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História Antinomia - Undertale - Vozes da Madrugada


Escrita por: cecifrazier

Notas do Autor


OIN GENTENEY
(Não acredito que escrevi isso, mas okay)
Aqui vai mais um capítulo

Boa leitura <3

Capítulo 3 - Vozes da Madrugada


 

Sentir medo é saudável. Quando crianças, muitos de nós dissemos que não tínhamos medo de nada, que éramos valentes e corajosos. Mas o medo é essencial para nossa existência. Sans era a típica pessoa que se dizia não ter medo de nada, mas no fundo, reconhecia que o desconhecido lhe causava pavor. Foi muito complicado para que ele aprendesse a controlar sua magia, mas quando Gaster lhe dissera que poderia ajudar outras pessoas, sentiu-se confiante e a dominava com maestria. Mas ainda assim, ele tinha medo. Medo de que algum dia não soubesse como lidar com certa situação ou paciente. Medo de que, em algum momento de sua vida, passaria pelo mesmo que seu pai passou quando Elizabeth morreu. 

 

Mas ele era determinado, não deixava suas emoções transparecem dessa forma. Duro como um cristal, Sans não se deixava abalar por quaisquer problemas que fossem. 

 

Naquele mesmo final de tarde, quando seu turno no hospital havia chegado ao fim, Sans passou em um supermercado para comprar coisas básicas para sua casa. Comprou alguns produtos de limpeza que estava faltando, uma escova de dentes nova, uma caixa de hambúrgueres congelados e uma garrafa de suco.  

 

No caminho de casa, soltou um suspiro ao ver algumas crianças brincando na rua, sentia falta de quando brincava com Papyrus. Por mais que a dor de ter perdido a mãe o afetava mais do que a Sans, tentava ao máximo não tocar naquele assunto, afinal, era seu dever como irmão mais velho proteger o irmãozinho.  

 

Quando finalmente chegou em casa, o Sol já havia se escondido no horizonte, dando espaço para um azul escuro e uma Lua encoberta pelas nuvens. Jogou sua chave, as sacolas e sua bolsa em cima da mesa da cozinha e bebeu um copo de água. Deixou a caixa de hambúrguer próxima ao fogão e o suco na geladeira, aquele seria seu jantar. Mas antes, veria um pouco de televisão. Jogou-se no sofá e ligou o aparelho, ficou passando os canais até encontrar um de desenho. Por mais que tivesse quase trinta anos, adorava ver desenho e lembrar de sua infância, aquilo era nostálgico. 

 

O telefone que estava ao lado do sofá, de repente, começou a tocar. Já fazia um tempo que Sans não recebia ligações, então ficou surpreso com aquela.  

 

— Alô? — Disse ao atender o telefone.  

 

— É da casa do Sans? — Uma voz feminina extremamente familiar perguntou.  

 

— Sim, sou eu. Quem fala?  

 

— Sans! Não se lembra de mim? — A moça exclamou com animação na voz. — Sou eu! A Anne! Estudávamos juntos, não lembra?  

 

Anne foi uma amiga de escola, estudou com Sans no ensino médio. Desde quando se conheceram, tornaram-se amigos praticamente inseparáveis e chegaram até a namorar, entretanto, quando a avó de Anne precisou fazer uma cirurgia, seus pais precisaram se mudar, pois grande parte da família não vivia em Ebott. Ambos trocavam mensagens todos os dias, mas quando entraram para faculdades distintas, o tempo livre foi tornando-se cada vez menor e consequentemente, o contato também. Anne era uma moça muito bonita, tinha a mesma idade que Sans, 26 anos, longos cabelos castanhos e cacheados, pele morena e olhos escuros. Sempre gostou de escrever e desejava intensamente tornar-se uma grande escritora algum dia.  

 

— Anne! A quanto tempo! Espere, como conseguiu meu número?  

 

— Ah...pedi pro seu pai. Voltei pra cidade faz alguns dias com meu tio, ele e seu pai eram amigos na faculdade, então quando meu tio foi visitar o hospital do seu pai, reconheci logo de cara. Acho que você deve ter visto um padre com uns homens, né? Meu tio é um dos seguranças que estavam acompanhando.  

 

— Vi e achei bem estranho até. — Sans riu. — Mas por que não te vi lá?  

 

— Tive que sair logo, tenho que terminar meu livro. — Anne soltou uma risada baixa. — Eu consegui, Sans.  

 

— Nossa! Parabéns! Lembro que você vivia dizendo que conseguiria mas nunca duvidei, afinal seus textos são ótimos.  

 

— Obrigada... — Ela murmurou. — Eu estava pensando, já que estou aqui, por que não...saímos juntos? Como nos velhos tempos.  

 

— Eu adoraria. Qualquer dia desses depois do trabalho, pode ser?  

 

— Tudo bem. — Anne concordou. — Ah, preciso desligar, minha gata está arranhando o sofá de novo. Adorei ouvir sua voz, boa noite, Sans.  

 

— Boa noite, Anne. — E então, ela desligou.  

 

Sans soltou um suspiro pesado. Recordou-se da época que namorava Anne, eram muito felizes juntos e ele poderia afirmar que a amava demais, porém, quando ela foi embora, o sentimento mudou. Ficou muito triste, claro, mas depois sentiu como se não tivesse passado de uma paixão passageira. Ele imaginava o quanto Anne estava animada para reencontrá-lo, mas não poderia dizer o mesmo de si mesmo. Sans sentia-se culpado por isso, já que, por um segundo, teve a leve impressão que estava a enganando. De qualquer forma, era apenas um encontro não faria mal, certo? 

 

Levantou-se do sofá, deixando a televisão que já exibia o jornal, ligada. Foi até a cozinha e decidiu fazer os hambúrgueres. Sans sabia que não tinha as mesmas habilidades culinárias de seu irmão, mas até que sabia cozinhar algo. Assustou-se ao ouvir uma trovejada, seguida por um barulho de chuva que começava a cair contra o teto. Ótimo, ele adorava quando chovia, mas odiava quando tinha um apagão. 

 

Ao terminar de fritar duas carnes, tirou dois pães da padeira, os cortou e montou seus hambúrgueres. Tirou um vidro de ketchup da geladeira e praticamente encharcou os pães com ele. Talvez esse fascínio pelo tempero fosse de família, já que Papyrus adorava jogar ketchup em cima dos seus famosos espaguetes.  

 

•••

 

O relógio já marcava 01:45 e a chuva apenas se tornava cada vez mais intensa. Sans já estava prestes a se deitar, usava uma calça moletom preta, um casaco azul escuro, uma blusa branca e, claro, suas pantufas rosa. Mas, de repente, ouviu batidas insistentes na porta. Por um momento, ficou hesitante em abrir. Andou lentamente até a entrada e arregalou os olhos quando viu quem era pelo olho-mágico.  

 

Abriu a porta e a encarou por alguns segundos. Era Frisk, seus shorts e blusa branca com desenhos de flores amarelas estavam completamente encharcados pela chuva, os olhos estavam marejados, respiração ofegante e seus joelhos estavam ralados. Provavelmente escorregou e caiu por conta da calçada molhada, já que seus pés estavam descalços.  

 

— Frisk! O que aconteceu? — Sans exclamou enquanto a puxava para dentro, então a sentou no sofá e a cobriu com seu casaco.  

 

— ....as vozes...elas me assustam, doutor. — Ela sussurrou enquanto se encolhia no móvel. — Você disse que eu podia vir, então... 

 

— Mas é perigoso! — Ele sentou no sofá e a encarou. — Já está tão tarde! E se acontecesse algo com você?  

 

— Mas eu não me sentia segura lá! — Frisk exclamou, fazendo Sans se assustar e arregalar os olhos. — Eu não... 

 

— Está tudo bem. — Sorriu e fez carinho em sua cabeça. — Pode dormir aqui esta noite, afinal, fui eu que disse pra você vir. 

 

Frisk sorriu com sutileza, então abraçou levemente o rapaz ao seu lado.  

 

— Obrigada...  

 

•••

 

Agora, o relógio já marcava 02:52. Sans tinha arrumado a cama de seu quarto para que Frisk dormisse lá e, com muitas insistências da mesma, acabou colocando um colchão ao lado do móvel para ficar perto da moça. Ela não queria ficar sozinha, disse inúmeras vezes que se sentiria mais segura se tivesse Sans ao seu lado, e ele não poderia negar ao seu pedido. Não poderia negar que tê-la por perto, estranhamente lhe acalmava, como se só se sentisse realmente bem ao tê-la ali. 

 

Quando percebeu que Frisk já dormia, Sans se sentiu mais tranquilo. Às vezes, imaginava o quão difícil seria para ela lidar com aquelas situações, aquelas vozes que lhe atormentavam e lhe tiravam o sono.  

 

Afinal, ele também passava por coisas parecidas.  

 


Notas Finais


É ISSO GENT

Obrigada por lerem <3
Até o próximo capítulo <3


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