História Apaixonada pelo Professor - Zayn Malik (HOTmântica) - Jogo de sedução

Tori notou que ele parecia estar muito mais descontraído. Estava relaxado e visivelmente mais calmo.

- O professor Sikowitz me pediu para realizar alguns testes com vocês - continuou Zayn mudando de assunto - mencionou alguma coisa sobre o festival em Paris.

- Isso mesmo! - confirmou Miranda.

- Pois bem, tanto Sikowitz quanto eu, achamos que ele se recuperará antes da data do festival e voltará com antecedência para escolher ele mesmo, como professor de música, o aluno mais indicado para abrir o fest - disse energeticamente.

- E como serão esses testes? - perguntou Cat curiosa.

- Bom, eu vou preparar vocês... - disse Zayn se levantando e indo para trás da mesa do professor - vou instruí-los para aperfeiçoarem seu canto, afinal vocês não podem passar vergonha em Paris!

O professor apanhou seu livro e folheou algumas páginas, percorrendo ligeiramente os olhos pelas palavras.

- Muito bem, agora se vocês abrirem o livro na página 42 vão encontrar alguns exercícios vocais para afinar as cordas vocais... - explicou Zayn, enquanto todos folheavam o livro a procura da página certa - Creio que todos possam conseguir realizá-los sozinhos, mas caso alguém tenha alguma dúvida ou esteja com dificuldade, por favor, não se acanhem para pedir ajuda e venham até minha mesa! - disse ele fechando o livro sobre a mesa e se sentando na cadeira; apoiou os cotovelos sobre a mesa e cruzou as mãos na altura do seu queixo - Tori... - chamou o professor de repente.

Tori que até então estava procurando a página certa, se assustou e deixou cair o livro no chão.

- Antes de começar os exercícios, será que poderia vir até aqui para termos uma conversa? - disse ele parecendo sério.

Antes de mais nada, Tori se abaixou para apanhar o livro e aproveitou para lançar um olhar para Cat, confusa. A amiga deu com os ombros, sem saber oque dizer. Tori colocou o livro sobre a mesa e olhou para o professor. Zayn ainda estava com o olhar fixo nela.

Tori caminhou sem pressa até o professor. Imaginando se teria feito algo de errado, ou pior, se ele descobrira tudo de alguma forma.

Não pode ser.... Mas como?

- Sim... - disse Tori parando ao lado de seu professor. Ele acompanhou a garota com os olhos.

Zayn descruzou os dedos da mão, retirou seus óculos e colocou com cuidado sobre a mesa, virando para encarar mais uma vez Tori, cruzando mais uma vez as mãos e sobre seu colo.

Ele está diferente... Estranho...

Mas ao menos tirou os óculos, oque significava que não seria uma conversa como professor e sim como todas as outras, quando Zayn e Tori conversavam normalmente.

- Nervosa? - perguntou Zayn com a voz impassível.

- Porque estaria? - retorquiu ela com a voz calma, tentando demonstrar naturalidade.

Zayn não respondeu nada, apenas ficou mirando a garota enquanto girava lentamente para lá e para cá em sua cadeira de escritório.

- Bom ver você mais calma! - disse ele enfim. Para alívio de Tori sorrindo.

Ela não soube o que responder, apenas sorriu mais aliviada. Teve a impressão que Cat acompanhava tudo por cima do livro.

- Você está melhor? - perguntou Zayn baixando a voz.

- Sim obrigada! - respondeu ela.

Zayn fez silêncio mais uma vez, só observando a garota.

- Olha... - começou Tori cortando o silêncio - por acaso eu fiz alguma coisa de errado? - perguntou apreensiva.

Nem precisava perguntar, pois em sua cabeça ela tinha certeza que ele iria falar do seu comportamento na última conversa, mas já era uma deixa para ela começar a se explicar, um ponto de partida.

- Não sei... - disse Zayn balançando os ombros com leveza e erguendo as sobrancelhas - Fez? - acrescentou desconfiado, seu olhar perfurou os olhos de Tori mais uma vez. Estava misterioso

- Não! - retorquiu Tori apressada - Não que eu saiba! - disse calma.

Ele sabe... Ele sabe...

- Então me diga Tori... - disse o professor balançando a cadeira mais para perto dela, se aproximando da garota - O que aconteceu com Sikowitz? Tem alguma coisa que você quer me dizer? - perguntou crispando os lábios.

Será que ele sabe? Mas como?

- Não! - disse ela segura. Seguiu-se mais um constrangedor momento de silêncio, que Tori logo quebrou - Mas e você, tem? - perguntou ela em tom inocente.

Não sabia oque a fez perguntar isso, só queria mudar de assunto, mas acertou na pergunta.

- Na verdade eu tenho sim! - admitiu ele, o coração de Tori levou um choque de surpresa - Foi por isso que eu te chamei aqui... - continuou Zayn, determinado.

Ufa... Então ele não sabe...

- Pode dizer então... - assentiu Tori. Estava esperando uma relação de tudo isso com o seu sonho.

- Eu gostaria de esclarecer que... - dizia ele.

- Professor... - interrompeu Stacy, a menina que sentava na frente de Cat. Ela chegou ali sem nenhum dos dois perceberem, e Tori ficou imaginando se ela teria ouvido parte da conversa - estou com dificuldade com o exercício número dois! - continuou ela.

- Tori... - começou o professor um pouco sem graça spb o olhar de Stacy- podemos continuar esta conversa depois? - perguntou apanhando o óculos e colocando sobre o nariz rapidamente.

- Ah, claro! - concordou a garota desanimada. Tinha certeza de que ele estava prestes a dizer que ele a amava, assim como no sonho.

- Obrigado... - disse com o mesmo desânimo - muito bem Stacy, deixa eu ver... Ah esse. Bom você tem que fazer o som vir do fundo da sua garganta... - começou explicar Zayn.

Tori reparou uma nova mudança nele, em principal na sua voz. Voltou a usar seu tom natural de professor, coisa que não fazia quando estava conversando com ela. Tori voltou para seu lugar. Absorta em seus pensamentos.

Ele ia dizer que me ama... Com certeza era isso... Diria que quer me encontrar na saída e talvez...

- Oque ele disse? - perguntou Cat ansiosa, não se aguentando de tanta curiosidade.

- Não disse! - respondeu Tori sentando-se em seu lugar desanimada.

- Quê? - perguntou confusa.

- Ela atrapalhou... - explicou Tori, indicando Stacy com a cabeça.

- Mas sobre oque vocês conversaram? - perguntou Cat.

- Ele está estranho. Parece um pouco desconfiado... - disse Tori lançando um olhar apreensivo e discreto para o professor.

- Desconfiado? - repetiu Cat pasma.

- É... - confirmou Tori voltando a atenção para a amiga - como se soubesse que eu caí em cima da perna de Sikowitz de propósito, só para ele voltar! - disse Tori assustada.

- Como? - exclamou Cat chocada.

- Não sei. Ele veio com um papo estranho, perguntando sobre o Sikowitz, se eu tinha alguma coisa pra falar pra ele... - disse ela lançando mais um olhar para o professor que ainda estava ocupado com Stacy.

- E você? - perguntou Cat ansiosa.

- Disse que não, mas ele disse que queria me falar alguma coisa... - disse ela pertubada com a ideia.

- E oque era?

- Ele não conseguiu falar. Disse que depois conversamos!

- Quê será? - perguntou Cat curiosa.

- Não faço a menor idéia! - admitiu a garota.

- Bom, enquanto vocês estavam conversando... - disse Cat mudando de assunto - Eu reparei na mão dele! - disse cheia de importância, como se fosse uma agente secreta.

- Oque que tem a mão dele? - perguntou Tori sem entender.

- Não tem nenhuma aliança! - afirmou Cat.

É verdade... Eu me esqueci de verificar...

- Sério? - exclamou Tori virando o pescoço bruscamente para olhar o professor. Uma de suas mãos estava sumida embaixo da mesa e a outra segurava a parte de cima do livro sobre a mesa, que ele lia com a cabeça baixa.

- Sim - confirmou Cat - Ele usa alguns anéis masculinos, mas nenhum deles é uma aliança. Com certeza não! - afirmou a garota segura.

- Tá mas e agora? - perguntou Tori.

- E agora oque? - Retorquiu Cat.

- Quero dizer, ele pode ter uma namorada, uma ficante ou até mesmo ser amigado com alguém e não usar aliança! - argumentou Tori.

- Não sei... - suspirou Cat pensativa - Acho que todas as setas dizem vai! - exclamou.

- É, mas não dizem para onde... - retorquiu Tori - E agora, oque eu faço? - perguntou em tom de súplica.

- Bom primeiro você vê oque ele quer falar pra você, depois você vê oque faz! - sugeriu Cat.

- Tem razão! - concordou Tori.

- Quanto ao Sikowitz... - começou Cat baixando a voz - Não há como ele saber! - tranquilizou a amiga.

- Não sei... - suspirou Tori pensativa - O jeito que ele me olha... - exclamou se virando para olhar o professor que ainda estava distraído - é como se ele enxergasse minha alma, como se pudesse ler meus pensamentos e estar a par de todos os meus segredos e tudo o que acontece em minha vida! - argumentou Tori.

- Na verdade... - começou Cat - Ele te olha como se quisesse te devorar!

As duas caíram na gargalhada, riram mais alto do que deveriam, e alguns alunos se viraram para verificar o motivo da graça. Zayn também levantou a cabeça para olhar as garotas. Tori e Cat apressaram-se em abaixar a cabeça e finjir estarem lendo.

O olhar de Zayn não foi de censura, mas elas sabiam que não deviam estar rindo no meio da aula. Mas ele não se importou, quando Tori levantou os olhos para encarar o professor, Zayn já estava mais uma vez com a cabeça baixa e ela podia jurar que ele estava som um sorrisinho de quem também achava graça. As duas se entreolharam e deram mais risadinhas.

Zayn lançou mais alguns olhares para Tori durante o restante da aula, mas ela não teve outra oportunidade de conversar à sós com o professor. Sempre tinha algum aluno pedindo orientação. A maioria, garotas, e ela tinha certeza de que elas nem estavam com dificuldades, só queriam um momentinho com o professor mais gato da Hollywood Art's.

- A concorrência é grande... - exclamou Cat olhando para as garotas que estavam em volta da mesa de Zayn. Tori também olhou.

- Du sei que comigo é diferente! - garantiu ela, neste exato momento Zayn olhou para ela.

- Eu mesma se não fosse sua amiga, também estava lá! - disse Cat, e as duas voltaram a rir.

Tori não conseguiu se concentrar nos exercícios, estava muito mais preocupada em descobrir oque Zayn queria dizer para ela, do que se preparar para uma competição em que o vencedor, iria abrir o festival da primavera em Paris. Passou o restante da aula fazendo especulações.

Gostaria de esclarecer que eu te amo... Ou que você entendeu tudo eerrado, eu não quero te dar falsas esperanças.. Aí meu Deus...

- Muito bem galera, espero que continuem treinando em casa. Vamos continuar na próxima aula que será... - disse o professor analisando a agenda - Segunda! - completou.

Zayn com certeza havia olhado no relógio, pois assim que acabou de falar, o sino tocou.

- Tchau e tenham um bom fim de semana! - disse arrumando seu material para sair. Ele olhou mais uma vez para Tori e saiu.

Tori continuou imaginando as milhares de possibilidades do que poderia ser oque o professor queria dizer.

Pensou durante as duas aulas de teatro e durante as duas aulas de violão, e quando o sino tocou, liberando os alunos para irem embora, ela ainda estava perdida no tempo.

- Tori vamos... - disse Cat cutucando a amiga.

Tori arrumou o material rapidamente e saiu com a amiga.

- Qualquer coisa você me conta... - disse Cat antes de seguir seu caminho se separando de Tori.

Ela ia andando distraída, ainda pensando naquilo. Já estava virando a esquina do primeiro quarteirão quando um som de buzina chamou sua atenção. Tori se virou e viu o carro preto de Zayn andando lentamente, no mesmo ritmo que ela. A janela estava abaixada e o professor acompanhava a garota com os olhos.

- Posso te dar uma carona? - perguntou Zayn.

- Precisamos conversar não... - exclamaou Tori nervosa.

- Entra aí... - disse ele parando o carro.

Tori olhou para os dois lados, verificando se algum outro aluno estava ali por perto, antes de entrar no carro.

- Não se preocupe... - disse Zayn quando ela se sentou e bateu a porta - Eu esperei até que todos saíssem e só ficasse você! - esclareceu ele.

- Oque? - perguntou Tori surpresa e espantada.

Ele planejou isso... Será que... Será que...

- Você sabe... - disse mexendo a cabeça e levantando o ombro direito - Não seria bem visto uma aluna entrando no carro de um professor... - explicou ele.

- Oque você quer dizer? - perguntou Tori nervosa.

- Relaxa... - exclamou Zayn sorrindo nervoso - Não é nada disso que você está pensando! - argumentou o professor.

- Então oque? - perguntou ela.

- Eu só queria conversar com você...

- Conversar? - repetiu ela estranhando.

- Sim. Nós somos amigos, não? - perguntou Zayn.

O coração de Tori despencou.

- Acho que sim... - respondeu ela sem jeito.

- A verdade é que eu me sinto bem conversando com você... - disse ele olhando para a garota - Embora você esteja sempre chorando ou então eu esteja sempre me atrapalhando todo!

Tori riu. Era engraçado se lembrar disso.

- Eu também gosto de conversar com você! - admitiu ela.

- Olha Tori... Eu não sei bem por onde começar - disse ele, já estava com seu jeito atrapalhado de novo, guaguejando.

- Que tal do começo... - sugeriu Tori ironicamente.

Zayn deu um sorrisinho abafado.

É agora... É agora...

- Eu te fiz alguma coisa? - perguntou nervoso.

- Oque? - exclamou confusa.

- Ah sei lá. É que desde aquele dia eu fiquei pensando em você...

- Pensando em mim? - repetiu surpresa.

- Quero dizer, pensando na nossa conversa... - se atrapalhou Zayn. Tori sentiu mais um solavanco. O professor ficou nervoso e perdeu o controle.

- O que, que tem? - perguntou Tori, agora querendo saber onde essa conversa iria parar.

- Ah não sei. Eu te fiz uma pergunta e você mudou de assunto, me dispensou. Se eu fui indelicado ou muito intrometido me desculpa, não queria deixar uma má impressão! - apressou-se a dizer.

- Não, não é nada disso! - disse Tori desengonçada. Fez ele se sentir culpado à toa, da mesma maneira que ela estava se sentindo.

- Então eu não fiz nada que te deixou triste, ou zangada... - perguntou nervoso.

- Claro que não! - afirmou Tori - Você é demais... - disse sem pensar.

Opa, como eu disse isso?

- Ah... Então tudo bem, e valeu... - disse Zayn mais aliviado, mas também estava mais vermelho. Tori também corou.

- Não devia ter se preocupado com isso... - alertou ela.

- Não queria deixar uma impressão errada, ou você zangada... Nem deixar de falar com você!

- Se importa comigo? - perguntou Tori olhando para ele.

Zayn parou o carro em frente à casa dela. Haviam chegado e Tori nem percebeu.

- Você não faz idéia... - disse crispando os labios.

- E você é assim com todos seus alunos? - perguntou desconfiada.

- Não sei, essa é minha primeira semana como professor! - disse dando risada, ela também riu antes de descer do carro.

- Então tchau e obrigada pela carona! - disse ela batendo a porta.

- De nada! - disse ele olhando pela janela - E aliás... - começou, chamando a atenção de Tori - Eu não tenho mulher... Eu sou solteiro! - afirmou sorrindo. Zayn deu uma piscadela para Tori e acelerou, disparando pela rua.

Tori ficou imobilizada com o que acabara de ouvir. Sorrindo de pura alegria.

Ele não tem mulher... Ele é solteiro... Ele piscou para mim...

O dia de Tori ficou muito mais alegre com aquela informação e logo ela contou para a amiga.

- Sabia! - disse Cat.

- E não é só isso, ele piscou para mim! - disse Tori animada.

- Não acredito... - exclamou Cat boquiaberta. Tori assentiu com a cabeça - Amiga, ele tá na tua!

- Eu acho que sim... - disse Tori sonhadora.

- Bom pelo menos ele não é gay... - exclamou Cat.

- Gay? - repetiu Tori chocada.

- Ah sei lá, a gente tem que pensar em tudo. Se preparar para qualquer coisa! - explicou Cat.

- Mas eu não pensei nisso! - disse Tori.

- Mas e agora? O que você vai fazer? - perguntou Cat ansiosa.

- Vou dar bandeira! - disse ela frenética.

- Bandeira? - repetiu Cat confusa.

- Sim. Vou demonstrar que estou interessada por ele. Que estou afim dele! - disse ela determinada.

- Você me enche de orgulho... - exclamou Cat rindo.

As duas continuaram conversando durante horas, até Tori se lembrar que havia a possibilidade de sonhar novamente com Zayn e ir se deitar. Quanto mais cedo, melhor.

A cena em que Zayn piscava para Tori se repetia em sua mente várias vezes, enquanto ela ouvia:

- Eu não tenho mulher... Eu sou solteiro!

Mais uma vez, passou horas pensando em Zayn. Mas hoje era diferente. Estava feliz, segura... E enxergava uma luz no fim do túnel, uma pequena esperança. Além de ter visto Zayn e saber que na próxima aula ele estaria lá também, ele deu sinal de que estava a fim dela.

Ficou se lembrando do sonho em que os dois se beijavam, naquele lindo jardim e lentamente, seus pensamentos se dispersaram na escuridão.

Tori estava na sala de aula. Estava com um vestido curto azul, com os cabelos escovados e uma sapatilha branca. Zayn estava com sua jaqueta de couro preta, uma camisa da mesma cor e uma jeans branca. O restante dos alunos estavam distraídos conversando entre si, na verdade nem pareciam estar ali, pois só mechiam a boca, mas não emitiam som algum.

Zayn sorria para Tori, convidando-a para se juntar a ele, e assim ela fez. Tori foi até o professor e se sentou na beirada da sua mesa, com as pernas cruzadas. Zayn mantinha os olhos fixos nas coxas de Tori, com a boca entreaberta sem se dar conta, enquanto a garota enrolava o cabelo no dedo.

Tori jogou os cabelos e apoiou as mãos na mesa, como quem toma banho de sol na praia. Zayn continuava a devora-la com os olhos, e agora, mordia o lábio inferior. Tori estava adorando aquilo, ver Zayn desejá-la.

O professor tirou seus óculos e jogou-o no chão. Tori se surpreendeu com a ação. Em seguida ele tirou sua jaqueta e também a atirou no canto da parede. Agora Tori estava assustada. Zayn foi até ela e agarrou sua cintura, Tori se inclinou para trás, recuando.

- Os alunos... - disse apreensiva, lembrando o professor.

- Não importa! - disse ele determinado.

- Como não? - exclamou ela espantada.

- Eu só quero você! - afirmou ele puxando Tori mais para perto.

- Eu também, mas aqui não! - disse ela nervosa.

- Relaxa... - disse ele se aproximando de sua orelha - Eu vou saber me controlar! - susurrou em seu ouvido.

Tori derreteu por dentro.

Zayn tornou a encara-la, sorridente. Tori se rendeu à vontade e se entregou a ele. O professor começou a beija-la. Tori estava de olhos fechados, mas ouvia o murmúrio dos outros alunos alvoroçados. Tori empurrou Zayn para trás e se virou para ver os alunos. Para seu horror, na não estavam mais dentro da sala de aula.

Os dois estavam em pé no pátio do colégio, com todos os alunos olhando curiosos para os dois. Tori percorreu os olhos pela multidão, lá estava Cat, pasma com oque via. Mas adiante, Allex e Sam olhavam horrorizados. Todos olhavam com o mesmo olhar de censura, como se eles estivessem fazendo algo anormal, errado.

- Tori... - suspirou a voz de sua mãe.

Tori girou o pescoço. Sua mãe e seu pai estavam logo atrás dela, com expressões decepcionadas. Aquilo partiu o coração de Tori, ver seus pais decepcionados com ela.

- Mãe... - chamou Tori com a voz fraca, os olhos cheios de lágrimas com a tensão daquele momento - Eu posso explicar!

Mas sua mãe não respondeu, apenas balançou a cabeça negativamente enquanto chorava. De repente todos começaram a balançar a cabeça. Zayn abraçou-a forte, tentando consola-la.

- Solte esta aluna professor Malik! - disse o diretor rispidamente. Tori olhou pertubada.

- Zayn Malik... - chamou uma voz as suas costas - O senhor está preso! - disse um policial segurando algemas, ele estava acompanhado de mais dois policiais.

- Não! - gritou Tori soltando Zayn e se atirando na frente dele, para defendê-lo.

- Vai ficar tudo bem... - susurrou ele ao seu ouvido, mas isto não tranquilizou a garota.

- Um professor se relacionar com a aluna é proibido. Isto é um crime! - disse o policial avançando contra os dois.

Tori recuou para trás, girando os olhos na órbita, procurando alguém que pudesse ajudá-la, mas ninguém fazia nada a não ser balançar a cabeça. Tori sentiu Zayn agarrar seu braço e conduzi-la para trás, se entregando aos policiais.

- Zayn não! - gritou Tori chorando desesperada.

- Não se preocupe. Está tudo bem! - reforçou ele se rendendo.

Os policiais derrubaram o professor no chão e o algemaram, enquanto Tori gritava desesperada.

- Não. Larguem ele! Larguem ele!

Mas ninguém parecia ouvi-la.

- Não- gritou Tori tão alto, que acordou com o próprio grito, sentada na cama, suada.

Seu quarto estava mergulhado no escuro e afogado no silencio. Tori correu a acender a luz desesperada. 

Foi tudo um sonho....

Seu coração estava acelerado e sua respiração ofegante. Pela sua temperatura, com certeza estava com febre, e lágrimas de verdade molhavam seu rosto.

O Zayn sendo preso...

De repente, como se levasse um choque, a voz de Zayn entrou em sua cabeça.

- Não seria bem visto uma aluna entrando no carro de um professor...

Ele sabia... Ele sabe que isso não daria certo... Que é errado...

Doeu pensar isso. Despedaçou seu coração, mas Tori chegou à uma conclusão. Se essas fossem as consequências, então ela não queria mais ter esperança alguma com ele. Seria muito egoísmo de sua parte deixar Zayn ser preso só para viver um romance que ela sabia ser proibido.

Como não pensei nisso antes... É tão óbvio... Como deixei chegar a este ponto?

Chorando inconsolável com a cabeça no travesseiro, mas não conseguiu mais pregar o olho depois disso. Todo o sono foi embora, ela tinha medo de dormir e acordar naquele pesadelo.

Essa é a realidade... Ele realmente seria preso...

O fim de semana de Tori foi assim...

Triste... Lamentável... Deprimente...

Ela chorava sem parar e não importava quantos remédios tomasse, sua febre não baixava de maneira alguma, por que isso não se devia à uma simples reação do corpo, era mais do que isso... Era por amor.

Tori bem que tentou, mas sua mãe não deixou ela ir para a escola na segunda. Ela queria ir se distrair... É no fundo, ver Zayn, mas não pôde. Ficou em casa, deitada na cama a manhã inteira. Mandou uma mensagem para Cat avisando que não havia melhorado desde sábado. Ficou pensando em Zayn, que perdeu um dia de aula com ele, e o quanto isso custava para ela. Depois de tudo que fez para ele voltar.

Será que ele vai notar a minha falta?

Mas no fundo ela sabia que não estava preparada para ver ele. Que quando estivesse diante daqueles belos olhos castanhos mel, a cena da prisão de Zayn viria em sua mente e ela desabaria a chorar mais uma vez. Era melhor se acostumar com a ideia de se afastarem logo. Não tinha outra escolha. Embora fosse apenas um sonho, aquilo foi como um aviso do que aconteceria.

Tori estava exausta, mas ainda não se sentia pronta para arriscar algumas horinhas de sono, com medo de reviver aquele sonho, então tentava se distrair para ficar acordada. Se bem que deitada na cama sem poder sair ou andar era bem difícil. Entediante.

- Tori... - chamou sua mãe batendo na porta.

- Pode entrar! - disse Tori com a voz fraca.

Sua mãe entrou e se sentou na cama ao lado da filha.

- Você está melhor? - perguntou colocando a mão sobre a testa da filha para checar a temperatura.

- Um pouco! - mentiu ela, na verdade não mudara nada.

- Bom tem um amigo seu de escola aí embaixo, mas se não estiver se sentindo bem eu posso dizer que...

- Não - interrompeu Tori - Mande ele subir! - disse ela se sentando na cama, escorada na cabeceira.

- Tudo bem então... - disse sua mãe se levantando e saindo do quarto.

- Deve ser o Loiz... - pensou Tori - Cat deve ter contado para ele e ele veio me ver...

Ela olhou as horas no celular. As aulas já haviam acabado há dezesseis minutos.

Qualquer visita era bem vinda. Tori estava entediada, precisava conversar com alguém. Ela ouviu sons de passos subindo a escada e se arrumou na cama, prendendo os cabelos despenteados em um rabo de cavalo.

- Bom, se precisar de alguma coisa eu estou lá embaixo! - disse sua mãe saindo do quarto.

Tori não viu quem veio com ela, estava ocupada amarrando o cabelo.

- Você? - disse surpresa.

Zayn estava em pé parado a porta, olhando para a garota deitada na cama. Mesmo sabendo que ela já havia o visto ali, ele bateu levemente na porta.

- Posso entrar? - perguntou sorrindo.

- Ah me desculpe, entre... - disse Tori puxando rapidamente a coberta mais para perto do corpo, cobrindo até a altura do umbigo.

Zayn tinha um brilho diferente nos olhos. Parecia estar com pena de ve-la assim, doente.

- Vim ver se minha aluna preferida está bem... - disse ele entrando no quarto.

Ele estava sem os óculos. Usava uma jeans azul preta e uma camisa cor vinho, segurando na mão direita uma caixa de bombons e na esquerda uma única rosa vermelha.

- Como soube? - perguntou Tori intrigada.

Zayn foi até ela, inclinou-se e deu um leve beijo em sua testa. O peito de Tori queimou e isso fez sua febre parecer duas vezes maior.

- Não soube. Mas você também não estava na minha aula hoje! - disse ele sorrindo enquanto colocava os bombons e a rosa sobre a mesinha de cabeceira - Posso? - perguntou olhando para o colchão.

Tori demorou um pouco e ele nunca soube se foi para decidir ou entender ao que ele se referia.

- Claro, sente-se... - disse ela se afastando para que ele pudesse sentar ao seu lado no colchão.

- E agora... - começou com a voz baixa - Oque você tem?

- Febre... - disse Tori fraca - não sei...

- Sabe que as vezes eu sinto que você me esconde algo... - suspirou ele.

- Talvez porque eu não deva nem possa contar! - disse Tori automaticamente.

- Mas talvez você devesse tentar... - disse ele sorrindo levando sua mão até a de Tori, segurando a mão da garota para dar mais segurança a ela. Incentivando a garota a desabafar.

Tori sentiu que estava na hora. Era agora. Ela tinha que abrir seu coração, contar tudo. Ela sentiu seu corpo esquentar mais. Sua boca estava seca. Sua cabeça começou a doer com mais intensidade, confusa com os pensamentos, se decidindo por onde deveria começar. O rosto de Zayn começou a sumir, até virar uma imagem borrada e tudo escureceu... Tori desmaiou.

Seus olhos começaram a arder por dentro, uma luz fluorescente ofuscava sua vista. Sentia as mãos suadas, mas somente a mão direita estava presa por uma massa quente.

Tori abriu os olhos lentamente. Avistou uma luz no alto de um teto branco. Estava deitada. Seu braço doía e sentia uma agulha penetrada em sua carne, espalhando soro pela veia, tentou mecher o braço para parar aquele incômodo, mas foi impedida pelo que segurava sua mão.

- Ei, não faça esforços... - susurrou uma voz calma.

Tori apurou as vistas e olhou para a própria mão, que estava sendo segurada por uma outra maior e mais firme. Ela percorreu os olhos pelo braço e seguiu até o corpo que o ligava, se surpreendendo com seu professor Zayn, ali... Sentado ao seu lado, em uma cama de hospital... De mãos dadas...