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História Aos Olhos da Noite - Vai e Volta e De Novo Aqui


Escrita por: CaahSilverio

Notas do Autor


Oier pessoas.
Peço desculpas pelos erros, mal tenho revisado esses últimos capítulos. Me peguei negligenciando muitos comentários, e isso realmente, não é legal. E acreditem, isso não irá se repetir.
Enfim...

Desejo-lhes uma ótima leitura :3

Capítulo 20 - Vai e Volta e De Novo Aqui


Fanfic / Fanfiction Aos Olhos da Noite - Vai e Volta e De Novo Aqui

Vi a lâmina percorrer o antebraço de Carmilla. Sangue vermelho manchou o chão e escorreu por sua pele. No que me pareceram segundos. Ela deixou a lâmina a ferir, para que pudesse agarrar o pescoço de Danny. Ela segurou tão forte, que pude ouvir os ossos estalando. A escuridão tomou conta de seus olhos e,por um segundo, tive medo dela. Não sei como, mas Danny mal tocava o chão com os pés. Ela se balançava no aperto em seu pescoço.

-Você… Machucar… Laura… Não - Carmilla apertou mais.

-Sem essa de heroína. A situação só chegou a isso, porque você permitiu. Eu adoraria secar cada veia de seu corpo, mas seu sangue me daria indigestão. - Carmilla não parecia notar o sangue pingando de seu braço erguido.

-Carmilla. Por favor. Danny não vai mais te atacar. Ela já entendeu, solte-a. Você está matando ela - Ela olhou para a mulher em seu aperto. Merda. Já estava ficando roxa. Acho que em qualquer outro caso, Carm a teria esfolado. Mas eu a encarava suplicando - Por favor.

Ela lançou um último olhar a Danny, e a soltou. A mulher caiu em minha cama, mole. Quando me ergueu os olhos, estava estampado ali, o orgulho ferido. A ajudei a se sentar e tentei calma-lá, ela me sussurrou um “Obrigado” tímido, massageando o pescoço. Carmilla se mantinha em pé, no meio do quarto, respirando pra se acalmar. Me afastei de Danny e caminhei até ela.

-Me deixa ver seu braço? - Ela me olhou e o afastou de mim.

-Não se preocupe. Só preciso me abastecer. E tudo ficará bem. - Ela pegou umas luvas de couro. Vestiu somente a mão direita. - Já vai amanhecer. Eu preciso ser rápida. Mantenha a janela aberta, ok? - Ela tocou meu rosto com a mão ilesa, pegou a mochila e saiu do quarto pela porta, ainda aberta.

-O que realmente aconteceu aqui, o que aquilo? - Subitamente me vi com raiva de Danny. Não sei explicar o porquê.

-Ela precisava de força, e acabou sugando meu sangue. - Não me preocupei com meu tom. Eram 4 da manhã. Mesmo com o barulho… Ninguém estava no corredor. Barulhos eram normais. Danny me olhava. Seus olhos desceram até minha cintura, e ela soltou um “Oh” baixo e voltou a me olhar nos olhos. Ignorei e continuei - Algo veio aqui essa noite. Um… Não sei explicar. Parecia um cão, mas tinha dentes grandes demais. E soltava uma aura ruim. Quase… Palpável. Ele estava do lado de fora quando percebemos. Carmilla tomou o resto do sangue. Como não era o suficiente pra matar ele… O jogou pela janela. Tomou meu sangue e foi atrás dele.

-O que vocês estavam fazendo quando cheguei? Ela não estava atrás dele? - Esse ser, estava me deixando com mais raiva, a cada minuto.

-Ela estava fechando os furos. Me disse que continuariam sangrando, se ela não o fizesse. - Apesar da raiva… Toquei meu pescoço. O lugar onde ela mordeu, estava meio bobo ainda. Mas dava pra sentir onde os dentes haviam sido cravados.

-Me parecia… Que você estava gostando - Danny soava... Debochada? 

-Você percebeu... Que eu quase morri? Percebeu que se não fosse a Carmilla, eu teria sido atacada por essa… Coisa que veio aqui? Se não a tivessemos prendido, esse monstro, nem no campus estaria, percebeu isso ou o seu orgulho está de deixando mais estúpida ainda?? -Ela se surpreendeu com minha pequena explosão.

-Você não precisa defender ela assim. A prendemos. Ok. Pessoas pararam de andar feito viciadas pelo campus. Achamos o problema. Essa coisa que veio aqui, veio atrás dela. E não de você. Se tivesse me ouvido, eu teria te protegido. Não ela. Você não teria essa marca no pescoço. Você tem que me ouvir e…

-O que você disse? - Eu “tenho” que ouvi-lá? - Pera. O QUE?- Tomei fôlego pra responder, quando um vulto entrou pela janela, e parou silenciosamente próxima a cama. Carmilla estava de volta, com uma mochila cheia de bolsas de sangue. Ela se ergueu e pareceu surpresa ao nos ver ali.

-Achei que não estavam mais nisso- Ela disse tirando a mochila, e guardando na geladeira várias bolsas. - Continuem. Me ignorem. - Ela disse abanando a mão por cima do ombro.

-Danny… Pela última vez. Você não é meu pai, para me dizer o que devo, ou não, fazer. Eu tenho idade o suficiente pra saber o que é certo. - Ela me encarou envergonhada.

-Eu não quis dizer isso …- Ela passou a mão pelos cabelos.

-Sim. Quis sim. Eu gosto muito de você, mas isso de você… Querer me manter segura a qualquer preço e por cima de qualquer um… Essa coisa sua, de ser... A heroína no final. Não te faz bem. Já coloquei um fim nisso antes, e vou colocar novamente.- Disse fechando os olhos. Eu ainda gostava dela. Sentia… Muitas coisas por ela. Mas essa obsessão… Realmente... Não dá.

-Laura. Me desculpa. Eu não quis dizer isso… Essa… Coisa me deixa assim - Ela apontou pra uma Carmilla, que se deitava sugando uma bolsa de sangue. Aqueles olhos pretos, fuzilaram a garota a minha frente.

-Ela tem nome. E querendo ou não, ela tem me protegido bem. Me protegido de coisas, que eu mesmo tenho atraído. Sinto muito por isso, mas por favor, vá embora. Eu realmente preciso tentar descansar. E dessa vez… Não volte. Não por mim- Disse sentindo meus ombros caírem de pesados.

-Por favor Laura … - Ela começou. Os olhos marejados.

-Danny. Por favor - Eu segurava a porta pra ela. Ela se levantou. Parou na minha frente e se virou pra Carmilla.

-Acho bom você cuidar dela. Ou eu voltarei aqui com minha faca - Carmilla ergueu uma sobrancelha e se virou na cama.

-Já ouvi algo assim antes. E nunca, reagi bem a ameaças. Mas não se preocupe. Não cometerei o mesmo erro que você, cometeu tantas vezes. - Carmilla se virou e jogou as pernas em cima da cama. Danny parecia transtornada, mas aquele último... Ela parecia prestes a chorar. Saiu de cabeça baixa e eu fechei a porta. Me apoiei na mesma e escorreguei até o chão. Meus olhos marejados, e eu nem sabia bem o porquê.

-Se torturar, nunca foi uma opção. Tome um banho e tente descansar. - Senti vontade de bater nela. Quando abri os olhos, ela estava na minha frente. Estendendo a mão pra mim. Eu segurei e me levantei. - Tome um banho, ou o chocolate quente irá esfriar. - Ela falou indo até o mini forno, e enchendo minha caneca de chocolate fumegante. Quando ela fez chocolate? Droga. Eu estava chorando. Peguei minhas roupas, e fui pro banheiro. Chorei mais embaixo da água. Desliguei e saí. O cheiro de chocolate preenchia o quarto. Carmilla estava jogada na cama. De camiseta e moletom, escondida atrás de um livro. Estava tão largada que acabei rindo.

-Ela ainda sabe sorrir - Ouvi o comentário quando passei por sua cama. Ela colocou marshmallows no chocolate. Estava delicioso. Mas não queria dar o braço a torcer.

-Como consegue agir tão normal depois de tudo? - Ela abaixou o livro e o colocou na barriga.

-Não foi tão ruim assim - Respondeu colocando os braços embaixo da cabeça. Poderia ter sido pior. - A maneira como me olhou… Me deixou estranha. Era um olhar diferente. Não sei explicar como. Mas era diferente. Calmo, mas muito intenso.

-Acho… Pra mim. Essa noite foi desastrosa. - Eu disse bebendo seu chocolate.

-Meu chocolate não é assim tão mal.  - Ela se espreguiçou mais e a camiseta acabou subindo. A pele era tão clara quanto o resto. Desviei os olhos e suspirei. -Durma. Amanhã se sentirá melhor.

-E você? Não vai dormir? - Entrei embaixo das cobertas. E a olhei do travesseiro.

-Madrugadas não foram feitas para dormir. Foram feitas para se pensar. Para poetas e boêmios encontrarem conforto entre copos e tragos. E eventualmente… Entre os braços de alguém. - Ela disse com um sorriso perdido, olhando pro teto e depois pra mim.- Não quer dormir aqui?

-Você realmente… Ama filosofia. E… Não. Hoje deixarei você se esticar na cama - Respondi tentando acalmar meu coração. A maneira como ela falava… Era tão poético. Tão… Deus. Onde meus pensamentos estavam indo? Um sussurro de “Boa noite” entrou pelos meus ouvidos. Acabei dormindo com aquele sorriso enviesado ainda nos meus olhos.

 


Notas Finais


Obrigada a quem leu até aqui. Espero que tenham gostado.

Até o próximo :3


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