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História Antinomia - Undertale - Temida Ansiedade (Especial de Natal)


Escrita por: cecifrazier

Notas do Autor


ERA PRA TER POSTADO ONTEM, MAS TAVA COM PREGUIÇA
DESCULPA
E EU ME DISTRAÍ MUITO HOJE
AGORA ESTOU POSTANDO NOS ÚLTIMOS MINUTOS
ENFIM
Boa leitura <3

Capítulo 5 - Temida Ansiedade (Especial de Natal)


 

Ansiedade.  

 

Ansiedade é algo difícil de descrever. Você está tão animado, mas ao mesmo tempo tão nervoso. Tão feliz, mas ao mesmo tempo tão inseguro. Ansioso para ter algo, mas ao mesmo tempo tem medo, receio...até mesmo pânico. Talvez a ansiedade seja descrita como a mistura de vários sentimentos e emoções, tudo torna-se um tumulto que afeta tanto seu corpo quanto sua mente. Ou talvez seja descrita como algo indefinido. Algo apenas...indescritível. Quem nunca ficou ansioso para algo? Principalmente, quando a incerteza ataca sua mente, devorando cada pedacinho de calmaria que seu coração deveria ter. Até mesmo causando um surto de pânico. É tenso, não? Há tantas outras formas de descrever essa sensação confusa e era engraçado o jeito que Sans tinha para isso. Ele a via como uma vizinha bipolar que a cada instante batia na porta para pedir um pouco de açúcar. Sans às vezes duvidava de seu próprio profissionalismo. 

 

No caminho de volta para casa, após seu encontro com Anne, Sans ficou pensativo sobre aquele beijo. Sentia que não deveria ter acontecido, sentia que...foi errado. E era difícil ele pensar daquele jeito. Com sua personalidade um tanto orgulhosa, eram raras as vezes que Sans admitia estar errado sobre algo. Ainda mais, algo que ele gostasse. Ora! Afinal, quem não gosta de beijos? Sans adorava. Mas aquele o fez sentir-se diferente. Foi como se um fantasma do passado houvesse lhe visitado por alguns instantes. Talvez até uma nostalgia melancólica.  

 

Quando chegou em casa, a primeira coisa que fez foi subir as escadas, entrar em seu quarto e jogar-se na cama.  

 

•••

 

Acordou um pouco mais tarde naquele dia, pois era sábado, sua folga. Outros médicos estariam trabalhando no hospital, e tinha quase certeza de que eles não sabiam do pequeno “truque” de seu pai. Levantou-se, corpo mole e sonolento, pegou uma toalha e foi para o banheiro, talvez um banho gelado ajudasse. 

 

A água caindo por seu corpo o fazia tremer de frio, mas era uma sensação boa e relaxante. Aproveitou que estava no banheiro para fazer a barba, pois fazia um tempo que estava sendo desleixado com ela. Vestiu-se com uma calça jeans e blusa preta com mangas até os pulsos. Adorava sentir o piso gelado em seus pés descalços em dias como esse, então nem se deu o trabalho de calçar suas pantufas. Desceu as escadas e foi até a cozinha, preparou uma xícara de café na cafeteira e fritou alguns ovos. Pensou em passar o dia todo enfurnado em casa, entretanto, talvez fosse ao cinema, fazia muito tempo que não ia.  

 

Pegou uma jaqueta azul escuro e pôs seus tênis. Iria passar no supermercado antes, fazer umas compras de Natal, quem sabe? Sans talvez devesse ser mais alegre para datas como essa, sua casa estava tão triste e sem vida. Digamos que ele era o tipo de homem que deixava praticamente tudo para cima da hora. Nem mesmo sua árvore estava armada! E já era dia 24! Lembrou-se que Anne havia lhe convidado para passar Natal com ela, porém, prometeu para Papyrus que os visitaria ao menos no dia 25. Saiu de casa e espirrou ao sentir o vento gélido. Caminhou calmamente até a parada de ônibus, prestando atenção na calmaria da rua e nos enfeites natalinos nas janelas e portas. Por um momento lembrou-se de sua mãe, pois aquela era sua época preferida do ano. Quando pegou o ônibus, agradeceu internamente por não estar tão lotado. Sentou-se no fundo e soltou um longo suspiro. Uma vez seu pai lhe perguntou quando iria casar, pois “já estava na hora de construir uma família”. Às vezes Sans concordava com ele. Daqui uns anos faria 30 e a vontade de conseguir alguém aumentava, mas sua cabeça estava apenas concentrada no trabalho. Se bem que...talvez Anne fosse uma boa pretendente. Pensou em esquecer aquilo. 

 

Desceu no ônibus e não precisou andar muito até que chegasse ao supermercado. Entrou e pegou um carrinho. O que mesmo tinha em uma ceia de Natal? Sabia que tinha um chester, mas não daria tempo de preparar. Uma lasanha! Ótimo! Adorava lasanhas e eram fáceis de preparar. Até pensou em comprar uma garrafa de vinho e beber até cair, mas Sans não era desses. Massa pronta, molho de tomate, presunto, queijo, carne...é, até que seu carrinho não estava tão vazio. Aproveitou para comprar uma garrafa de refrigerante também. Quando Sans estava indo em direção ao caixa, arregalou os olhos ao ver Frisk junto à Toriel. Ela estava usando um vestido vermelho de alcinhas e renda branca em sua saia. Os cabelos estavam presos em um pequeno rabo de cavalo e usava tênis preto com meias brancas. Ela...estava tão bonita.  

 

— Olá, Sans. — Toriel o cumprimentou com um sorriso gentil. Ele estava tão distraído que nem percebeu a aproximação. 

 

— Bom dia, senhora Dreemurr. — Sans sorriu e desviou o olhar para Frisk. — Bom dia, Frisk.  

 

— Bom dia. — Ela sorriu, algo que fez Toriel soltar uma risada baixinha. 

 

— Acho que você fez um milagre, Sans. Agora ela não está tão quieta e se ofereceu para me ajudar nas compras de Natal! 

 

— Nah, só estou fazendo meu trabalho. — Sans soltou um breve suspiro. — E o senhor Asgore? 

 

— Ah, ele está cuidando de alguns assuntos importantes. — Toriel sorriu torto e passou a destra pelo cabelo. — Então, onde vai passar o Natal? 

 

— Em casa mesmo, sozinho. Talvez amanhã eu vá visitar meu pai e meu irmão.  

 

— Sozinho?! — Ela exclamou. — Por que não passa conosco?  

 

— Mas... — Ele fez uma pausa, meio apreensivo, mas logo soltou uma risada baixa. — Seu marido não vai achar uma má ideia? 

 

— Asgore quase não está em casa por causa do trabalho na prefeitura, provavelmente não passará Natal com sua própria família. — Toriel franziu as sobrancelhas.  

 

— Passe Natal com a gente, Sans. — Frisk murmurou, com um sorrisinho em seu rosto. — Vai ser...legal.  

 

— Bem, já que insistem. — Sans piscou. — Vou fazer uma lasanha, posso levar para a ceia então.  

 

— Frisk pode te ajudar, ela cozinha muito bem. — Toriel e sorriu, então pegou sua carteira. — Minha filha, passe o nosso endereço para ele, vou pagar as compras. 

 

Frisk assentiu, então viu sua mãe ir em direção a outro caixa. Ela olhou para Sans e, por algum motivo, sentiu suas bochechas arderem ao vê-lo sorriu. Pegou seu celular e mordeu levemente o lábio inferior.  

 

— Hm...qual é o seu número? — Murmurou, com a cabeça abaixada.  

 

— Me dê aqui, vou salvar. — Sans a viu assentir, então pegou o aparelho e salvou seu número nele. Percebeu que Frisk estava um pouco tímida. Ele soltou uma risada baixa e afagou os cabelos dela. — Você vai me ligar?  

 

— Eu...vou passar o endereço por mensagem. — Frisk desviou o olhar e guardou o celular no bolso do vestido. — Então...quando vai fazer a lasanha? 

 

— De tarde. — Ele suspirou. — Você está bem? As vozes...estão te deixando em paz? 

 

— Elas...ainda falam comigo, mas... — Frisk contraiu os lábios e soltou uma risada baixa. — Mas não é tanto assim. 

 

— Isso é ótimo. — Sans sorriu. — Bem, eu vou pagar as compras, até mais tarde.    

 

••• 

 

Mais tarde naquele dia, Sans já estava separando os ingredientes para a lasanha. Frisk lhe mandou mensagem com o endereço, porém, Toriel lhe disse para guiá-lo até sua casa. Por algum motivo, Sans estava ansioso. Quando ele ouviu batidinhas na porta, na hora sentiu seu coração bater mais rápido. Correu até a entrada e a abriu. Viu Frisk com um vestido preto até os joelho, ele tinha uma faixa branca na cintura e a costa era nua com uma tela transparente. Usava também sapatilhas pretas e um colar dourado de coração. 

 

— Oi, Frisk. — Ele sorriu. — Pode entrar.  

 

— Oi. — Frisk sorriu de volta e entrou. — Então, faremos lasanha de quê? 

 

— Pensei em bolonhesa. O que você acha? 

 

— Perfeito! — Ela exclamou e juntou as mãos.  

 

Era engraçado pensar que a algumas semanas atrás Frisk praticamente não falava, agora, ela parecia até feliz! Parecia não, realmente estava. 

 

Algum tempo depois, a lasanha já estava no forno. Um silêncio repentino tomou conta da casa, Frisk estava um tanto acanhada e Sans não sabia o que dizer. Apenas trocaram alguns olhares e riam sem motivo. Até que ele decidiu que seria uma boa ideia assistir televisão. Programas típicos do Natal passavam, coisas como desenhos ou filmes antigos.  

 

— Você não vai passar Natal com seu pai? — Ela perguntou, quebrando o silêncio.  

 

— Amanhã vou na casa dele. — Sans bocejou. — Todo ano é assim, geralmente passo a virada sozinho.  

 

— E...o que vai fazer na virada do ano? 

 

Ele mordeu o lábio inferior ao ouvi-la dizer aquilo. Era quase como se Frisk estivesse lhe convidando para um encontro.  

 

— Ficar em casa, talvez. — Ele sorriu. — E você? 

 

— Vou ver a queimada de fogos na praia. — Frisk respondeu alegre. — Você...quer vir? Digo, se não tiver nada melhor para fazer.  

 

— Claro. — Sans soltou uma risada baixa. — Então...são 45 minutos de forno?  

 

— O que?  

 

— A lasanha.  

 

— Ah, sim, são sim. — Ela riu baixinho, passando a destra pelo cabelo. — Acho que vai ficar ótima.  

 

— Também acho. — Murmurou.   

 

•••

 

O caminho até a casa de Frisk foi tranquilo. Já estava anoitecendo e o clima estava esfriando. Sans usava uma calça jeans preta, camisa azul marinho e uma blusa xadrez vermelha. Usava também um tênis cinza e um relógio preto. Quando chegaram, Sans arregalou os olhos ao ver quão a casa estava decorada. Ela era grande e muito bonita, mas o que mais poderia esperar da casa do prefeito? 

 

— Sans! Bem-vindo! — Toriel exclamou com um sorriso, enquanto abria a porta. — Vamos entrando, a casa é toda sua.  

 

— Oh, muito obrigado. — Ele sorriu.  

 

— Querida, mostre onde é a cozinha pra ele.  

 

Frisk assentiu, então o guiou até a cozinha. A mesa estava enfeitada, havia algumas travessas de vidro em sua superfície com comidas bem decoradas. Havia apenas três pratos na mesa e uma moça, que presumiu que fosse a empregada, estava de olho no forno. Provavelmente com um chester ou peru.  

 

— Mãe, o Asriel não vem mesmo? — Frisk perguntou quando viu sua mãe entrar na cozinha.  

 

— Não, filha. Ele vai passar Natal com a namorada. — Toriel suspirou. — Sabe como é ele, né? Igualzinho ao pai.  

 

Asriel era o filho mais velho de Toriel e Asgore. Ele realmente era igual ao pai, quase nunca estava em casa, sempre estava estudando ou com a namorada. Mas às vezes, Toriel achava que não era bem isso que ele fazia. Ir em festas, talvez? Era coisa de mãe, ninguém mais entendia.  

 

Sans realmente estava impressionado com aquela casa, era muito bonita. Desejou internamente um dia morar em uma igual, ou parecida pelo menos. Passaram boa parte do tempo na sala, assistindo televisão e conversando sobre emprego, família e até mesmo Toriel perguntou se Sans já teve alguma "namoradinha". Frisk sentiu-se um tanto incomodada quando sua mãe perguntou aquilo.  

 

Quando finalmente deu meia-noite, todos se abraçaram e se cumprimentaram. Trocaram presentes e Sans se surpreendeu ao ver que Toriel havia comprado um presente para ele. Era um moletom preto e parecia ser de marca. Ele pensou em recusar, pois tinha tantos moletons que mal conseguia contar, mas seria indelicadeza de sua parte. Frisk, quando percebeu que já estava tarde, pensou que seria uma boa ideia que Sans passasse a noite em sua casa. Toriel concordou com sua filha e, após insistir tanto, Sans acabou cedendo.  

 

— Filha, leve ele pro quarto de hóspedes enquanto eu ajudo a Júlia a guardar a comida. — Toriel disse com um sorriso cansado.  

 

— Tá bom. — Frisk sorriu e olhou para Sans. — Vem.  

 

Ele assentiu, então subiu as escadas com ela até o quarto, que ficava ao lado do seu. 

 

— Muito obrigado, Frisk. — Sans murmurou, com um sorriso tímido.  

 

— Não precisa agradecer. — Frisk riu baixo. — É o mínimo que posso fazer por você ter me deixado dormir na sua casa naquele dia.  

 

Sans soltou uma risada baixa. Ela abaixou a cabeça e suspirou. Parecia nervosa.  

 

— Você tá bem? — Ele perguntou, franzindo as sobrancelhas.  

 

— Sans, eu...eu acho que gosto de você. 

 


Notas Finais


Feliz Natal a todos e muito obrigada pelos 51 favoritos! <3
Até o próximo capítulo!


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