, enquanto eu andava no corredor lembro que acabei desmaiando, talvez eu tivesse feito muito esforço, mais do que eu podia. Quando acordei, lembro de estar na enfermaria, eu ainda estava um pouco zonza, mas senti algo gelado em minha testa e vi que era Zico, ele estava passando uma garrafa de água em minha testa e sorriu levemente a me ver acordar. Aquele sorriso calmo e a voz que falou “Vamos, eu te levo pra casa”. Era uma lembrança boa, tão calma que parecia distante de tudo aquilo que aconteceu durante esses anos, ele havia tranquilamente me levado para casa, andando pela sombra das árvores da rua, porém sempre eu não o permitia entrar em minha casa. Eu dizia que estava tudo bem, isso era por que o ambiente de minha casa não era dos melhores, com os meus pais gritando a cada minuto e mesmo que eu tivesse boas notas... Nada era bom o bastante. As coisas haviam piorado quando minha mãe foi embora e nunca me deu notícias, eu que tive que cuidar da casa e aguentar os gritos de meu pai, eu estava tão cansada nessa época... Acho que foi aí que eu comecei a ficar um tanto deprimida e só me aliviava na música. Embora Zico sempre estivesse comigo, por que eu nunca falei como eu estava precisando de apoio? Era tão humilhante para mim mostrar que eu estava cansada? Era como se cada vez que alguém gritasse comigo eu tivesse o impulso de fechar os olhos e imaginar na chance de acordar e ver Zico ali novamente. Porém, quando acordei dessa memória acabei vendo que a realidade era obscura. Eu estava amarrada á uma cadeira, em uma sala escura e olhei para frente, havia um pouco de luz que me fez ver Boseok que mexia em uma mesa, minha perna estava com um curativo muito desajeitado, o que não melhorava quase nada. Eu estava suando, com febre e me perguntando onde eu estava.

- Por favor, não sei o que ele te fez... Mas, pare antes que seja tarde – falei baixo – Deixe-me ir... Por favor.

Mesmo que eu tivesse pedido, ele não se pronunciou em nenhum momento, apenas se virando e arrumando uma câmera em um tripé, ele planejava me filmar? O que ele faria comigo, afinal? Mesmo em minha condição, eu queria argumentar, dizer algo que o convencesse que tudo aquilo era loucura, mas ele ainda assim não falava nada.

- Isso demorará um tempo, preciso de tudo perfeito para a gravação. Espero que você colabore, bem, acho que não pode negar nada sendo que está amarrada em uma cadeira – ele falava indo até mim e arrancando o curativo de meu rosto, então rindo de uma forma irônica – Oh, isso é adorável, ele tem cuidado de seus machucados? Incrível como ele consegue ser patético. – Boseok andava novamente para a câmera enquanto eu tentava me soltar nas cordas, mas não conseguia, estavam amarradas com tanta força que chegava a doer, olhei em volta vendo os moveis antigos, a lâmpada fraca que balançava e que era a única iluminação do lugar, voltei a chorar e abaixei a cabeça.

- Por favor... Por que está fazendo isso? – perguntei com a voz trêmula sabendo que nada que eu dissesse o faria mudar de ideia.

- Eu preciso acabar com a vida de Zico, não sabe como é ter ódio dele há anos. Ele merece tudo isso – ele falava ao mexer na câmera, jogando uma luz em meu rosto que fez com que eu fechasse os olhos no mesmo momento, mas me forcei a olhá-lo – Sabe o que eu nunca entendi? Como que as pessoas o veneram mesmo vendo o quão condenável ele é, eu não posso aceitar que ele seja tão bem visto, recebendo tantos elogios... Já chega de aguentar vê-lo por aí como se a vida dele só pudesse melhorar, eu odeio como ele tem tudo e eu não tive nada, vocês dois se merecem, eu realmente achei satisfatório ver como ele corre de um lado para o outro para te salvar, te levando a hospitais, te impedindo de morrer com uma corda no pescoço, até mesmo te mantendo no apartamento achando que assim pode te manter segura – sua voz tinha um rancor que eu nunca havia presenciado, tentei me mover, mas não consegui, eu estava com frio, com medo e ainda estava com febre. Ele havia enfim configurado a câmera e então me olhado ainda com ódio – Não é como eu odiasse apenas a ele, você também tem culpa nisso tudo. Acha mesmo que eu gosto de sentir o que eu sinto? Mas eu me sinto no dever de mostrar como ele é uma pessoa péssima, quero que ele pare de se sentir superior e que veja que qualquer um pode machucar duramente aquilo que ele se importa. Quero que ele sinta na pele a dor que você também vai sentir.

- Eu não sou tão importante para ele assim. – falei querendo acreditar nisso, queria mesmo imaginar ele sem se importar comigo, não queria que aquilo continuasse – Ele só se sente culpado por ter me visto quase morrendo tantas vezes... É apenas por piedade. – falei querendo parar Boseok, mas a única reação dele foi um sorriso de lado e uma risada como se eu tivesse contado uma piada, como se tudo que eu falasse ou fizesse fosse digno de pena.

- É quase tocante como você mesmo na situação em que está se dá ao trabalho de mentir. Acha mesmo que eu cairia nisso? – Ele riu mais uma vez ajeitando a camisa escura que usava, voltando a mesa procurando por alguma coisa – Se quer tentar me enganar, então é melhor que mude de planos. Se é que pode pensar em fazer algo. Dá para perceber como Zico te olhava desde sempre, então poupe-me de mentiras fracas, ele sempre te olhou da mesma forma desde o colégio. – Assim que ele havia dito aquela última palavra, mesmo em lágrimas e pensando no que ele tanto planejava, levantei a cabeça ainda sentindo as lágrimas caírem e algumas mechas de cabelo caírem em meu rosto, eu não conseguia entender, mas ao olhá-lo mesmo com a fraca luz da sala, uma sensação ruim me percorreu e então um nó na garganta.

- Você estudou no mesmo colégio que eu e Zico... – falei baixo ao reconhecê-lo, havia sido difícil reconhecer, havia um dos nossos colegas de classe que havia tentado várias vezes se aproximar de Zico, ele tinha uma aparência um pouco estranha e era sempre quieto, eu lembro que Zico sempre falava que o achava muito estranho. Eu nunca havia conversado com ele, mesmo assim eu me lembrava por uma vez Zico ter apontado para ele. O olhei e abaixei a cabeça – Por que eu nunca me lembrei de que você era da mesma sala que eu e Zico...? – agora que eu pensava, fazia muitos anos e claro que eu não me lembraria, mesmo naquela época de colégio eu mal sabia o nome dele – Eu sei que ele não foi muito gentil com você no colégio, mas... – antes que eu terminasse de falar, ele rapidamente foi até mim e me dera um tapa forte no rosto, o que me fez gemer de dor.

- Quieta, sabe como que eu odeio escutar sua voz? Você por acaso pode falar algo sobre isso? Você não era ninguém, nada além de alguém sem nada a ser destacado e ele simplesmente agia como se você fosse algo que devesse ser protegido – ele gritava apontando para mim, fazendo com que eu encolhesse um pouco os ombros – Eu merecia tudo que ele tinha, eu que tinha que ter sucesso em minha vida, ser bem visto, mas ele... Sendo a pessoa podre que era, conseguia tudo que queria. – ele gritava mais uma vez e mesmo com a forma que eu tremia e queria que aquilo acabasse, o olhei franzindo o cenho.

- Você tem ódio por ter inveja do que ele conquistou...? I-isso não faz sentido, ele nem mesmo foi cruel com você naquela época, muito menos eu... O que fizemos contra você?! – gritei olhando em seus olhos o vendo levantar a mão para me bater novamente, mas não desviei o olhar – Vai! Acha que me bater te torna superior por acaso? Eu quase morri duas vezes, acha mesmo que um tapa me dá medo?! Não é minha culpa se quer destruir Zico só por inveja, por não entender que isso tudo que ele tem hoje é por que ele trabalhou duro... Acha que tudo foi fácil? – mesmo com o meu confronto, ele me bateu novamente odiando como que eu ainda assim havia defendido Zico, senti a mão de Boseok em meu queixo, me forçando a olhá-lo.

- Eu não acho que ele mereça tudo o que ele tem e cada minuto que você o defende, eu tenho vontade de fazê-la sofrer ainda mais, por que assim ele sofrerá ainda mais. Pode me chamar de Anti, pode falar que eu tenho inveja de tudo que Zico é ou conseguiu, mas não se trata apenas disso. Por que quem fez com que eu me lembrasse de meu ódio foi você – ele falava apontando a arma para minha testa – Você sempre foi a voz da razão para Zico, não é mesmo? Eu não fui apenas manager da merda do seu grupo, eu era um dos que cuidavam do dinheiro que a Stardom ganhava sobre o Block B, devo admitir que no colégio eu o admirava, ele era o que tinha tudo, pessoas que gostavam dele, até mesmo você que claramente poderia andar com quem quisesse, mas preferia ficar passando a mão na cabeça dele como se ele fosse perfeito em tudo o que fazia. Mesmo com tantos anos, você ainda fazia a mesma coisa pateticamente. Sabe como foi irritante ver que você também tinha ganhado reconhecimento, tinha pessoas que te achavam admirável e ainda assim você visitava Zico e o que mais me irritou – ele falava pressionando mais a arma em minha testa – Você que o encorajou a processar a Stardom, eu era um dos responsáveis pelo lucro daquele grupo e mesmo assim, graças a você, eles abriram aquele processo sobre o pagamento deles dizendo que não estávamos pagando e nem cumprindo com o próprio contrato... A Stardom não ficou feliz com a imagem que ficaram com a notícia e então, com toda a mídia em cima daquela notícia, tiveram que demitir uma pessoa como se essa fosse a culpada. Eu perdi meu emprego e tive a imagem manchada por sua culpa, foi você que o convenceu a simplesmente dar início á aquele processo.

Ele era um dos responsáveis pela situação do Block B naquela época, eu nunca soube disso, então foi ele que foi demitido após o ocorrido. Eu que tinha falado para Zico que não era justo a situação em que estavam e que deveriam buscar uma forma de deixar as coisas de uma forma justa, não demorou nem mais de uma semana para que ele e o grupo contatasse o advogado para o processo. Olhei Boseok sem saber o que falar, ele já odiava Zico, mas... Depois de perder o emprego e vê-lo crescer como artista, ser premiado várias vezes e ser reconhecido da forma que é... O ódio tomou outro nível descontrolável.

- Você e Zico destruíram minha vida e eu prometi a mim mesmo que faria com que vocês sofressem até implorarem perdão. Eu preciso de ver a dor nos olhos de vocês.

Ele não iria atirar, eu sabia. Precisava que eu estivesse viva para atormentar Zico, eu jamais pensaria que ele tinha sido demitido e então depois de tempos conseguiu ser o manager da empresa de meu grupo, ele tinha se esforçado para se tornar uma pessoa que saberia onde eu ia, o que eu poderia dizer ou fazer.  Nesse momento eu entendi por que ele ainda não havia me matado, isso seria contra seus planos... Ele queria fazer com que Zico me visse deprimida e frágil, sendo odiada até por motivos que não eram verdade e então que me visse me machucando por sua causa. Boseok queria torturar Zico e me usou para isso. Ele ainda me olhava como se esperasse que eu pedisse por perdão, mas eu apenas respirei profundamente e o olhei seriamente.

- Eles estavam no direito de terem processado, eu não vou pedir desculpas por algo que eu achei correto – falei – Não importo com o que faça, eu não vou implorar perdão. Nunca fiz isso e não farei agora.

 

[ Zico - Apartamento, minutos depois do sequestro de Choi Jiho ]

 

Eu estava preocupado e com certeza estar no estúdio de meu apartamento com Crush não estava ajudando em nada, ele estava mexendo no computador enquanto eu estava na mesa, bufando mais uma vez, o que fez com que Crush me olhasse seriamente.

- Zico, eu estou escutando você bufar e eu estou com fones de ouvido. – ele falava tirando os fones e me olhando como se já esperasse que eu ficasse naquele estado – Não podemos fazer nada, sabe que ela teve de ir para resolver o problema com a empresa. E ainda assim, pense positivo, ela nem mesmo está com o celular com o chip de localização, então o Anti não poderá achá-la. – ele queria mesmo me tranquilizar, mas era difícil quando eu sabia que se Jiho sumisse, seria mais uma vez minha culpa. Mesmo com minha preocupação, ele riu baixo e me olhava como se fosse algo engraçado me ver com aquela cara – Zico, sabe... Ela vai acabar se odiando se você ficar se culpando por tudo. É a merda de um Anti-fã que está fazendo isso sei lá por que, então não precisa se culpar.

- Mas, aquele vídeo... Foi a minha punição. Eu tenho que fazer as coisas certas dessa vez e é difícil por que eu que sempre erro e ela que parece sempre saber o que fazer – falei ao me levantar da cadeira e passar a mão nos cabelos, eu não parava de pensar em como que uma pessoa poderia estar fazendo isso logo com ela, meus pensamentos estavam confusos por eu querer me manter sério e pensar que tudo ficaria bem, me lembrando de pouco tempo antes em que eu havia pedido uma última vez para que ela ficasse. Queria escutar sua voz novamente, sentir aquele perfume doce e não tirá-la mais de meus braços. Olhei Crush que me olhava ao sair da cadeira e bocejava, parecia com sono assim como eu, mas nenhum de nós queria dormir – Tudo bem, pode me dar as chaves agora. – falei, assim que Jiho havia saído com Penomeco, Crush teve que esconder as chaves de meu carro para que eu não fosse atrás dos dois.

- Não. Vamos ver um pouco de televisão, você precisa se acalmar antes que surte de vez – ele andava para fora do estúdio e seguia para a sala, ainda um pouco cansado. Também estava preocupado, mas sabia que manter Jiho presa talvez não ajudasse em nada, havia se espreguiçado e pegado o controle da televisão para ligar a mesma quando me olhou pelo canto dos olhos – Zico... Eu nunca te perguntei, mas você realmente a odiou quando ela se afastou e disse que queria ficar longe de tudo que envolvesse você?

- Eu não consigo ficar bravo com ela por muito tempo... Desculpe, é que eu não gosto de lembrar. Quando penso nela quase morrendo em uma transmissão ao vivo... Isso ainda me dá pesadelos terríveis – me sentei no sofá praticamente me jogando ali e peguei o celular na mesinha vendo uma mensagem sem sentido de Penomeco, franzi o cenho sentindo algo errado, me levantando e vestindo meu casaco – Crush. Vamos, aconteceu alguma coisa.

- Não está exagerando? Penomeco já ligou?

- Eu estou falando sério, recebi uma mensagem e tenho certeza de que não foi dele, mas sim de Jiho. Eu a conheço muito bem para saber que foi uma mensagem dela. – falei pegando as chaves que Crush me entregava, tirando do bolso da calça, me seguindo para a porta, eu abri rapidamente e saí com ele correndo até o elevador onde ele ainda me olhava preocupado com o jeito que eu estava.

- O que foi que te deixou tão agitado afinal?

- “Monster”. Você não há conhece há tanto tempo, então é claro que não sabe disso... É a música para momentos ruins dela, Jiho sempre foi uma fã de Tiger JK e íamos sempre á uma loja de música depois das aulas – falei ao entrar e apertar o botão para irmos ao estacionamento, olhei Crush e suspirei profundamente – Eu sei que pensa “é só uma música”, mas é a que ela escutava quando algo ruim acontecia. Não algo que a chateava, mas algo realmente sério. Então sempre que algo terrível estava acontecendo, ela me mandava a mensagem com o nome dessa música... – eu não queria acreditar que algo havia acontecido com ela, mesmo assim saí do elevador e corri até o carro entrando com Crush que ainda parecia não compreender muito bem o que eu havia contado. Liguei o carro enquanto ele ainda me olhava com preocupação, colocando o cinto por ver como eu estava dirigindo rápido ao sair do prédio.

- Que tipo de situações sérias? – ele perguntava assustado por como eu estava dirigindo rápido, fiquei alguns segundos sem responder e soltei um suspiro prolongado sabendo como eu odiava me lembrar daquilo.

- A mãe dela a abandonou e o pai... Ele culpava Jiho por causa disso, ele bebia muito e ficava perigoso, do tipo que quase a batia por “ela” ter sido o motivo da esposa ter ido embora. Quando ela me mandava essa mensagem, eu ia até a frente da casa dela  a levava comigo até que tudo estivesse bem. – falei sabendo como que eu ficava frustrado quando aquilo acontecia, eu lembrava que eu sempre corria para ir até lá e podia escutar os gritos, como aquele homem era horrível com a própria filha. Eu odiava ver como que ela sempre ficava trêmula quando ele gritava com ela, mas sempre que eu insistia que ela poderia ficar em minha casa, ela simplesmente negava “Ele logo vai acabar dormindo, não precisa se incomodar”. Então íamos á loja que sempre íamos, onde ela escutava a música “Monster” e ficava ali por um bom tempo em silêncio, como se estivesse se acalmando do que havia presenciado. Eu demorei muito para saber que talvez eu tivesse que me colocar a frente e impedi-la de voltar, mas certamente ela ainda assim iria para casa por que tinha que resolver tudo por si mesma. Eu não achava que merecia que ela fizesse tanto assim por mim, eu desejava secretamente que um dia ela permitisse que eu a ajudasse e dissesse o que era correto a ser feito, que estava tudo bem se ela pedisse por ajuda. Eu sempre estive ali, então por que ela insistia em fazer tudo sozinha? Pensar em seu rosto, até mesmo em seu sorriso já estava me deixando mais culpado se algo de pior a acontecesse.

- Zico. – Crush me chamava – Não pode escutar o Anti. Se escutar, não terá mais controle de nada. Jiho... O problema dela é que ela é capaz de tudo para manter a todos seguros, e o Anti com certeza detesta isso por completo, por que sabe que ela não desistiria fácil. Ela consegue ser mais teimosa que você. – ele havia dado um leve sorriso – Se o Anti diz que não poderá protegê-la, mostre que ele está errado.

Eu quis agradecer á Crush, eu precisava e muito me fortalecer, queria estar de frente a frente com esse Anti e fazê-lo pagar por tudo que havia feito, eu precisava mais do que tudo acabar aquilo com minhas próprias mãos. Nos últimos dias eu havia sentido na pele como doía a possibilidade de perder Jiho e como que isso estava me atormentando e qualquer pensamento positivo que eu pudesse ter foi imediatamente morto quando vi o prédio do dormitório em que ela vivia, mas o local estava com policiais e uma grande quantidade de pessoas, Crush me olhou vendo como eu estava pálido, soquei o volante com ódio de mim mesmo, aquele desgraçado havia conseguido novamente.

- Eu disse que ela não devia ter saído de meu apartamento! Eu disse, por que ninguém me escutou?! – falei bravo com Crush em seguida saindo do carro, eu não podia e nem queria manter a calma. Aquele desgraçado havia tirado Jiho de mim mais uma vez, eu queria matá-lo com minhas próprias mãos, queria fazê-lo sofrer e implorar por sua vida. Saí do carro e corri até os policiais avistando Penomeco que fora até nós com uma expressão assustada, estava com o celular em mãos e me olhava negando com a cabeça – Ele a levou? O que aconteceu? Por que não entrou com ela?

- Ela disse que não demoraria, mas... Zico, a Jiho. Acho que ela descobriu quem é antes que acontecesse algo. Quando a polícia chegou, invadiram o dormitório e vasculharam tudo, acabaram achando o meu celular debaixo da cama do quarto de Jiho e... – ele falava desbloqueando a tela do celular.

- Eu sei, ela me mandou uma mensagem!

- Não é isso, ela fez questão de chamar a atenção... Ela o fez bater a cabeça em uma das janelas do corredor, eu me assustei com o som do disparo e... Pelo que parece câmeras na rua devem ter filmado algo... – mesmo que ele continuasse a falar, eu paralisei ao saber que aquela pessoa havia atirado em Jiho, olhei para o prédio sem conseguir me acalmar, eu corri para dentro mesmo com Crush e Penomeco me chamando e dos policiais gritando que eu não podia andar por ali, que era o único rastro que tinham do que aconteceu com Choi Jiho. Corri então vendo o rastro de sangue  da saída de emergência, o sangue de Jiho, bem ali fazendo um rastro de como foi arrastada, andei lentamente sentindo um nó em minha garganta e o desespero por saber que ela estava machucada e que eu iria fazer essa pessoa sofrer. Olhei a rua vendo as marcas do carro, ele estava com pressa pelo o que parecia. Ela reagiu, estava em perigo e eu tinha que descobrir quem ele era, o que queria com Jiho. Crush e Penomeco haviam entrado no prédio para ir atrás de mim. Eu me senti completamente perdido, como se em minha mente passasse todas as vezes em que ela sorriu tranquilamente para mim, até mesmo como era seu abraço e como alisava meus cabelos. Eu não conseguia imaginar um mundo sem a gentileza que ela tinha, por como ela sempre esteve a meu lado mesmo quando eu não era bom para ela. Agora era tudo minha culpa. Senti meu celular vibrar e senti uma lágrima cair por meu rosto ao ver a foto de Jiho amarrada á uma cadeira e com o rosto machucado.

Nova Mensagem (Número Desconhecido): “Olá Zico. Pronto para um pequeno jogo? Se em uma semana você não fizer tudo o que eu mandar, ela morrerá. Ela se sacrificou por você muitas vezes. Está na hora de escolher, Zico. O que você seria capaz de fazer para salvar a vida dela?”


Notas Finais


Caso não lembrem, houve mesmo o caso do Block B processando a Stardom por causa de falta de pagamentos e outras cláusulas do contrato que eles tinham.


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