História Any Colour You Like. (HIATUS) - Capítulo 42

25 de setembro, Konoha. (08:15 a.m.)

A sala estava mais agitada do que o normal, provavelmente por conta de que Kakashi estava mais interessado em passar sua matéria do que se preocupar com os alunos chatos e insuportáveis da sala, o quê inclui a mim, já que eu estava conversando com Tobi, Kisame e Itachi.

Pein e Nagato se levantaram e se dirigiram até a frente da sala, o professor de cabelos grisalhos lhe deu licença, os dois estavam prestes a dar algum tipo de aviso. Nagato foi o primeiro a abrir a boca.

- Bom dia pessoal, estamos aqui dando uma pequena incomodada na aula de Kakashi para dar o aviso da festa que será dividida entre uma parte do nono ano até o terceiro ano do ensino médio. – Dizia o ruivo com clareza. – Claramente, se houver alguém com alguma dúvida, favor procurar a mim e ao Pein.

O garoto de cabelos alaranjados concordou, consegui ouvir algumas garotas em minha frente suspirando o apenas em pensar que poderiam pegá-lo na festa, quanta ilusão.

- A festa acontecerá na casa de Zetsu e poderão passar a noite inteira lá os que estiverem realmente bêbados ou numa brisa muito louca. – Pein completou a fala do amigo. - Acha que vai ser necessário uma lista de músicas, Nagato?

- Talvez, é uma boa ideia. Bem, vamos pensar mais um pouco sobre a música, é melhor já passarmos uma lista para que depois vocês possam escolher à vontade.  Caso vier a acontecer, procurem a ajuda de Konan. – Falou o ruivo de olhos violetas que ria da careta feia que a garota de cabelos anilados havia feito.

- Professores também vão ser convidados? – Perguntou Kakashi já ficando animado, mas logo sua animação foi por água abaixo por conta de Pein.

- Não, é uma festa apenas para os alunos, além disso... Não muito madura, pois já se é imaginável que hajam pessoas se drogando, bebendo e/ou até mesmo transando. Mas não diga isso à Tsunade! – Disse o garoto dos piercings.

- Okay... Sem professores então. – Falou quase num murmuro de tão desanimado que havia ficado.

Konan se levantou e foi até a cadeira de Zetsu, lá fez um rápido jutsu de papel e escrevem alguma coisa lá, logo em seguida entregou ao Zetsu branco. Seria, provevelmente, o negócio da música da qual os dois amigos haviam falado antes.

Dei uma breve olhada na lista quando chegou em minhas mãos, Konan havia escrito “ MÚSICAS DA FESTA “ com uma caneta roxa.

MÚSICAS DA FESTA

Zetsu Branco: Downtown – Varsity

Zetsu Preto: Save Me – BTS

Hinata: Boom Clap – Charli XCX

Chouji: Out Of My League – Fitz and the Tantrums

Juugo: Get It Up – MSI

Shino: Beat It – Michael Jackson

Tobi: Teenage Dream – Katy Perry

Deidara:

Fiquei um certo tempo pensando em qual música eu deveria colocar, já imaginava que Tobi iria colocar alguma música da Katy Perry, ele adora suas músicas. Tive a ideia de colocar Breathe do Pink Floyd, já que maioria das músicas que eu escuto tem mais de cinco minutos e acho que as pessoas não gostariam que tocasse War Pigs ou Welcome To The Jungle no meio de uma festa.

(10:50 a.m.)

No intervalo, Konan leu em voz alta para nosso grupo de amigos o quê cada um da sala havia escolhido, Itachi havia escrito que queria Dancing Queen o quê não é uma música tão “festa 2000”, mas de uma forma, é melhor do que Girls Just Wanna Have Fun como ele disse que3 iria escolher antes.
Senti-me com um pouco de arrependimento de não ter colocado alguma música do Metallica ou do Black Sabbath, no entanto, Hidan já havia feito o favor para mim, pois ele decidiu colocar Iron Man e ele nem é tanto de escutar música, foi algo que me surpreendeu.

- Se o Itachi tivesse colocado Girls Just Wanna Have Fun ele seria conhecido como o novo bixinha da escola. – Disse Hidan numa gargalhada. – Teríamos ficados decepcionados.

- Olha quem fala. – Bufou o Uchiha.

- Itachi, vai por nós, você teria tornado a festa numa festa do pijama feminina. – Pein falou enquanto bagunçava seus cabelos alaranjados. – Sem ofensas, Konan.

- Hum, tanto faz. – Disse ela dando ombros.

- Tá, tá bom! Já entendi que eu cometi um erro. Nem todos nós temos os mesmos gostos, sabiam disso, não é?! – Itachi comentou começando a ficar irritado.

- Eu coloquei Arctic Monkeys, isso me faz melhor do que Itachi? – Perguntou Konan.

- Com certeza. – Disse Nagato.

- Nossa, ninguém gosta de pop aqui? – Tobi fez uma pergunta que na qual fora notaa apenas por mim e por Zetsu.

- Eu não gosto, Tobi. Desculpe, um. – Falei revirando os olhos e me juntando à Sasori e Kisame.

- K-pop conta? – Perguntou Zetsu negro com um tom alegre. 

- Zetsu tem um estilo de música favorito diferente à cada semana. – Retrucou o branco, fazendo com que o negro reclamasse.

- Deidara, quer fazer alguma coisa hoje? – Sasori me perguntou enquanto o pessoal discutia junto com Zetsu preto.

- Talvez. O que acha de irmos no karaokê? – Perguntei com um pequeno sorriso malicioso, o ruivo me lançou um olhar pervertido. – Pare! Está engraçado! – Comentei rindo timidamente de seu olhar.

- Será que o casal lindo e perfeito poderia voltar sua atenção para cá, por favor? – Konan questionou super impaciente para nós dois.

Continuamos falando um pouco mais sobre a festa, Zetsu preto comentou que todos poderiam se drogar, caso quisessem, mas eu estava dando um tempo no cigarro e o resto de nós não era muito do tipo que se drogava, exceto Itachi e Tobi, já que um adora beber e o outro havia aprendido as manhas de Zetsu.

De repente me lembrei de meus pais, uma expressão triste surgiu em meu rosto, na qual ninguém notou e nem era para ser notada, era uma expressão solitária na qual merecia ser ignorada. Pedi licença e fui ficar um pouco sozinho, já que era um pouco demais para mim. Sasori até tentou me seguir, mas fiquei um pouco receoso sobre o fato de ele querer saber e então falei que queria um certo tempo sozinho.

(17:05 p.m.)

No mesmo dia, meus pais tiveram a ideia de me ligar e continuar com a mesma ilusão de que eu iria terminar o ano em Iwagakure, mas que porre. Era um saco ter que ouvi-los falando no meu ouvido que eu iria voltar para aquele lugar por conta de minha sexualidade, era quase como se sentir preso.

Falei um pouco com Kisame sobre o assunto e ele me disse para relaxar, mas eu ainda iria explodir a qualquer momento com aquela história de “você e o Sasori não vão ficar juntos e você vai se casar com uma mulher. Seja de sua vontade ou não.”
E por falar no ruivo, logo em seguida fui falar com ele, marcamos de, um pouco mais tarde, irmos dar uma volta no parque ou coisa do tipo. Como um casal normal faria, mas para meus pais aquilo era anormal, já que eu teria que ficar trancado em casa com a porta do quarto trancada, caso Sasori fosse lá.

---

- Danna, posso te fazer uma pergunta, un? – Perguntei enquanto nos sentávamos num galho forte de uma árvore não muito alta do parque.

Eu estava prestes a dizer, mas as palavras não queriam sair de minha boca, Sasori se virou e ficou me olhando enquanto eu ainda tentava dizer alguma coisa, observando seus olhos que se encontravam numa bonita cor de mel quando refletidos pelo decair do sol. Observei delicadamente seu rosto, seus traços finos e os mais grossos, sua boca levemente avermelhada e sua pele branca perfeita, no qual parecia estar aveludada.

- Fala logo, Dei. – Sasori me trouxe de volta à Terra enquanto eu me perdia pensando em quão bonito o ruivo é e eu aqui, sendo o Deidara sem graça e sem a beleza toda de meu namorado.

- Desculpe, me perdi um pouco... Bem... Você já pensou em... Hum... – Tentei não corar enquanto olhava dentro de seus olhos castanhos, mas a tentativa falhou e eu tenho certeza que corei, fiz um leve beiço. – Formarumafamília. – Falei rápido e tentando esconder meu rosto em meu cabelo.

Olhei para Sasori que estava com uma cara um pouco confusa , mas deu um breve sorriso e acariciou uma das madeixas do meu cabelo.

- Talvez. Não costumo pensar muito nisso. Você pensa à respeito?

- Essas famílias passeando pelo parque me deram uma pequena ideia, um. – Falei pegando em sua mão.

- Entendo. – Disse ele analisando cuidadosamente o meu cabelo. – Seu cabelo fica ainda mais bonito quando reluzido ao pôr-do-sol, lhe dá um aspecto que é de ouro. – Em seguida soltou uma risada tímida. – Acho legal a ideia de termos uma família, mas a ideia de ter bebês me assusta um pouco, acho que ainda sou um pouco imaturo para isso. Quem sabe no futuro?

- Sei... – Falei como se não tivesse mais nada a comentar, era um tanto quanto desnecessário de se interromper o momento já que eu cheguei perto dele e nos beijamos, foi um beijo um pouco desastrado já que eu acidentalmente bati meu nariz no dele, o quê o fez rir e me dar alguns selinhos.

Continuamente durante o beijo, o ruivo alisava o meu longo e loiro cabelo, estávamos no nosso momento fofo até o celular dele tocar e vi que Sakura estava ligando para ele. Sasori atendeu:

- Alô? Ah, oi Sakura... –  A cumprimentou com voz de desgosto. – Que pena que você e Sasuke deram um tempo. – Então sua cara ficou com uma expressão de raiva e seu tom de voz mudou. – Não. E eu não tenho tempo para ir aí na sua casa ficar falando com você, vê se me esquece, estou ocupado.

Ele desligou com ira e perguntei o quê ela havia dito, Sasori fez uma cara um pouco triste e me abraçou, disse que ela estava pensando na possibilidade de ele voltar com ela e os dois fingirem um falso namoro para ficar fazendo ciúmes em Sasuke. Me afastei dele e fiz uma cara de nojo:

- Ei, Dei! Você não está com raiva, não é?! Você sabe que é único para mim e tem passado por certos problemas. Eu não vou te abandonar. – Falou enquanto eu me segurava para não ir explodir a casa da garota, o meu ódio crescia a cada segundo e eu não podia culpar Sasori.

- Não me deixe, um. – Murmurei abaixando a cabeça enquanto eu sentia uma onda de tristeza dominar ao meu corpo.

- Hum? – Murmurou de volta sem entender o quê eu havia dito antes.

- Não me deixe! Caso você tiver que escolher... Me escolha, escolha a mim, ame a mim. Por favor! Un! – Falei deixando escorrer algumas lágrimas dos meus olhos.

O garoto de cabelos ruivos e olhos num tom castanho majestoso parou e olhou dentro de meus olhos, me abraçou intensamente enquanto eu deixava certas lágrimas caírem.

- Não seja idiota, Deidara. Está com medo? – Perguntou com uma voz muito serena.

Eu me recusava a dizer que estava com medo, mas era a verdade, era o que eu realmente estava. Meu coração batia mais forte a cada vez que eu via Sasori, ele havia se tornado alguém importante para mim. Mordi o lábio inferior com força:

- Estou! – Falei quase num grito, o ruivo poderia parecer nem se importar, mas eu me importava, e muito.

- Eu penso em você todos os dias. Teve algum dia que eu te tratei de alguma maneira diferente para ir ficar com a Sakura?

- Não, un...

- Então! Você está enchendo sua cabecinha de várias ilusões. – Riu. – Eu te amo, loirinho, não pense essas besteiras.

- E-eu também, Sasori. – Admiti colocando minha cabeça em seu ombro.

- Sasori? – Retrucou confuso.

- Danna. – Corrigi numa pequena risada, enquanto ele me puxava para mais um beijo. – Eu te amo muito. Muito, muito, muito.

"Eu nem vejo a hora de lhe dizer

Aquilo tudo que eu decorei 

E depois do beijo que eu já sonhei

Você vai sentir, mas...

Por favor, não me leve a mal

Eu só quero que você me queira

Não leve a mal."

   - Ando Meio Desligado. Os Mutantes   

27 de setembro, Konoha. (16:10 p.m.)

Tobi, Zetsu, Itachi e Kisame estavam pensando em sair para o cinema, mas eu já queria sair para o karaokê com Sasori, pois já tinha um certo tempo que não íamos e eu havia gostado de nossa experiência lá. Passeávamos entre algumas ruas floridas e casas nos quais eram bem arrumadas por fora.

- Podemos ir no cinema e no karaokê. – Tobi sugeriu enquanto eu olhava para meus tênis brancos que estavam um pouco sujos por conta de terra e poeira.

- Dei, não sei se quero ir no karaokê se você ficar rebolando na frente dos outros. – Sasori sussurrou para mim e revirou os olhos que estavam olhando agora para Obito, ri.

- Não se preocupe, Danna, un. – sussurrei de volta, o aliviando um pouco.

- Ei, Sasori! Deidara! – Kisame nos chamou a atenção. – Qual filme vocês preferem assistir? – Continuou enquanto íamos em direção a entrada do shopping.

- Pode ser Invocação Do Mal, o que acha, Dei? – Sasori se virou e perguntou para mim, ele iria fazer isso de propósito, pois o ruivo sabe que eu não gosto muito de filmes de terror.

Em resposta fiz uma cara de reprovação à ele que me pegou pelo pescoço sem força e me deu um beijinho na bochecha. Depois fomos pegar pipoca e os refrigerantes, Tobi já se encontrava muito ansioso para assistir o filme, o Uchiha estava segurando firmemente no braço de Zetsu branco enquanto o negro reclamava que aquilo não ia dar medo algum e que iam ser só uns sustinhos, ficou zoando ao Tobi que estava se cagando de medo só de entrar no cinema que estava escuro.

Durante o filme você só escutava um único barulho na sala, no qual era Kisame mastigando a pipoca de um lado para o outro, também se escutava-o bebendo o resto do refrigerante. Zetsu negro ficava zoando todos os personagens enquanto Zetsu branco fechava o olho e Tobi se agarrava no negro. Eu estava tendo alguns arrepios durante as cenas de mistério, mas Sasori estava segurando minha mão e isso me deixava um pouco mais confiante.

Depois do filme, percebemos que estava escurecendo e lembrei-os do karaokê e entramos no carro de Itachi, sempre nos passeios andávamos no carro dele pois ele sempre estava muito animado em nos levar em todos os lugares que gostaríamos, isso é, se fossemos em seu novo carro. O Uchiha nos contou que ele quase havia sido assaltado, foi uma sorte ele ter usado seu Mangekyou Sharingan na hora. Sasori o guiou até o local, já haviam algumas poucas pessoas ali.

O céu lilás e suas várias nuvens rosadas davam um aspecto ainda mais bonito para aquela tarde, um vento não muito forte bateu em nossos cabelos quando saímos do carro, Itachi terminou de estacionar e logo em seguida se colocou em nosso lado enquanto entrávamos no lugar, Sasori chegou perto de mim e sussurrou quase em meu ouvido.

- Eu ainda me lembro do que aconteceu no carro. – Falou com malícia, corei com sua frase e dei um sorriso singelo.

- Pervertido. – Sussurrei para mim mesmo enquanto o observava olhar serenamente para mim.

Ao entrar no karaokê percebi  que alguém estava cantando Highway To Hell, nos sentamos numa mesinha ao fundo, não havia ninguém e mesas um pouco empoeiradas, ficamos até animados com a ideia de cantar alguma música, mas a confusão começou quando Zetsu negro e o branco ficaram discutindo pois um queria cantar uma coisa que o outro não queria.

- Eu não acredito que não tem k-pop aqui. – Reclamou o negro simplesmente abismado com o fato.

- Você quem iria cantar e todos iam achar estranho porque eu não sei cantar músicas coreanas ao contrário de você, então é melhor você me deixar escolher logo, tenho mais experiência em músicas do que você, sabia não é mesmo? – Zetsu branco ficou se gabando, enquanto Tobi tirava sua máscara.

Itachi já pediu uma cerveja para o garçom que havia passado na mesa, eu só pedi uma água e o restante não pediu mais nada pois estavam ocupados vendo a briga dos dois Zetsus. Perguntei para o pessoal se eles já haviam escolhido uma música, exceto Zetsu, Tobi disse que iria cantar com eles caso eles não parassem com aquilo, mas os dois aceitaram-no e o Uchiha ficou muito surpreso, pois não esperava aquilo.

- Eu vou cantar com o Obito, nem vem. – Zetsu branco se irritou enquanto Zetsu negro retrucou a mesma coisa.

- Pessoal, vocês podem cantar juntos! – Itachi sugeriu, mas logo foi ignorado.

Sasori me disse que gostaria de cantar junto comigo dessa vez, já que poderíamos fazer pares, o ruivo segurou em minha mão, me fazendo dar um sorriso confiante de si. No fim, Itachi resolveu cantar Girls Jus Wanna Have Fun, se ele não conseguiu que tocasse na festa, ele cantaria no karaokê, Kisame ficou sem uma música para escolher pois não tinha ideia qual música cantar.

Quando chegou minha vez e a vez de Sasori, subimos até o palco qual já nos preparávamos para a música começar, cantaríamos Sleep do Slowdive. O ruivo olhou em meus olhos e começou a cantar, segurando em minha mão enquanto a outra estava ocupada por conta do microfone na qual ele segurava, seu cabelo ruivo estava maravilhosamente bagunçado e eu ria timidamente por conta de sua beleza bagunçada.

“Eu posso ver você rindo

Através de sonhos do sono perfeito

---

Adormecer longe de mim

Você sabe o que está em minha mente” - Ele cantava com clareza enquanto sua mão que, antes estava entrelaçada a minha, agora explorava minha bochecha e minha nuca, seu polegar fazia um leve carinho em meus lábios enquanto o ruivo dava um sorriso muito bonito. Muito mesmo, era como se ele nunca quisesse parar de me olhar e poderíamos ficar nos olhando, trocando carícias, selinhos e ficássemos cantando músicas pelo resto da noite inteira, sem se quer nos cansarmos.

Foi naquele momento em que eu me senti tão amado como ninguém nunca fez, era apenas eu e ele, quem mais se importava com os outros? Não nos importávamos com mais nada naquele momento, seus olhares me flertavam e atingiam em cheio ao meu coração. Me lembrei do primeiro dia em que nos conhecemos, a beleza eterna de sua jovem feição e meu aspecto de artista explosivo qual queria trazer algo inovador ao mundo, algo que fosse tão diferente de tudo que o mundo já viu. Aquela sensação de estar ao lado dele, aquilo, aquilo sim era realmente arte, era eterno e passageiro ao mesmo tempo, ter sua atenção e seu carinho voltado a mim.

A real beleza não pode ser conservada sozinha, qual é o sentido de viver, ser um artista, sendo que você não tem alguém com quem dividir sua arte? Qual é o sentido de fazer uma explosão mas não ser notada?

Nada interrompia nosso momento enquanto cantávamos a música e, quando eu nem prestei mais atenção em nada do que estava acontecendo ao redor, percebi que Sasori me beijava de uma maneira diferente de outras vezes, era algo que deveria ser dividido a mesma sensação, o mesmo prazer de estar com ele, a mesma sensação de até mesmo brigar com ele, pois eu sabia que por mais que tivéssemos nossas brigas e nossos próprios pontos de vista sobre o que é arte, eu não seria quem eu sou até hoje. A partir do momento em que nosso beijo era dividido com a mesma intensidade apenas deixamos de lado tudo o quê não importava, o que realmente importava agora era a maneira de como nós poderíamos viver um com o outro, teríamos planos diferentes, mas quem sabe, caso tivéssemos a chance de formar uma família?

Sasori deixou o microfone cair no chão e o pessoal ao redor, os que não estavam embriagados, nos aplaudiram, até mesmo nossos amigos, corei com a ação de todos. Fechei meus olhos e senti o ruivo me dar um leve selinho, me fazendo arrepiar-me.

A sensação de tê-lo ao meu lado, em qualquer momento, era como um certo tipo de vício, nos amávamos e muito, muito mesmo. Eu aprendi a confiar nele e ele em mim, não havia algo melhor do que isso.

O ruivo colou nossas testas e acarinhou nossos narizes, então sussurrou:

- Eu te amo, Deidara. A eternidade não faria sentido sem você ao meu lado.

Corei intensamente e depois lhe dei mais um beijo, mas ri durante o momento por conta da fala de Zetsu ao fundo.

- Mas que lindos... Agora deem o fora pois eu estou prestes a arrasar, junto com Tobi. – Zetsu negro gargalhou pegando o Uchiha que se preparava para colocar sua máscara alaranjada, mas foi puxado com tanta força que nem lhe deu tempo de colocar sua máscara.

1 de outubro, Konoha. (13:45 p.m.)

Sasori me convidou para ir a casa dele, pois íamos fazer trabalho, estávamos almoçando a comida maravilhosa e super cheirosa de Chiyo, por mais que Sasori tivesse ficado um pouco insistente em comer, mas fez um esforço por mim. Estávamos sentados na sala de jantar, o sol batia contra o seu prato qual refletia no teto, a cadeira estava confortável e a mesa era retângular de um tamanho mediana, Sasori sentava-se na ponta de frente à mim, Chiyo chegou perto de nós.

- Fico tão agradecida que goste de minha comida, Deidara! Sasori não é muito de comer, mas ele fica uma gracinha quando mastiga a comida e faz carinha de malvado. – A velha deu uma gargalhada e apertou a bochecha do neto ruivo, que revirou os olhos. – Mas então, já tem planos para o casamento?

- Q-que casamento, un? – Perguntei dando uma falsa risada, encarando ao ruivo que também não sabia do que a velha estava falando.

- Eu já consigo vê-los casando, apenas teremos que ver com os pais do Deidarinha. – Dessa vez quem teve a bochecha apertada fora eu, a Sra. Chiyo deu um super apertão em minha bochecha e depois deu uma risada.

- É saudável, escolheu bem, Saso. – Continuou rindo dando um beijo na testa dela enquanto eu acabava de comer. – Quem quer sobremesa? – Perguntou com pura alegria.

- Eu! – Gritei com um tom divertido enquanto a velha se dirigia até a cozinha para pegar a sobremesa, eu me perguntava o que seria.

- Desculpe por isso, ela só gosta muito de você. –Sasori se rebaixou envergonhado.

- Bah, isso não é problema algum para mim. Ela pelo menos é infinitas vezes melhor que meus pais, un. – Falei me contorcendo e abaixando a cabeça. - Eu nem sabia que ela tinha imaginado nosso casamento, foi um pouco engraçado e eu fui surpreendido para falar a verdade, un.

Me deparei um um enorme bolo de chocolate que a velha senhora trazia, arregalei os olhos.

- Surpresa! – Exclamou.

- Chiyo! – Sasori retrucou. – Quando eu disse uma surpresa eu quis dizer um bolinho como um cupcake, não um bolo de dois andares!

- Vocês podem dividir juntos! Além disso, Saso, você está muito magrinho, Deidarinha tem que te ensinar alguns modos. – Eu e a velha rimos enquanto ela colocava o bolo na mesa e trazia alguns pratinhos.

- Alguém me diz quando esse pesadelo vai acabar? – O ruivo reclamou levando as mãos para o alto.

- Deve estar maravilhoso, obrigado, Chiyo! – Falei com um enorme sorriso, já indo me deliciar com o bolo.

- Obrigada, Deidei! – Falou ela saindo novamente da sala.

- Quando você menos esperar, ela já vai estar preparando todas as comidas que existirem, só para o tal casamento. – O ruivo colocou uma mão sobre sua bochecha e pegou um pedaço do bolo. – Como está?

- O bolo?

- É. – Afirmou com a cabeça.

- Está muito bom, un, por que a pergunta?

- Eu apenas quero me certificar que tudo esteja tudo perfeito para você, é o que merece.

Dei um sorriso largo com a fala de Sasori, era tão bom quando ele falava isso para mim.

Depois fomos fazer o trabalho e no fim do dia fiquei sabendo da notícia que daqui uma semana meus pais estariam logo chegando para fazermos a mudança, comecei a entrar em desespero quando cheguei em casa, eles não entendiam o quão importante Sasori e meus amigos eram para mim, eu tentei ligar para eles mas nenhum dos dois atenderam, deveriam estar ocupados demais em estarem arruinando minha vida.

Me deitei na cama e tentei me acalmar, me sentando sem saber o que fazer, eles não poderiam tirar-me minha vida e meu sonho que eu tinha com Sasori, mas se eles achavam certo. A única coisa que eu poderia fazer era tentar implorar para que eles não arruinassem tudo o que eu havia construído ali.