Eu estava entediada de fugir e, me esconder desses adolescentes ignorantes. Eu livrava o pescoço deles… E o que ganhava? Uma trupe inteira na minha cola, vistoriando o campus. Ótimo. Não podia ir no laboratório me alimentar. Teria que me virar com o que tinha. Ou, o que não tinha. Não haviam muitos coelhos, e comigo a solta… Ainda menos. Depois da palhaçada da Reitora, os alunos estavam preocupados e mal saiam de seus quartos a noite, mas as Summers e os Zetas se revezavam na vigília do campus. E eu… acuada em cima dessa árvore como um gato. Pensei um pouco… Ainda havia sangue na geladeira do meu quarto. Era arriscado demais, mas… Quem sabe. Me esgueirei pelos prédios até a janela. Por sorte, Laura dormia sozinha hoje. Sempre havia alguém com ela. Por uma fresta na janela, entrei no quarto. Ela dormia agarrada com o travesseiro, e murmurava coisas ininteligíveis. Abri a geladeira devagar, e peguei uma garrafa. Beberia no gargalo mesmo, mas ela se mexeu, e eu parei. Laura se virou na cama, e deixou o pescoço a mostra. Eu senti algo no baixo ventre, e abandonei minha garrafa de sangue. Fui até a cama e me curvei sobre ela. Seria muita canalhice me aproveitar dela dormindo? Sorri com a idéia. Eu sempre roubava beijos, seria a mesma coisa. O pescoço ali. Pronto para uma boa marca. Quando já estava próxima, ela se virou. Droga. Mas agora… A boca dela… Tão próxima… Eu me curvei mais.
A porta se abriu com um estrondo, algo varou meu ombro esquerdo, eu cerrei os dentes. A JANELA! Tarde demais. Me jogaram de costas, e grossas algemas me foram colocadas. Virei com dificuldade, e uma corrente me foi passada nos pés e no tronco. Havia algo… Merda! Tinha prata em todas elas. E para completar o circo, me colocaram um colar de alho. Legal. Quando as luzes se acenderam, lá estava ela, em pé na minha frente, Xena. Com uma… Aquilo era uma machadinha? Eu comecei a rir. Laura estava na cama. Sentada esfregando os olhos, e tentando entender tudo.
-Finalmente… Você finalmente, vai pagar por tudo o que fez. Todos que levou. - Havia algo insano em seus olhos.
-A Rainha ficou vermelha de raiva e depois de encará-la como uma fera selvagem, começou a gritar “Cortem a cabeça” - Eu desdenhei gargalhando. Bem… Se iria morrer, pelo menos que levasse isso com tranquilidade. Ela tremia de raiva me encarando. Me sentei de qualquer jeito e a esperei.
-Você faz piada com as vidas que você levou - Eu revirei os olhos. - Vamos ver como se comporta sem a cabeça. Ela ergueu a machadinha. Era o fim. Dei meu melhor sorriso.
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