História Ao som do coração - 11

Hoje seria o dia que a tal moça viria na casa de Gil para conversarem, para ele era estranho pensar nela como mãe. 

Quando ela chegou ele ficou um pouco nervoso, sua mãe abriu a porta e o espanto foi grande, ele viu naquela mulher muitos dos traços que via no espelho logo de manha.

- Então Fernanda, esse é o Gilberto.

A mulher a tal Fernanda olhou pra ele e sorriu, seus olhos estavam marejados.

- Prazer conhece-la..

Ele falou pegando em sua mão, um comprimento tão formal.

- Então vou fazer um lanche, vou deixar vocês conversando.

- Obrigado Lurdes!

Quando sua mãe saiu ficou um silêncio estranho, ele achava que tinha milhões de perguntas, mas só uma lhe vinha a mente, "Porque?" , ele não iria perguntar isso.

- Sua mãe me falou que você estar no último ano da escola, já tem planos no que vai querer fazer?

Ela perguntou quebrando o silêncio. 

- Não ainda, não gosto de fazer planos pro futuro.

Era verdade, futuro pra ele sempre foi algo incerto.

- Hum...

- Você é daqui de Minas mesmo?

Perguntou só pra puxar assunto

- Ah sim, mas moro em São Paulo,  logo que você nasceu eu me mudei... Eu queria te pedir desculpas por...

Droga, ele não queria falar sobre isso.

- Não precisa, eu que tenho que agradecer a senhora, meus pais são os melhores...

- Eu fico aliviada por isso, eu sempre pensei nisso por toda minha vida...

Ela começou a chorar e seu instinto foi abraça-la e ele fez isso.

- Fernanda, eu nunca tive espaço na minha vida por te culpar.

- Fico feliz por saber que você foi tão bem criado.

Ela falou meio triste. 

- Só queria saber o porque de não ter me criado.

Ele finalmente botou pra fora a duvida que lhe cercava por toda a vida.

- Egoísmo,  eu havia acabado de terminar a escola,  passei em medicina e descobri que estava grávida. Todo o futuro que eu havia planejado pra mim estava se perdendo . Não vou mentir Gilberto, eu pensei em tirar você,  mas eu fiquei com medo de ser castigada, foi então que uma amiga deu o péssimo concelho de dar você pra adoção. Quando você começou a crescer na minha barriga, você chutava muito e quando eu cantava você se acalmava, eu comecei a me apegar. Foi então que eu decide que só iria te dar se encontrasse alguém pra te amar, foi então que soube da sua mãe, soube que ela não poderia ter filhos e isso me confortou que você seria único que não existiria nenhum filho que ela amasse mais que você. 

Ele ficou calado digerindo aquilo, foi quando a companhia tocou e ele foi abrir, Vivian e dona Cláudia entraram como furacão. 

- Seu moleque, você vai ter que assumir o teu filho.

Ele estava sem entender nada, Fernanda o olhava assustada e sua mãe saiu da cozinha.

- Que historia é essa Gilberto?

Sua mãe perguntou confusa.

- Eu não sei, que filho? 

- O filho da minha irmã...

Só podia ter a Amanda nessa história. 

- Eu nunca nem toquei na Amanda.

Sua mãe parecia decepcionada e Fernanda estava chocada, porque essa confusão toda logo hoje.

- Como se de fato você fosse santo, no outro dia você mesmo me falou que estava enganando uma garota, porque não tinha coragem de assumir que gostava de outra. Você é um covarde!

Isso foi a gota d'água, misturou tudo em sua cabeça, sua adoção,  a historia da foto e agora sendo acusado de ser pai e pior Vivian o chamando de covarde.

- Eu nunca fiquei com a Amanda, se quer saber quem é o pai do teu sobrinho pergunta ao seu incrível namorado se ele vai querer ser Papai ou Titio!

Ele explodiu e jogou o celular na cara de Vivian nas fotos do beijo.

- Cláudia se meu filho estar falando que não é o pai ele não é.

- Claro que você vai acobertar o vagabundo do seu filho como sempre faz.

- Queira me desculpar, mas vagabundo aqui não é meu filho, quem não sabe a paternidade do neto é você e não eu. Agora  saia da minha casa que estamos com visita. 

Vivian estava estática com as fotos.

- Vamos filha!

Ela foi puxada pela mãe.