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História Anti - Play with Me


Escrita por: 1llusion

Capítulo 8 - Play with Me


Eu estava com raiva. Aquela mensagem, tudo estava dando errado e eu não entendia por que ele estava fazendo isso... Era Jiho. Ela nunca fez mal á ninguém, na verdade eu sempre critiquei que ela era gentil demais com as pessoas e que um dia alguém tiraria vantagem disso, eu me culpava por ela estar nessa situação... Será que se ela tivesse continuado no Underground, tudo seria diferente? Droga, eu que na época havia dito que seria uma boa ideia, ela não estava nada bem naquela época e trabalhar em vários lugares para ainda ganhar pouco estava sendo difícil e nunca que ela voltaria a morar com o pai depois de tudo que ele a fez passar, desde que ela havia se tornado uma idol esteve cercada de coisas que não sabia lidar muito bem, a rigidez e como as pessoas podiam ser extremas. Mesmo assim, ela sempre dava um jeito de parecer que estava bem, eu apenas deixei isso acontecer, mesmo com todos os comentários que ela recebia, eu simplesmente resolvi ignorar por que eu já estava acostumado, mas eu não sabia ao certo o que ela passava. Ela sempre evitava falar sobre problemas que surgiam em sua vida, como se a vida de Idol a tivesse transformado em algo que tinha que fingir que tudo era perfeito, como se buscasse sempre atender ás expectativas e gostos das outras pessoas. Isso era tão errado, é impossível agradar a todos, estava tudo bem se ela fosse como era, eu não ligaria se ela falasse algo errado ou se fosse vista fumando ou bebendo, eu não era todas as pessoas que queriam ganhar dinheiro em cima de sua imagem e que queriam que ela seguisse um padrão que nem eles mesmos conseguem ter. Eu ainda estava parado na rua, vendo o rastro de sangue, eu estava paralisado e não sabia o que fazer. Por que mesmo que eu a deixei sair do apartamento? Era horrível lembrar como ela havia sorriso e dito que não demoraria, eu nunca me perdoaria por tê-la deixado ir... Mais uma vez eu a entreguei facilmente á um psicopata. Abaixei a cabeça mais uma vez, olhando aquela mensagem, eu me sentia tão estúpido por saber que se Jiho tivesse ficado em meu apartamento... Isso nunca teria acontecido. Eu queria que ela tivesse me escutado e ficado lá, eu provavelmente trabalharia no estúdio enquanto ela dormiria tranquilamente em minha cama ou no outro quarto, talvez pegasse um livro para ler, ela sempre cantarolava algo quando estava concentrada. Nos últimos dias em que ela esteve em segurança eu vi algumas coisas que me fizeram pensar como que eu estava errado em dizer “eu te conheço melhor do que você mesma”. Mesmo que nos conhecêssemos há anos eu nunca percebi como ela parecia deprimida agora, ela teve de largar o underground e sempre a chamavam de “artista vendida” como se ela gostasse de estar tanto na mídia, por gostar da atenção sobre a aparência... Ela odiava, sua saúde não era das melhores e mesmo assim a forçavam a treinar o dia todo, a dietas extremas e de sempre mostrar um sorriso no rosto pra fingir que estava tudo bem. Porém, ela nunca disse nada e é claro que um dia tudo isso se tornaria um peso em suas costas, havia um limite de coisas que ela poderia suportar e eu acho que ela havia ultrapassado o limite há muito tempo. Eu não poderia ter sido melhor com ela? Eu demorei muito tempo para descobrir o quanto doía não tê-la por perto. Eu olhei mais uma vez o prédio, as pessoas nas janelas, os celulares filmando como eu estava ali, parado e perdido. Olhei a saída do prédio onde agora Penomeco e Crush andavam até mim. O tempo estava se fechando e com certeza choveria naquela tarde, eu continuei ali encarando as marca de pneus quando Crush me olhara sem saber muito que falar, eu ainda pensava na mensagem sem saber o que fazer, eu teria que esperar até que o Anti me contatasse?

- Zico, os policiais querem que você saia... – Crush havia dito mesmo que eu o tivesse olhado irritado – Não há nada que podemos fazer agora, eles precisam investigar... Você precisa ir para casa. – ele queria que eu fosse realista, que atrapalhar uma investigação só dificultaria as coisas, mas eu estava irritado demais para ver isso. Olhei Penomeco e suspirei profundamente.

- Você sabe, a saúde dela sempre foi fraca. E se essa pessoa resolvê-la machucar ainda mais...? Penomeco, ela deixou um rastro de sangue... Como esperam que eu me acalme?! – guardei o celular no bolso de meu casaco e o olhei, mas Penomeco abaixava a cabeça como se não quisesse falar mais nada.

- Me desculpe, Zico... Eu sei que deveria ter entrado com ela, mas...

- Eu quero ficar sozinho por hoje. Não quero perder a cabeça de vez, mas... Se tivessem me escutado, ela ainda estaria aqui e agora um psicopata a levou. – falei olhando o rastro de sangue, eu estava com ódio, eu não queria ser realista, queria resolver isso de uma vez por todas – Vocês dois vão embora sozinhos, eu não vou ficar parado enquanto sei que a cada minuto ele pode machucar mais a Jiho. – falei passando por eles com passos pesados, passando a mão em meus cabelos, eu estava odiando tudo, me odiando. Tantas coisas passavam por minha cabeça, onde ela estaria, o que ele estava fazendo com ela... O Anti sabia muito bem de meu desespero, ele me mostrou que eu não conseguia protegê-la. Era como se eu me sentisse observado, como se todas as pessoas soubessem de meu fracasso. Havia vários policiais e as pessoas começavam a formar uma multidão como se tudo aquilo fosse algo curioso, era sempre assim, Jiho sempre estava cercada por pessoas que pareciam sádicos que amavam noticiar tudo que ela falava ou fazia. Eu sabia como ela se apavorava com as pessoas que a perseguiam, eu odiava tanto tudo aquilo por que agora sabia o que ela estava passando.

- O que pensam que estão fazendo?! – gritei vendo as pessoas olharem o que era quase o cenário de um crime – Saiam daqui! Agora! Acham isso engraçado por acaso?! – eu estava descontrolado, queria que parassem com aquilo, queria que ficassem longe, mas cada vez que eu gritava parecia mais pessoas rodeando o local, eu queria bater em cada um, dizer que não tinha graça a forma que olhavam o sangue de Jiho como algo a ser fotografado e postado em redes sociais. Senti um homem me puxar pelo braço até dentro do prédio ainda que eu gritasse, completamente dominado pelo ódio. Era Junseo, um dos investigadores que tinha ido á minha casa, ele era um pouco mais baixo e parecia mais jovem que o outro, ele estava sério e assim que me largava, tirava os óculos e os limpando com a própria camisa social branca.

- Você tem deixado os policiais irritados, está chamando a atenção de muitas pessoas e investigar com essa multidão é um tanto difícil! O que pensa que está fazendo? – ele falava colocando os óculos – Sei que deve estar irritado, mas acredite, estamos fazendo de tudo para achar alguma pista sobre o perseguidor de Jiho... – ele cruzava os braços vendo como eu estava desesperado, então negando com a cabeça – Interrogaram os outros moradores do prédio, eles a viram ser arrastada para o porta malas de um carro. O meu colega ainda está investigando os fóruns que postavam sobre Jiho... Mas, precisa ir para casa e nos deixar trabalhar, entendeu?

- Eu não posso ficar parado enquanto não souber algo dela, eu... Posso pelo menos ver o quarto de Jiho? – pedi mesmo vendo Junseo me olhar com certa piedade – Por favor, sabemos que esse Anti odeia Jiho... Ela está em perigo. Eu só preciso de ver o quarto dela... Eu prometo não atrapalhar mais nada.

Junseo me olhava seriamente ao escutar.

- Tudo bem. Você pode olhar durante alguns minutos e depois te quero fora daqui, entendeu? Voltará para casa e ficará lá. – falava fazendo um sinal para que eu o seguisse, fiquei um tanto aliviado de saber que poderia ver o quarto dela pelo menos. A única coisa que me acalmava era isso, sentir um pouco da presença dela e esperar que nada de ruim acontecesse. Segui o investigador então subindo as escadas até o andar em que ficava o dormitório de Jiho, os corredores eram pequenos e o prédio em si não parecia muito seguro, era antigo e a iluminação era ruim. Como que ela conseguia morar assim? Andei até a porta que Junseo havia aberto e olhei a sala, tudo parecia tão vazio ali... Havia papéis na mesa de centro, a televisão estava desligada e tudo era silencioso, como se nada tivesse acontecido. Andei até o corredor vendo as portas, os policiais que saíam dos quartos em busca de qualquer coisa que fosse. Eu não confiava em mais ninguém, ainda mais sabendo que eu que seria ameaçado, a vida dela dependia de mim e eu não fazia ideia de como aquele Anti pensava, nem tinha em mente o que ele poderia me mandar fazer. Eu tinha que ir atrás dele, quando eu o encontrasse eu não aguentaria de tanto ódio. Ele tinha que sofrer, pagar por tudo que fez Jiho sofrer. Andei até a porta do quarto de Jiho, era um quarto pequeno com paredes brancas, tudo ali me lembrava ela, desde os pôsteres nas paredes ao mural de fotos. Olhei em volta, o armário com suas roupas, o cinzeiro na mesa onde também estava várias folhas organizadas, ela sempre manteve tudo em ordem diferente de mim, na realidade ela sempre reclamava do caos de meu quarto. Por mais que eu dissesse que ver o quarto dela iria me tranquilizar, aquilo só fez com que meu coração doesse... Saber que alguém a arrastou para um carro e a levou, aquilo doía mais do que eu pudesse descrever. Virei o rosto vendo o mural de fotos e andei até o mesmo vendo uma foto do colégio, ela ainda tinha isso?

- Você nunca mudou mesmo. – falei baixo ainda olhando naquela foto como ela parecia feliz no momento da foto, tinha sido a nossa formatura, ela estava entre eu e Penomeco, lembro que tinha sido um colega de classe que havia tirado a foto, mas não me lembrava de seu nome. Havia tantas fotos ali, inclusive de nossos amigos... Eu nunca havia entrado naquele quarto, sempre era Jiho que saía do prédio e me esperava, acenando com aquele leve sorriso. Fui até o notebook e abri o mesmo, a senha dela era fácil. Fanxy. Ela tinha muitas pastas geralmente com músicas que estava trabalhando, tanto eu quanto ela éramos incrivelmente ocupados com o trabalho. Porém, vi algumas pastas que ela nunca havia dito, era estranho ver que tinha coisas que eram desconhecidas para mim, me sentei na cadeira a frente da mesa e cliquei em uma pasta de vídeos, parecia que a empresa achava uma boa ideia que ela postasse vídeos respondendo perguntas dos fãs. Os vídeos eram todos gravados no notebook e os antigos ela parecia mais feliz, em um deles até mesmo havia Seolhyun. Ah... Eu havia me esquecido que Jiho era amiga dela e de Choa, as duas pareciam bem próximas e parecia que o vídeo era do aniversário de Jiho, mas depois de alguns minutos a expressão dela havia mudado, não mostrava os comentários ou as perguntas que ela estava recebendo, não... Eu tinha que saber. O que estava acontecendo? Eu nunca soube destes vídeos, Jiho nunca me contou sobre isso e eu sabia o que eu tinha de fazer, mesmo sendo algo que eu não gostava muito nem de pensar. Levantei ajeitando o casaco e desliguei o notebook antes que Junseo chegasse, quando saí o vi no corredor com os braços cruzados.

- Está melhor agora? – ele me perguntava – Agora vá para casa, prometo que ligarei se descobrir algo sobre Jiho... Tente ficar em casa, isso tornará as coisas mais fáceis.

- Eu só tenho um compromisso hoje, mas aceitarei o conselho... – menti, eu não tinha nada para fazer naquele dia, mas eu tinha que convencê-lo que eu não faria nada de ruim ou estúpido, que eu iria para casa e ficaria por lá. Claro que era impossível que eu ficasse em meu quarto esperando por notícias boas, ainda mais por se tratar de Jiho eu tinha que estar um passo á frente. Desci as escadas olhando meu celular na espera de outra mensagem do Anti, mas nada havia sido enviado e tudo o que eu podia fazer era ver a foto que ele tinha me enviado. A que mostrava Jiho amarrada á uma cadeira, a perna ainda sangrava apesar do curativo horrível que ele havia feito, o rosto tinha marcas escuras, aquele desgraçado bateu nela e iria se arrepender disso. Saí do prédio indo até meu carro, entrando e respirando profundamente sabendo que o que poderia me ajudar a saber sobre aquele vídeo, bem, era a última pessoa que gostaria de uma visita minha. Dirigi sem pensar duas vezes, parando á frente do antigo prédio escuro, coloquei o capuz do casaco e saí ainda pensando na foto de Jiho, de como eu tinha que salva-la a todo custo. Tudo estava sendo infernal, como se eu soubesse que não conseguiria dormir ou comer sem pensar no estado de Jiho, o único alívio era saber que estava viva... Corri para dentro do prédio indo para o elevador para chegar ao andar do dormitório, ajeitei o capuz ainda pensando em como seria difícil, mas eu precisava descobrir sobre o vídeo de Jiho e o que havia acontecido e o mais importante: Por que nenhum deles parece que foi enviado?

Assim que a porta do elevador havia se aberto, saí e fui até o final do corredor, tocando a campainha, havia demorado alguns minutos e eu podia escutar a conversa no lado de dentro, quando a porta foi aberta vi Choa que se assustava a me ver, eu nunca tinha ido ao dormitório, mas sabia onde era. Geralmente era Seolhyun que ia até meu apartamento, até por que eu ir á um dormitório de um grupo feminino era praticamente uma burrice em último nível.

- Ah... Zico? N-não, espera! – ela falava franzindo o cenho ao me ver forçar a porta e entrar sem nem ao menos pedir licença – Não pode entrar assim!

- Eu não vou demorar, acredite quando eu digo que não queria estar aqui. Onde está Seolhyun? Eu preciso de falar com ela urgentemente. – falei seriamente, Choa ainda parecia hesitante como se fosse insistir para que eu fosse embora, mas por alguma razão não o fez, me olhando então com certo receio, sempre falavam que eu parecia intimidador, mas ela não parecia com medo no entanto.

- Eu vi no dia que aconteceu, a transmissão da Jiho... Aquilo foi mesmo sério? Ela tentou  se enforcar ao vivo? – ela havia perguntado com a voz baixa, como se aquilo fosse algo que ela quisesse evitar perguntar, mas que tinha de saber. Eu não sabia se eu devia pensar bem antes de responder, parecia que Choa se importava com Jiho, mas se eram amigas por que nunca a visitou no hospital ou a ligou? Eu não tinha o direito de julgar ninguém, ainda mais eu que não conseguia proteger Jiho. Era difícil para mim achar uma resposta, falar o que aconteceu era algo incrivelmente doloroso por que me fazia lembrar da marca no pescoço dela, como see debateu naquela hora, de meu desespero enquanto eu levantava seu corpo para que a corda parasse de apertar seu pescoço.

- O importante é que eu impedi que o pior acontecesse. – falei sem ter coragem de contar que Jiho tinha sido levada, que estava em perigo nas mãos de um maluco que era capaz de tudo. Eu realmente queria qualquer informação que me ajudasse a descobrir quem era aquela pessoa – Eu só preciso perguntar uma coisa para Seolhyun, eu prometo depois ir embora, vai ser como se eu nunca tivesse vindo... Por favor, é sobre Jiho, eu preciso saber algo que Seolhyun deve saber... – pedi rezando para que Choa não me expulsasse dali, ela ainda estava hesitante, mas enfim ela havia concordado com a cabeça, talvez por que eu havia salvo sua amiga, eu não sabia o motivo para ser sincero. Choa apontava para o corredor e andava á minha frente, o dormitório estava um pouco silencioso, pelo visto algumas delas deveriam ter saído, ainda me era estranho estar ali, mas apenas segui Choa que me guiava pelo longo corredor. Eu me senti um pouco revoltado por ver que o dormitório delas era grande, tinha móveis bonitos e parecia um local tão espaçoso e confortável, diferente do dormitório de Jiho que era pequeno, eu mal sabia como ela conseguia viver em um quarto tão pequeno – Ah, eu sei que você e Jiho eram amigas, você a visitou no hospital...? – perguntei para preencher o silêncio, mas Choa apenas franziu o cenho ao parar de andar e me olhou ao se virar balançando um pouco os curtos cabelos loiros.

- Isso foi algo rude, mas... Eu também não entendi, sabe? – ela falava ao cruzar os braços – Na verdade eu fiquei brava. Ela pediu que eu não fosse até lá, o que foi bem intenso afinal eu iria com Jimin, levaríamos um presente de melhoras. Quando todos souberam ficaram muito assustados, mas pelo o que pareceu... Jiho pediu ao hospital para proibir visitas. – eu não sabia disso, na realidade eu me sentia um idiota por não ter insistido em ir no hospital, eu fiquei trabalhando e saindo com Dean, até mesmo com Jay Park em uma gravação em que fomos buscar Mino. Droga, por que eu não fui atrás de Jiho? Mesmo que ela tivesse proibido visitas, eu deveria ter tentado. Eu imaginava como tudo seria diferente, eu sei que eu não era a melhor pessoa para Jiho, ela sempre gostou de mim e eu não apenas pedi para que ela me apresentasse uma de suas amigas mas também empurrei Crush para ela, de fato eu sabia que Crush tinha mais cuidado com Jiho, ele sabia o que falar, o que fazer, até mesmo quando ela estava com ele o Anti não atacava. Mas quando ela estava comigo, era sempre atacada.

- Por que ela fez isso? – perguntei ao olhar Choa – As visitas, por quê?

Apesar da pergunta ser simples, ela não queria responder.

- Jiho está com problemas...? É por isso que veio aqui?

- Ela desapareceu, um stalker a levou... – falei sabendo que se eu não contasse talvez ela não me ajudasse como eu precisava, cruzei os braços e abaixei a cabeça – Havia alguém atrás dela, a forçando a fazer tudo aquilo. Eu sei que eu sou condenável, que me chamam de tudo... “Aquele arrogante”, “aquele idol sem nenhuma classe”, mas eu preciso achar a Jiho. Ela sempre esteve comigo e ela é o meu lado “bom”, entende? Nós somos parecidos, mas mesmo assim ela é melhor... Mais suave, ela é frágil e mesmo eu sendo um completo idiota eu sei que ela precisa de ajuda. – eu sei que não fazia sentido eu desabafar com alguém que eu nem mesmo conhecia, mas Choa pareceu não achar isso estranho, ela na verdade pareceu ter certa pena de mim, por como eu estava tentando seguir pistas inúteis na esperança de achar Jiho.

- Ela... Não queria que ninguém fosse por que isso atrairia atenção demais, apareceria na mídia. Jiho não queria que você tivesse notícias dela, dizia "Zico é teimoso demais, mas ele é ocupado... Eu não quero dar preocupações e acabar virando um peso, é melhor que ele me esqueça”. – Assim que ela havia me contado era lógico que eu me senti péssimo, Jiho achando que era um peso... Era assim que eu a fazia se sentir? Era terrível a sensação de “por que eu não percebi antes?”, era como se eu estivesse ficando com raiva de mim mesmo por nunca ter parado para conhecer um lado de Jiho que eu achava que conhecia. E enquanto que eu seguia Choa para o quarto em que estava Seolhyun, eu apenas pensava em Jiho e em como não percebia nada, ela frequentemente ia á reunião da Fanxychild e sempre se sentava em um canto, dando um pequeno sorriso e rindo baixo de algo que Dean havia dito, falando com Millic, até mesmo respondendo algo que Penomeco havia dito, mas... Ela realmente sempre estava em algum canto, desde algum tempo que ela estava assim, cabisbaixa e sempre olhando o celular. O Anti já a perseguia? Talvez. Por que nessas horas era Crush que falava com ela e tentava fazê-la sorrir? Ela sempre em eventos do grupo parecia um pouco distante, sempre falando só o necessário, aos poucos ela se afastou da Fanxychild alegando que não queria mais aparecer nos vídeos e logo não podia mais se apresentar conosco. Ela se isolou lentamente e se trancou em seu próprio mundo infernal na qual as pessoas não podiam entrar, ela se culpava por tudo e... Era tudo minha culpa. Eu era seu melhor amigo, eu deveria saber por seu olhar que ela precisava de mim, mas eu além de ferir seus sentimentos, fui o completo idiota que não enxergava como que ela estava sozinha e com medo – Ela gostava muito de você, Zico... Eu sentia que ela não queria te decepcionar. – mesmo que Choa tivesse falado isso para me tranquilizar, eu só fiquei mais triste com isso. Jiho... Você nunca me decepcionaria. Olhei a porta que Choa abria e vi dentro no quarto Seolhyun e Jimin conversando, estavam ainda de pijamas de cores claras e assim que Choa havia entrado vi o olhar delas sobre mim.

- O que ele faz aqui?! Choa, tem noção de como vão nos questionar se descobrirem que ele entrou aqui?! – Seolhyun não estava nem um pouco feliz com a minha presença e eu sabia muito bem disso, mas Choa havia feito um sinal para que ela se acalmasse.

- Ele disse que é rápido, não custa nada isso, não é?

- Mas Choa, Seolhyun tem razão, vão comentar se descobrirem... – Jimin falava ficando do lado de Seolhyun, infelizmente o único apoio que eu tive ali foi de Choa, mesmo com a maioria me querendo fora dali, eu precisava saber sobre o vídeo de Jiho.

- Eu não vou causar problema algum, eu só quero que você me fale uma coisa sobre Jiho. Apenas isso, eu nem queria estar aqui, mas é necessário. – pedi achando quase que humilhante ter que insistir, assim que Seolhyun havia escutado, suspirou profundamente e se levantou passando por mim e seguindo pelo corredor – Seolhyun. Por favor. Pelo amor de deus, ela era sua amiga, não era? – pedi ao segui-la, mas ela parecia ainda assim irritada, logo parando de andar e me olhando.

- Ah sim, a Choi Jiho. Aquela que me apresentou para você e depois que terminamos começou a morar em sua casa? Por que eu responderia algo para alguém como ela? – falava ao cruzar os braços – Eu não era tão amiga dela assim, Choa que era. – ela parecia realmente revoltada e havia negado com a cabeça – Se ela era mesmo minha amiga, por que pediu para que nunca me deixou visitá-la no hospital?

Choa me olhou e negou com a cabeça, não queria que eu contasse a verdade, que Jiho havia afastado as pessoas para que eu não tivesse notícias. Não... Ah, eu acho que eu começava a entender Jiho e isso apenas me preocupou mais, ela nunca gostou de me deixar preocupado... Não apenas a mim, mas a todos. Ela sabia que o Anti estava indo atrás das pessoas que eram mais próximas, com certeza temeu que todos que a conheciam pudessem sofrer, logo, Jiho quis afastar a todos para que ninguém se machucasse. Jiho havia escondido tantas coisas de mim, e eu não me sentia nada bem com isso.  

- Jiho levou um tiro, mais cedo foi ao dormitório para assinar papéis para sua saída da empresa...  Ela foi sequestrada e eu preciso saber de tudo que estiver a meu alcance, Seolhyun! – falei chamando a atenção dela que me olhou assustada com o que eu havia dito, tanto Choa e Jimin que haviam me seguido estavam em choque, a olhando de volta, eu estava sem tempo para perder e ainda tinha que me explicar – Você e Jiho gravaram um vídeo respondendo á perguntas, mas esse vídeo não parece que foi postado... Ela estava bem até certo ponto, houve algum comentário que a chateou. Eu preciso saber disso. Não me faça implorar. – eu queria a todo custo descobrir o que era o comentário e pela primeira vez Seolhyun parecia um pouco perdida sabendo que eu não estava sendo teimoso por curiosidade ou um motivo qualquer.

- Ela levou um tiro? – Jimin havia perguntado, mas eu ainda esperava alguma resposta de Seolhyun.

- Ela está em perigo e eu preciso saber de qualquer coisa que ajude.

- É impossível que ela tenha saído do grupo, nós vimos Sae hoje, uma das integrantes do grupo... – Choa havia dito fazendo com que mais perguntas viessem á minha mente, claro que ela tinha saído, Penomeco a levou para o dormitório, eu sabia disso.

- Não é que eu não queira te ajudar, eu simplesmente não sei o que aconteceu no dia do vídeo. Não sei que comentário era, só sei que era uma mensagem que ela havia recebido, mas ela falou que não era um fã e que teria que entregar o vídeo, eles não seriam enviados por ela.. E Choa tem razão, encontramos por acaso Sae hoje... O dormitório delas foi mudado há pouco tempo. Acho impossível que ela tenha saído, eu conversei com uma das integrantes hoje e ela comentou que a empresa tentaria apoiar Jiho... – era só o que ela sabia, dava para ver quando ela mentia e confesso que ela nunca gostou de mentir, então eu tinha agora apenas descoberto mais perguntas, mas eu faria o que tinha prometido. Ir embora. Eu estava correndo contra o tempo e precisava mais do que tudo descobrir o que havia acontecido á Jiho.

- Sinto muito o incômodo. – falei passando por elas e indo até a porta, eu mesmo abri e saí andando para a frente do  elevador, ainda pensando em tudo aquilo, se a empresa nunca quis tirar Jiho do grupo... Tinha algo errado, aqueles vídeos, o fato de Jiho ter sido levada ao sair do dormitório antigo, eu estava em uma corrida sem nenhuma vantagem. O que eu faria? Eu estava desesperado e precisava de qualquer coisa para ter alguma esperança. Apertei o botão do elevador e franzi o cenho, virando o rosto ao escutar o som de uma das porta e vi Choa correr rapidamente até mim, estendendo um papel.

- Nós pegamos o endereço do novo dormitório do 4DAY, achamos que ela logo iria para lá então a visitaríamos... – ela falou com um leve sorriso piedoso – A Seolhyun, ela está nervosa por que viu a transmissão também, mas estávamos em um treino e não a deixaram sair... Ela está abalada com tudo isso.

Peguei o papel, era de fato algo que me ajudaria e muito. Confesso que apesar da situação, eu tinha que entender que Seolhyun também estava brava por que Jiho não quis ninguém por perto, eu sabia que isso era algo difícil de aceitar, mas Jiho só queria manter todos em segurança. Ela sempre se sentia muito responsável por todos, como se cada mínimo problema fosse sua culpa. Olhei o papel e em um suspiro balancei negativamente a cabeça.

- A Jiho... Ela parecia feliz? – perguntei – Ela estava feliz estando em um grupo, saindo com amigos... Ou ela estava triste de alguma forma?

- Na verdade, não a deixavam sair muito conosco. Nós que a visitávamos para ser sincera... – ela falava antes que eu entrasse no elevador, mas assim que ela seguiu pelo corredor de volta ao dormitório e a porta do elevador se fechou, eu só me sentia mais perdido na busca de Jiho. Aquele endereço seria de fato o que eu precisava, talvez as colegas de grupo de Jiho soubessem de algo. No entanto, agora eu só queria ir para casa e deitar em minha cama, pensar que tudo melhoraria alguma hora e que a qualquer momento eu poderia acordar de um pesadelo e ver Jiho sem perigo de vida.

Eu estava cansado de tudo, era como se naquele momento tudo estivesse em minhas costas e se eu não conseguisse resolver... Não, eu nem queria pensar nisso, eu tinha de ganhar desse psicopata. Eu estava frustrado e com ódio, quando cheguei no apartamento no entanto não consegui me acalmar, tirei o casaco e me joguei no sofá, pegando o celular e ainda nada. Eu tinha que esperar quanto tempo afinal? Em um impulso me levantei do sofá e fui até o quarto em que estavam as coisas de Jiho, o quarto estava tão arrumado como ela havia deixado antes, era algo estranho saber que aquele quarto agora parecia ter a presença dela, na cadeira ainda estava algumas roupas dela e entre elas o meu casaco, o que ela estava vestida quando fui resgatá-la depois de ter sido largada em um local perigoso e deserto. Sentei na cama querendo me lembrar de cada gesto, até mesmo da voz que ela tinha. Escutei o som do celular e o olhei vendo que havia uma mensagem, mas ela simplesmente um endereço de um site, franzi o cenho e corri até meu quarto e liguei o notebook, acessando o endereço, não era nada, não tinha nada escrito além de uma tela preta e um vídeo que mais parecia uma transmissão ao vivo. Olhei novamente o celular vendo outra mensagem.

 

Nova mensagem (Anti): “Se contar á polícia sobre isso, já sabe o que acontece com ela. Você tem menos de uma semana para fazer tudo que eu disser, caso contrário ela morre. Ah sim, sobre esse site, eu pensei que talvez estivesse com saudade de vê-la. Sobre este número, nos comunicaremos através dele e se passar esse número para a polícia, já sabe das consequências”

 

Coloquei o nome no contato para que eu soubesse quando ler imediatamente a mensagem, olhei novamente a tela do notebook, uma transmissão havia sido enviada e não consegui tirar meus olhos da tela. Jiho estava amarrada á uma cadeira, parecia cansada e machucada, estava agora com os olhos vendados e mexia a cabeça uma vez ou outra como se estivesse apavorada a qualquer mínimo som, eu sei que eu devia estar aliviado de vê-la com vida, mas eu odiava ver como ela estava.

- Por favor, eu posso ter um pouco de água...? Por favor, eu preciso... – ela falava com a voz trêmula, o lugar em que estava era escuro e parecia tão frio. Eu me odiava por saber que ela estava sofrendo tudo isso, pude ver um homem em que eu não conseguia ver o rosto, estava com uma máscara escura. Não toque nela, não ouse tocá-la, seu psicopata. Ele não falava nada, apenas havia andado até ela com o que parecia ser um balde e despejava a água nela, parecia gelada por que ela havia gritado e agora estava encharcada, tremendo e parecia estar chorando, houve um pequeno som que parecia ser da câmera, o que a fez virar o rosto – Está me filmando, não é...? – mesmo que ela perguntasse, ele não respondia. Então Jiho resmungou um pouco –  Por favor, a minha mão está doendo... Você amarrou muito forte, por favor...! E-eu prometo não gritar! – a cada minuto eu estava com mais ódio, vi o homem andar até ela e afrouxar a corda que amarrava a mão esquerda dela, vi Jiho se inclinar um pouco e em um impulso quando a corda estava frouxa, retirou a mão dali e conseguiu alcançar a máscara dele, ela reagiu muito rápido e se inclinou mantendo a máscara consigo mesma, impedindo que ele pegasse de volta e escondesse o rosto. Ele deve tê-la ameaçado, ter dito que gravaria e que me mostraria, ela estava ignorando a chance de ser punida por isso. Olhei bem o vídeo podendo escutá-lo gritar com ela, tentando arrancar a máscara de si, mas ela havia agarrado a máscara e a mantido consigo com todas as forças que tinha. Ele parecia com dor, talvez Jiho o tivesse arranhado ao tirar a máscara, ele no entanto havia tampado o rosto com a mão. E mesmo na pouca iluminação, eu vi a cicatriz em sua mão. Uma pista, graças á própria Jiho. O vídeo tinha sido encerrado agora, peguei meu celular e vi depois de alguns minutos outra mensagem.

Nova Mensagem (Anti): “A próxima ameaça surgirá amanhã. Preparado?”

Era claro que eu estava, eu queria ser quem acabaria com ele, eu encontraria o paradeiro de Jiho. Tudo que eu fiz naquele momento foi responder “Você vai perder. Eu vou acabar com você com minhas próprias mãos”.



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