— SURPRESA!- disse ele dando gargalhadas.
— Nos deixe em paz, vão embora- gritou Shawn.
— Ora, ora, o imundo está falando. Eu disse para enfiarem a faca mais fundo até saírem suas tripas.
— CALE A BOCA - gritei.
— Vamos, agora.
— Eu não vou com você, me deixe em paz.
— Como é que é? Eu tive dó de você e te tirei daquele orfanato. Você era uma pobte, não tinha nem onde cair morta. Te dei casa, comida, educação de qualidade e tudo oque você queria. Podia ter deixado você apodrecer naquele lugar, você só me trouxe desgosto.
— Nos deixe, vá embora!- interviu Shawn.
— Cale a boca seu animal.
Segurei mais firme a mão de Shawn, ele percebeu oque eu queria. No momento em nos viramos, meu pai sacou uma arma.
— Corram e morram, inúteis.
Me lembrei da arma do guarda, ela estava dentro do bolso do calça de Shawn. Dei um passo para trás, fiz que ia abraçar Shawn pela cintura, peguei a arma e apontei.
— ISSO É SÉRIO?- perguntou o rei em tom de deboche.
— Vocês acham que eu vim sozinho? Trouxe minha tropa inteira. Um apito e eles aparecem.- ele apontava para um apito em seu pendurado em seu pescoço.
— Desculpe, no jogo da vida ou você mata ou você morre -disse.
Segurei a arma, saquei e atirei. O tiro acertou o braço e o apito soou.
Os soldados saíram correndo de todos os cantos da floresta e começaram atirar.
Eu e Shawn saímos correndo, nunca corremos tanto em nossas vidas. Atravessamos a mata do outro lado de onde estávamos e chegamos em outro vilarejo.
No momento em que entramos, minhas pernas tremiam e as pessoas paravam de fazer oque estavam fazendo para nos olhar.
Estavamos sujos, faziam exatamente 4 dias que não tomávamos banho por falta de roupa.
Atravessamos a rua e fomos nos sentar no banco de uma pequena praça.
— Qual o nome desse lugar? Tive a impressão de estar aqui - perguntou Shawn sem fôlego.
— Eu não faço a mínima idéia, não havia nenhuma placa informando o nome.
Ele e levantou e foi perguntar para um senhor que lia um jornal em um banco bem afastado do nosso.
— Se chama Hoseok, vilarejo Hoseok. É onde minha vó por parte de mãe mora.
— Sério? Vamos pra lá, agora.
Ele me puxou e segurou minha mão. Enquanto caminhávamos as pessoas reparavam em sua barriga que estava de fora, eu o encarava e ria.
As ruas eram pedregosas e as casas e lojas de comércio eram todas iguais, todas eram de madeira e era de cor laranja ou amarela. Paramos em frente a uma casa velha de madeira, sem cor e sem vida.
— Pelo que eu me lembre, é aqui.
— Vamos bater na porta.
Subimos dois degrais e Shawn bateu na porta, dois minutos depois uma senhora de idade muito pequena e usando um vestido vermelho florido saiu para atender.
— Shawn? Meu neto é você? - perguntou a velhinha.
— Sim vovó, sou eu - respondeu Shawn a envolvendo em um abraço.
— E essa?
— Essa é Camila, minha namorada.
Namorada, a que maravilha era ouvir aquilo.
— Prazer - respondi.
— Entrem, entrem- convidou a idosa.
Sua casa era bem simples tanto por fora quanto por dentro.
— Sentem-se, vou fazer uma xícara chá- disse ela apontando para um sofá velho.
Quando me sentei, olhei para a mesinha de centro e vi um jornal com minha foto e de Shawn.
" PROCURADOS, A OFERTA PELAS CABEÇAS FOI AUMENTADA."
Meu pai foi mais rápido que a gente, agora parecia ser o fim de tudo.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.