História Ao Haru Ride - (Imagine Kim Taehyung) - Page 1

Existem alguns momentos que você não consegue esquecer. O início do verão da sétima série. Depois da aula. Um temporal repentino.

Corria em direção à minha casa, mas por conta da chuva, busquei um lugar para poder ficar. Corri por alguns minutos, até chegar a um lugar em que a chuva não me pegaria. Era um templo.

Mas eu não estava sozinha. Logo depois de chegar àquele local, percebo a presença de outra pessoa. Kim Taehyung, ele escondia da chuva assim como eu.

– Caiu no meio do nada, né? – disse espontâneo depois de nos fitarmos por alguns segundos.

– Sim – digo abaixando minha cabeça, levemente corada.

Naquele momento, eu não sabia o que fazer.

Fitei-o por um tempo, tão quieto. Com certeza ele é diferente de vários garotos. Mas, enquanto olhava-o, ele me pegou olhando. Desviei o olhar corando.

Tentando disfarçar o que acabara de fazer, olhei para um panfleto no chão... “Festival do Santuário Savisaka”.

– Taehyung oppa, você vai ao festival?! – disse em um tom mais alto, por conta do nervosismo.

– O que? – disse distraído. Corei fortemente virando o rosto, ele deve ter considerado que eu chamei-o ao festival.

– E-eu não sei se a Yumi vai querer ir. Estava pensando em chamar ela. – Menti rapidamente, ainda com o rosto virado contra Taehyung.

Continuou um silêncio entre nós, até quando Taehyung colocar uma blusa sobre minha cabeça.

– Aqui, use isto – disse.

– O que?

– Vai pegar um resfriado – disse revirando sua face desta vez. – Use para se secar.

Observei aquela camiseta em minha cabeça.

– Roupa de ginástica? – digo tirando-a.

– Está tudo bem, eu não as usei – disse. Depois de um tempo completando. – Só uma vez.

– O que?! Então você as usou?! – exclamo, fazendo Taehyung soltar uma risada maravilhosa.

E foi naquele momento, com aquele sorriso esboçado em seu rosto, que eu me apaixonei de verdade por Kim Taehyung.

– Tá bom, então! Vou me secar com elas! – digo esfregando-as de leve em meus cabelos.

– Tudo bem.

Depois de um tempo me secando, pensei no ato gentil de Taehyung.

– Obrigada – digo corando.

Olho pela blusa para Taehyung, e vejo seu rosto corado.

O Taehyung estudava na sala ao lado da minha. Ele era pequeno e falava muito pouco, como uma garota.

Depois de alguns dias... Na escola novamente.

A blusa de antes que Taehyung, eu devolvia com um plástico protegendo-a em volta.

– Obrigada – digo devolvendo.

Ele pegou a blusa e ficou olhando para ela.

– Você vai ao Festival de verão?

– Hã? – digo espantada com a ação repentina.

– Você combinou com suas amigas? – disse sem olhar em meus olhos, mas conseguia ver suas bochechas rosadas.

– A-ainda não...

– Ás 19 horas – me interrompeu. Seu rosto estava vermelho, então ele colocou sua mão na frente, tentando disfarçar sua vergonha. – No relógio do Parque Triângulo... – disse referindo-se ao local, tirando a mão da cara, fazendo-me ver seu rosto. A ação me fez corar.

Depois de algum tempo depois que Taehyung me chamou para sair, um menino me seguia persistentemente.

– Ei – disse fazendo-me parar de andar. – O que aconteceu entre você e o Taehyung? Está me dizendo que não há nada entre vocês dois? Vamos lá, responda logo!

Aqueles atos me deixaram nervosa.

– Calado! – digo virando-me para ele. – É por isso que eu odeio vocês! Eu odeio de verdade... Todos os garotos! – digo em um tom mais alto.

Mas naquele momento, Taehyung escutou-me dizendo que odiava todos os garotos.

Taehyung simplesmente ouviu, desviou os olhos e seguiu em frente, cabisbaixo.

Ás 19 horas, no relógio do Parque Triângulo. Eu me arrumei, vesti minhas melhores roupas. Tudo por aquele festival. Eu esperei e esperei, mas Taehyung oppa nunca apareceu.

Andava pela escola, depois do festival. Quando ouvi alguns garotos dizerem:

– O que? O Taehyung mudou de colégio? – perguntou um dos meninos.

– Sim, soube que ele mudou durante as férias de verão. – Respondeu o outro.

– Ele não me disse nada! – exclamou.

– O que?! Nem para você, Naitou?!

Ele era extremamente desajeitado. Algumas vezes, hesitante. Ele parecia estar procurando seu caminho de maneira desastrada, mas, mesmo assim... Eu realmente amava o Taehyung oppa. Até mesmo agora, o Taehyung oppa tem um espaço no meu coração.

Aquele lugar. O lugar onde Taehyung e eu nos escondemos da chuva, o lugar onde ele riu de mim, o lugar onde ele emprestou-me sua blusa “usada”. Aquele era o espaço que Taehyung tinha no meu coração.

Às vezes, eu penso...

“Quero voltar àqueles dias”.

~*~

O despertador toca, acordando-me.

Passaram-se três anos desde então. Eu, S/n, consegui passar por tudo isso com segurança...

Olho para o despertador, assustando-me completamente.

– Mãe! Estou atrasada! – digo pulando da cama correndo.

... Até o meu primeiro trimestre do meu primeiro ano do ensino médio.

Corria desesperadamente em direção a escola, desastrada como sempre. Deixei meu cachecol cair no meio do caminho, e tive que voltar para buscar.

Pego a peça caída, limpo-a e olho para o lado. Ao lado havia o mesmo lugar onde Taehyung e eu “nos conhecemos”. O templo.

– Droga! – disse olhando para as horas no celular, continuando a correr.

Consegui chegar à escola no horário.

– S/n! Bom dia! – disse minha amiga.

– Bom dia, Chie!

– Aqui está! – disse me entregando um livro que eu emprestara. – Obrigado por me deixar pegar emprestado.

– Sem problemas! – digo pegando o livro e dando um jeito de colocá-lo no meio das minhas coisas bagunçadas na bolsa.

– É sério mesmo? – disse Chie olhando assustada para minha bolsa. – Garotas deveriam cuidar bem das suas coisas. Você não tem feminilidade nenhuma.

“Como se eu já não soubesse disso!” Penso rindo. “Eu faço isso de propósito.” Coloco meu cachecol enrolado no meio de minha bolsa também, tentando fazer entrar.

– Francamente, S/n.

Levanto minha cabeça me deparando com minha outra amiga chegando atrás de mim.

– Mas é isso que faz a S/n ser muito divertida! – disse pegando em meus ombros por trás.

– Ei! Bom dia, Asumi! – digo sorrindo.

Asumi olhou para trás com cara de desgosto, quando percebi que era a menina mais odiada por todas as outras, confesso que sinto pena dela.

– Ao contrário daquela ali – disse apontando para Makita, ela é toda fofa e bonitinha, me lembra como eu era antes de Taehyung se mudar.

No mesmo momento em que Makita entrou na sala, os meninos já falaram com ela.

– Makita, bom dia – disse um dos meninos que já estavam próximos à porta antes mesmo dela chegar.

– Bom dia – disse ela com a cabeça baixa e corada, logo depois andando em direção a sua cadeira.

Ficamos observando aquela ação. Makita usa roupas fofas e rosas, seu cachecol é fofo, sua bolsa tem chaveiros de urso, ela tem olhos grandes e cabelo curto. Às vezes fico com inveja dela.

– O que os garotos vêem nela? – perguntou Asumi cruzando os braços. – Ela nem é tão bonita assim se você olhar bem para seu rosto.

– É por causa da aura que ela emite – disse Chie fazendo careta com a língua para fora e balançando suas mãos como patricinha.

Makita Yuuri... Ela está mesmo bem com tudo isso? Todas as meninas da sala a odeiam. Ela é completamente excluída.

“S/n me dá nos nervos”

Depois dos dois últimos anos no ensino fundamental, eu não pude mais aguentar.

“Ela age como uma santa na frente dos garotos”.

“Ela é um estorvo”.

“Ela é horrível”.

Eu não queria ficar sozinha. Então tomei uma decisão! Para a minha estréia no colegial, vou apertar o reset... E criar uma nova S/n! Assim as garotas não vão me odiar. Eu fiz meu lado feminino aparecer... Aparecer... Aparecer!

Comprei alguns pães na cantina da escola e sai maravilhada com a beleza daquela comida.

– Eu estou faminta! Preciso comer agora! – digo com brilho nos olhos.

– Você come demais! – disse uma de minhas amigas.

– Incrível. Você faz isso todos os dias, S/n – comentou a outra, fazendo-me rir enquanto começávamos a caminhar nos corredores em direção à nossa sala.

Caminhávamos tranquilamente quando escuto algo inesperado.

– Kim! – algum menino gritou longe, fazendo-me parar na hora.

Virei para trás querendo ver de qual “Kim” estavam se referenciando.

Era o nosso professor, Kim Namjoon.

– Quer chiclete? – perguntou um aluno.

– Ei. Você tem que me chamar de “Professor”.

– Você quer ou não? – perguntou o outro.

– Claro – disse rindo. Ele é um professor muito bonito.

Eu observava nosso professor conversando com seus alunos enquanto minhas amigas me observavam.

– Será que isso é... Amor?! – perguntou Asumi.

– O que?!

– Não sei não! – disse Chie. – Ela não demonstra interesse nenhum nos garotos, mas reage ao Kim!

– N-Não seja ridícula! De jeito nenhum! – disse andando para trás fugindo. Acontece que... Kim Namjoon meu professor, é irmão de Kim Taehyung.

–Estou brincando – disse Asumi rindo. – Você não presta para amar, S/n.

– É sério, é impossível! – disse Chie concordando e rindo.

Forcei uma risada também.

Estava lá rindo, quando ouço um garoto conversando com seu amigo atrás de mim.

– Ei. Você não acha a S/n da Classe 2 bonita?

Não! Para com isso!

– É, mas a S/n é tão...

– Pronto! Vejam isso! – digo pegando um de meus pães e comendo rapidamente, tentando parecer feia e desajeitada.

Continuei a comer aquele pão sem mastigar os pedaços enormes, constrangendo minhas amigas.

– Ei! O que você está fazendo?!

– É, não rola... – disse o menino que tinha me achado bonita.

– Realmente.

Depois de conseguir me livrar dos meninos, eu e minhas amigas continuamos nosso caminho.

– Você ouviu o que eles disseram? – disse Chie implicante. – S/n, se você cuidasse mais do seu lado feminino, seria mais popular com os garotos – disse olhando-me enquanto comia andando.

– Eu não ligo pra isso! Eu não consigo falar com os garotos mesmo... – menti. – Com vocês duas, eu não preciso pensar em garotos...

Naquele momento um menino esbarrou em mim, fazendo meu pão quase cair no chão. Mas ele pegou.

– Pão feio – disse saindo, deixando-me confusa. Aquela voz. Aquele menino.

– Taehyung oppa? – disse completamente paralisada. Continuei parada por um tempo, observando-o sair.

– S/n? Vamos.

Eu tenho que ir vê-lo. Será mesmo Kim Taehyung?

– Eu me esqueci de comprar uma coisa – menti para minhas amigas. Comecei a correr na mesma direção em que “Taehyung” foi. – Desculpem. Podem ir sem mim.

A voz... A altura... Está tudo errado... Eu não vi o rosto dele... Então por que eu pensei que fosse o Taehyung oppa?

Corri a escola inteira, até achá-lo. Está mais alto, sua voz não está como a de uma garota, então... Por que eu tive a esperança de que fosse o Taehyung oppa?!

Aproximei-me mais, e quando ia chamá-lo...

– V! – um garoto gritou atrás de mim. E ele virou-se para o menino.

Quando seus olhos vieram de encontro aos meus, ele sorriu. Está ainda mais bonito que antes.

– V! Está indo na loja da escola? – perguntou o amigo, indo ao lado de Taehyung. – Eu também vou!

“V”?

E eles seguiram seu caminho, deixando-me sozinha.

Não era ele...

Passada a aula inteira, eu ainda pensava no ocorrido. Estava dentro do trem, indo para casa.

Ainda bem que não o chamei. O Taehyung impostor. Quando ele olhou nos meus olhos, ele sorriu, não foi? Nossos sapatos têm o mesmo detalhe azul do primeiro ano, então estamos na mesma série.

Mas... Sério... O que me fez pensar que era o Taehyung oppa?

Desci do trem e comecei o trajeto a pé para minha casa. Estava andando e pensando quando...

– Ah! – exclamei ao ver o mesmo “V” que estava na escola, andando na minha frente.

Ele estranhou e olhou para trás, deixando-me completamente constrangida.

– E-Eu não estou te seguindo! – exclamei virando o rosto. – Este é meu bairro!

D-Droga...

Ao contrário do que eu pensei, ele apenas me olhou e continuou seu caminho. E por mais incrível que pareça, estávamos na mesma direção... Sempre...

Quer dizer... Eu não estou mesmo seguindo ele. Também tenho que ir por aqui.

Observei em volta, pensando enquanto andava.

O que? Espera um pouco, esse cara mora no mesmo bairro que eu?

Ele parou em frente ao templo, me olhou e entrou.

“Caiu no meio do nada, né?”

Observei-o por um tempo... Até começar a correr na mesma direção... Ao mesmo local...

Eu sabia!

No mesmo templo, debaixo de um lugar para esconder-me da chuva.

Eu sabia! Eu sabia!

Chegando lá, percebo que aquele menino, estava no mesmo lugar.

– Ta... – hesitei um pouco. – Taehyung oppa?

Ele virou o rosto, como eu esperava.

– Na verdade, eu sou o V.

– O que? – perguntei confusa, corando. Curvei-me com vergonha. – Me desculpe! Engano meu!

Comecei a voltar.

– Caiu no meio do nada, né? – disse fazendo-me parar.