1. Spirit Fanfics >
  2. Aos Sons da Quadra >
  3. Capítulo 5 - Akashi Seijuro - Himuro Tatsuya

História Aos Sons da Quadra - Capítulo 5 - Akashi Seijuro - Himuro Tatsuya


Escrita por: LunaAtsushi

Notas do Autor


Eiiiiiiiiii! Gente linda e perfeita, voltei muito antes do que imaginei, tudo porque tenho leitores divos e maravilhosos. Eu leio todos os comentários e respondo assim que possível e acreditem, amo cada uma das pessoas que dedica um pouco do seu tempo para comentar nesta história. Por este motivo, quero muito agradecer a algumas pessoas que tocaram o meu coraçãozinho :D
Sendo assim, ofereço este capítulo a algumas divas: Trouble-Chan, ah muito queridaaaaaa leitora que está junto comigo dês do primeiro capítulo (você é um amor), KatyQueen, uma diva que mesmo com poucas palavras sempre me apoia, Cristal_l0v3, um amore que comenta a muito tempo e me cativa cada dia mais, e por último, mas não menos importante (sempre quis dizer isso), ela a toda poderosa ~chieyue, a leitora mais maluca e amável que tive o prazer de conhecer. Todas vocês são umas divas, mas sem mais demoras, o próximo capítulo foi feito em homenagem a vocês.

Capítulo 5 - Capítulo 5 - Akashi Seijuro - Himuro Tatsuya


Fanfic / Fanfiction Aos Sons da Quadra - Capítulo 5 - Akashi Seijuro - Himuro Tatsuya

Perfeição, o mais ambicioso dos anseios humanos. O desejo de ser completo e perfeito perpassa o tempo, a vida e amor. Sem dúvida alguma, a melhor maneira de corromper a humanidade. Eu fui pego em sua armadilha e as consequências dessa falha tentativa me trouxeram há hoje, um homem com “vida perfeita”, que chegou onde poucos poderiam ir.

Eu tenho mais dinheiro do que posso gastar, tenho mais fama do que posso usufruir, tenho mais amigos do que posso contar, tenho mais sonhos realizados do que esquecidos. Todos veem neste simples detalhe, o ser perfeito, alguém a quem invejar e tentam alcançar um terço das minhas conquistas. Porém, em algum momento da minha caminhada, algo se perdeu, o verdadeiro Akashi se perdeu.

O menino que amava a mãe incondicionalmente e daria a vida por ela, o garoto inteligente da escola que arrancava sorrisos das meninas e exalava felicidade, o rapaz que faria tudo para proteger seus colegas de equipe. Essas pessoas se perderam e agora, vendo por todos esses ângulos, notando todos esses “Akashis”, percebendo que, durante todos os últimos anos, partes minhas foram desaparecendo conforme as escolhas erradas foram feitas, percebo que descobrir sobre minha filha foi apenas o estopim de sentimentos ocultos dentro de mim.

A perfeição, a mais mentirosa das peças inventadas para nós. Ninguém é perfeito, ninguém pode alcançar o inalcançável e eu sou o reflexo desta realidade. Quando pequeno, logo após perder minha mãe, comecei a ter crises de ansiedade que deixavam-me preso em meu próprio quarto com medo do que havia do lado de fora. Para meu pai, esse problema era uma fraqueza que podia ser enfrentada, mas não foi.

Essa fraqueza é apenas uma das muitas que foram acumulando-se em mim, escondendo-se no mais fundo da minha alma e se alimentando de minha sanidade. A noite que veio pareceu eterna, não consegui dormir, minhas mãos tremem e não tenho paciência para fazer absolutamente nada. Aqui estão eles, os sintomas da minha fraqueza, caminhando calmamente sobre mim, tomando o controle do meu corpo. Quando o sol brilha no horizonte pego a bola de basquete e saio do hotel.

Eu preciso tirar essa fraqueza, preciso deixá-la ir para poder me libertar também. Jogar sempre foi meu alicerce, minha outra via, o plano B. Eu sou assim, um homem quebrado que foge da realidade.

Depois de um bom tempo, consigo encontrar uma quadra de basquete em uma praça vazia pelo horário. Logo comecei um treino básico, quicar a bola e jogar para o aro, simples, mas prático. Aos poucos minha cabeça volta a funcionar e os pensamentos tomam forma. Só quero jogar, distrair-me do fato que em algumas horas estarei diante a mulher que escondeu-me uma filha. Então os movimentos vem, calmamente, driblar oponentes invisíveis, fazer jogadas complicadas só pelo prazer, é como ser cego e enfim poder ver novamente.

Transpassar uma crise de ansiedade nunca foi fácil, isso até descobrir que o basquete, como sempre, era o meu suporte. Consigo respirar normalmente, minhas mãos não tremem, mas sim agarram a bola com firmeza. Não penso em mais nada, apenas jogo, vou lançando a bola para o aro quantos vezes acho necessário, sem nunca pensar em parar, isso até o momento em que um Golden Retriever pegou a bola de basquete com a boca e saiu levando ela para longe.

Curioso com o ocorrido, fui atrás do animal até ele chegar em uma garotinha de cabelos rosados curtos que usava um vestido florido, ela sorriu para o mesmo e começou a acariciar o cachorro que era quase do tamanho dela. Seu sorriso espontâneo foi substituído por travesso assim que a voz de um rapaz soou atrás dela. Era um jovem de no mínimo 15 anos, com os mesmos cabelos rosados. Ele chegou ofegante até a menina, parecia aliviado por tê-la encontrado.

Depois de verificar se a pequena menina estava bem, o moço começou a brigar com ela, que fez pouco caso da reprimenda e continuou a brincar com o cachorro de pelagem clara. Resolvi que tinha de me aproximar, caso quisesse ter a bola em minhas posses novamente e conforme fui aproximando-me do estranho trio, comecei a escutar o que falavam um para o outro.

— Nana, espero que você não tenho pegado alguma das bolas do papai para brincar com Boru-chan, você sabe que ele sempre fura com esses dentes enormes — o mais velho continuava a reclamar com a garotinha que agora formou um bico em desagrado pela quantidade e sermões que estava levando — Ele vai ficar magoado ao saber que você desobedeceu uma ordem dele — após essas palavras a pequena desatou a chorar.

— Mas, eu não peguei a bola do papai — ela disse entre soluços — O Boru-chan apareceu com ela assim que eu encontrei ele — ela falou, apontando a direção da qual o animal tinha vindo, o que levava diretamente a mim. Pensando bem, achei até meio irônico o fato de o nome do cachorro ser justamente bola.

— Ehhhhh! — exclamou o menino ao ver minha aproximação — Por um acaso essa bola não era sua né? — o rapaz perguntou com uma mão atrás da cabeça, e pela expressão já havia entendido o que tinha acontecido ali.

— Infelizmente, ela é sim — respondi assim que os alcancei. Abaixei-me ao lado do cachorrinho e comecei a acariciar seu pelo e em pouco tempo ele largou a bola, já murcha devido aos buracos feitos pelos dentes do monstrinho — Vocês tem um animal bem sapeca aqui — falei ao me levantar. O garoto, que só agora pude notar ter olhos azuis claro, estava vermelho de vergonha e logo curvou-se em sinal de respeito e desculpa.

— Desculpe o Boru-chan, senhor. Ele não faz por mal, mas tem um pequeno vício por bolas, não conseguimos controlar ele — o menino falou ainda curvada, enquanto sua irmãzinha olhava para mim com interesse, chegando até mesmo a virar a cabeça como se estivessem tentando lembrar de algo — Eu prometo pagar outra para o senhor o mais rápido possível. Meu pai está aqui perto esperando pela gente, tenho certeza que ele compra uma novinha.

Ri do desespero alheio, fazendo com que o garoto levantasse o rosto ainda mais constrangido que antes — Não precisa se preocupar com nada meu jovem, é só uma bola. Nada que eu não possa comprar novamente e também… — antes que eu pudesse terminar a menina arquejou e apontou para mim.

— É ele — ela cantarolou, sorrindo feliz como se tivesse completado um quebra-cabeça. O rapaz a repreendeu por apontar o dedo, fazendo a pequena corar tal como o mais velho segundos antes — Mas, é o amigo do papai Haku-nii-chan — ela falou com a voz manhosa devido o bico.

Estranhei suas palavras, afinal de contas, eu reconheceria os filhos de um amigo meu —Nana, não fale bobagens, eu reconheceria qualquer amigo do papai, isso é impossível — o mais velho disse para a garota, mas pouco depois mirou seus olhos em mim, tentando desvendar o mesmo enigma que a pequena havia feito.

— Eu to falando, é o amigo do papai que joga na NBA, Akashi-san — ela falou com calma, querendo ajudar o irmão, que arregalou os olhos em compreensão.

— Como eu ia lembrar, nós nunca o conhecemos pessoalmente — o menino disse, deixando-me ainda mais confuso — Muito prazer em conhecê-lo Akashi-san — ele disse enquanto erguia uma das mãos para me cumprimentar. Notando o meu estranhamento ele tratou de apresentar-se — Nós somos filhos de Kuroko Tetsuya. Eu sou Haku e essa é a minha irmã mais nova Nana — ele falou empolgado e logo a compreensão me pegou.

Os filhos do Kuroko estavam na minha frente. Quase não consegui acreditar. Depois que deixamos o Japão, no geral, perdemos contato com Tetsuya, consecutivamente, não soubemos que ele havia casado e muito menos que tinha filhos.

Retribui o aperto de mãos com um sorriso no rosto, feliz por estar conhecendo os filhos de um amigo tão querido — Nossa, não dá para acreditar que o Kuroko tem filhos e que eu não os conheço, seu pai é um grande amigo.

Como eu gosto de dizer, tudo estava bem demais para ser verdade, quando o pequeno diabo que aquelas crianças chamavam de cachorro resolveu pular em mim, derrubando-me na grama e começando a me lamber. Os dois começaram a gritar, mas nada tirava o animal de perto de mim, até que outra pessoa apareceu e puxou o Kuro-chan de cima de mim.

— Kami-sama, eu largo vocês dois por alguns minutos e logo desaparecem — a voz mais velha e mais forte tomou o lugar, em um tom de repreensão, mas ao mesmo tempo carinhosa para os dois, que se encolheram com o tom usado pelo mais velho — E ainda por cima, permitem que o Kuro pule sobre um estranho — pela primeira vez o homem prestou atenção em mim — Desculpe nos o incômodo… — assim que olhou em minha direção e notou quem eu era, Kuroko sorriu surpreso demais, tal como eu.

— Nossa, quanto tempo não é Kuroko ? — perguntei com um sorriso enquanto o cumprimentava — Estou chocado que tenhamos nos encontrado assim de surpresa.

— Eu que o diga, quantos anos faz? 15, 16 talvez? Você não mudou muito Akashi-san — exclamou o azulado — Eu e os meninos sempre vemos os seus jogos, devo admitir que todos lá em casa são seus fãs — após essas palavras ele indicou aos filhos para que fossem ao encontro da mãe e do, provavelmente, outro filho dele, deixando apenas nós dois e o animal.

— Mas, o que o traz ao Japão ? Pelo que eu me lembre, você tinha deixado bem claro que nunca mais iria voltar — diretamente no ponto, Kuroko fez a pergunta que ainda atormenta meus pensamentos.

— Fui enganado — exclamei em desânimo, enquanto mirava meus olhos para o parque, enquanto viu os dois filhos de Kuroko encontrando-se com uma alegre Momoi, logo mais a frente. Os olhos atentos do homem ao meu lado me acompanharam, mas seu silêncio era reconfortante, como se soubesse que eu precisava de calma para contar essa história — Digamos que eu fui privado de conhecer a minha filha, essa é a maneira mais simples de explicar — falei, esquivando-me dá lamentável história sobre como fui apunhalado pelas costas.

No rosto do azulado surgiu uma expressão de compreendimento — Tora-chan, eu suponho — virei-me para ele, não acreditando que ele soubesse disso e até mesmo tentando entender essa complicada situação — Eu nunca tive certeza, jamais teria escondido se soubesse, mas sempre houve uma pulga atrás da orelha. Vocês são muito parecidos — ele exclamou, mas eu estava em choque por descobrir — Momoi também achou que fosse possível, mas a mãe dela é bem arisca sabe? No fim, depois de um tempo achamos que era melhor não nos meter em confusão, digamos que as coisas ficaram bem estranhas por um tempo.

— Como conheceram ela? — perguntei com a voz tremida, ao que tudo indica, todos sabiam mais que eu sobre a minha própria vida.

— Ahh! Ela é amiga dos meus filhos, não são muito próximos, mas lá de vez em quando eles saem juntos — suspirei resignado com tudo que estava acontecendo. Depois dessa conversa, o calafrio voltou e o tremor nas mãos também, conforme o tempo passava e mais próximo ficava, os sintomas da ansiedade voltavam.

Conversamos por mais um tempo, mas logo Tetsuya teve de retornar para junto da sua família, para aproveitar o tempo juntos. Senti inveja da linda família que ele e Momoi haviam formado. Espero que algum dia eu possa ter esse laço com a minha filha.

Voltei para o hotel, onde Kagami esperava-me impaciente na entrada. Ele surtou comigo, supondo que eu já tivesse ido falar com Ari, mas assim que voltamos para o meu quarto e expliquei a situação, o maldito começou a rir da minha inusitada manhã. Preparei-me para ir até a casa de Hirise, esperando que Tora não estivesse em casa para ver o confronto que eu teria com sua mãe, mas ao mesmo tempo implorando para que ela esteja lá, para poder enfim conhecê-la.

Kagami acompanhou-me até o endereço de remetente da carta. Assim que paramos na frente de uma casa simples, com dois andares em cor bege claro, o tremor de minhas mãos aumentou. Encostei-me no assento do carro e fechei os olhos suspirando entre lufadas de ar rápidas demais. Taiga compreendeu que aquele era um momento meu e não atrapalhou em nenhum instante.

Após longos minutos, tomei coragem e saí do carro, para logo depois o ver partir. Com calma fui até a porta pronto para apertar a campainha, mas acabei apenas ensaiando várias vezes até enfim ter a coragem necessária para o fazer. Esperei por algum tempo, esperei e esperei. Quando já tinha a certeza de que não havia ninguém na casa, preparei-me para ir embora, porém antes que eu pudesse virar as costas, a porta se abriu, revelando uma Ari tão nervosa quanto eu mesmo estava naquele momento.


 

*********

    

 

    O som da bola batendo contra a quadra reverberou por um tempo, até outro tomar o seu lugar e assim consecutivamente. O quicar da bola tomando conta do local, a sensação de a bola ser uma extensão do seu próprio braço e o prazer incomensurável de poder jogar basquete.

    Lembrei-me que tinha de encontrar com Hanako e Noah e que fora convidado pelas mães deles para jantar com a família ainda hoje. Uma das minhas maiores alegrias era poder fazer parte dessa família.

    —Ehhh! Gamichin, veja como o Muroochin continua o mesmo de sempre — uma voz preguiçosa sobrepujou o som do quicar da bola de basquete, e também fazendo com que eu me arrepiasse por inteiro.

    — Incrível como ele não mudou nada mesmo Murasakibara — outra voz potente e mais grave reverberou pelo quadra — Tatsuya, quanto tempo não é ? — a pergunta de Kagami me fez virar para eles. Os dois continuavam da mesma maneira que eu me lembrava, exceto pela barba por fazer do ruivo e as roupas mais adultas do maior. Sorri para eles com o peso de uma mentira nas costas e fui lhes cumprimentar.

    Mas, agora não importa quantos ameaças eu receba, Kagami e Murasakibara merecem saber daquilo que lhes foi privado por tantos anos. Eu só preciso primeiro arranjar a coragem necessária para enfrentar duas feras bem agressivas que quando se tornaram mães só pioraram.


Notas Finais


Oiiiiiii, gente eu nem consigo dizer o quanto estou feliz com esse capítulo. Espero que todos adorem ele, assim como eu adorei.
Beijos da Luna-chan U_U
Até o próximo


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...