História Anti-social (em revisão) - Ela talvez fique.

Acordo com uma luz muito forte batendo em meu rosto e com o barulho de uma multidão conversando. Sinto que estou deitada em algo macio. Abro meus olhos bem devagar, para acostumar com a luz.

Assim que abro completamente meus olhos e minha visão se ajusta me deparo com Rafael.

O que ele está fazendo aqui? Fui rude com ele e mesmo assim ele está aqui. Por que? – Me perguntei.

Paro para observá-lo por um instante. Noto que o sol já estava se pondo e os raios que passavam por entre as folhas da árvore, batem em seu rosto. Uma leve brisa passa entre nós dois fazendo seus cabelos balançarem

- É. Tenho que admitir que ele está muito bonito assim.– Penso um pouco alto demais e imediatamente tampo a minha boca com as mãos assim que percebo o que fiz.

De repente ele abre os olhos.

- Então você me acha bonito? – Ele pergunta e eu não respondo.

Ficamos um tempo em silencio, até que percebo que estou até agora deitada no colo dele e coro completamente. Rafael me olha com uma cara confusa.

- O que foi? Você tá com febre? Seu rosto tá muito avermelhado.– Ele pergunta.

- Nã-Não é isso... É que...Eu pre-... Eu preciso ir. 

Me levando rapidamente e mais uma vez saio correndo. Vou em direção a sala de aula para pegar meus materiais e ir embora.

Estou caminhando calmamente na rua quando alguém me puxa pela cintura. 

- AXEL! QUE SUSTO!– Grito assim que percebo quem é.

- Não vai dar nem um oi para sua prima?Já chega na agressividade.– Ela diz.

- Se você parasse de sumir tantas vezes sem me avisar, talvez, eu não ficasse com tanta raiva.

- Você sabe que eu tenho os meus esquemas. Não sei como não se acostumou ainda. Mas mudando de assunto, você cresceu em, tá quase do meu tamanho.

- É e você não mudou nada desde a última vez que te vi. Estou indo para casa. Você vem?– Pergunto.

- Claro, claro. Estou com saudade daquela espelunca. 

Então fomos caminhando até em casa.

Essa é Axel minha prima, filha da minha tia. É uma garota muito bonita, de atrair o olhar por onde passa. Tem longos cachos dourados e olhos azuis, iguais aos de minha tia. Ela sempre some sem me avisar, já chegou a ficar um ano inteiro sumida e depois reapareceu como se nada tivesse acontecido. Ela sempre faz isso. 

Talvez se ela não sumisse daria para a gente se entender melhor. Mas nunca sei o que ela pensa. Normalmente com as outras pessoas é mais facil.

Quando chegamos em casa, Axel se joga no sofá como sempre.

- Vou tomar um banho e depois nós saímos para comer. Pode ser? – Pergunto.

- Ok.

Subo para o segunda andar entro em meu quarto e em um minuto já saio de toalha para ir direto ao banheiro. Passo por Axel no corredor.

- Lara!– Ela me chama.

- O que foi? Tenho que tomar banho logo. – E tirar esse perfume que está impregnado em mim.– Penso. E sim, o perfume do Rafael está impregnado em mim.

Ela parece pensar um pouco enquanto me encara de uma forma diferente. Ela faz menção de se aproximar, mas exita.

- Não é nada. Pode ir. – Por fim me responde.

Ok. Isso foi estranho. Ela normalmente diz tudo na lata, sem rodeios, sem exitar, mas eu nunca sei o que ela está pensando. De qualquer forma, uma hora eu descubro.

Tomo um banho rápido, pois não quero sair muito tarde.

Decidimos ir em um pizzaria e durante o trajeto sinto um clima pesado.

- Então... O que você queria me falar antes?– Puxo um assunto tentando descontrair, mas isso é tudo que vem em minha mente.

- Bom, é que... Nossa por onde começar?! Não sei se é a hora certa para falar disso, quer dizer você é minha prima e...

Ela está muito nervosa, e começa a falar sem parar um monte de coisas sem nexo.

- Bom eu queria ficar lá em casa uns tempos. Só queria te avisar.

- Ah tá. – Respondo.

Isso não foi nenhum pouco convincente. Ela estava toda nervosa e agora parece que ficou tranquila do nada. Acho que tem mais alguma coisa por trás disso.  

Me pergunto se ela vai realmente ficar ou se vai ser igual das outras vezes. Mas talvez ela fique. Mas agora eu tô com fome demais para pensar nisso com cuidado.

Chegamos na pizzaria e pedimos nossa pizza e começamos a conversar sobre coisas bobas, como fazíamos quando éramos crianças. Só tenho medo de ela me abandonar mais uma vez.

Continua...