História Aos Olhos da Noite - Isso é festa baby!

Porque ela me deixava tão inquieta? A presença dela me deixava consciente demais do meu corpo, e isso era estranho. Bem… Vamos dizer… Que eu nunca me importei muito com meu corpo. Não que eu não me cuide. Tento manter as coisas no lugar. Mas o jeito como ela me olhou… Tudo bem, eu estava nua, mas me senti um sanduíche apetitoso aos olhos dela. Ela encarou lugares, que só de pensar me deixam vermelha. Bem, vamos esquecer isso. Vamos nos concentrar na festa. E em achar Danny. Fiquei andando a esmo, até achar a mesa e me servir de ponche. Quando pensei em levar a boca, uma mão segurou meu pulso.

-Não beba. A menos que queira tirar a roupa, e dançar na mesa. - Me viro. Carmilla com aqueles olhos negros, fixos em mim. - Bem… Se tirar a roupa… Não verei nada além do que me serviu em uma prato cheio - Aquela voz dela… Me arrepiava. Ela parecia saber disso. Soltou meu pulso e sorriu. Ela me deixava … Eu tomei o ponche e não vi? Porque eu me sentia tonta agora.

-Hey, Laura, tudo bem ai? - A voz de Danny me fez virar, quando voltei a olhar Carmilla, ela já não estava ali. Deus. Eu estava ficando louca. Danny chegou e parou na minha frente. Estava linda. O cabelo solto e uma tiara de flores laterais.

    -Bela tiara - Ela sorriu  sem jeito.

-Coisas das Summers. A abertura do ano letivo é nossa tradição. A fraternidade dos Betas sempre tenta ferrar nossas festas. - Ela disse olhando pra um grupo de meninos gritando, e fazendo vira-vira do outro lado da festa.

-Entendi. Rivalidade entre irmandades. Tenho umas coisas pra perguntar pra você. Claro, se não estiver ocupada? - Ela me sorriu e colocou a mão no bolso.

-Nunca estarei ocupada pra você - Ela me deixou vermelha. Deliberadamente levei o copo à boca. Mas o abaixei imediatamente e o coloquei na mesa. Ela ficou me olhando - Algo errado com o ponche? - Ela pegou meu copo e cheirou. Lançou um olhar mortal aos Betas e chamou umas meninas, pediu pra jogar o ponche fora e trocar por outro. Depois pensou bem, e mandou trocar com a mesa dos Betas. Achei aquilo meio… Infantil. Mas não importava.

Durante o tempo que pude, a bombardeei com perguntas sobre os dormitórios, e o campus. Ela realmente disse que coisas estranhas aconteciam ali a noite. Mas não ali, onde estávamos. Só do lado leste. Próximo aos dormitórios Betas e até a biblioteca e o teatro. Eu tinha que me manter entre o campus, super bem iluminado e o refeitório. E depois do pôr do sol, nunca deixar a janela aberta ou andar levianamente. Coisas estranhas. Mas… Se eu seguisse as regras, não me meteria em problemas. Ótimo. Não sou fazer coisas erradas. Nem de sair pelada do banheiro. Minha consciência gritou isso. Eu parei onde estava. Danny tinha ido falar com as irmãs e eu estava andando atoa. LaF e Perry estavam lá, acabamos parando pra conversar. Danny chegou e se juntou a nós. Peguei um refrigerante numa mesa próxima, e comecei a tomar. Algo em meu pescoço parecia queimar. Olhei em volta e lá estava Carmilla. Parada a sombra de uma árvore, com um copo na mão. LaF me perguntou algo que não entendi, e me distrai na conversa. Quando me virei para Carmilla… Ela já  não estava mais lá. Louca. Só pode. Fiquei louca no primeiro dia. Já passava das dez quando subi pro quarto. Danny me deixou na porta e se despediu mexendo no meu cabelo. Eu gostei daquilo.  Entrei feliz no quarto e fechei a porta quando passei. O quarto estava quieto e escuro, mas se podia ouvir a festa lá embaixo. Minha janela dava de frente ao lugar onde Carmilla estava apoiada. Eu parei e olhei as árvores. Um pequeno bosque onde a lua se erguia.

-Tão romântico. - Sussurrei pra mim.

-Tão clichê - Carmilla estava parada na porta do banheiro me olhando. Que diabos. Essa menina não fazia barulho. Eu a fiquei encarando. - A amazona comeu sua língua Docinho?

-Pare de me chamar assim - Fui pro armário pegar meu pijama sem a olhar realmente. Ela se deitou e riu baixo.

-Você fica linda nervosa Cupcake. - Disse virando pro lado.

Bufei indo pro banheiro. Troquei de roupa e escovei os dentes. Quando voltei Carmilla estava imóvel. Achei que já devia estar dormindo. Me deitei e peguei meu celular. Havia mandado uma mensagem para meu pai antes das nove falando que ia dormir. Me julgue. Mas meu pai teria coragem de vir aqui pra garantir que eu estava bem. Adormeci rindo daquele pensamento.