1. Spirit Fanfics >
  2. Aos Dias Que Nunca Vieram - 2 temp. >
  3. Percepções de Van Gogh

História Aos Dias Que Nunca Vieram - 2 temp. - Percepções de Van Gogh


Escrita por: SrtaPoirot

Notas do Autor


Desculpem-me pela demora! Eu sei que demorei, mas aqui estou de novo! Eu queria que esse capítulo fosse só de uma parte, mas vai ser em duas. O episódio do Van Gogh é um dos meus preferidos e me empolguei com este capítulo, vocês vão ver enquanto leem.
Espero que aproveitem intensamente. Beijooos.

Capítulo 22 - Percepções de Van Gogh


O Doutor estava sentado na cadeira da sala do console quando Rose veio. Ela percebeu que ele estava com os olhos fechados e se aproximou.

O Doutor abriu os olhos percebendo a presença dela.

“Desculpe. Eu te acordei?” Ela perguntou.

“Eu não estava dormindo. Estava descansando os olhos.” O Doutor respondeu.

“Eu percebi.” Ela sentou do lado dele. “O que vamos fazer? Quer dizer, Rory está...”

“Ele não está morto.” Ele disse. “Ele não pode estar. Deve ter alguma explicação e aquela rachadura é a chave do enigma.”

“Do que estão falando?” Amy apareceu pronta para uma nova viagem.

“Estamos falando da nossa próxima viagem.” Rose mentiu tão rápido que qualquer um acreditaria.

Amy se animou, mostrando ao Doutor e Rose que acreditou. “Legal! Estou pronta para outra viagem! Onde vai ser?”

“Vai ser surpresa.” O Doutor disse. “Segurem firme.”

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

30 minutos depois...

“Então esta é uma das últimas pinturas de Von Gogh. Nos meses finais de sua vida provavelmente foi a mais brilhante efusão artística da história! É como se Shakespeare criasse...”

“Pensei que iríamos a uma aventura bem mais... agitada.” Disse Amy cochichando enquanto ouvia a história de Van Gogh no famoso Musée d’Orsay, em Paris.

“Pensei que gostasse de Van Gogh.” Disse o Doutor.

“E gosto, mas você já me levou aos lugares emocionantes que gostei. Arcádia, os Jardins da Tróia... Agora quero um lugar agitado.”

“Sei como é! Sente falta da aventura, não é?” Disse Rose.

“Shhh, que tal prestarmos atenção no que o senhor simpático está falando?” O Doutor pediu.

Amy folheou seu livreto com as fotos das pinturas. “Eu só quero encontrar... essa daqui.” Amy mostrou à Rose a pintura que queria ver na parede.

“Deve estar em algum lugar por aqui.”

As duas levantaram mais suas cabeças por cima da multidão procurando pela tal pintura.

“Achei! Está ali!” Amy foi correndo e Rose puxou o Doutor para segui-la. “A verdadeira!” Ela comparou um pouco a figura com a pintura na parede.

“Quase podemos sentir a mão dele pintando na nossa frente. Gravando as cores nas formas...” O Doutor ia dizendo admirando a pintura. “Espere um pouco.”

“O que foi?” Perguntou Rose.

“Bem, olhem aquilo.” Ele apontou para a pintura e as garotas se esforçaram para enxergar algo que não viam.

“Onde?” Amy quis saber.

“Ali, na janela da igreja.” Ele respondeu.

Foi quando elas viram uma criatura na pintura. Bem, talvez a sombra dela, mas Vincent Van Gogh a viu e a pôs em sua arte.

“Com licença! Posso interromper por um segundo?” O Doutor interrompeu a excursão. “Desculpem-me! É uma inspeção de rotina.” Ele mostrou o papel psíquico para ganhar confiança. “Ministério da Arte e Artimanhas. Qual seu nome?”

“Dr. Black.”

“Certo. Sabe quando o quadro da igreja foi pintado?”

“Bem, é uma pergunta interessante. A maioria das pessoas...”

“Sem apressá-lo, mas quando?” O Doutor perguntou novamente impaciente.

Dr. Black pigarreou antes de responder. “É provável que foi entre 1º e 3 de junho de 1890. Um ano antes da provável data de seu suicídio.”

O Doutor acenou com a cabeça. “Obrigado, senhor. Foi de grande ajuda. Bela gravata borboleta.” O Doutor disse enquanto Rose rolou os olhos. “Gravatas borboletas são legais.”

O homem elogiou a dele também e Rose teve que desfazer o mimimi puxando o Senhor do Tempo pelo braço. Ela já sabia que o Doutor queria fazer uma visita ao Sr. Van Gogh.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

A TARDIS se materializou em um beco escuro assustando um gato. Formando o plano de encontrar Van Gogh e fazê-lo ir até a igreja que ele pintou para investigar a criatura estranha durante a caminhada pelo beco escuro só fez Rose pensar que seria fácil demais.

A teoria se confirmou quando chegaram a um restaurante – também pintado por Van Gogh – e ninguém queria falar sobre ele. Estranho... Todo mundo no futuro – no presente, no caso deles – quer falar sobre Van Gogh e ver suas pinturas.

“Infelizmente.” Respondeu uma das garçonetes quando o Doutor perguntou se elas conhecem Van Gogh. “Ele é bêbado e louco e nunca paga suas contas.” Ela explicou a eles.

“Mas ele é um bom pintor, não é?” O Doutor o defendeu, mas serviu apenas para soltar risadas das garçonetes.

Era a vez de Rose falar algo quando ouviu uma voz vinda do restaurante. O dono da voz estava tentando negociar com seus quadros e eles perceberam de quem se tratava.

“Seria um bom negócio se os quadros fossem bons.” Disse um homem saindo do restaurante. Provavelmente era o dono do próprio restaurante. “Não posso pendurá-los aqui! Vai assustar os clientes! Pague o dinheiro ou saia!”

“Eu pago, se quiser!” O Doutor ofereceu quando estava sentando em uma cadeira de uma das mesas ao ar livres. Rose sentou na cadeira ao lado e, infelizmente, Vincent estava de costas para eles. Mas Amy ficou do lado oposto, então ela estava tendo uma boa visão do artista.

“O quê?” Perguntou o dono do restaurante.

“Se quiser, eu pago a bebida.” O Doutor repetiu. Foi aí que Van Gogh se virou. “Ou eu pago pela pintura e isso paga pela bebida.”

“E quem seria você?” Vincent perguntou.

“Somos novos na cidade.”

“Neste caso, não sabe de três coisas.” Van Gogh disse sério. “Um: eu pago por minhas bebidas, obrigado.” Todos ao redor riram dessa declaração. Menos o Doutor e suas companheiras, é claro. “Dois: ninguém nunca compra os meus quadros pra não se tornar o palhaço da cidade! Se quiser ficar na cidade, guarde seu dinheiro. E três: a sua amiga é bonita, mas devia parar de fuçar nos assuntos dos outros.”

“Oh, por favor, mais respeito. Ela é minha esposa.” Disse o Doutor e Rose levantou a mão esquerda para mostrar o anel e confirmar o que ele disse.

“Sim, eu sei. Por isso que eu estava falando da sua amiga ali atrás.” Vincent apontou para onde Amy estava e ela ficou vermelha de vergonha.

A percepção de Vincent foi impressionante, mas ele preferiu continuar negociando por mais uma bebida com o dono do restaurante nervoso. Então, Amy decidiu falar mais alto – a vergonha sumiu – e fez os dois se calarem.

“Eu quero uma garrafa de vinho e vou dividir com quem eu quiser!” Amy falou e Vincent sabia que ela estava falando com ele.

“Isso seria bom.” Vincent aceitou.

O dono do restaurante suspirou derrotado e os deixou entrar.

Dentro do restaurante, os quatro se sentaram em uma das mesas. “Bem, vamos começar de novo. Eu sou o Doutor e estas são...”

“Eu sabia!” Vincent exclamou. “Meu irmão está sempre me mandando doutores, mas você não pode me ajudar!”

“Não sou esse tipo de doutor!” O Doutor disse rindo. Van Gogh tinha consigo outra pintura e o Doutor notou. “Olha essa! Não é incrível essa pintura?”

“Uma das minhas favoritas!” Disse Amy.

“Uma das favoritas onde? Nunca viu meu trabalho antes!” Vincent disse desconfiado. “Seu cabelo é laranja.”

Vincent começou a falar do cabelo de Amy e ela retribuiu o favor. O Doutor não iria conseguir aguentar o flerte deles por mais tempo.

“Então, Vincent!” O Doutor interrompeu. “Ultimamente tem pintado algumas igrejas? Ou pensa em pintar alguma igreja, capela, algo religioso? Algo que queira fazer? Nos próximos dias talvez?”

“Bem, tem uma igreja que penso em pintar quando o clima estiver bom.”

A conversa foi interrompida por gritos de uma mulher falando em assassinato. Parece que a aventura deles só vai começar.

Eles correram até o encontro da jovem atacada. Ela foi atacada com garras por algum monstro, pois um animal não teria feito aquele estrago na garota. Não ficaram muito tempo pra examinar porque eles foram expulsos por causa de Van Gogh. Na verdade, Van Gogh é quem foi expulso, mas eles o estavam acompanhando.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Como já era tarde da noite, eles precisavam de um lugar para dormir e investigar no outro dia. Eles poderiam ter passado a noite na TARDIS, mas Van Gogh foi gentil o suficiente para oferecer sua casa como abrigo (só que não!).

Os três viajantes entraram na casa de Van Gogh e notaram que era uma casa muito humilde, com vários quadros espalhados pelo interior e poucos móveis.

“Desculpem pela desordem. Descobri que o único que goste das minhas pinturas sou eu.”

Rose não pôde deixar de suspirar alegre por estar na casa de um pintor famoso e ver em primeira mão suas obras de arte.

“Você devia ter cuidado com essas coisas. Elas são... preciosas.” O Doutor disse ao notar que Vincent não tratava com cuidado suas pinturas.

“Preciosas para mim e para mais ninguém!” Ele disse depressivo.

“De onde vem sua inspiração, Vincent?” Rose perguntou se aproximando dele.

“Bem, eu acredito haver muito mais no mundo do que os olhos comuns possam ver. Eu acredito que se olharem com cuidado, existem mais maravilhas neste universo do que vocês jamais puderam sonhar!”

Rose percebeu que Vincent é mais parecido com o Doutor do que jamais imaginou.

Vincent Van Gogh gastou parte da noite contando estórias com tanto drama que o Doutor fez caras engraçadas com olhos arregalados. O Doutor e Rose estavam tão concentrados em ouvir Vincent que não perceberam que Amy saiu da casa. Só perceberam quando ouviram gritos vindos de fora e identificaram a voz de Amy.

Eles correram e encontraram Amy no chão, visivelmente abalada, mas passando bem. Mas Vincent se assustou com algo que ninguém mais viu. Ele agarrou um  cabo de madeira e atacou algo invisível. Ele pediu para que todos corressem, mas ninguém se mexeu.

Era isso! Ele era louco! Exceto pelo fato que o Doutor também foi atacado. Duas vezes. Então, todos perceberam que Vincent era o único a vê-lo. O pintor pareceu ter dominado a fera invisível e a fera fugiu.

O Doutor ainda lançava ataques.

“Doutor! Pare! Ele se foi! Não é, Vincent?” Pediu Rose.

“Sim, ele se foi. Eu posso mostrá-los como ele era.” Disse Vincent.

De volta à casa, Vincent passou tinta branca por cima de outra pintura e começou a desenhar nela. Após ter terminado, ele mostrou o desenho de um monstro com bico e garras. O Doutor tem que encontrar uma forma para pegar um monstro invisível e talvez ele tenha o instrumento certo para isso.

Deixando Amy para trás para distrair Van Gogh – ok, não exatamente deixando Amy para trás, mas mantendo-a segura – e levando Rose consigo até a TARDIS, ele tinha esperança em encontrar esse instrumento que tratava como um presente embaraçoso, até agora. Ele iria aproveitar a ajuda de Rose para procurar o tal aparelho.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

“Ele deve estar em algum lugar dentro deste baú.” Disse o Doutor quando já estavam dentro da TARDIS. Ele pegou um baú velho escondido – ou melhor, guardado – e o abriu.

“O que esse aparelho faz?” Perguntou Rose ajudando-o a procurar.

“Ele ajuda a identificar qual criatura estamos lidando. Vou lhe mostrar, assim que eu... A-HÁ! Encontrei!”

O Doutor pegou o aparelho e o acoplou no console da TARDIS. Conectou os fios e fez careta para a tela do aparelho mostrando a língua. Alguns segundos depois, sai uma impressão com os dados sobre ele mesmo. Então, ele tentou com o desenho de Vincent.

“Não é isso! Ele está me mostrando uma arara.”

“Temos que usá-lo na própria criatura.” Sugeriu Rose.

O Doutor olhou para Rose, pois sabia que ela estava certa, mas era muito perigoso e o risco é alto demais. Enfrentar uma criatura invisível é impensável. É a coisa mais impensável de se pensar na história da impensabilidade.

Mas é o que ele vai fazer.

Nós vamos fazer.” Corrigiu Rose.

“Acho que pensei alto demais. Tudo bem, mas fique por perto. Eu posso carregar o aparelho no peito usando essas alças. Vamos lá!”

Eles saíram da nave. O Doutor ainda estava arrumando o aparelho quando apitou.

“Ah, agora é que funciona! Um pouco atrasada, mas sempre acerta afinal.” Disse o Doutor.

“Hãããn, Doutor...” Rose queria falar.

“Veja, Rose. Agora vamos descobrir o que é!”

“Eu sei por que o aparelho funcionou agora.”

“Ah é? Por quê?”

“É porque ele está atrás de mim. Posso sentir sua respiração.”

O Doutor congelou. Com uma olhada para a tela do aparelho, – que mais parece um espelho – ele pôde ver o reflexo da criatura. Com um bico e quatro patas.

“Corre, Rose, corre!”

Os dois correram pelos corredores da cidade. Já estava amanhecendo e as ruas estavam mais visíveis. Eles correram enquanto derrubavam tudo que tinha pela frente. A criatura se atrasou, meio desengonçada e com dificuldade de segui-los. Eles estavam a salvos.

“AAAAAAHHH!” Rose gritou.

“AMY!” O Doutor advertiu. “Não faça isso!”

“Desculpe, não queria assustá-los, mas estava entediada.” Disse Amy.

“E achou que seria seguro nos seguir? Acabamos de escapar da criatura.” Explicou Rose com uma mão no coração depois do susto.

“Por mais que eu admire o controle de cores e formas, é difícil gostar do ronco de Vincent Van Gogh.”

“O que vamos fazer, agora que sabe que criatura é essa?” Perguntou Rose para o Doutor.

“Por enquanto, vamos acordar Vincent.” Ele respondeu.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

“Acorde! Acorde!” O Doutor gritou pelo quarto de Van Gogh e abriu a janela, iluminando tudo. “Que manhã! Vamos ao jardim. As garotas têm uma surpresa para você!”

Van Gogh se espreguiçou e viu da porta o jardim repleto de girassóis.

“Achei que gostaria de pintá-las ou algo assim? Só uma ideia.” Sugeriu Amy.

“Elas não são minha flor favorita.” Contestou Vincent.

As garotas ficaram surpresas.

O Doutor não queria perder muito tempo e chamou a todos para uma conversa. Na sala, o Senhor do Tempo mostrou uma figura ao pintor.

“Essa é uma criatura chamada Krafayis. Eles viajam pelo espaço como uma matilha.”

“Mas esse que encontramos parece estar sozinho.” Disse Rose.

“É que às vezes um deles fica para trás e por serem uma raça brutal, os outros nunca voltam. Um Krafayis abandonado.” O Doutor ia explicando. “E o que eles fazem é, bem... matar até serem mortos. O que não são, porque os outros não podem vê-los.”

“Mas eu posso.” Disse Vincent.

“Sim, por isso estamos em vantagem hoje, meu amigo, para acabar com esse reino de terror.”

Rose rolou os olhos. “Não seja dramático!”

“Estou sendo poético.” O Doutor pigarreou. “Então, está com vontade de pintar a igreja?” O Doutor perguntou ao Vincent e viu confusão no rosto dele. “Acredite, se o pintar, ele virá.”

“Vou pegar minhas coisas.” Van Gogh se animou com a possibilidade de pegar o monstro e desapareceu no quarto.

“Temos que ter cuidado com ele.” Disse o Doutor para as garotas.

“Se algo acontecer com ele, metade das pinturas do museu vai desaparecer. Doutor, não podemos falhar com ele.” Disse Rose.

“Eu sei.” O Doutor falou e os três esperaram mais alguns minutos. “Vocês não acham que ele está demorando?”



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...