História Any Colour You Like. (HIATUS) - Capítulo 32

2 de agosto, Konoha. (08:40 a.m.)

Estávamos tendo aula de física com a professora Anko, mas nem me importei tanto com o que ela estava passando, o resto dos alunos também não pareciam se importar já que a maioria estava conversando, Pein e Konan estavam trocando olhares fofinhos e bonitinhos, ela ria timidamente de algumas caretas que o ruivo fazia. Zetsu provavelmente estava se drogando no banheiro, já faziam uns quinze minutos que estava lá e não havia voltado para a sala, ou talvez estivesse se masturbando, nunca se sabe né? Vai que ele pode ser viciado em outra coisa além de drogas? Fiquei rindo como um retardado pensando naquilo, a professora me perguntou no que eu estava achando de tão engraçado a aula, fazendo a atenção dos alunos voltarem para mim. Que bom hein, Deidara? O garoto que "adora" atenção foi notado por todos pela sala, que maravilha.

Tobi às vezes olhava para trás para me ver desenhando, se bem que ele nem parecia notar que eu estava desenhando já que ele ficava falando sobre assuntos aleatórios do tipo o quanto ele gosta de vídeos de filhotes de gatinhos fofos, eu apenas prestei atenção no que ele falava quando tocou no assunto de Kankuro e Kabuto. Já faziam alguns dias que eles não iam a escola, já haviam começado os boatos que os dois haviam sido expulsos, Tobi contou um pouco sobre Kabuto, ele sofria por antigos valentões da escola e quis vingança, ele conheceu Kankuro por conta dos valentões também, os dois eram apanhados todos os dias, até ele virarem o jogo. Em agradecimento, Kankuro se tornou o stalker profissional de Kabuto, sendo assim, ele saberia o que estava acontecendo por conta dele.

O terceiro horário foi de matemática, com Jiraiya passando um monte de dever para nós, não consigo acreditar o fato que ele é professor de jutsus de Naruto e ele ainda ficou de recuperação. Não entendi o objetivo dele ao passar tanto dever, acho que ele estava querendo nos transformar em pequenos Einstens ou calculadoras humanas, ou até mesmo nos enlouquecer de dever, como esperado, Hidan começou a reclamar falando que o professor queria nos escravizar de dever. Mas esse é justamente o objetivo da escola, não? Nos escravizar de dever em troca de aprendizado. Uau!

(11:10 a.m.)

No intervalo fiquei com meus amigos, mas eles estavam discutindo coisas do tipo que tipo de terno eles preferiam para usar no baile, Sasori e eu estávamos ignorando o assunto, ele deu um beijo em minha bochecha e perguntou se não queria sair para ir em outro lugar, concordei com ele, pois logo depois eles começaram a falar aleatóriamente de vibradores, pois é, eles estavam realmente sem muito assunto.

Fomos até a lanchonete e pedi um café, como sempre a cozinheira me olhou com uma cara de cú e depois me entregou o café, acho que ela olha assim para todo mundo, fomos até a parte aberta do pátio e nos sentamos no banco afastado de todos, ficamos calados enquanto eu dava um gole na bebida, tentei oferecer um pouco para o ruivo, mas ele veio com a mesma conversa de ser uma marionete e que marionetes não comem ou bebem nada, como a maioria das vezes. Fiquei o observando e sua expressão séria olhando para o além, seu cabelo ruivo e temperamento frio dele combinava com o dia nublado e um pouco frio de hoje, depois de acabar a bebida quebrei nosso silêncio e ficamos de mãos dadas.

- Você é frio como esse clima, quando quer, frio como uma marionete sem alma ou sentimentos. Mas pode ser quente e carinhoso como um humano, un. - Falei num sorriso.

- Obrigado eu acho, é por isso que eu sou uma marionete humana, não é mesmo?

Concordei com ele e deitei minha cabeça no ombro dele.

- No que está pensando? - Perguntou colocando o braço em meu pescoço, deslaçando nossas mãos.

- Nada, desta vez é realmente nada mesmo.

- Entendo, como vão as coisas com o Obito? Ele ainda parece gostar de você?

- Nem reparo muito nisso, acho que ainda me sinto um pouco impotente quando falamos sobre os sentimentos dele por mim, me faz sentir-me como um monstro, un.

- Está exagerando. - Disse ele agora de olhos fechados. - Você está cheirando a café. - Ele riu um pouco desajeitado.

Dei uma leve cotovelada em seu peito, ele riu mais um pouquinho, o perfume dele não estava tão intenso hoje como nos outros dias, como se ele tivesse acordado sem vontade de chamar muita atenção. Conversamos um pouco sobre minha infância, meus pais sempre costumavam colorir minha vida, meus dias eram coloridos, mas a medida que fui crescendo, as cores foram se perdendo e eu me tornei sem cor novamente. Falei aquilo para o ruivo.

- Acho que as únicas cores que tenho agora são apenas vindas dos meus lápis de cor, un. - Disse um pouco cabisbaixo.

- Eu posso ser todas as cores que você gostar. - Falou ele tentando me animar. - Como a música Any Colour You Like do Pink Floyd, já ouviu? Não é uma música com letra, mas cheia de sentimentos e emoções vindos de seu solos de guitarra e teclado, uma combinação pura e perfeita. Uma verdadeira arte! Assim como meu amor por você, algo cheio de sentimentos e emoções.

Balancei negativamente a cabeça e sorri um pouco, ele continuou falando coisas para me animar e então ficamos em silêncio novamente, ele selou seus lábios em minha testa.

- Você se acha um monstro... Então... - Sasori fez uma longa pausa e se levantou, o sinal bateu indicando que já era hora de voltarmos para casa, colocou uma de suas mãos no bolso do casado que ele vestia e estendeu a outra para mim, me ajudando a levantar, peguei em sua mão e me levantei junto á ele. - Vamos ser monstros juntos. - Completou, dei um impulso em meu corpo, o abraçando quase fazendo-o cair no chão junto à ele. - E deixe com que os outros que se fodam, foda-se se Tobi gosta de você e não quer te esquecer, você já disse para ele que não estava interessado, ele tem que compreender, foda-se Kabuto e Kankuro, foda-se todo mundo.

Era incrível o poder que ele tinha sobre meu sorriso, ele sempre o roubava quando podia, eu o amava por causa disso, não haviam muitos dias que ele não me fazia sorrir, continuamos o caminho até a sala de mãos dadas, como um verdadeiro casal.

- Quer sair comigo este fim de semana? Pensei em vermos um jogo de beisebol ao vivo, o que acha? - Sugeriu.

- Claro! Un. - Falei animado.

(23:05 a.m.)

"Brilhante são as estrelas que reluzem

Escuro é o céu

Eu sei que esse meu amor

Nunca morrerá

E eu a amo."

  - And I love her. The Beatles.

Eu estava escutando justamente está música, mas na versão cantada pelo Kurt Cobain, pensando justamente no ruivo enquanto eu acabava o um quilo de dever que Jiraiya havia passado, fiquei das cinco da tarde até aquela hora fazendo o dever. Logo em seguida, peguei meu celular para dar uma lida nas mensagens do grupo e no que eles estavam falando, não haviam muitas mensagens então eu as li rapidamente antes de ir tomar banho, escovar os dentes e dormir. Hidan não havia feito o dever já que ele havia se recusado e preferia não ganhar ponto por causa daquela "escravidão em forma de lição de casa", Obito estava rindo de todas as mensagens de Zetsu, estou começando a suspeitar que Tobi talvez tenha uma leve quedinha pelo amigo. Sasori me mandou algumas mensagens pelo privado falando que o jogo seria no domingo e que ele iria me buscar em casa as três e meia da tarde

Antes de ir dormir escutei Heart-Shaped Box do Nirvana e fiz mais uma escultura de argila, desta vez fiz de mais um pássaro, mas esta ficou bem mais bonita do que as anteriores, como se tivesse feita com mais carinho. Após fazer minha higiene me deitei na cama pensando ainda com a última música na cabeça.