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História Anti - Broken


Escrita por: 1llusion

Capítulo 9 - Broken


Eu ainda estava agarrada ao que era uma máscara, eu o vi a colocar antes de vendar meus olhos e agora ele estava gritando comigo, mesmo tremendo de frio e ainda mais por ele ter despejado água gelada em mim, eu ainda tinha alguma força para continuar com a máscara em mãos. Ele estava me filmando, não é? Eu sabia que eu era refém dele, eu podia estar machucada e exausta, mas eu tinha que ser rápida, fazer tudo o possível para que eu ganhasse tempo. Eu pude escutar o som de seus passos, as teclas do celular e então outro barulho, os passos indo até mim e me puxando pelos cabelos fazendo com que eu levantasse a cabeça, ele havia tirado a venda de meus olhos, eu pude ver como estava com raiva, como me odiava.

- O que pensa que está fazendo?! Não entendeu ainda, ninguém vai te ajudar! – ele gritava arrancando a máscara de minhas mãos e jogando no chão, ele queria mesmo que eu desistisse, que eu acabasse abaixando a cabeça para ele e acreditasse nas coisas que falava, mas desviei o olhar sabendo que eu não podia fazer isso. Mesmo que eu acabasse morrendo, eu tinha de aguentar o máximo que podia. O jeito que eu reagia não o deixava nem um pouco feliz, havia me batido mais uma vez e se afastava indo até a mesa, eu não sabia onde eu estava e para ser sincera eu não tirei sua máscara apenas por estar me gravando e eu sabia que ele enviaria o vídeo para algum lugar já que ele amava fazer com que Zico me visse sofrer, eu precisei acabar com sua paciência para que ele tirasse aquela venda, tinha de olhar em volta e pensar em cada mínimo detalhe do lugar, se havia algo que eu poderia ter em meu favor... Infelizmente, eu não sabia onde eu estava e em meu estado, fugir não seria algo inteligente. Eu poderia estar no meio do nada e com a perna machucada, eu nunca conseguiria correr. Ele estava mexendo na mesa e se virava ainda com o celular em mãos, então me olhando – Aliás, Zico me respondeu, foi bem interessante... Logo será a vez dele fazer tudo ao alcance por você, bem, se ele se importar de fato com você. – ele falava então sorrindo ao ver minha expressão, ele queria me desesperar também, sabia que eu não queria que Zico passasse por  que eu tive de passar.

- Deixe-o em paz, por favor... Zico não precisa passar por isso, o que você quer? Já é tarde, a polícia já deve estar investigando tudo isso, mas se deixá-lo em paz eu prometo não falar nada á ninguém...  – falei, mas mesmo assim ele andava pelo local que mais parecia um porão escuro, me olhava então arqueando uma das sobrancelhas – Por favor, se é por você ter sido demitido... Fui eu que o convenci a processar a empresa, a culpa é minha então. – mesmo que eu implorasse, nada disso valia a pena, Boseok jamais me escutaria. Ele era insano e eu não sabia como tudo aquilo acabaria.

- Com certeza Zico não conseguirá dormir pensando em você, em como está nesse estado decadente. Talvez eu devesse mandar algo seu para ele como garantia, mas não posso sair daqui – Boseok aos poucos se aproximava, guardando o celular no bolso da calça e estalava os dedos, segurando com força em minha mão fazendo com que eu sentisse dor, logo segurando em um dos dedos – Então só o informarei sobre isso. – nem mesmo tive tempo de perguntar qualquer coisa que fosse, ele forçou meu dedo para trás até um som alto, gritei de dor e não pude conter as lágrimas ao sentir o dedo quebrado, abaixei a cabeça ainda chorando, eu queria sair dali, queria acordar daquele pesadelo. Boseok riu de como eu estava com dor, finalmente satisfeito – Ele não virá te salvar dessa vez.

 

[ Zico – 09:00 da manhã ]

 

Eu não havia nem mesmo fechado os olhos, mas permaneci no estúdio, mexendo em meu computador pensando em como que eu seguiria aqueles dias com todas as poucas coisas que eu sabia, era evidente que os investigadores não me contariam nada por verem que estava na cara que eu era estourado demais, nervoso demais para esperar boas notícias. Eu havia pensado em tudo que eu sabia e graças á Choa eu tinha o endereço do real dormitório de 4DAY, o grupo de Jiho. Bufei mais uma vez ao olhar o site que o Anti havia me enviado, ainda não havia iniciado outra transmissão e isso me deixava mais aflito, era de manhã e com toda certeza eu estava agitado, nem sabia quantas coisas haviam se passado por minha cabeça. Era hora de agir sozinho, se eu envolvesse alguém, Jiho morreria. Levantei passando as mãos em meus cabelos, pegando o celular e a carteira, colocando nos bolsos da calça escura, saindo do estúdio e andando pelo corredor até o quarto onde peguei meu casaco e vesti o mesmo, colocando o notebook na mochila, levando a mesma comigo. Eu sabia que era loucura, que talvez o melhor fosse ir á polícia, mas... Eu não podia cometer erros ou me arriscar tanto dessa forma. Meus passos estavam rápidos e saí do apartamento rapidamente, seguindo o longo corredor até o elevador, chamando o mesmo enquanto continuei com uma expressão séria no rosto. Quando entrei coloquei o capuz do casaco escuro e suspirei mais uma vez mordendo meu lábio inferior, eu sabia que Jiho era inteligente e que provavelmente não estaria esperando para que eu a buscasse, afinal, eu sabia muito bem essa parte dela. Jiho sempre agiu sozinha, tudo que sabe aprendeu por si, seu erro era achar que era algo horrível pedir por ajuda ou dar preocupações. Eu só queria que ela não reagisse, aquele homem parecia ser realmente insano.

Saí do elevador seguindo pelo corredor até ver na recepção Junseo que estava falando com o porteiro, droga... Eu sabia que ele desconfiava que eu faria algo estúpido, me virei me encolhendo no casaco e andei para a saída dos fundos, eu não precisava de um investigador atrás de mim logo agora que eu tinha que seguir regras do Anti. Eu havia saído do prédio sem pegar o carro, seria suspeito se eu fizesse isso afinal. Eu resolvi seguir a única pista que eu realmente tinha, eu iria atrás do grupo de Jiho, era a única coisa que eu podia fazer até a próxima mensagem do Anti.

O tempo estava frio, parecia que desde que Jiho havia sido levada, o tempo esteve escuro, fechado. No entanto o frio era o menor dos problemas ainda mais quando se tratava do que estava acontecendo, eu não atendia ligações de Penomeco, de ninguém e com certeza todos estavam estranhando como eu estava agindo, parecia que de fato eu estava passando por tudo que Jiho havia passado. Foi isso que eu pensei ao caminhar até o endereço do papel que Choa havia me dado, o local parecia de fato melhor que o primeiro dormitório, o prédio parecia ser mais seguro, era branco e mais alto, com grandes janelas. Com certeza Jiho estaria melhor ali, foi o que pensei. Por alguma razão permaneci olhando o prédio, eu me sentia cansado e tentava mesmo raciocinar, devia existir alguma coisa que deixei passar. Quem era o Anti na verdade? Encarei o muro do prédio e me aproximei, mesmo com os haters, parece que o grupo tinha ainda seus grandes fãs. Haviam colocado uma foto de Jiho ali como se já tivessem a colocado como morta, havia bastante flores á frente da foto, o que me fez me aproximar.

- Por favor, se não vai colocar uma flor na foto, vá embora. – Assim que escutei a voz, me virei para olhar quem era, vendo uma garota com os punhos fechados e uma expressão séria, tinha longos cabelos pintados de azul claro e me encarava até ver meu rosto – Ah... Zico, não é? – ela falava parecendo um pouco sem jeito – Ela me falava bastante sobre você. Desculpe-me, eu achei que fosse algum hater... Eles não tem vindo com frequência, mas ainda acontece. – ela falava acenando com a cabeça e indo até a foto de Jiho, colocando uma flor branca ali, então me olhando novamente – Eu sou a Sae, eu era do mesmo grupo de Jiho. O que faz aqui?

- Eu precisava perguntar uma coisa na verdade, sobre a Jiho. A empresa, a queria fora do grupo depois de tudo? Sei que deve ser estranho eu perguntar isso, mas... Eu preciso saber.

Ela continuou olhando a foto de Jiho e franzia o cenho como se aquela pergunta não fizesse sentido.

- Hm? A empresa nunca quis mandá-la embora, ela foi a primeira a ser do grupo. Claro que eles disseram que ela teria de se afastar por tudo o que fez naquela transmissão ao vivo, mas... Nunca falaram sobre retirá-la – falava – Mas, de qualquer forma, foi tudo muito estranho. Nenhuma de nós quis que tivesse essa mudança. Sabe, ela sempre cuidou de nós, então saber que iríamos para cá e ela continuaria no antigo até melhorar... Foi bem agitado, eu não gostei, queria muito ficar perto de Jiho. Agora está em todos os noticiários, pessoas falando em como que Jiho foi arrastada para um carro... – Sae tinha um pesar na voz e me olhava negando com a cabeça – Desculpe, não quero falar sobre ela... Dói saber que a empresa não está fazendo nada quanto á isso. – Ela parecia realmente afetada com o que estava acontecendo, andava até o portão querendo não falar mais sobre Jiho.

- Ela não está morta. - falei colocando as mãos nos bolsos do casaco – Sei que essa homenagem foi feita inocentemente, mas geralmente uma foto da pessoa e flores assim... É quando a pessoa morre e me ofende um pouco ver que já a consideram como uma pessoa que já se foi.

- Não é como se fosse da sua conta.

- É da minha conta, é a Jiho. Ela está viva, não adianta falar que a empresa não a quis expulsar do grupo quando vocês mesmas já a deram as costas sem nem ao menos tentar fazer algo para ajudá-la – minha voz estava pesada, a irritação de como as pessoas desistiam de Jiho na primeira chance, isso fazia com que eu odiasse as pessoas. Bufei e neguei com a cabeça olhando a foto de Jiho, as flores, tudo como se ela já estivesse morta – Ela não está morta! – a revolta havia tomado conta de meu corpo, a ponto de chutar aquelas flores e pegar aquela foto, rasgando a mesma e jogando no chão. Sae me olhava assustada e dava alguns passos para trás – Ah, desculpe, eu te ofendi? Eu não estou com paciência para garotas idol que fingem serem inocentes em uma situação desgraçada como essa! Ela foi levada por um maluco que a odeia por alguma razão! Eu estive no antigo dormitório dela, sabia que havia um rastro de sangue?! Ela está machucada e com medo agora, esse stalker pode estar espancando, pode a qualquer momento machucá-la de forma ainda pior e vocês nem ao menos falam nada sobre Jiho! – a raiva estava cada vez maior como se tudo aquilo fosse  ainda pior que o Anti. A garota abaixava a cabeça e encolhia um pouco os ombros me escutando gritar.

- Disseram que se falássemos dela, mancharia nossa imagem...

- Acha que eu ligo para minha imagem sendo que ela está em perigo? Acorde para o mundo real, a vida não é agradar a pessoas que não te conhecem e que gostam de você apenas por um visual ou por forçar um aegyo irritante na frente das câmeras, Jiho nunca pertenceu á uma vida assim, talvez nenhuma de vocês merecessem conhecê-la – suspirei e neguei com a cabeça sem conseguir me acalmar – Eu só vim perguntar uma coisa. O seu grupo fazia alguns vídeos respondendo comentários... Com quem que ficavam esses vídeos?

Ela ainda parecia com medo de mim e agora nem ousava me olhar nos olhos.

- A-ah, esses vídeos eram feitos apenas por Jiho, mesmo com os haters, em... Ela era a predileta da maioria do fandom. Mas ela nem mesmo ficava com os vídeos, ela entregava para alguém na verdade... Nenhuma de nós podia participar na verdade, não fazia muita diferença por ser sempre poucos minutos. – Sae havia dito com a voz baixa, era uma resposta que eu não podia fazer muito sobre, nem mesmo agradeci, simplesmente dei as costas e andei com passos pesados ainda me sentindo com ódio. Eu queria que parassem de falar de Jiho como se estivesse morta, pensei em de fato ligar para Dean ou Crush, eu precisava sair para algum lugar e esfriar a cabeça antes que eu fizesse algo estúpido, mas nem mesmo tive tempo disso, o celular havia vibrado e na mesma hora o peguei, desbloqueando a tela.

 

Nova Mensagem (Anti): “Se completar essa prova, ouvirá a voz de Jiho. Você tem meia hora para chegar até lá.”

 

Havia um endereço, franzi o cenho ao ver que era um hotel barato que eu costumava ir para ficar sozinho quando havia começado os problemas do Block B, era evidente que ele não havia perseguido apenas Jiho, mas á mim também. Eu tive que me apressar para ir, acho que eu nunca havia corrido tanto assim em toda a minha vida, o hotel não era tão longe de onde eu estava felizmente, e ainda com o capuz do casaco em minha cabeça peguei a primeira chave que consegui na recepção, subindo as escadas e indo para o quarto de número 107, ainda ofegante, tranquei a porta do quarto que não tinha nada além de uma cama de solteiro, uma mesa perto da janela e a estreita porta do banheiro.

“Já estou no hotel”

Respondi colocando a mochila na cama, retirando o casaco e voltando a olhar a tela do celular na espera pela resposta. Minha testa estava suando de tanto que eu corri, estavam me restando apenas dez minutos afinal. Sentei na cama pensando que eu precisava fazer o que fosse necessário, se eu conseguisse passar por aquilo, escutaria a voz de Jiho afinal.

 

Nova Mensagem (Anti): “Muitos gostam de sua aparência. Você consegue se olhar no espelho depois disso tudo? Quero que todos saibam só de olhar para você, se você sentir uma dor real e me provar isso, escutará a voz dela”

 

Eu tinha que sentir dor? Eu sabia que ele era impaciente e que se eu demorasse, algo ruim poderia acontecer. Tive de pensar bem no que ela havia mandado, novamente com pensamentos perdidos, me levantei com o celular em mãos, rodeei o quarto e entrei no banheiro apoiando as mãos na pia redonda sem saber o que fazer, levantando o olhar até o espelho, vendo meu reflexo no espelho. Franzi o cenho, era isso que ele queria? Aparência, “me olhar no espelho”, ele queria que eu sentisse dor e que isso fosse visível. Eu teria que provar que eu segui as regras, abaixei a cabeça tentando reunir a coragem necessária para isso. Jiho, ela se envenenou por minha causa, colocou uma corda no pescoço, afastou a todos e sofreu sozinha sem pensar duas vezes, o que eu tinha de fazer... Era pouco, muito pouco comparado á tudo que ela fez, eu sabia que ela ficaria triste se soubesse que eu fiz o que iria fazer agora. Mas eu não podia recuar. Olhei no espelho e peguei o celular, ligando a câmera e estendi o braço para o lado gravando o que eu mandaria para o Anti, encostei a testa no vidro gelado e suspirei, fechando os olhos então batendo a cabeça contra o vidro, a dor que viera era dilacerante, mas eu tive de continuar batendo, de novo e de novo, quebrando o vidro mesmo que eu sentisse o sangue escorrendo por meu rosto. As lágrimas não paravam de cair e cambaleei para trás, batendo minhas costas contra a parede, zonzo e ainda sentindo aquela dor, o vidro estava destroçado e dava para ver o meu sangue desde o vidro até a pia e então o chão, eu havia feito, não era? Passei a mão na lateral de minha cabeça vendo o sangue em minha mão, eu nunca havia me machucado tanto assim, mesmo no estado em que eu estava, respirei profundamente pegando o celular com as mãos trêmulas, enviei o vídeo e sentei no chão, ofegante e trêmulo. Minha mão tremia e mesmo no estado em que eu estava, vi o celular tocar e ainda em lágrimas, o aproximei de meu ouvido me esforçando a manter os olhos abertos.

- Jiho? – perguntei ao escutar um som baixo.

- Por que fez isso...? – era a voz de Jiho, estava trêmula, eu sempre odiei escutar a voz dela assim por sempre saber que estava chorando quando eu escutava a voz dela daquela forma. Dei um leve sorriso por escutar finalmente a voz dela depois de tanto tempo, sei que eu já havia visto a transmissão e tive a certeza de que ela estava viva, mas  eu estava desesperado, sei que pareceria ridículo, mas poder escutar a voz dela já era algo que me deixava melhor, saber que estava viva era o que estava mantendo minha sanidade – Zico...? Precisa ir á um hospital...

Mesmo que ela estivesse com medo, ainda assim ela não mudava e isso me fez chorar, saber que ela ainda se preocupava comigo sendo que ela que estava em muito mais perigo.

- Eu queria escutar sua voz.

-  ...Você é um idiota. – ela havia dito baixo, com a voz quase que fraca, ela não queria que eu me machucasse, que eu sofresse por causa daquele pesadelo, mas tinha sido minha decisão dessa vez.

- Jiho, aguente só mais um pouco... Eu vou te tirar daí o quanto antes, é só uma questão de tempo – falei ainda gemendo de dor, eu tentava escutar algo ao fundo, mas o local parecia silencioso, o que não me ajudava em nada – Jiho...? – perguntei, franzindo o cenho, ela não parecia bem, a voz estava ofegante e parecia um pouco fraca, talvez ele nem estivesse dando água ou comida á ela. Mesmo assim eu pude escutar algo que ela havia dito, algo baixo em um sussurro quase que impossível de se escutar.

“É uma questão de números, Zico...”

A ligação havia se encerrado e eu apenas pensei nisso, questão de número... O que significava? Jiho, você me deu uma pista mesmo sabendo que isso poderia piorar sua situação? Números, o que significava? Eu estava com tanta dor que pela primeira vez senti que deveria pedir ajuda, então mandei uma mensagem para a única pessoa que sabia de fato sobre o Anti. Assim que enviei a mensagem, me forcei a levantar e cambaleei para o quarto, destrancando a porta, caminhando então para a cama, me sentando e pensando na voz baixa de Jiho e no que havia dito. Ela havia dito algo que parecia essencial, mas o que significava? Pensei em tudo que eu sabia, que aquele homem a detestava, tinha uma cicatriz na mão, ele a levou quando ela saiu do dormitório antigo e havia algo relacionado á números. Eu não estava nada bem e em meio do silêncio e de como tudo estava acontecendo, uma lembrança viera até mim, uma que nem era tão antiga assim. Foi alguns dias depois de eu ter começado a sair com Seolhyun, naquela semana pelo o que eu sabia, Jiho havia saído, em alguns dias ela se dava ao luxo de escapar do manager e ir sempre para o mesmo lugar para poder respirar mais tranquilamente. Era uma cafeteria pequena que tinha moveis de madeira escura e envelhecida, havia alguns livros e ela sempre pedia um chá de cor avermelhada, essa era a cor predileta dela também. Mas durante aquela semana toda, não tinha ido á essa cafeteria sentar na sua mesa predileta, eu sabia por que durante vários dias eu não a vi lá, ela que havia me apresentado o lugar depois que eu debutei no Block B. Mas dessa vez, eu não a vi mais naquela mesma mesa, até que um dia eu a vi, mas em uma mesa perto das prateleiras de livros, tomando o chá avermelhado, ela estava com os cabelos soltos e estava olhando fixamente um quadro na parede a seu lado, parecia concentrada, era a imagem de um penhasco ao anoitecer. Eu não havia percebido, mas... Era difícil saber o que ela pensava, Jiho sempre se fechava com facilidade. Lembro-me que quando me aproximei e ela me viu, não havia dado o sorriso doce que era normal ela ter, apenas deu um leve sorriso de lado. “Desculpe, eu tenho que ir daqui alguns minutos”. Talvez eu tivesse magoado os sentimentos de Jiho, no entanto ela não parecia brava, apenas indiferente por alguns minutos, eu me sentei á mesa ficando de frente para ela e nem mesmo percebi que aquele sorriso havia sido forçado, simplesmente fiquei ali pedindo um café e olhei o claro falando de coisas do Block B, sobre trabalho, eu nem mesmo percebi como ela estava pálida, como parecia cansada, ela não parecia estar se alimentando direito e eu não disse nada. Só depois que eu descobri que o manager havia dito que ela devia fazer uma dieta mesmo ela já tendo um corpo bonito, Jiho era bonita, mas acho que isso não era o bastante. Geralmente eu escutava pessoas falando que se fosse para atuação, ela daria perfeitamente para interpretar uma irmã mais nova de Nana do After School. Naquele dia, enquanto eu falava sem parar sobre trabalho, Jiho ficou em silêncio, estava na cara que a dieta não estava a fazendo bem, era como se ela pudesse desmaiar a qualquer momento. Fora que ela não parecia mais a mesma, parecia com medo como se eu ou qualquer pessoa pudesse gritar com ela a qualquer momento, eu permaneci ali enquanto ela tomava lentamente o chá até que um homem entrasse a cafeteria, era alguém alto e com roupas escuras falando “Choi Jiho, de volta para a empresa, agora. Sabe que não tem permissão de sair assim”, foi aí que ela o olhou com certo medo por causa do tom da voz e assim me olhava, falando baixo “Ah, Zico... Ele é meu amigo, posso ir depois de nossa conversa? Você tem um assunto para falar comigo, não é mesmo, Zico?”, foi o que ela havia dito me olhando como se pedisse por ajuda, como se não quisesse ir, que o Manager gritaria e que ela seria mais uma vez criticada. Mas... Eu não fiz nada. Agora eu me odiaria por saber que a única coisa que eu fiz foi olhar o celular e me levantar da mesa, falando “Se você tem um compromisso, precisa ir, Jiho. Eu tenho que ir também, tenho algumas coisas importantes para fazer”. Ela indiretamente pediu para que eu ficasse ali com ela pelo menos por alguns minutos, mas eu ignorei a sua voz e seu olhar, talvez eu tivesse magoado Jiho muito mais do que eu pensava, depois que ela escutou isso de mim, se levantava e havia me olhado soltando um suspiro baixo.

“Você é um idiota.”

Talvez Jiho fosse o tipo de pessoa que quer ver a todos felizes, mas por que ela não pensava em si mesma? Eu não a ajudei quando ela teve coragem de pedir por ajuda em outras palavras, mas ela continuou me ajudando em tudo e principalmente impedindo que o Anti me machucasse de alguma forma, era incrível que ela tivesse me chamado de idiota apenas duas vezes. Quando eu não a ajudei e quando eu me feri por sua causa, pensar nisso me fez um pouco mal... Mas confesso, há poucos minutos quando ela me chamou de idiota, talvez eu tivesse escutado da forma mais adorável que alguém pudesse dizer.

- Zico?! Meu deus, o que aconteceu?! – escutei a voz de Crush, ele havia entrado no quarto e me visto sujo de sangue, fechava a porta e levava a mão aos próprios cabelos – O que você fez?!

- O Anti falou que eu tinha de fazer isso... Está doendo, eu sinto que vou desmaiar a qualquer momento. – falei ainda tonto, ele havia corrido para o banheiro abrindo o armário pegando medicamentos, eram poucos, mas era o que ele precisava, então voltando até mim, tentando limpar os machucados para que eu parasse de sangrar – Eu... Fiz certo, eu consegui.

- Está maluco?! Se sabe de algo, conte a polícia, vai acabar morrendo dessa forma! – ele estava apavorado ao mesmo tempo que bravo que eu estivesse fazendo aquilo – Que droga, acha que vai salvar Jiho dessa forma?! – ele falava me dando sermão enquanto eu ainda estava lento, porém aquela lembrança da primeira vez que ela havia me chamado de idiota, a vez que ela pediu por ajuda e eu não fiz nada... Algo que eu lembrei fez com que tudo que eu sabia se encontrasse de repente, naquele dia quando eu vi Jiho andar com o Manager, para que ela andasse mais depressa, ele apoiou a mão em suas costas e por acaso eu havia olhado. Uma cicatriz. O Anti sempre sabia os lugares que ela ia, o que fazia, com quem falava... O Manager estava o tempo todo sabendo destas coisas, ele que controlava cada aspecto da vida dela... Quando ela desapareceu, Penomeco a levou ao antigo dormitório, ela foi se encontrar com o Manager para assinar os papéis de sua saída do grupo e isso foi uma desculpa, a empresa não queria retrirá-la, tanto Sae como Choa e Seolhyun haviam dito isso. Assinar os papéis tinha sido uma desculpa para que Jiho fosse ao encontro dele. Era ele, o manager abusivo de Jiho. Quem de fato era esse homem?



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