Depois de alguns metros lutando conta o cansaço, Gu e Ana trombaram com alguém e caíram no chão. Olharam para trás e perceberam que já estavam na orla. Olharam para a pessoa com quem tinham trombado. Era um homem alto, bonito e de braços musculosos. Usava uma camiseta branca e uma bermuda cinza, o que dava a entender que estava caminhando.
_ Homem: Vocês podiam tomar cuidado por onde anda.
_ Ana: Desculpa._ Ela estava bufando.
_ Homem: Por que estão correndo tanto?
_ Gu: N... Nada.
_ Homem: Vocês não são ladrões, são?
_ Ana: Claro que não, moço. A gente só foi passear, demos de cara com um bêbado e corremos.
_ Homem: Passear... Sei. Tomem mais cuidado com os lugares por onde passeiam. Podem acabar se dando mal.
_ Gu: Obrigado pelo aviso. Vamos, princesa?
_ Ana: Vamos. Obrigada e desculpa, moço, por ter topado com o senhor.
_ Homem: Espero que isso não se repita.
Os dois andaram em direção às suas casas. A cidade não era muito grande, mas pequena também não era. Andaram por cerca de 10 minutos pela orla da praia até que chegaram na porta da casa de Ana.
_ Gu: Até amanhã, princesa?
_ Ana: Amanhã a Fê vem dormir aqui. Vamos organizar os últimos detalhes da lista de convidados e os últimos detalhes da festa.
_ Gu: Vou morrer de saudades.
_ Ana: E você acha que eu não vou?
_ Gu: Eu venho aqui incomodar vocês um pouquinho amanhã.
_ Ana: Não sabe quão feliz vai me fazer.
_ Gu: Até amanhã, princesa.
_ Até amanhã príncipe.
Se beijaram. Gu esperou até que Ana fechasse o portão de vidro e subisse as escadas.
Assim que fechou a porta de vidro da sala, Ana se deparou com seu irmão no sofá jogando vídeo game.
_ Ana: Você não tem jeito..._ Resmungou.
_ Diogo: Cala a boca, adotada.
_ Ana: Só tô falando algo para você que seria bom.
_ Diogo: Não acho.
_ Ana: Ta. Problema seu. Vou tomar banho.
_ Diogo: Ta. Problema seu.
Ana subiu as escadas até seu quarto, onde tomou banho, deitou e dormiu. No sábado, Fê foi depois do almoço até a casa de Ana.
_ Fê: Oie!!!
_ Ana: Oi, amore!_ Ana abraçou Fê.
_ Fê: Pronta para decidirmos os últimos detalhes?
_ Ana: Sim.
_ Fê: Isso vai demorar
_ Ana: Tenho até medo...
_ Mãe: Ana!_ Desceu as escadas até a sala.
_ Ana: Oi!
_ Mãe: A sua aula de matemática foi confirmada. O professor Marcus estará aqui na hora marcada. Ele 3 filho de um ex colega de trabalho do seu pai, então não me faça passar vergonha. Ele é extremamente pontual.
_ Ana: Ok. Eu vou ter aula de teatro antes mas dá tempo de chegar.
_ Mãe: Mas a aula não é sexta?
_ Ana: Sim. Mas a Sabrina, minha professora, ofereceu aulas extras.
_ Mãe: Espero que isso não te atrapalhe.
_ Ana: Fique tranquila.
_ Mãe: E quanto vai custar essas aulas?
_ Ana: Não sei, ela não falou. Mas eu pergunto.
_ Mãe: E onde é a sua aula?
_ Ana: Na casa de Sabrina. Ela me falou onde é.
_ Mãe: Ana Vitória...
_ Ana: Fique tranquila. A Sabrina é uma professora responsável. Só quer me ajudar.
_ Mãe: Espero que seja assim mesmo. Estão fazendo a lista?
_ Fê: Já vamos começar, tia.
_ Mãe: Então coloquem por favor o Marcus. Depois eu falo o sobrenome dele para você.
_ Ana: T... Tá... Mas por quê?
_ Mãe: Negócios do seu pai.
_ Ana: Mas e se ele for chato?
_ Mãe: Não interessa se ele vai ser ou não chato. Só faça o que eu te mandei.
_ Ana: OK. Fique tranquila.
_ Mãe: Vou sair. Se cuidem.
_ Ana: Tchau._ A mãe de Ana saiu e fechou a porta.
_ Fê: Vamos começar.
_ Ana: A lista tá aqui no computador. É só a gente olhar se vai chamar todo mundo que está aqui.
_ Fê: Vamos começar.
Elas ficaram por horas olhando nome por nome da lista que já haviam feito muitos meses antes. Retiraram pouquíssimos nomes.
_ Ana: Agora é a pior parte. Vamos ter que colocar mais pessoas.
_ Fê: Não esquece o seu professor de Matemática.
_ Ana: Fica tranquila. Não vou esquecer.
_ Fê: E a Cinthia?
_ Ana: Acha mesmo que a gente vai chamar aquela louca?
_ Fê: A gente podia chamar todo mundo e não chamar ela.
_ Ana: Seria muita crueldade.
_ Fê: Mas vai ser isso que vai acontecer.
_ Ana: A gente podia chamar pra jogar na cara dela que somos legais.
_ Fê: Seria um tapa na cara.
_ Ana: Vamos pensar nessa possibilidade.
_ Fê: E dos professores?
_ Ana: Temos que analisar. Coloca todos e depois a gente tira.
_ Fê: Até a mala de Português?
_ Ana: O Enéias já odeia a gente. Imagina se ele descobrir que foi o único a não ser chamado para o nosso aniversário.
_ Fê: O cara é um trouxa.
_ Ana: Fernanda!
_ Fê: Foi mal. Mas ele não merece.
_ Ana: A gente analisa ele também.
_ Fê: Mais alguém?
_ Ana: Eu quero chamar a Sabrina.
_ Fê: Você gostou mesmo dela, né?
_ Ana: Aham. Ela é uma pessoa super legal e me trata com tanto carinho...
_ Fê: Estou até pensando em entrar para o teatro agora.
_ Ana: Entra. Vai ser legal.
_ Fê: O Lucas não gosta muito disso.
_ Ana: Por quê? Ele tem ciúmes?
_ Fê: Ele tá longe.
_ Ana: Não tem nada de errado. É coisa da escola.
_ Fê: Vou falar com ele. Qualquer coisa até sexta eu decido.
_ Ana: Ta. A Raissa também tá lá.
_ Fê: Ela me contou.
_ Ana: To até com ciúmes. Você tem andado tanto com ela que a gente nem conversa mais.
_ Fê: Ciumenta. Mas é porque ela não tem um namorado. Então é melhor para eu conversar. Não fico lembrando do Lucas.
_ Ana: Foi mal. Não falo e beijo o Gu para te machucar.
_ Fê: Claro que não. Eu sei. É uma coisa minha também. Não tô aguentando ficar sem o Lucas. Eu lembro do quanto nós quatro éramos felizes.
_ Ana: Mas ele vem ano que vem.
_ Fê: Ano que vem. E até lá a Giranha continua na mesma sala que ele.
_ Ana: O Lucas é fiel. Você sabe disso.
_ Fê: Às vezes eu tenho medo de perder.
_ Ana: Para a Giranha?
_ Fê: Não. Para o tempo. Ele é o pior.
_ Ana: Vocês foram feitos um para o outro. Não vão se separar nunca.
_ Fê: Eu tenho medo._ Chorou.
_ Ana: Ei... Não fica assim._ Ana abraçou Fê_ Ele te ama. E eu também.
_ Fê: Obrigada, Aninha.
_ Ana: Agora enxuga essas lágrimas e vamos continuar...
Elas continuaram conversando e organizando os preparativos da festa. O tema foi confirmado, afinal, já estava tudo sendo preparado.
No dia seguinte, Fê foi para casa logo que acordou e tomou o café da manhã. Ana tomou um banho, colocou um biquíni de estampas étnicas em cores vivas e uma saída rosa toda furada. Pegou uma bolsa de palha marrom, um par de chinelos pretos e seus óculos escuros.
Gustavo a esperava na porta. Diogo, que atendeu a porta, mandou que esperasse do lado de fora.
_ Ana: Desculpa, amor. Ele tem estado assim ultimamente._ Beijou -o.
_ Gu: Ele nunca foi um lorde com você, né, Aninha?
_ Ana: Nunca foi um lorde, mas nem tão sem educação.
_ Gu: Não vamos ligar para isso. Pega seus patins.
_ Ana: Onde vamos?
_ Gu: Até o farol. Tenho a impressão de que tem uma praia muito bonita Escondida atras daquelas ruínas.
_ Ana: E você?
_ Gu: Vou fazer o sacrifício de ir de patins de mãos dadas com você.
_ Ana: Já volto com os patins.
Ana pegou seus patins, colocou e os dois foram patinando pelo calçadão até a trilha. Ela era lotada de árvores, o que significava que a praia do farol não seria encontrada facilmente.
_ Gu: Quase ninguém deve vir aqui.
_ Ana: Pois é. Isso me assusta...
_ Gu: Eu tô aqui. Não precisa ter medo. Vou te proteger com a minha vida se precisar.
_ Ana: Me sinto mais segura. Os patins estão pesando na bolsa.
_ Gu: Pois é. Mas aqui não dá para andar de patins.
_ Ana: Acho que estamos chegando._ Já podiam avistar o farol.
_ Gu: Mais uns cinco minutos e chegamos.
_ Ana: Lembra que naquele dia a gente não chegou completamente no farol.
_ Gu: Não vai ser difícil passar pelas ruínas.
_ Ana: Espero que não.
Eles andaram por algum tempo até que chegaram às ruínas de um muro que tampavam o caminho até o farol. Não se importaram. Subiram pelos escombros até o muro que estava quase caindo, mas mesmo assim conseguiram chegar ao alto e pular até a praia. Estavam certos. Uma praia deserta e paradisíaca os aguardava.
_ Gu: Que lindo!
_ Ana: Mas parece perigoso. Olha a força que as ondas quebram naquelas pedras.
_ Gu: Mas do outro lado o mar é calmo.
_ Ana: Ta com cara de fundo.
_ Gu: Vamos olhar lá de cima_ Apontou para o farol.
_ Ana: Vamos._ Subiram um morrinho até o lugar onde o farol ficava_ Será que tá aberto?
_ Gu: Não sei._ Ele tentou abrir a porta, mas, como não obteve sucesso, chutou -a_ Agora está.
Eles subiram as muitas escadas do farol até o topo. Lá, abriram (ou melhor, arrombaram) outra porta.
_ Ana: Pois é... Chegamos._ Ana colocou os braços em cima do para -peito do farol._ A vista é linda.
_ Gu: É verdade._ Ele parou ao lado dela e os dois admiraram o mar azul que estava diante de seus olhos.
_ Ana: Eu quero ficar aqui para sempre.
_ Gu: Esse vai ser o nosso lugar. Só nosso. Para sempre._ Ele a beijou.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.